POV Ally

Finalmente toda a verdade foi descoberta. Ninguém tem de se esconder. Não mais! Pensei que iriam reagir de maneira diferente. Pensei que seria pior, mas, felizmente, correu tudo bem. Todos compreenderam e agora estamos bem. Eu e o Austin já contámos que estamos juntos e ficaram todos felizes por nós.

Nunca estive tão feliz em toda a minha vida. Estar com o Austin é o melhor que me podia acontecer, apesar de todos os problemas que aparecem pelo caminho. Ele tem me ajudado tanto. Nunca lhe poderei agradecer o suficiente por tudo o que ele já fez por mim.

É bom estar com ele. Me sinto segura quando os seus braços me envolvem num abraço reconfortante, com os nossos corpos bem perto. É incrível quando os nossos lábios se juntam e tudo à nossa volta parece desaparecer.

—Ally! - Ouvi e olhei para a pessoa que me chamou.

—Sim?

—Está tudo bem? No que tanto pensavas?

—Está sim e nem nada de especial. - Sorri e o Austin passou o braços em volta de mim puxando o meu corpo para mais perto do seu.

—Vocês são tão fofos! - Ouvi a Mia e ri.

—Então e vocês? - Eles olham um para o outro, depois para nós e de volta um para o outro.

—O que tem?

—Como estão?

—Estamos bem! - Responde o Ashton confuso pela minha pergunta.

—Bom saber!

—Gosto muito de ficar aqui a conversar com vocês mas vou fazer o jantar. - Diz o Matt se levantando e foi para a cozinha.

—Achas que ele ficou chateado com todo este problema? - Pergunta o Austin e eu segurei a sua mão.

—Não sei. Mas eu acho que ele entendeu o porquê de não teres contado. Deve ser porque ele está cansado. Esta semana toda ele mal estava em casa.

—Espero que seja mesmo isso.

—E como correu a conversa com o Sam?

—Nós conseguimos com que ele fosse ver o pai. Foi difícil, mas conseguimos. Ele estava com medo de o conhecer e que o pai não gostaria dele.

—E como correu o encontro com o pai?

—Ainda não sabemos. O Sam foi se encontrar com ele esta tarde e até agora ainda não nos disse nada.

—Temos de esperar por amanhã?

—Sim, mas acho que vai ser bom. Assim ele tem tempo para pensar no que aconteceu e no que falaram. A Lucy também está lá se ele precisar de falar.

—E as coisas com o Dez como ficaram? - Olhei para o Austin também querendo saber.

—Eu fui ter com ele para falarmos e, felizmente, está tudo bem.

—Sei que nunca deixaram de o ser, mas temos os melhores amigos de volta?

—É claro que temos! E acho que é bom o ter de volta.

—Ele nunca esteve fora.

—Eu sei, mas ...agora estamos bem e pronto.

—Do jeito que estão a falar até parece que têm alguma coisa. - Diz a Mia e eu ri.

—Eww. Não. Ele é meu melhor amigo e eu tenho a Ally! - Diz me segurando e colando os nossos corpos os deixando bem juntinhos.

—Vejo que sim e é bom você a tratar bem!

—Hey! Porque estão todos contra mim? Já não basta o Sam? Eu sou responsável está bem. Eu eu gosto muito da Ally. Seria incapaz de a magoar. Mas que raio de melhores amigos que eu fui arranjar!

—O Sam também diz o mesmo. Bom saber que tenho aliados! E apesar de sermos melhores amigos não quer dizer que eu não proteja a minha amiga.

—Não quero mais saber de vocês! - Diz emburrado, cruzando os braços. Começámos a rir.

—E o aviso também serve para você Ally. - O Austin começa a rir e eu revirei os olhos.

—Até parece não é? Porque iria magoar o Austin? Ele já fez tanto por mim e já me salvou tantas vezes. Eu gosto muito dele. - Repito as suas palavras sorrindo e coloco a minha cabeça no seu ombro.

—Não sei porquê, mas estou me sentindo a mais! - Diz o Ashton se levantando. - Vou para a cozinha.

—Eu vou com você! - Diz a Mia e eles foram para a cozinha.

—O que o Sam falou com você sobre nós dois?

—Nada de especial. Só o mesmo que a Mia e que ele sendo irmão mais velho não queria saber que somos amigos! - Comecei a rir imaginando a cena. - Não é nada engraçado!

