Fiquei contando pra ela às coisas que a gente fez enquanto namorávamos. Mesmo tendo sido poucas vezes que passamos juntos. Eu contei das brincadeiras, das ironias, do jeito que eu chamo ela "meu amor", do jeito que ela me chama "minha vida" e logo o tempo passou rápido. Não me esqueci de contar da banda, afinal ela é a vida das meninas e principalmente da Duda.

- Você lembra-se de tudo o que passou comigo?

- Não esqueço um detalhe.

- Foram bastante?

- A gente se conhece desde bem pequeno. Você era da minha escola e nossos pais super amigos. Só que depois, você montou a banda e se mudou por Rio com as meninas e nunca mais nos falamos. Só que eu sempre senti algo forte por você. E por algum motivo, dessa vez a gente se acertou.

Ela sorriu sem graça mais uma vez. Já disse que o sorriso dela é MARAVILHOSO? Pensa você que é minha fã, não acha o meu sorriso bonito? O dela é dez vezes mais.

- Posso te mostrar uma coisa?

- Claro. - ela sorriu-

Peguei meu celular e abri uma pasta. Era só dela, nossas fotos, nossos vídeos. Só de nós dois. http://1.bp.blogspot.com/_jY2IgogqMHo/S7N_FfpCqSI/AAAAAAAAEKg/4fvlqsmqy74/s1600/kiss4.jpg

Mostrei a foto pra ela que viu e sorrio sem graça, os olhos dela brilhava. Tinha muito mais, fotos, vídeos, gif's e etc. Quando acabei de mostrar tudo o que tinha dela no meu celular ela disse: É, pelo jeito você sabia me fazer feliz.

- Eu te amo.

- Eu queria lembrar-me de alguma coisa. Mas de verdade, eu não consigo.

- Não se preocupa. É uma questão de tempo.

Abaixei a cabeça e lagrimas desceram de vagar sobre o meu rosto.

- Hey, não fica assim.

- É difícil pra eu viver isso. Eu passei tantos anos longe do amor da minha vida. Agora ela nem lembra mais de mim.

- Eu vou me lembrar. Eu te prometo. Só me dá um tempo.

- Posso te dar um abraço?

- Claro que sim. -ela sorriu-

Cheguei perto dela e a abracei. Não sentia o perfume dela, mas senti o frio na barriga após minha pele encostar na dela. É, coisas estranhas acontece quando você gosta de alguém.

TOC TOC TOC.

Alguém bateu na porta, me afastei dela, enxuguei minhas lagrimas e abri a porta. Era o medico da Duda.

- Hey mocinha, você precisa descansar.

- Não to cansada.

- Mas mesmo assim, você saiu do "coma" hoje e precisa repousar.

- Arg, eu to bem já. Quero ir pra casa. Se é que eu tenho uma :s

- Você ta com a gente de ferias na minha casa de praia. - eu disse-

- E quando eu saio desse hospital?

- Logo logo. Amanha quem sabe?!

Ela resmungou e fechou a cara, sai do quarto pro medico examinar ela e fui até os meninos e as meninas que estavam na sala de espera.

- E ai? - Ingrid-

- Falei tudo o que deu.

- Falou da banda?

- Falei de tudo um pouco gente. Serio, mas não adiantou nada. Até foto eu mostrei :/

- Fica calmo, as coisas não vão acontecer de uma hora pra outra. A Duda vai sair dessa. - Thomas-

- Eu sei disso. Mas vai demorar :/

- Vamos pra casa né? Hoje o dia foi cheio de emoções e amanhã tem muito mais. - Pedro Lanza-

- Tem razão. Amanhã a gente tenta de novo mostrando mais fotos. - Carla-

- Então borá lá. - Lucas-

[...]

Ok, as horas se passaram tão lentamente que eu pensei que esse dia nunca ia acabar, mas finalmente acabou. Passei o dia inteiro com o povo tentando me animar, pensando na Duda e lembrando da tudo. Quando finalmente era de madrugada, eu arrumei o quarto e fiquei ouvindo umas musicas. Só que não, eu não tava conseguindo dormir de jeito nenhum. Fui pra sala e fiquei assistindo a um filme na TV. Era o preferido da Duda. Ah mano qual é, não tinha mais nada de bom passando. Quando deu umas 03h00min o telefone tocou. Olhei assustado pra ele mais logo atendi.

~Ligação~

- Alô?

- Senhor Pedro Lucas?

- Isso, quem é?

- Aqui é do hospital (qualquerum).

- Ah sim. O que aconteceu?

- A senhorita Maria Eduarda gostaria de ve-lo imediatamente.

- Mas o que aconteceu?

- Não sei lhe disser o que houve. O doutor Cleber só pediu para mim chamá-lo.

- Ta, eu to indo para o hospital agora.

- Tudo bem. Obrigada e desculpe a hora.

~Fim~

Ok, eu fiquei morrendo de medo do que ia acontecer daqui pra frente. Mas respirei fundo, coloquei o telefone no lugar e fui me trocar. Quando eu fui sair, o Thomas desceu as escadas e foi pra sala com a Roberta.

- Vai sair? -Thomas-

- Aham, o hospital me ligou. A Duda quer falar comigo.

- Será que ela se lembrou de alguma coisa? - Roberta-

- Sei lá, a moça não quis me falar.

- Cuidado ta? Qualquer coisa me liga. - Thomas-

- Pode deixar, vou indo pra lá.

- Valeu - Thomas-

Sai da casa de praia e fui indo pro hospital.

~Duda~

Arg, não consegui pregar os olhos. Eu fiquei definitivamente o dia todo olhando pro teto e lembrando-se do que o Pedro me disse. De repente, passou umas coisas em câmera lenta, de um beijo que eu dei no Pedro, dele dormindo comigo, da gente se "declarando" um pro outro e muito mais. Cada coisa passou lentamente na minha cabeça, cada detalhe, cada dia que a gente passou juntos. Mesmo tento sido pouco, eu acho que... Sei lá o que eu acho. Eu me lembrei disso e fiquei querendo ele perto de mim. Lembrei da briga que a gente deve e um medo tremendo de nunca mais ter ele perto de mim me consumiu e eu comecei a chorar.

TOC TOC TOC.

Alguém bateu na porta, me sentei direito na cama e eu pedi pra entrarem. Era o meu medico, ele me viu chorando e falou: O que aconteceu?

- Eu quero falar com o Pedro, o chama pelo amor de Deus. - eu suplique-

- Hey, fique calma, eu vou chamar ele sim. Mas por favor, não chora.

- Chama o Pedro, por favor.

- Sim, eu vou pedi pra chamá-lo, mas fique calma.

Ok Duda, se acalma. O medico já foi chamar o Pedro, respira, para de chorar e espera ele chegar. Ele demorou, muito até. O medico me deu um remédio para me acalmar, com o tempo eu fiquei com sono, meus olhos foram ficando pesado, fiquei olhando pro canto e quando vi, tinha dormido.