Acordando

~Duda.

Não lembro direito do que aconteceu. Eu cai e desmaiei eu acho, estava totalmente longe de mim quando vi luzes fortes tomarem conta da minha visão. Vi muitas pessoas em cima de mim mexendo em algo que provavelmente estaria do meu lado e muitas vozes. Apaguei de novo. Lembro-me de ter acordado dessa vez sem muito barulho, sem muita gente, apenas com a luz forte me incomodando.

- Hey, olha só quem acordou. - ouvi uma voz desconhecida falando-

- Oi. - minha voz estava fraca-

- Como se sente?

- Sem entender nada. Quem é você? O que eu to fazendo aqui? Quem sou eu? :s - muitas e muitas duvidas na minha cabeça-

- Não se lembra de nada?

- Não sei nem o meu nome moça. Só uma coisa que ta na minha cabeça.

- Que é o que?

- L’mnt4.

- Não sabe o que é?

- Não faço a mínima idéia.

Ela suspirou e disse: Você sofreu um acidente e perdeu a memória.

- Serio? Como foi esse acidente? Eu vou ficar assim pra sempre? Como eu vou embora? E a minha casa? Como eu vou comer?

- Calma. Eu vou te explicar tudo ok?

- Tudo bem.

[...]

Ok, pelo o que eu entendi, eu vou ter que ficar nas mãos do menino que me trouxe pra cá.

- Hoje na hora do almoço eles viram de visitar.

- E quando eu saiu daqui?

- Se continuar tão bem quanto agora, logo logo. - ela sorriu-

Retribui o sorriso e fiquei o resto da manhã parada olhando pras paredes e pros tetos daquela sala branca e silenciosa.

Quando era a hora do almoço, me trouxeram comida e eu fiquei comendo. Tava morta de fome, até parece que eu fiquei dias sem comer. Espera... Eu fiquei dias sem comer. Ain que horror, eu não sabia que era tão ruim assim.

[...]

Enfim, depois de comer a comida do hospital, eu fiquei um tempo olhando TV e quando finalmente aquela porta branca abriu, eu fiquei com um medo totalmente descontrolado.

~Pedro~

O medico que cuida da Duda disse que ela acordou que não sofre mais nenhum risco de saúde e que finalmente vai poder ir pra casa. Única coisa que me deixava mal era pensar que ela não iria se lembrar de mim. Das coisas que passamos juntos antigamente... Muito menos da sua banda. Arg Pedro, nada de pensar nisso. Borá lá no quarto dela. Cheguei no hospital e o medico passava pela sala de espera. Assim que viu a gente sorriu e eu logo disse: Ela acordou né?

- Sim. Esta totalmente bem e fora de risco de saudade.

- E ela ta com perda de memória? - Lanza-

- Infelizmente sim. Mas uma coisa que me surpreendeu foi ela lembrar apenas de um nome.

- Que é.. ?

- L’mnt4. Sabem o que é?

- Nossa banda. - Ingrid-

- Então, isso é bom. Significa que a memória dela pode voltar a qualquer instante.

- Podemos vê-la? - Lucas-

- Claro que sim. Sem barulho, por favor. Podem me acompanhar. - ele sorriu-

Olhei pra eles e acompanhei o medico. Fomos pro quarto da Duda e quando chegamos lá, ela estava meio sentada e meio deitada assistindo TV. Assim que a vi acordada e totalmente bem, sorri sem nem perceber. Entramos e ela nos olhou com cara de medo.

- Dudinha olha quem veio de visitar. - o medico disse sorrindo-

- Quem são vocês? - ela perguntou-

- Vou deixar vocês conversando. Licença. - o medico saiu-

- Não se lembra da gente? - Thomas-

- Deveria?

- Não se lembra de nada? Nem da nossa banda? - Ingrid-

- Eu tenho uma banda?

- L’mnt4 - Roberta-

- Só lembro-me desse nome.

- É a nossa banda. - Carla-

- Eu tenho uma banda com vocês todos?

- Só com nós meninas. - Ingrid-

- Hm.

- Demora muito pra memória dela voltar? - eu perguntei pra enfermeira que tava ali-

- Uns três ou quatro meses.

- Meses? Mas e os shows? - Roberta-

- Eu acho que eu sei alguma coisa de alguma musica. - ela disse sem certeza-

- Canta. - Carla-

Ela começou a catar um trecho da musica que fez pra mim. As meninas se olharam estranho e os meninos só observavam.

- Eu nem sabia que essa musica existia. - Roberta-

- É que ela fez essa musica pra mim. - cocei a cabeça sem graça-

- Fiz? - ela perguntou-

- Er... Meninas... Já vimos que a Duda ta bem né? To varado de fome, borá comer alguma coisa? - Lucas-

Sorri pra ele e as meninas concordaram na hora. Logo o Pedro e o Thomas saíram também e a gente ficou sozinhos no quarto.

- Porque eles saíram assim como quem não quer nada?

- Porque eles queriam deixar a gente sozinhos.

- Pra que mesmo?

- Er... Ah, pra gente conversar.

- Sobre o que?

- É que a gente namora. - eu falei meio sem jeito-

Vi o jeito dela me olhar muda completamente depois do que eu disse e ela ficou com um olhar de dor.

- Eu e você?

- É, vai fazer umas três semanas.

- E essa musica é ...

- Você fez no dia em que a gente se "reconciliou"

- Eu nem sei o que falar. - ela parecia chateada-

- Ta doendo cara. É horrível dormir sem sentir o calor do teu corpo.

- Eu não tenho culpa disso ter acontecido.

- Eu sei. A culpa foi um pouco minha também.

- Por quê?

- Depois eu te conto tudo pode ser?

- Claro - ela sorriu-

- Seu sorriso não mudou nada.

Ela abaixou a cabeça e riu. Eu continuei: Nem seu jeito de ficar com vergonha.

Ela soltou um riso e eu disse: Ta vendo essa aliança?

- To. - ela levantou a cabeça-

- Tira ela, por favor?

Ela fez o que eu pedi, tirou a aliança e me deu.

- Olha, meu nome ta aqui dentro.

"Pedro Lucas Munhoz 07/07/2012"

- É você?

Eu tirei minha carteira do bolso da calça, mostrei meu RG pra ela e disse: Só não mostro a certidão de nascimento porque ainda não ando com ela.

Eu fiz ela soltar uma gargalhada linda e gostosa de se ouvir.