—É sim.

—Não é nada. Queria ver se fosse ao contrário!

—Acho isso difícil de acontecer, mas seria engraçado na mesma!

—Porque falou aquilo?

—Aquilo o quê?

—Sobre eu já te ter ajudado muito.

—Eu não disse isso assim e só o disse porque é verdade. Se estou aqui hoje é porque você me ajudou e salvou.

—Eu não sou nenhum herói Ally. Já falei isso antes e vou voltar a falar. Só o fiz porque tinha de o fazer e sabia que havia algo em você. Sabia que tinha de te proteger e estou feliz que o fiz. - Fala segurando a minha cintura.

—Ah sim? E porque ficas assim tão feliz?

—Porque estou feliz com você pequena.

—Eu também estou feliz com você gigante! - Rimos e o beijei. Não um beijo rápido, mas sim lento e necessitado. - O que vamos fazer amanhã? Já não precisamos ficar fechados em casa.

—Não acho que seja bom sairmos, mas já que todos descobriram a verdade posso sair. Eu quero falar com os pais das crianças a quem dou aulas de música. Tenho explicações a dar e compensar ter estado todo este tempo sem lhes dar aulas. Já tenho saudades.

—Acredito. Eu também não tenho ido trabalhar na loja de música, de certeza que estou despedida.

—Se você quiser podemos ir lá e eu explico o que aconteceu.

—Não. Tudo bem. Eu vou sozinha e se estiver despedida arranja outro emprego.

—De certeza?

—Absoluta. Não te preocupes!

—É meu dever me preocupar. Você já devia saber! - Apenas ri e o abracei.

—É tão bom estar assim!

—Eu sei. Infelizmente não podemos ficar assim para sempre.

—Infelizmente não, mas podemos ficar assim por agora o que já é bom. - Me aconchego mais nos seus braços que agora estavam em volta do meu corpo.

—Como achas que correram as coisas com o Sam e o pai?

—Não sei. Espero que tenham corrido bem. Ainda não acredito que o Jack nunca soube sobre o Sam. Coitado. Todos estes anos a procurar pelo filho e só 19 anos depois é que o encontra! Seria muito mau não se entenderem.

—Seria sim. Apesar do Sam não o querer ir ver no começo, sei que ele estava ansioso para o conhecer. Para saber o porquê de o terem deixado e saber sobre o pai. Ele quer uma família que não o deixe para trás. Por isso é que ele também não o queria ver, tinha medo de o conhecer e então ia ser deixado novamente.

—Por isso é que ele fico feliz por eu ser sua irmã e por isso é que me aceitou tão bem. Ele sabia que eu não ia embora. Sabia que podia contar comigo.

—Também.

—Também?

—Sim. É difícil alguém não gostar de você.

—Obrigada.

—É a verdade, mas só eu posso ter você.

—Só você e mais ninguém. Não precisas te preocupar com isso.

—Eu sei que não. Onde você iria encontrar outra pessoa como eu?

—Que convencido!

—É a minha especialidade. - Apenas ri. - Onde queres ir amanhã?

—Não sei. Podemos ir dar uma volta a qualquer lado. Ir ao cinema ou algo parecido.

—Gostei da ideia do cinema, mas dar uma volta a qualquer lado é melhor para estarmos juntos!

—É verdade, mas e onde seria esse qualquer lado?

—Não sei. Você pode escolher. Da última vez que o fiz não correu lá muito bem!

—Se for para isso prefiro ficar aqui em casa! É isso. Ficamos aqui. Não precisamos sair para estarmos juntos!

—Então pequena? Porquê essa mudança repentina de opinião?

—Não quero que aconteça o mesmo que aconteceu da última vez porque sei que se isso acontecer você pode nunca mais voltar. E se voltar será muito, mas muitos pior que da outra vez.

—Não vai acontecer nada. Esqueceu que agora temos o segurança?

—Sim esqueci porque o única segurança que temos é o da casa!

—É verdade. Tenho de falar com o meu tio sobre isso. - Diz começando a se levantar mas eu não o deixei.

—Não agora! - Ele riu assentindo e passando, novamente, os seus fortes braços em volta de mim.

—Preguiçosa!

—Preguiçosa nada.Só quero passar tempo com o meu namorado. É tão bom estar envolvida nos seus braços.

—É?

—Uhm uhm!

