Não Vou Desistir De Você.

Um tempo para esse ciumes todo.


- Desculpa, mas eu sofri um acidente e perdi a memória.

- Serio? - ele me olhou preocupado-

- Sim...

- Nossa, como você ta?

- Agora eu to bem, mas ainda não me lembro de tudo.

- Bom, então eu me apresento de novo... Eu sou o Diego, seu ex-namorado.

Aquele que escreveu a carta? :O

- Você que escreveu aquela carta?

- Desculpa se agi mal... Eu não pude controlar ):

- Eu nem sei o que disser.

- Não precisa disser nada. Que tal a gente deixar o passado no passado e almoçarmos juntos?

- Como amigos?

- Se quiser como colegas de trabalho. - ele sorriu-

Eu ri e disse: Tudo bem. Vamos?

- Claro...

Saímos andando pelo parque até chegarmos num restaurante. Fizemos o pedido e comemos conversando de antigamente quando a gente éramos mais que amigos.

- Eu adorei a carta. Conseguiu fazer um enorme estrago na vida do Pedro.

- Eu sinto muito de verdade, eu nunca pensei que tudo isso fosse acontecer, eu só queria que ele soubesse como cuidar de você, do jeito que você merece.

- Obrigada mesmo. São poucos o que fariam isso por mim.

- É, você é importante pra mim. Mas eu sei que acabou e um dia eu me conformo com isso. - ele olhou no relógio- Ta tarde, vamos?

- Claro.

Ele pagou a conta e foi andando comigo até a casa em que eu e as meninas estávamos. Acho que nessa hora os meninos já teriam chegado a algum tempo. Estava com frio, ventava um pouco forte quando percebi ele colocando o casaco que o mesmo estava em mim.

- Coloca.

- Ah não. E você?

- Eu agüento. Sei o quanto você odeia frio ):

- risos - Incrível isso. Como você me conhece bem.

- A gente namorou por dois anos. Eu sei de cada mania sua. Dos seus gostos, dos seus jeitos, das suas manias...

- Por que acabou?

- Eu tive que me mudar pra São Paulo e eu sei o quanto você odeia namoro a distancia. Eu sabia que em outra cidade não poderia te dar a atenção e carinho que você merece.

Ele abaixou a cabeça, percebi que uma lagrima caiu dos seus olhos.

- Não chora.

- Desculpa - ele levantou a cabeça e enxugou as lagrimas- você deve ta me achando um idiota.

- Que nada, odeio homens... - ele me cortou-

- Machista. - ele terminou-

- Cara como você consegue... - ele me cortou-

- Terminar uma frase pra você?

- risos - Isso me assusta.

- Tudo bem. Parei.

Chegamos à frente da minha casa, entreguei o casaco dele e o abracei como forma de agradecimento. Logo, eu escutei a voz do Pedro me chamando.

- Duda?

- Pedro? - soltei o Diego-

- Duda quem é ele?

- Pedro calma, não é nada disso que você ta pensando.

- Quem é ele Duda?

- Ele é surdo quando eu falo? - Diego-

- Pedro, ele é meu amigo. - eu disse-

- Como você sabe? Não lembra nem da Carla direito.

- Pedro, ele me contou ta?

- E você acreditou?

- Olha gente, desculpa ta? Eu não queria causar isso, mas brigar na rua não né? Eu vou indo Duda, você explica pra ele depois o que aconteceu... Tchau. - ele saiu andando-

Arg mais que raiva. Eu não posso mais ter amigos, eu não posso mais sair sem o Pedro eu não posso mais viver.

- Seu idiota. - falei e entrei correndo pra dentro de casa-

Na verdade, eu tava cansada disso tudo. O Pedro parece não confiar em mim, não me dá espaço pra viver a minha vida. Tava de saco cheio já. Fui por meu quarto, fechei a porta e me deitei na cama. Não me permiti chorar por causa disso. Ciúmes idiota que pode acabar com tudo. Que acabou com tudo. Ouvi ele batendo na porta.

- Sai daqui.

- Abre essa porta, eu quero falar com você.

- Não quero falar com você agora Pedro.

- Se você não abri eu arrombo.

- Boa sorte. - falei-

- meu amor, abre aqui ):

Arg, porque eu não consigo falar não pra ele quando ele me chama de meu amor? Abri a porta e me sentei na cama, dava com a cabeça quente e qualquer coisa errada que ele falar pode ser fatal.

- Eu to cansada Pedro. De verdade.

- Como assim? - ele veio até mim-

- Como assim? Cara você não acredita em mim, não me ouve, não confia. Você é sempre o que ta certo, não ouve nem o que eu tenho pra falar e já sai por ai falando coisas que não tem nada a ver.

- Você não se lembra de tudo. E se ele for qualquer um que quer se aproveitar de você?

- Ele foi o cara quem escreveu a carta.

- Ele é o seu ex?

- É.

- E por quê você saiu com ele?

- Porque ele esbarrou em mim e pediu pra gente almoçar.

- Que idiota.

- Pedro eu to cansada cara.

- Do que?

- De você com essa insegurança toda. Parece que quando eu falo que amo você, você não acredita.

- Para ):

- Para nada, eu quero espaço. Não é porque você é meu namorado que você tem o direito de me controlar. Eu tenho amigos e a minha vida.

- Pensei que quisesse passar a sua vida comigo ):

- Eu quero. Mas não vai ser sempre que você vai ta comigo, do meu lado. E eu vou querer sair com os meus amigos.

- Ele não era seu amigo. É seu ex.

- Qual a diferença? Não posso ser amiga dele?

- Ele gosta de você.

- E quantas vezes eu preciso falar que eu amo você?

- Ele pode te tirar de mim.

- Pedro para ta? Chega eu cansei.

- O que quer disser com isso?

- Que eu quero dar um tempo.

- O que?

- Viver minha vida, rever meus conceitos e pensar. Se for pra gente ficar junto, alguma coisa vai fazer a gente voltar.

- Não faz isso ):

- Eu quero um espaço.

- Duda, eu amo você.

- Eu também amo você. Mas parece que desse jeito não dá dando certo.

- Não faz isso comigo. Olha, desculpa eu...

- Não Pedro. Sai daqui vai, por favor ):

- Duda... Por favor, cara, vamos conversar.

- Não vai adiantar nada a gente conversar agora. Nem se a fada madrinha aparecer com a varinha mágica.

Ele olhou pra baixo, a cara de tristeza dele me matava mais eu tinha que arrumar um jeito de fazer esse ciúme acalmar. Eu precisava dele agora mais do que tudo, só que do jeito que ta, não ta dando. Ele saiu do quarto, uma dor tomou conta de mim e eu já estava chorando. Dessa vez eu não consegui parar e nem me controlar. A idéia de que ele não dormiria do meu lado de noite pra me esquentar me machucava e eu não queria sair daquela cama por nada.

~Pedro Lucas~

Isso não tava conhecendo. Eu não tava perdendo a mulher da minha vida por causa de uma besteira dessas. Cara como eu posso ser tão idiota? Por que eu não consigo controlar esse medo dela nunca mais querer nada comigo e voltar com ele? Tudo o que eu sentia agora era dor, medo e um vazio enorme que só pode ser preenchido por ela. Eu a quero de volta nos meus braços e tem que ser agora. Mas, de nada adianta. Ela não ia voltar comigo agora, ela iria dar uma de forte como sempre. Ok, fui pro outro quarto e deitei na cama, sem nem pensar muito eu apenas dormir.

(...)