Não Vou Desistir De Você.

Uma problema? Ou um medo?


No dia seguinte, quando eu acordei e ele ainda dormia. Me abraçava com força, talvez com medo de que eu saisse do lado dele. Sorri ao ver ele dormindo com um sorrisinho no rosto e me levantei de vagar. Ele se mexeu um pouco, mas nem acordou. Peguei minha blusa, me troquei e deixei a dele lá do lado, escrevi um bilhete e sai da casa dele pra ir arrumar minhas mala na minha casa. As meninas mandaram mensagens pra mim de madrugada confirmando tudo. Até o Lucas ia. Será que deu certo ele e a Ingrid? É, boa pergunta. Sai toda feliz na casa do Pedro, cheguei na minha e as meninas ainda dormiam. Fui pro meu quarto e comecei a arrumar a mala para a viajem.

[...]

Ah, nada melhor do que tomar um banho e colocar uma roupa confortante pra mim: http://www.polyvore.com/roupa_131/set?id=50000699&.locale=pt-br

Fiquei o tempo que me restava de tédio no twitter respondendo algumas pessoas que falava cada hora mais de mim e do Pedro. Algumas me assustavam, outras me deixavam feliz e algumas eu nem via direito de tão rapido que a home atualizava.

"Recebi cada tweet lindos gente. Muita gente me apoiando e querendo me matar. Obrigada mesmo de coração. Vocês são minha vida ta? Irei descansar e depois pegar estrada. Beijos amo vocês"

É, ta de bom tamanho meu agradecimento. Sorri, desliguei o notebook e coloquei ali do lado da minha mala, eu iria levá-lo de qualquer jeito. Logo que me deitei na minha cama, ouvi uns barulhos de pedrinhas na minha janela, lembrei do Pedro na hora e ri, fui até a janela e era ele mesmo. Fiz sinal pra ele esperar eu descer e desci de vagar pra ninguém me ver. Não sei pra que, todo mundo menos as pessoas da banda sabe da gente.

- Hey - abracei ele-

- Oi meu amor.

- Tem alguém ai?

- Ta todo mundo dormindo eu acho. A casa ta mó silenciosa :/

- Hm, arrumou as malas?

- Ta tudo arrumado. E a sua?

- Ta lá em casa - ele sorriu-

- sorriso- Vem, entra. - o puxei pelos braços-

- O que quer fazer?

- Não sei. Que horas a gente vai sair daqui?

- A hora que eles acordarem :/

- Nossa, vai demorar :/ - choraminguei-

- Vai nada, já tem gente de pé casal segredinho. - Roberta apareceu do além com a cara amassada-

- Segredinho nada ta? A gente já falou pras fãs.

- Mesmo?

- Aham - Pedro-

- Felicidades então. - ela queria sorrir, mas o sono não tava deixando-

Eu ri e ela voltou pro seu quarto. Voltei pro meu junto com o Pedro também e ficamos um BOM tempo conversando aleatoriamente.

[...]

Alguém bateu na porta, era a Roberta. Ela colocou a cabeça pra dentro do quarto e disse: Hey casal, ta tudo mundo ai, borá?

- Tenho que pegar minha mala na minha casa. - Pedro falou-

- Hm é mesmo. Então vai lá e eu vou tomar outro banho. - falei-

- Outro? :o

- Qual o problema?

- Você já tomou banho.

- E o que tem tomar outro? Eu gosto de tomar banho no calor ta?

- Ta, tudo bem então :s

Eu ri e peguei a mão dele, fomos descendo até a sala e lá estava todo mundo. O mais estranho era que o Thomas abraçava a Roberta, o Pedro a Carla, e o Lucas estava na mó intimidade com a Ingrid. Credo, em uma madrugada tudo pode acontecer né? Fiz uma careta estranha depois de ver todo mundo lá e ri por dentro da situação.

- Credo, quantos dias eu fiquei fora?

- Boa pergunta - Pedro Lucas-

- Tempo o suficiente de a gente parar de ser chatos e nós acertarmos. E de vocês contarem pras fãs o que não era mais segredo :s - Thomas-

Olhei pro Pedro com uma carinha de vergonha que eu acho que fiquei vermelha, MUITO vermelha.

- Ér... Então. - eu queria morrer de rir ali da minha situação-

- Ela ta ficando com vergonha. - Lucas riu-

Afundei minha cabeça nos braços do Pedro e comecei a rir baixo de mim mesma.

- É, a gente sabe. - Ingrid-

- Por isso que demos essa noticia linda pra vocês. - Roberta-

Só mostrei o dedo do meio ainda com a cara enterrada no braço do Pedro e ouvi um coral todo tanto risada.

