Duda.

Arg... Odeio que duvidem de mim, que pensem que eu minto. Que não confiem em mim, arg isso faz uma raiva fora do comum subir em mim e me faz ter vontade de gritar. Desci pra sala e o Lucas e a Ingrid estavam lá.

– Hey Ingrid -enxuguei as lagrimas- confia em mim, por favor?

– Claro que sim Duda, mas o que foi? - ela tava com cara de preocupada-

– Anjo, o que houve? - Lucas-

– Ingrid, por favor... Pelo amor que você tem pela banda, me deixa sair daqui com o Lucas, por favor? - não ia começar a chorar agora-

– Claro que sim. Eu não mando nele.

– Não fica bolada ta? Eu só preciso de um amigo.

– Ta, tudo bem. -ela sorriu-

Sai do sofá e ouvi-o se despedi dela. Logo estávamos andando em algum lugar desconhecido por mim.

– Agora pode me falar o que foi?

– Sabe que a coisa que eu mais odeio é mentira né?

– Sei...

– Porque o Pedro acha que logo, EU vou mentir e mágoa ele?

– Como assim?

[...]

Contei TUDO pro Lucas. Nem ele reconheceu o ato do Pedro.

– Ele nunca foi assim.

– Inseguro?

– Ciumento, com medo de perder alguém.

– Ele era mais calado quando ficava com ciúmes, prefiro ele assim. - soltei um riso-

– Ele é diferente com você. Ele sempre foi.

– Mesmo?

– Ele muda alguns jeitos e mania dele pra sei lá, talvez você não achar ele chato.

– Mano, eu amo o Pedro. E ele sabe do meu medo de falar "eu te amo". Consegui arrancar isso de mim deveria ser uma vitoria pra ele.

– risos- É medo, insegurança de perder você pra alguém melhor do que ele. Só isso.

– Melhor do que o Pedro? Pra mim? Cara, juro pra ti, não existe.

– Fala isso pra ele.

– Eu tentei, mas agora ele duvida de tudo o que eu falo.

– Af, ele não ajuda também viu - rimos-

[...]

– Que lugar é esse? -perguntei-

– Um lugar pra você esfriar a cabeça.

– Hm, adoro cachoeira.

– Eu sei. Então borá se divertir né? - ele tirou a blusa e pulou-

Sorri e fiz a mesma coisa que ele, fiquei com o shorts e com o meu sutiã, ficamos brincando e brincando por um longo tempo. Quando eu estava saindo e escorrego. Depois, não me lembro de absolutamente nada.

Lucas.

Estava querendo tirar a Duda daquele transe que ela estava. Ficamos um tempo brincando e nos divertindo na cachoeira que ali tinha. Quando o tempo passou rápido, já estava escurecendo e ela foi sair, sem querer ela escorregou e caiu. Acho que ela bateu a cabeça e desmaiou. Fui até ela em choque e morrendo de medo, peguei-a e tirei-a da água. O que eu faço agora? Arg Lucas, liga pra emergência seu burro. Isso que eu fiz, liguei pro SAMU e disse o que tinha acontecido. É, espero que eles não demorem. Enquanto esperava o SAMU chegar, fiquei tentando acordá-la, mas nada. Ela estava com a cabeça sangrando por causa da pancada. O que me deixou com muito mais medo. Quando finalmente o SAMU chegou e socorreu-a. Tentava ligar pro Pedro enquanto entrava na ambulância com ela, mas nada dele atender. Er, quando eu preciso daquela pessoa ele me ignora totalmente.

[...]

Chegamos ao hospital e fomos indo direto pra emergência com os médicos e as enfermeiras emburrando a maca que a Duda estava. Cheguei à porta e uma moça me barrou.

– Sinto muito, mas o senhor não pode entrar aqui. - ela disse calmamente-

– Como assim? Eu tenho que saber como ela ta. - disse aflito-

– Ela vai ficar bem. Quaisquer coisas avisarão o senhor.

– Arg! - resmunguei-

Ela deu um sorrisinho sarcástico e saiu de lá. Fiquei esperando e esperando e esperando e esperando e decidi tentar ligar de novo pro Pedro, só que nada dele atender. Que moleque idiota. É a namorada dele que ta ali naquela maca. Então pensei na Ingrid, isso, a Ingrid me atenderia de qualquer jeito.

Ligação

– Hey amor. - ela disse-

– Amor, eu to no hospital.

– O que aconteceu?

– Longa historia. Mas eu to bem, quem ta mal mesmo é a Duda.

– Ain Lucas, pelo amor de Deus, o que houve?

– Longa historia vida, trás o Pedro pra cá e depois eu te explico tudo ta?

