Bom Humor. & Fases da Vida

POV Ally

Acordei sentindo braços fortes em volta do meu corpo então decidi abrir os olhos pois era a primeira vez que sentira isto. Olhei em volta e percebi que este não era o meu quarto.

Segui o olhar para o meu lado e vi que era o Austin quem tinha os braços sobre mim. A minha cabeça estava encostada ao peito dele e ao perceber isso senti as minhas bochechas aquecerem. Ontem devo ter adormecido aqui no quarto dele, mas porque ele não me acordou?

Tentei me levantar pois precisava ir ao banheiro e estava a morrer de fome, mas foi em vão. Quando tentei mover os braços do Austin de volta de mim, ele se remexeu e me chegou para mais perto do seu corpo. Oh boa! Respirei fundo e com muito mais cuidado movi um braço de cada vez de fora de mim e quando finalmente consegui, levantei rapidamente da cama antes que ele me voltasse a prender.ui no banheiro, fiz as minhas necessidades e quando voltei a entrar no quarto o Austin estava a acordar.

—Bom dia! - Digo me aproximando dele e me sentando na cama.

—Bom dia! - Diz se sentando.

—Porque não me acordou ontem?

—Porque você merecia descansar!

—Pois, mas agora estou a morrer de fome! - Ele riu revirando os olhos.

—Muito bem, então vai tomar banho, te arranjar que eu preparo o café da manhã para depois sairmos!

—Onde?

—Depois verás.

—Aww, vá lá, diz onde vamos. - Ele negou com a cabeça e eu bufei cruzando os braços como uma criança de 5 anos emburrada.

—Quanto mais tempo demorares para te despachar, mais tempo irás demorar para saber onde vamos! - Diz se levantando e pegando a roupa.

—Está bem! - Resmungo. Ele ri e eu reviro os olhos. Às vezes eu sou assim quando acordo. - Ah, já agora, prefiro quando você está assim, mais alegre e simpático. - Digo antes de abrir a porta do quarto e antes de sair ainda o ouvi dizer "Isso é porque hoje estou feliz e com bom humor, se dê por sortuda!"

Ri com isso e fui para o meu quarto. É verdade acho que já estou entregue a esta família que também me sinto em casa e já sinto este como o meu quarto e tenho a certeza que vai ser por um longo tempo, mas no final do mês irei pagar por ter ficado aqui.

Suspirei e fui para o banheiro, tomando banho de seguida. Como o Austin ainda iria preparar o café da manhã, decidi ficar mais um pouco no banho e isso soube muito bem, deu para o meus músculos relaxarem mais e parecia que todo o peso que tinha nos ombros tinha ido com a água. Quando enfim terminei, sai do banheiro indo para o meu quarto e me vesti (http://www.gotceleb.com/wp-content/uploads/photos/laura-marano/in-jeans-at-central-park-in-nyc/Laura-Marano-in-Jeans--06.jpg )

Depois de arranjada, desci até a cozinha e mesmo antes de entrar senti o belo cheiro de comida, panquecas, ovos mexidos, várias coisas que nem conseguia distinguir. Entrei então na cozinha, encontrando o Austin já preparado (http://media.gettyimages.com/photos/ross-lynch-stars-as-austin-on-disney-channels-austin-ally-picture-id461921392 ) e a colocar o comer na mesa.

—Cheira bem!

—Ainda bem. Isso são sinais de que está bom.

—Agora só falta saborear.

—E assim o faremos. - Diz se sentando assim como eu e começámos a comer.

—O teu tio e o Ash?

—O meu tio foi trabalhar, pois apesar de ser fim de semana, não tem descanso e o Ash acho que saiu com a Mia.

—A sério? Interessante! Onde e o que será que eles foram fazer?

—Não sei, mas acho que foram ver as novidades por aí, pois apesar de a Mia já ter vivido aqui, desde que ela saiu inventaram e existem lugares novos.

—Ok, e nós, onde vamos, é a um desses lugares novos?

—Bom, mais ou menos nós... - Ele suspirou rindo. - Você quase conseguiu!

—Oh, estava quase! - Digo rindo.

—Só por causa disso você não vai mesmo saber!

—Até parece que você me ia mesmo dizer!

—Só por acaso eu até que ia!

—Que mentira!

—É verdade, você tem razão. - Ri . - Pela primeira vez!