- Eu vou lá pegar minha malas. Agüenta ai. - Pedro Lucas me soltou-

Ah, todo mundo me olhando de novo com cara de "você é maluca". Credo gente ser normal não tem graça, eu juro que já tentei.

- Eu acho que vou... Tomar banho - sorri do nada- tchau - subi correndo e descontrolada-

Vou bater em todos eles depois que minha vergonha passar. Isso não se faz com uma menina. Só pode com o Thomas, essa sempre foi a regra do bullying entre a gente. Ri lembrando-se desse dia e voltei pro meu banheiro tomar um banho. Assim que terminei coloquei essa roupa: http://www.polyvore.com/roupa_124/set?id=49806377&.locale=pt-br

Terminei de arrumar tudo, peguei minha mochila e minha mala e desci de volta pra sala. Todo mundo falava e ria de alguma coisa. Coloquei minhas coisas num canto e eles pararam de falar.

- E ai? -perguntei-

- E ai o que? - Pedro Lanza-

- Borá né?

- Seu namorado ainda não voltou - Thomas-

- Ele foi fabricar as malas?

- Acho que ele foi fabricar a casa dele né.

Eu ri da coisa idiota que o Thomas falou e disse: Vou lá ver se ele quer ajuda. E se vocês pensarem besteira de mim eu nunca mais saio com nenhum de vocês.

Sabia que iriam pensar malicia de mim. Ér.

Pedro Lucas.

Fui pra casa e tomei um banho "bem bom", arrumei tudo o que tinha que arrumar ali pra ver se não me esqueci de nada e quando estava saindo de casa, o porteiro me aparece com uma carta na mão. Agradeci e decidi ver o que era. Sempre fui muito curioso com essas coisas. Quando abri, era mesmo uma carta. Não vou mentir, doeu ler uma carta assim, ver que tem um cara que ainda gosta da MINHA Duda. Fiquei meio mal olhando para aquilo e quando finalmente eu saio de casa, eu encontro ela vindo em minha direção toda arrumada.

- Pensei que tinha de seqüestrado. - ela falou rindo-

- Que nada. Vamos? - falei meio parado-

- Borá. - ela sorriu e segurou no meu braço-

[...]

Foi sufocante viajar durante três horas sem falar direito com ela. Eu sei que ela nem deve saber dessa carta, que ela nem deve mais ligar pro cara, mas se fosse você lendo o que eu li, ficaria do mesmo jeito. Estamos quase chegando onde era minha casa de praia. Finalmente sairia desse sufocante carro.

- Pedro? - Duda-

- Oi?

- Ta tudo bem?

- Ta sim. Por quê?

- Você ta estranho. Mal ta falando comigo :/

- Nada haver, to só com um pouco de dor de cabeça.

- Hm. - ela olhou pro lado-

É, ficamos naquele lindo e maravilhoso clima chato entre casais. Agora quem não queria falar nada era ela, fiquei o resto do caminho tentando puxar assunto ela sempre respondia com palavras pequenas. Quando FINALMENTE chegamos na casa, saímos dos carros com as malas e entramos pra dentro. Deixamos as coisas em um canto e nos reunimos na sala.

- Caraca, que casa grande. - Ingrid-

- É mesmo. - Carla-

- Onde ficam os quartos? To morrendo de calor, quero água. - Roberta-

- Tem quatro quartos aqui. Cada um dorme com suas namoradas no quarto. Tem cama de casal e solteiro. - eu falei-

- Podemos entrar em qualquer um? Ou você tem um seu, com uma plaquinha cor de rosa com o seu nome? -Carla-

Mostrei o dedo do meio pra ela e disse: Qualquer um ta?

Ela sorriu sarcástica e foi indo pro quarto dela.

- Posso pegar meu quartinho bonitinho? *-* - Thomas-

- Que quartinho? - Roberta-

- É que sempre que os moleque vem pra cá, o Thomas pega o ultimo quarto do corredor.

- Por quê? - Ingrid-

- Fica mais perto da cozinha.

Depois só vi as meninas e os meninos rindo, Duda só tinha um sorriso fraco e sem luz nos lábios. O que me deixou meio triste.

[...]

Resumindo a historia, cada um foi pro teu quarto com a tua namorada. Fui pro meu com a Duda e ela entrou lá sem falar um piu. Ela se sentou na cama, eu fechei a porta do quarto e me sentei ao lado dela. Sabia que teríamos um DR e não queria que aquilo a deixasse triste, mas todo a casal discute relação né?

- O que foi? - ela por fim perguntou-

- Eu que pergunto. O que foi?

