Querido Diário

Depois de esperar quase uma vida, o dia chegou. Hoje é dia 31 de Dezembro, dia do Baile de Máscaras, e dia em que vou conhecer o V. Conversei com ele todos os dias desde a semana passada, e cada dia que passa sinto meu coração acelerar quando meu celular vibra, anunciando alguma mensagem dele. Sim, me apaixonei por esse garoto, seja lá quem ele é, e não vejo a hora de conhecê-lo cara a cara.
O plano “distração da mamãe para que eu possa ir ao baile” está mais que perfeito. Minha mãe nem hesitou em aceitar o convite, ela realmente odiava os jantares com a tia Ana, e está animada com essa festa. Faz tempo que ela não se diverte, e eu fico aliviada de ajudá-la a se divertir um pouco. Vou pra casa da Mari ás 20hs, minha máscara e minha coroa de flores já estão na casa dela, e eu vou com o meu vestido para a festa.
O João vai entregar a aliança da Mari hoje!!!!! Até que enfim, não aguento mais fingir não saber de nada quando a Mari acha que o João está traindo ela. Ele só está pensando na melhor maneira de surpreendê-la, e eu acho isso muito fofo dele. Com certeza, hoje vai ser o melhor dia da vida de muita gente.”

Fechei o meu diário, sai da minha cama e desci pra cozinha, de pijama mesmo, pra tomar café com a minha mãe.
- Bom dia filha – disse ela, de bom humor.
- Bom dia mãe – eu disse, sorrindo. Comemos em paz e felizes, e fazia tempo que eu não via a minha mãe assim. Desde que ela se separou do meu pai, parecia que não tinha mais coração, era sempre fria, calculista, e só pensava em trabalhar. Mas seja lá o que a Mãe da Mari tenha falado pra ela, a fez bem. Gosto de vê-la feliz assim.
O dia passou muito rápido, quando eu vi já eram 18hs. Tomei um banho bem demorado e comecei a me arrumar. Fiz uma make não muito pesada, sem sombra, apenas delineador e um batom bem rosa, deixei meus cabelos soltos e realcei um pouco os meus cachos. Tirei meu roupão e coloquei meu vestido, calcei meu salto alto, (http://www.polyvore.com/manu_baile/set?id=88875399) peguei a minha bolsa e sai do meu quarto, bem na hora em que minha mãe também saia do dela. Ela estava linda com uma saia laranja e uma camisa de seda branca (http://www.polyvore.com/raquel_m%C3%A3e_da_manu_ano/set?id=88874864). Seus cabelos negros estavam presos em um coque apertado, e em seu rosto tinha um sorriso que há muito tempo eu não via.
- Dona Raquel, você está linda – eu disse pra ela, sorrindo.
- Não tanto quanto você, Manuela – ela disse, vindo em minha direção e me abraçando.
- Prefiro ver você assim, feliz, do que rancorosa por causa do meu pai – eu disse, ainda abraçando ela
- Eu sei minha filha, eu também. De agora em diante, não vou mais ficar daquele jeito. eu conversei muito com a Isabel, a mãe da Mari, não só aquele dia, mas a semana inteira, e ela foi uma boa amiga. Ela me mostrou que preciso seguir em frente, que não posso ficar vendo a minha vida passar assim. Então, hoje vou me divertir, e espero que faça o mesmo.
- Eu vou mãe, eu vou.
Cegamos na casa da Mari, e a festa já tinha começado. Tinha várias pessoas por lá, a maioria da idade da minha mãe, e assim que entramos, a mãe da Mari e a própria Mari veio nos cumprimentar. Dona Isabel usava um vestido branco, como manda a tradição, e mantinha os cabelos meio presos (http://www.polyvore.com/cgi/set?id=88878468&.locale=pt-br), e a Mari, um vestido preto, e tinha os cabelos curtos e lisos soltos (http://www.polyvore.com/mari_baile/set?id=88876307). Dona Isabel puxou a minha mãe para o meio da sala, dando uma piscadela pra mim e pra Mari, e logo minha mãe conversava com um cara que estava olhando pra ela desde que ela chegou. Ele era lindo, pra um coroa, com olhos azuis e moreno, lembrava muito o ator de James Bond, 007.
- Que vestido é esse, Manuela? – perguntou a Mari, sorrindo.
- É um que eu precisava usar. Você está linda, Mariana! – eu disse, e nós rimos.
Conversamos um pouco, dançamos as músicas que a mãe da Mari colocava, até bebemos um pouco de vinho e mal vimos que já eram 22hs. Olhei para os lados, e achei a minha mãe muito entretida em uma conversa com o James Bond paulista, então simplesmente fui pro quarto da Mari, atrás dela, e fechamos a porta. Colocamos travesseiros embaixo de lençóis na cama dela e no colchão onde eu vou dormir, peguei a minha máscara e a coroa de flores, e a imagem que tive no dia do closet se realizou. Era mesmo a combinação perfeita. Olhei para a Mari, que também estava deslumbrante com a sua máscara, e nos abraçamos. A Mari é a melhor amiga que uma pessoa pode ter, eu a amava demais, e hoje, em um dia tão importante pra nós duas, mesmo ela não sabendo disso, estamos juntas.
- Você primeiro – eu disse, apontando pra janela. O quarto dela é no térreo, e embaixo de sua janela tinha grama, então foi fácil sair. Caminhamos abaixadas enquanto passávamos por debaixo das janelas, abrimos o portão da casa dela e saímos.