– Mas você ta bem? Quer alguma coisa?

– Trás qualquer roupa pra mim e pra Duda.

– Ta, só isso?

– É, e minha carteira.

– Ta, tudo bem. Eu to indo procurar o Pedro.

– Ta, valeu amor.

– Beijos e se cuida.

Fim.

É, acho que a deixei meio aflita. Mas pô meu, até eu to com medo :/

Pedro Lucas.

Duda ainda não tinha chegado desde que a gente brigou/discutiu. To começando a ficar preocupado. Mas uma coisa não saia da minha cabeça. Aquela carta, mas que DROGA Pedro Lucas, ela gosta de você menino, para de ciúmes idiota. Não, não é idiota, e se o menino for melhor do que eu e ela querer me trocar por ele? Eu não ia agüentar isso. Fiquei pensando nisso andando pela cidade de Guarujá, estava nublada a cidade então poucas pessoas passavam por ali. Meu celular não parava de tocar, mas era o Lucas que ligava então provavelmente ele queria saber onde eu tava. Não quero ouvir sermão do melhor amigo da minha namorada. Logo, o celular tocou de novo e como eu tava realmente irritado, atendi.

Ligação.

– Alô?

– Pedro, pelo amor de Deus, volta pra casa agora. - era a Ingrid-

– O que aconteceu?

– A Duda ta no hospital junto com o Lucas.

– Como assim hospital? O que aconteceu?

– Eu não sei de nada, ele não quis falar, mas, por favor, vem pra cá e vamos logo por hospital. -ela chorava-

– Ta, eu já to indo.

– Ta, não demora.

Fim.

A minha cabeça tava girando, minha respiração estava ficando fraca e eu não queria aceitar que a Duda pode estar mal na cama de um hospital (rimou \\õ).

[...]

Cheguei logo em casa, peguei a Ingrid e fomos indo pro hospital. As meninas e os meninos não estavam lá, deveriam ta saindo e se divertindo então fomos só eu e a Ingrid. Quando chegamos lá, eu vi o Lucas sentado com a cabeça abaixada e todo molhado. (mais ou menos molhado).

– O que aconteceu? - perguntei assim que me aproximei dele-

– A gente tava numa cachoeira, e sei lá, acho que ela se desequilibrou e caiu.

– Como ela ta? - Ingrid-

– Não faço ideia :/ - ele parecia triste, abraçou a Ingrid e enterrou sua cabeça nos ombros dela-

Não, isso não pode ser verdade, a MINHA Duda não pode ta mal, ela tem que ser forte, ela tem que voltar pra cá. Eu tenho que saber dela.

[...]

Passaram-se longas horas e a angustia de não saber nada da Duda me consumia, os moleques e as meninas já estavam aqui dando uma força. Quando eu não agüentei mais e parei o primeiro medico que eu vi passando ali.

– Como a Duda ta?

– Maria Eduarda Ferreira?

– Isso, como ela ta?

– O que o senhor é dela?

– Acho que ainda sou o namorado dela.

– Ah sim. Por favor, aguarde um momento. - ele saiu de lá logo-

Arg, aguardar é o que eu menos to querendo fazer. Logo o medico voltou com uma folha na mão e olhando pra ela ele se aproximou de mim.

– Olha eu sinto muito mesmo. Mas o estado dela não é um dos melhores.

– Como assim? O que ela tem? - perguntei aflito-

– O estado da paciente é meio delicado. Ela sofreu uma pancada forte na cabeça e pode perder a memória.

– Não, não deixa isso acontecer, por favor :/

– Se acalme, por favor. Ainda tem mais.

– Mais? O que mais?

– Ela esta em um sono profundo, que pode demorar muito pra acabar. - ele suspirou-

– Tipo coma? - enfraqueci-

– Não é nomeado coma, é um sono que faz a paciente dormir sem acordar. (não sei se isso existe mesmo, mas eu só falei isso, pra não ser nada grave)

Eu mexi a boca pra saber o que falar, não sabia o que falar. Isso não pode ser verdade.

– Não deixa ela morrer doutor, eu preciso dela.

– Faremos o possível jovem.

– Por favor. - não tava acreditando nisso-

– Eu sinto muito mesmo, vamos fazer o possível e o impossível pra salva-la.

– Posso ver ela?

– Só amanha jovem. - ele saiu de lá-

– Que? Como assim só amanha? Não, eu tenho que ver ela, eu tenho que tocá-la. - eu comecei a chorar-

Os meninos vieram até eu perguntar o que havia falado com o medico, me ajudaram muito me apoiando e me acalmando que no momento era o mais importante.