- Nada, você disse que tava com dor de cabeça e eu só te deixei quieto um pouco.

- Para :/

- Com o que?

- De mentir.

- Eu não to mentindo. - ela se levantou-

- Aonde vai? - perguntei-

- Dar uma volta.

- Sozinha?

- Qual o problema?

- Não faz isso.

- Ta, eu chamo a Ingrid.

- Não se afasta de mim de novo. - eu pedi-

É isso, a Duda é assim. Ela não é de briga, ela é de deixar as coisas, de fugir do problema, de fingir que ele nunca existiu e de evitar ao máximo tocar no assunto. Por isso ela ficava longe de mim quando voltou.

- Eu não to me afastando de ninguém. Eu to querendo sair.

- Ta sim, como você sempre faz. Sempre tem medo de fazer as coisas errado e por isso foge pra não resolver o problema.

- Qual o teu problema garoto?

- Você ta fugindo do problema.

- Você não quer me falar o motivo da sua dor de cabeça. Eu não sou adivinha ta?

- Você não iria gostar.

- Também não gosto de brigar com você.

- Ta, tudo bem. Olha - mostrei a carta pra ela-

- O que é isso?

- Pega, lê.

Ela me olhou entranho, pegou a carta e começou a ler em voz alta.

“Cuida dela. Cuida quando ela falar que ta triste, faça a ficar feliz nem que você tenha que usar um nariz de palhaço. Ela vai dizer que te odeia quando ela quiser ouvir que você a ama. Preste atenção nela, no jeito que ela sorri primeiro de um lado quando ta sem graça e comente sobre a cor do esmalte dela. Ela gosta de te dar mordidas, mas não a deixe morder. Comece uma briga pelo qual é mais forte, mais alto, mais bonito e depois diga que a ama. Deixe ela sem graça e, por favor, ela gosta de coca, tênis e de salto alto. Diga a ela que eu ainda a amo e diga a ela que ela fica linda de blusa roxa e sinceramente? Toda infelicidade do mundo pra vocês. Com amor, o cara mais feliz do mundo só por ter visto ela sorri"

- Onde achou isso? - ela perguntou-

- O cara que escreveu isso deixou com o porteiro do meu prédio.

- Caraca. - ela mexia a boca mais nenhum som saia da mesma-

- Não precisa falar nada.

- Claro que preciso, esse menino ele foi... - a cortei-

- Teu primeiro amor?

- Claro que não Pedro, sempre foi você.

- Você viu como ele escreveu. Ele sabe cada mania tua.

- Isso não justifica nada Pedro. O menino só me conhece bem.

- Ele ainda te ama.

- Problema dele. Eu amo você.

- Isso é o que você acha.

- Ta duvidando?

- Depois disso? To.

- Cara eu não tenho culpa que ele é maluco e escreve cartas. Só porque ele falou assim não quer disser que a gente tem algo, se é isso o que você ta pensando.

- Quer que eu faça o que?

- Quero que acredite em mim. Ele pode até gostar de mim, ou me amar sei lá. Mas o único garoto que eu amo é você.

- Queria muito acreditar.

- Que?

- Eu to confuso.

- Isso não justifica nada Pedro. Você ta duvidando do que eu to falando.

- Olha essa carta. Olha como ele escreveu. Queria que eu ficasse como cara? Festejasse?

- Cara, isso ta me cansando.

- A mim também.

- Puta que pariu Pedro. A culpa não é minha que o moleque ainda gosta de mim. Eu não mandei ele escrever carta nenhuma. Você não iria gostar que eu brigasse com todas as meninas que chegasse a você e falasse que te ama né?

- É diferente. Elas são minhas fãs.

- E pra mim, ele tem um significado menor do que amigo.

- Ele não gosta de você pelo seu trabalho. Ele te ama de verdade cara.

- E você acha que suas fãs te amam de mentira?

- Para de reverter às coisas Duda.

- É ruim né?

- Eu só to com medo.

- Do que?

- De ele aparecer e de perder você.

- Pelo amor de Deus né Pedro.

- É serio Duda, eu morro de medo de ficar longe de você de novo.

- Você não confia em mim. Belo namorado. - ela saiu do quarto batendo a porta-

Arg Pedro, como você é burro. Ela tinha razão, eu não deveria brigar com ela por uma coisa que ela não tem nada a ver. Só que eu não vou mentir que o jeito que ele escreveu dela, me fez pensar em muitas coisas ruins. Fiquei andando de um lado por outro no quarto repetindo "seu idiota, seu burro, jumento" umas trintas vezes seguidas.