Não Sou Nenhum Herói.

Ida ao shopping & Identificar.




POV Ally

Já é quase noite e ainda não sabemos nada do Austin. O Matt ainda não chegou e eu estou a ficar cada vez mais preocupada. Um celular começou a tocar e percebi que era o do Ashton já que ele se levantou e foi até o outro lado da sala atendendo.

Não conseguia perceber do que falava, mas percebia que o assunto era sério e importante. O seu olhar e o seu rosto demonstravam tanto preocupação, choque, tristeza, ele parecia abalado com algo que acabara de ouvir e ao ver isso fiquei um pouco preocupada. E se fosse sobre o Austin? E se lhe aconteceu alguma coisa de grave? E se...

—Ally! - Ouvi o Ashton me chamar, me livrando dos meus pensamentos.

—Sim?

—Era o meu tio!

—E então? Encontraram o Austin? Como é que ele está? - Ele sentou olhando para as mãos. Por favor, que não sejam más noticias.

—O meu tio, ele... ele não encontrou o Austin. - Diz a olhar para mim.

—Como não o encontraram?

—A mota dele estava lá, os capacetes estavam no chão e...

—E o quê? Conta Ashton!

—Sangue!

—O quê?

—O meu tio encontrou sangue no chão. Ele mandou analisar para ter a certeza se é do Austin ou não.

—Para onde é que o terão levado?

—Não sei e isso é o que me preocupa mais. Apesar de ele saber se defender e bem, é muito difícil contra quatro pessoas. O Austin é daquelas pessoas que quando mete uma coisa na cabeça e sabe que a consegue ter ou fazer, ninguém o para.

—Isso é bom e mau.

Nesta situação é mau, pois o Jason sabe muito sobre o Austin e sabe como o provocar e levar até ao ponto de entrar na cabeça dele e ninguém o consegue controlar, ele sabe as palavras e assuntos que deve usar e na situação do Austin não é o melhor.

—Se não tivéssemos ido para aquele parque... a culpa é minha.

—Não Ally, não digas isso. - Diz se sentando do meu lado e me abraçando.

—Mas é verdade. Nós saímos de casa porque o Austin queria me animar e fazer sentir melhor, queria que eu me distraísse e se não fosse por isso não teríamos saído de casa e nada disto teria acontecido.

—Isso não é verdade. O Jason sendo o Jason arranjaria uma outra maneira de fazer isto com o Austin.

—Mas o que o Jason tanto tem contra o Austin? E olha que não é só sobre a Molly, já lá vai um ano e apesar do Jason ter gostado assim tanto dela, não sei porquê, mas acho que é muito mais, muito mais mesmo. - Ele se afasta do abraço olhando para mim.

—Pensando bem, você até pode ter razão. Já lá vai um ano e o Jason quanto muito nunca mais falaria para o Austin. O que ele tem vindo a fazer mostra que é alguma coisa para além do que pensamos. O grande problema é: quanto mais essa alguma coisa é?

—Pouca coisa não é, pois ele não desiste e não deve trabalhar sozinho.

—Temos de descobrir com quem e para quê!

—Será que...?

—O quê?

—Como é que os vossos pais morreram? - Ele olhou para mim confuso.

—Uhm, num acidente de carro, julguei que o Austin já te tinha contado!

—E contou... o que eu quis dizer foi... têm a certeza que foi só o caminhão?

—... eu acho que sim?! O que mais poderia ter sido?

—Não sei, mas e se fosse algo mais? E se... se o alvo principal não fossem os vossos pais, mas sim o Austin?

—Como? O carro era dos nossos pais!

—Eu sei, mas...e se soubessem que o Austin nesse dia ia naquela festa? ... E se por alguma razão, ao saberem que ele ia levar o violão não poderia ir na mota...ou seja teria que ir de carro e o único que tinha era o dos vossos pais?

—Por mais que tenhas razão, porque é que quando os meus pais o foram buscar não lhes aconteceu nada, mas só depois?

—Não faço a mínima ideia, mas porque não se desviaram quando o caminhão foi contra eles?

—Talvez o meu pai não tivesse reparado.

—Não sei, talvez no caminho para lá não aconteceu nada por alguma razão.

—Tenho de falar com o meu tio, talvez ele saiba de alguma coisa sobre este assunto... Agora acho melhor irmos dormir.

—E-eu não posso, não sem saber onde e como o está o Austin.

—Eu também estou preocupado, ele é o meu irmão, já passou por muito e mais do que ninguém, também quero saber como ele está!

—Eu sei, me desculpe.

—Tudo bem, não se preocupe, vem. - Diz me levando até o meu quarto. - Assim que eu ficar a saber de mais alguma coisa te aviso.

—Obrigada. - Agradeço e ele sai. Suspiro e visto o meu pijama me deitando.