—Hey! - Digo lhe dando um tapa no braço e ele riu. É bom de o ver assim, de bom humor, feliz, a rir e não com aquele mau humor, aquela frieza e arrogância que ele tem e usa para afastar as pessoas.

Quando terminámos de comer saímos de casa e ele me entregou o capacete, colocando de seguida o dele e eu segui o seu exemplo. Subimos para a mota e assim começamos a nossa viagem para onde quer que fossemos.

Olhei para o céu, sabendo que não iria ser respondida se perguntasse mais uma vez onde íamos e vi o sol brilhar quase no centro, o céu claro sem nuvens, os pássaros a voar livremente, o que me fez pensar que queria fazer o mesmo. Voar livremente pelo céu, sem que nada nem ninguém me pudesse parar ou fazer mal. Era só eu.

Olhei para o Austin e mesmo estando atrás dele conseguia ver o seu rosto e percebi que ele tinha um pequeno sorriso, apertei um pouco mais os braços em volta do seu peito e encostei a minha cabeça nas suas costas fechando os olhos. Conseguia sentir a sua respiração calma e consecutiva, quase sentia o seu coração.

—Ally! - Ouvi o Austin me chamar e então abri os olhos o vendo olhar para mim. - Podes me soltar? - Pergunta rindo e eu sinto as minhas bochechas começarem a ferver. Soltei os meus braços de volta dele e percebi que já havíamos chegado.

—Peço desculpa!

—Não tem mal! Estavas com medo de cair?

—Não! Eu estava só...bom eu...eu queria só aproveitar e sentir o vento.

—Tudo bem! - Diz e eu entreguei o capacete. Ele guardou e começou a caminhar em direção ao local onde iríamos.

—Nesta altura esta praia é muito calma e é muito bom para descontrair!

—Você vem aqui quando tem problemas? - Pergunto enquanto andávamos calmamente até à beira do mar.

—Pode dizer-se que sim, como é sempre calmo e tranquilo, dá para pensar e isso é bom.

—Eu não sou uma pessoa que adoro praia, mas é sempre bom estar tranquila quando mais precisamos.

—Eu sei, mas é ainda mais bonito quando te sentas perto do mar e observas o sol se por calmamente no horizonte. A forma como o céu azul muda para tons laranjas avermelhados com os reflexos, em como tudo isso torna o local e a visão maravilhosamente perfeitos. - Diz olhando para o mar.

—Vamos ficar para o pôr do sol?

—Talvez! Vem! - Diz segurando a minha mão e fomos para perto do mar nos sentando na areia. - Volto já! - Diz soltando a minha, que ainda estava dada com a sua e se levanta caminhando não sei para onde.

Se o resto do dia for todo assim, vai correr super bem e eu vou ficar e me sentir melhor. O Austin tem feito tanto por mim. Primeiro salvou-me naquele dia, no beco; depois acolheu-me em sua casa mesmo nós nos conhecendo à apenas uma semana, se tanto; depois salvou-me mais uma vez do Jason, sendo atacado e ficando mal e agora tem me animado e feito de tudo para me sentir bem. Nem sei com um dia lhe irei agradecer.

Olhei para trás na direção onde o Austin havia ido e o vi com uma cesta na mão e um pequeno sorriso no rosto. É bom de o ver sorrir. São poucos os momentos em que isso acontece.

—Ainda não sei o teu comer preferido, mas espero não ter trazido algo que sejas alérgica ou que não gostes!

—Não te preocupes, não sou uma pessoa esquisita em termos de comida. É claro que tenho as minhas comidas preferidas e acho que não sou alérgica a nada. - Ri.

—Ainda bem! - Ele sentou-se do meu lado, pegou uma pequena toalha e a pousou no chão em nossa frente, começando a tirar algumas coisas de dentro da cesta e claro tinham panquecas dentro!

—E as panquecas não podiam faltar certo?

—Mais que certo! E ouvi dizer que adoras pickles, é verdade? - Pergunta levantando um frasco de pickles.

—Pickles! - Digo pegando o frasco da sua mão.

—Ainda bem que acreditei!

—Quem te contou?

—Não vou dizer!

—Mas... - Fui interrompida pelo meu celular tocar. Peguei e vi que era a Trish.

Ligação On (Ally/ Trish)

—Oi!

—Oi Ally!

—Tudo bem?

—Sim, só queria saber se queres sair?

—Bom, hoje não vai dar, mas eu prometo que amanhã depois da escola vou com você ao shopping!

—A sério?

—Sim! — Ri.