—Bom saber disso! - Ri e ele se encostou no sofá. Encostei a minha cabeça no seu peito e fiquei a ouvir o bater do seu coração. - Está acelerado por sua culpa. É o que você faz comigo! - Sorri e olhei para ele.

—Que exagerado!

—Não estou a exagerar. Estou a ser sincero! Desde que te vi pela primeira vez depois de esbarrarmos um contra o outro na escola e você deixar o seu livro para trás. Desde que te ajudei com o armário e desde esse dia até hoje, quando estou com você o meu coração bate assim. Acelerada e descontroladamente.

—Aww. Você é um fofo!

—Eu sei que sim pequena. Por isso é que você gosta de mim.

—E o convencido está de volta para estragar o momento.

—Sempre! Mas você não confirmou se é por eu ser fofo que gosta de mim ou não.

—Em parte sim. Eu gosto de você por muitas coisas... E antes que você me pergunte quais são vou já dizer que é melhor não o fazer pois a lista é longa e ficaríamos aqui toda a noite.

—Bom saber que você gosta assim tanto de mim, melhor ainda saber que o porquê tem uma lista longa.

—Hey criaturas! - Diz o Ashton vindo até nós.

—Você é que é criatura! - Diz o Austin e eu me soltei dele.

—Obrigada pelo elogio, mas se você não se lembra somos irmãos, ou seja, você é igual a mim. Então se eu sou uma criatura você também é!

—Eu digo o mesmo!

—Então estamos entendidos! Vamos jantar!

—Então vamos porque eu estou a morrer de fome! - Nos levantámos e fomos para a cozinha onde o Matt e a Mia se encontravam, já à mesa a colocar o comer nos pratos.

—E você que não estivesse não é?

—Você não entende Ashton, o Austin está em fase de crescimento! - Me junto à conversa rindo assim como o Ashton, o Matt e a Mia.

—Hey! Era suposto você me ajudar!

—Impossível. Ele tem razão!

—Não tem nada.

—Tem sim. Você está sempre com fome.

—Não estou nada. - Olhei para ele assim como os outros. - Pronto está bem. Às vezes estou com fome, mas não sempre!

—E quando é que você não está com fome? - Pergunto.

—Quando estou com você ou a dormir! E nem pensem em dizer que é mentira porque eu não quero saber! - Diz colocando um pedaço de massa na boca para não poder falar mais.

—Que infantil caro irmão!

—É melhor você estar calado porque você também era assim!

—Quando eu era mais novo e estava sim, em fase de crescimento e precisava de me alimentar. Você é assim desde que saiu da barriga da mãe! E mesmo assim ela estava sempre a comer por sua culpa!

—Eu pelo menos não durmo babando!

—Eu não faço isso!

—Faz sim! - E a discussão sobre quem faz o quê continuou até o fim do jantar e apesar de se ter tornado um pouco irritante por não se calarem até que foi engraçado.

—Eu tenho de ir, mas nos vemos amanhã! - Diz a Mia se levantando.

—Nem pensar. Já está tarde. Você pode ficar. Eu posso te levar amanhã.

—Não...

—Nem tentes argumentar Mia. Eu concordo com o Ash.

—Acho melhor você ficar, hoje foi a primeira vez que concordaram em algo.

—Acho que isso deve ser comemorado.

—Exageradas! - Dizem ao mesmo tempo e nós começámos a rir.

—Parece que estamos certas. Você pode dormir no meu quarto. Eu não me importo. Até te posso emprestar um dos meus pijamas.

—Viu só. Está feito. Você fica e pronto! - Diz o Ashton e a Mia assentiu.

—Tudo bem.

—Estou a gostar de estar aqui com vocês, mas estou cansado e preciso de dormir.

—Espere tio. - Diz o Austin antes que o Matt se pudesse levantar. - Eu quero saber se nos pode arranjar um segurança.

—Nos dar um segurança?

—Sim. Para todos nós. Eu sei que o Jason vos deve estar a vigiar a todos para tentar descobrir se sabem onde estou e assim que eu sair amanhã, se ele estiver mesmo a vigiar vai tentar nos atacar novamente.

—Ok. Amanhã irei tratar disso. Até vos arranjar um segurança ou pelo menos tentar arranjar um tenham cuidado!

—Nós vamos ter!

—Ótimo e quando vão voltar à escola?

—Não sei, talvez para a semana já que já estamos no fim de esta semana.