O grande problema e o que mais temia aconteceu, não consegui dormir. Por mais que tentasse não dava resultado. Me virava para um lado e depois para outro, mas nada de dormir. Olhei no relógio e eram 03:00am então me levantei e saí do quarto descendo até a cozinha. Peguei um copo do armário e enchi com água bebendo um pouco. Olhei pela janela e vi que o carro de Matt não estava lá fora. Ou seja ele ainda não regressou, o que quer dizer que ainda não encontraram o Austin!

Deixei o copo sobre a mesa e subi até o quarto do Austin. Nunca me senti assim tão preocupada por alguém em um longo tempo, muito menos por um rapaz. Não me orgulho nada do que fazia antes com os meninos, mas bem no fundo acho que não mudaria nada, se mudasse, a minha vida não seria a mesma.

Me deitei sobre a cama dele e acabei por - finalmente - conseguir fechar os olhos e dormir.

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—Ally acorda! - Pareceu ser a voz da Trish, mas como isso seria uma coisa impossível de acontecer ignorei completamente e mantive os meus olhos fechados tentando voltar para o meu sono profundo. - Acorda sua preguiçosa! - Ouvi mais uma vez e esta era totalmente a voz da Trish. Abri os olhos e bem na minha frente estava a Trish, mas como não estava à espera tomei um susto me fazendo gritar.

—Poxa, eu sei que não sou bonita, mas também não precisa se assustar ao me ver!

—Desculpa é que não estava esperando que você estivesse assim na minha frente.

—Muito bem, então agora levanta dessa cama e vai se arranjar.

—Porque?

—Primeiro temos escola e segundo porque esta tarde depois da escola vamos ao shopping lembra?

—Lembro sim. Você é que podia não se lembrar!

—O problema é que eu não esqueço uma ida ao shopping. - Me levantei e olhei para ela me lembrando de algo.

—O que fazes aqui?

—Vim te chamar?!

—Digo em casa do Austin, que eu saiba não são mais amigos.

—Para o Austin podemos não ser, mas apesar de tudo ele é nosso amigo e eu ainda me preocupo com ele, principalmente aquele ruivo chato.

—Mas isso não respondeu à minha pergunta.

—Oh, sim, certo. Eu liguei para você, e depois o Ashton ligou para mim me contando o que estava a acontecer. Aí perguntei se podia vir aqui e ele disse que não havia problema e então aqui estou eu!

—Ok. Vou me arranjar! - Saí do quarto do Austin e antes de entrar no meu quarto, ouvi uma porta fechar e logo depois a Trish está do meu lado.

—Não achei que fosse correto estar no quarto do Austin sem ele estar presente e é bem melhor estar no seu.

—Entre! - Digo abrindo a porta e ela entra. arranjei a roupa e fui para o banheiro. Tomei um banho rápido e voltei para o quarto me vestindo (http://www.denimblog.com/wp-content/uploads/2015/11/laura-marano.jpg )

—Como vão as coisas com o Austin?

—Como assim?

—Como as coisas entre vocês dois?

—Não vão, nós somos só amigos.

—Só amigos? Vocês está brincando?

—Sim, só amigos.

—Não acho que sejam só amigos.

—Pois mas somos e mudando um pouco o assunto...mais cedo ao dizer que você e os outros podiam não ser amigos para o Austin, mas ele seria sempre vosso amigo, acho que não estás a pensar corretamente.

—Como não? Ele deixou de nos falar faz quase um ano, mudou para uma pessoa fria, arrogante e distante faz quase um ano e... por mais que tentemos, não há nada que possamos fazer.

—Vocês pensam exatamente o mesmo! - Digo rindo enquanto descíamos até a cozinha. - Ele pensa que para vocês já não é vosso amigo e que para ele, apesar de tudo continuam a ser amigos dele.

—Nós devíamos de o ter tentado ajudar mais... a única coisa que fizemos foi dizer que tudo iria ficar bem... que isto iria passar... que com o tempo tudo iria melhorar, quando que o que ele precisava mais era de apoio... de alguém que o abraçasse quando mais precisasse... de alguém que estivesse lá sem o criticar ou julgar, sem comentar os seus sentimentos, alguém que apenas o ouvisse...

—Não fiques assim. Ele não pensa que vocês erraram. Ele acha que foi o próprio a errar, acha que ao se afastar vos perdeu como amigos e acredita que nunca o irão perdoar, que estão chateados e magoados com a sua atitude. O que deve ser feito agora é tentarem se aproximar outra vez e voltarem a ser amigos como antigamente. A Mia já voltou e tudo!

—A Mia voltou? A sério?

—Sim, você não sabia?

—Não! ... Como a conheces?

—Umas semanas depois da minha mãe morrer eu e o meu pai nos mudamos para Sidney e lá eu conheci a Mia. Ela foi uma ótima amiga, esteva lá quando mais precisei.

—A tua mãe morreu num acidente de carro não foi? - Apenas assenti. - Por isso é que também compreendes melhor o Austin!

—Nem por isso. Eu não estava no carro com a minha mãe quando ela morreu.

—Sim, essa é a grande diferença... Ele ainda se sente culpado por não os ter conseguido salvar?

—Infelizmente sim.