—Boa!...Já agora, porque não podes vir?

—Estou ocupada!

—Com...?

—Amanhã falamos ok?

—Amanhã e vou querer saber tudo!

—Tudo bem! Até amanhã!

—Até.

Ligação Off

—O que ela queria?

—Perguntar se eu queria sair!

—Oh... Se quiser não precisamos ficar aqui o dia todo e mais logo podes sair com ela!

—Não, nem pensar. Hoje somos nós os dois. Amanhã vou com ela ao shopping, apesar de não ser muito o meu estilo.

—Então porque vai?

—Porque a Trish já me vem a pedir para irmos ao shopping há quase uma semana!

—Ela, a Mia e a Molly passavam uma vez por semana um dia inteiro no shopping!

—A sério?

—Yep! O pior é que tínhamos de ir com elas! - Ri pela careta que ele fez. - Não tem graça.

—Tem sim!

—Vamos comer! - Diz pegando uma panqueca e a comendo.

Peguei uma fatia de bolo e comi. Era de laranja e era muito bom devo desde já dizer. Olhei para o Austin e sorri. Ele comia a panqueca como se fosse a coisa mais deliciosa e ao mesmo tempo delicado do mundo. Já tinha ouvido o Ashton e o tio deles comentarem sobre o Austin e as panquecas, é como se fossem os melhores amigos, apesar de ele as "devorar".

—O que foi? Tenho alguma coisa na cara? - Pergunta passando as mãos pela cara.

—Não não!

—Então porque estavas a olhar assim para mim?

—Nada de especial.

—Fala!

—É só que, é a primeira vez que tenho um rapaz assim! - Ele olhou para mim confuso.

—Assim como?

—Estar comigo por se preocupar e ser meu amigo, e não por estar interessado em mim e no meu corpo! - Digo. Apesar de não lhe ter contado o que estava a pensar naquele momento, o que disse havia sido uma coisa que já me tinha passado pela cabeça.

—Oh! ... Os rapazes eram todos assim? Digo só interessados em você por causa do seu corpo?

—Quase todos. Eu sei que essa não foi a melhor fase na minha vida, mas aconteceu e não há como voltar atrás.

—Todos têm os seus maus momentos e piores fases na vida!

—Qual era?

—O quê?

—Você hoje não está muito inteligente pois não? - Ri e ele me olhou feio- Mas continuando, qual a pior fase na tua vida? - Ela olhou para baixo.

—Eu preferia não falar sobre isso!

—Então, eu falei sobre mim, agora é a tua vez!

—Eu sei, mas não pode ser sobre outra coisa?

—Não! Eu já te contei praticamente tudo sobre mim agora é a tua vez!

—A minha vida não tem nada de interessante!

—Por favor Austin. Hoje é suposto ser o meu dia certo?

—Certo! - Responde olhando para mim.

—Então eu quero saber! - Ele suspirou.

—É esta...Esta é a pior fase da minha vida! Primeiro, os meus pais não aceitam a minha opção pela música, depois... quando mostro a todos o meu talento e eles aparecem lá e depois... - Ele para e olha para baixo. Cheguei para perto dele e passei os meus braços por volta dele o abraçando. - Todos os dias antes de me deitar desejo acordar na manhã seguinte e perceber que tudo isto não passou de um sonho, desejo encontrar a minha mãe a preparar o café da manhã, o meu pai me ir chamar para ir para a escola, mas isso não acontece, por minha culpa! - A sua voz saiu fraca e percebi que mais valia ter ficado calada. Não o devia ter "forçado" a falar. - Devia ter sido eu e não eles. Eles não mereciam!

—Não fales assim! Nada disto foi culpa tua e muito menos dizer que devia ter ido você em vez deles!

—Mas é verdade! Eu não consigo suportar mais esta dor. Ele morreram por minha culpa e não fui só eu que os perdi, o meu irmão e o meu tio também os perderam e tudo por minha culpa!

—Não Austin, não havia nada que você pudesse ter feito! Nada! E não penses que teres ido no lugar deles facilitava as coisas!

—Como não? - Pergunta se afastando do abraço e olhando para mim.

—Porque eles perderiam um filho não podendo fazer nada para mudar isso. Perderiam um irmão e sobrinho. Eles também se iriam sentir culpados por não te ter salvo, por não te terem protegido, por não te darem a vida que querias.

—Isso não me vai deixar de fazer sentir culpado. Mas já chega desta conversa, hoje é suposto ser um dia descontraído e não para pensar em coisas tristes. - Diz limpando a lágrima que escorria pelo seu rosto. - Ainda temos muitos outros lugares para onde ir!

—Oh sim? E onde são?

—Primeiro vamos a um parque e depois saberás!

—Bom, pelo menos já sei um dos sítios. - Digo o ajudando a arrumar as coisas na cesta.

Depois de tudo arrumado, voltámos para a mota e ele dirigiu até o parque e apesar de não ter ninguém, era lindo (http://3.bp.blogspot.com/-X7QzB86FK4Q/UJnBaYRiAZI/AAAAAAAABH8/qp06cmxi77I/s1600/Matheson+Hammock+Park+miami.jpg )

—Uau, isto é tão lindo aqui!

—Eu sei, por isso que te trouxe. - Começámos a caminhar, quando de repente me seguram no braço e empurram o Austin o fazendo cair no chão. - Mas o que...Jason! - Diz se levantando e olhando para o Jason.

—Oi Austin!

—O que você quer?

—Nada de especial. Não sabia que os morcegos saíam da sua toca durante o dia, mas à sempre uma primeira vez para tudo!

—Vamos Ally. - Diz segurando a minha mão e afastando a do homem que segurava o meu braço, me levando com ele.

—Onde pensam que vão? - Pergunta o Jason parando na nossa frente com três homens ao seu lado.

—Para longe de você! - Diz tentando passar por eles, mas não conseguiu.

—Vocês não vão a lado nenhum! - Diz arregaçando as mangas da blusa até os cotovelos.

—Quando eu disser você vai correr até casa sem olhar para trás! - Sussurra.

—Então e você?

—Não te preocupes comigo e faz o que te disse! Não pares até chegares em casa, tranca as portas e não te preocupes comigo! Eu sei me defender e não quero que te magoem!

—Eu não posso fazer isso! Não te posso deixar!

—Podes e vais fazer! Por mim Ally!

—E-está bem! - O Jason começou a se aproximar de nós assim como os outros homens.

—Vai! - Diz o Austin e eu comecei a correr em direção a casa, mesmo não tendo a certeza para onde era. Olhei para trás e vi que um dos homens vinha atrás de mim. Olhei mais para o fundo e vi que o Austin lutava contra o Jason e os outros dois.

Olhei para a frente e corri mais rápido tentando não pensar no que poderá acontecer com o Austin. Três contra um não é nada bom, mesmo que ele se saiba defender.

Já estava a ficar cansada quando vi um táxi se aproximar de mim e mandei parar. Entrei rapidamente e dei a morada da casa do Austin. O homem que vinha atrás de mim, ficou para trás e apesar da sorte que tive em o táxi aparecer e por assim ele já não me estar a perseguir. Ele de certeza que vai voltar para onde estávamos e agora vão ser quatro contra um.

Me encostei no banco do carro e respirei fundo tentando não pensar no pior que pode acontecer. Não o devia ter deixado. Mas que estúpida que sou!

—Menina?! - Ouvi o senhor falar e olhei para ele. - Já chegámos! - Diz e eu assenti. Paguei e corri rapidamente para dentro de casa. Tranquei a porta e me sentei no sofá!

—Está tudo bem? - Ouvi alguém perguntar e vi que era o tio do Austin.

—Nem por isso!

—Onde está o Austin? - E agora? O que digo? - O que está a acontecer?

—Nós estávamos...nós estávamos num parque quando o Jason e mais três homens vieram ter connosco...eles não nos deixavam vir embora e então o Austin disse que quando ele dissesse era para eu correr e vir para casa, e foi isso que fiz!

—E ele ficou para trás?

—S-sim. E-eu sei q-que ele se sabe defender, mas...mas eles são quatro e ele é só um. Tem de fazer alguma coisa!

—Em que parque estavam? - Pergunta pegando as chaves que calculo que fossem do carro.

—E-era um parque q-que parecia uma p-praia.

—Já sei qual é! Eu vou buscá-lo e você fica aqui!

—E-eu não posso ficar aqui!

—Podes e vais ficar Ally. - Diz e eu não discordei. Quando ele estava a sair o Ashton chegou a casa e claro perguntou onde o tio ia.

—Vou buscar o teu irmão, fica com a Ally.

O Ashton assentiu e veio se sentar ao meu lado perguntando o que aconteceu e eu contei tudo.

Só espero que o Matt encontre o Austin e que ele esteja bem!