—Você está a conseguir mudá-lo e para melhor!

—Eu?

—Sim, desde que ele está com você, está menos arrogante, mais sorridente apesar de isso não acontecer muito, menos frio, menos antipático!

—Eu não posso dizer que é verdade pois ele nunca foi antipático comigo. Arrogante e frio? Sim isso já foi, mas não muito.

—Porque será que o Jason o terá levado? - Pergunta assim que saímos de casa. A Trish tinha carro por isso não precisava apanhar o ónibus.

—Não sei. Eu acho que é muito mais do que só vingança por causa do que aconteceu com a Molly.

—Então o Austin te contou!

—Na verdade foi o Sam, mas o Austin também já falou sobre isso!

—O Sam, algumas vezes quando ele e o Austin vêm para a escola ele ainda fala um pouco connosco. Apenas um "Bom dia!" "Como vão as coisas?". Não muito mais!

—Se te contar uma coisa muito importante prometes não contar a ninguém?

—Prometo!

—Ok. Então... O Sam... ele é... meu irmão!

—ELE O QUÊ? - Grita a olhar chocada para mim. Ainda bem que estamos num sinal vermelho.

—É verdade!

—O quê? Mas... mas como?

—Pelo que parece a minha mãe teve um filho -sendo ele o Sam- antes de estar com o meu pai e me ter.

—Mas...eu já vi os pais dele.

—São os pais adotivos.

—Mas porque ele nunca nos contou?

—Porque não sabia!

—E você sabia?

—Não! Fiquei tão chocada quanto você quando descobri.

—Mas e o verdadeiro pai do Sam, sabem quem é?

—Pessoalmente não. Mas antes de ontem eu e o Austin estivemos a procurar no computador informações sobre ele e pelo que parece é um empresário muito conhecido e bem sucedido em Nova Iorque.

—A sério? Mas se ele é bem sucedido porque deixou o Sam?

—Ele foi para lá depois de ter o Sam.

—Oh!

—Eu sei! Chocante! - Digo e então chegámos na escola. - Não estou com disposição nenhuma para estar na escola!

—Eu também não, mas tem de... será que queres ir no shopping agora?

—A-agora? M-mas e a escola?

—Não quero saber da escola e pelo que parece você também não quer, por isso que tal irmos?

—Bom eu também não tenho disposição para ir no shopping... para dizer a verdade hoje não estou com disposição para nada!

—Isso tudo porque você está preocupada com o Austin e ontem prometeu que iria comigo no shopping hoje!

—Eu sei, eu sei. Vamos lá no shopping, talvez assim consiga esquecer os problemas que a minha vida tem neste momento.

—Então vamos lá! - Ela ligou o carro, pois ainda não tínhamos saído de dentro do mesmo, e dirigiu até o shopping.

Quando chegámos é claro que a primeira loja em que fomos foi de roupa, nem eu esperava outra coisa.

Passámos por quase todas as lojas do shopping, até fomos há loja em que trabalho. Ainda que não trabalho no fim-de-semana e na segunda feira, ou seja hoje tenho o dia livre.

A Trish carregava quatro sacos em cada mão e eu tinha dois. Não mais, não graças à Trish porque por ela trazíamos metade das lojas. Íamos nos sentar a comer quando o meu celular começou a tocar, o peguei e vi que era o Ashton e sem perder tempo algum atendi.

Ligação On (Ally/Ashton)

—Oi Ashton, está tudo bem?

—Mais ou menos. Preciso que venhas agora para casa. O meu tio encontrou um dos homens que trabalha provavelmente para o Jason, ele precisa que o identifiques pois se for, estamos próximos de encontrar o Austin!

—A sério?

—Sim, você consegue vir agora?

—Claro que sim. Estarei aí em menos de 15 minutos.

—Ok.

Ligação Off

—Temos de ir!

—O quê? Mas então o que aconteceu?

—Parece que encontraram um dos homens que trabalha para o Jason e eu preciso de o ir identificar, se for mesmo um dos homens que trabalha para ele, estamos próximos de encontrar o Austin!

—A sério?

—Sim. Agora vamos logo! - Digo e caminhámos rapidamente para o carro.

Colocámos os sacos nos bancos detrás do carro e em dez minutos chegámos em casa.

—O Ashton também me contou o que lhe falaste sobre o Jason estar a fazer isto ao Austin não só por vingança e para dizer a verdade, acredito no que você disse. Há algo mais que não sabemos.

—Pelo que depender de mim iremos saber, pois vou fazer questão de descobrir tudo. - Digo e entrámos em casa.

—Oi Ally, ainda bem que chegou! - Diz Matt olhando para mim.

—E então!

—Vem. - Caminhámos até a sala e a mesa estava cheia de papéis. - Eu tenho aqui a imagem do homem que encontrámos, pois precisei de vir a casa e os meus homens estão a interrogá-lo.

—Ok. - Fomos até a mesa e ele entregou-me uma folha com a imagem de um homem.

—E então? É um dos homens que estava com o Jason quando vos atacaram?