—Ok. Eu já liguei para o trabalho a avisar que não é preciso continuarem com as buscas. - O Austin assentiu e ele se levantou, dizendo que ia dormir. O Austin se levantou logo depois e o parou a meio do caminho até as escadas.

—Eu queria pedir desculpa mais uma vez. Por não ter contado a verdade. Eu se que estava preocupado.

—Eu estava Austin. Estava muito, mas não te preocupes, entendo porque não contaste. Não é preciso te desculpares.

—É sim. Sei que ficou magoado por não ter dito nada.

—Fiquei um pouco porque pensei que você confiava em mim, mas eu entendo ok. Isso é o mais importante. - Diz e os dois se abraçaram. - Não se vão deitar tarde!

—Não se preocupe! - Ele subiu e o Austin voltou para perto de nós.

—Vamos? - Pergunta olhando para mim.

—Vamos onde?

—Dormir! - Diz desviando o olhar para o Ashton e a Mia.

—Oh. Certo. Vamos! - Me levantei rapidamente e subimos até o meu quarto.

—Já vou voltar para o meu quarto! - Diz sorridente e eu também sorri.

—Vou vestir o meu pijama. Já volto! - Digo pegando o meu pijama e indo até o banheiro para me trocar. Depois do pijama vestido saí do banheiro e o Austin estava a conversar com a Mia.

—Bom. Eu vou dormir.

—Dorme bem! - Digo beijando os seus lábios de leve e ele segurou o meu rosto.

—Durmo se tiver um beijo decente! - Ri e o beijei decentemente, como ele queria.

—Está bom assim?

—Para ser sincero não. Preferia adormecer com os seus beijos, mas já é bom este beijo. - Revirei os olhos e peguei um pijama para a Mia.

—Chega de tanto amor. Fora daqui. Vai dormir! - Diz a Mia empurrando o Austin para fora do quarto. - Amanhã podem partilhar todos os beijos que quiserem. Não quero ver vocês todos melosos na minha frente. Ainda por mais eu estou a morrer de sono.

—Está explicado esse ato repentino. - Diz o Austin rindo. - Você é uma peste quando está com sono. - Ele se aproximou de mim me roubando um selinho e saiu do quarto correndo.

—Este garoto é louco! E você está louca por ele.

—Como não estar?

—Quero saber de tudo sobre vocês. À pouco só contaram que estão namorando e pouco mais.

—Também não há muito mais para contar.

—Vou vesti o meu pijama enquanto você pensa bem se tem ou não mais para me contar! - Diz vestindo o pijama. - E antes que pense, não. Eu não estou com sono, só mandei o Austin embora porque queria saber de tudo! - Ri e nos deitámos.

Contei tudo o que ela queria saber e depois de toda a nossa conversa ela acabou por adormecer, mas eu não conseguia dormir. Qualquer tipo de barulho me incomodava e nenhuma posição, para que mudava, me agradava.

Então ouvi o meu celular tocar, felizmente o som estava baixo, e quando olhei para a tela vi que era o Austin. Achei estranho mas atendi na mesma.

Ligação On (Austin/Ally)

Porque me está ligando?

Não consigo dormir e queria saber se também estava acordada.

E como eu atendi você teve a sua resposta.

Correto!

E agora que sabe que estou acordada o que pretende fazer?

Não sei. Podemos conversar até adormecermos.

Isto é ridículo e engraçado. Nós estamos praticamente um ao lado do outro a falar no celular.

Eu sei. E se você me vier fazer companhia?

E porque eu faria isso?

Porque é muito gentil e uma boa namorada!

A sua sorte é que sou.

Esqueci de acrescentar convencida.

Não esqueceu não. Eu vou já ter com você antes que acorde a Mia.

—Ok.

Ligação Off

Desliguei a chamada e me levantei tendo cuidado para não acordar a Mia. Então saí do quarto e fui até o do Austin. Bati na porta e ele me mandou entrar.

—Ainda bem que veio! - Me deitei do seu lado colocando a cabeça sobre o seu peito, enquanto os seus braços rodearam a minha cintura - Porque não consegue dormir?

—Não sei. Só não consigo. - Ele começa a acariciar os meus cabelos e a minha mão que estava sobre o seu peito.

Não sei o porquê, mas depois de um tempo os meus olhos começaram a pesar e o sono decidiu finalmente aparecer. Não queria adormecer. Queria aproveitar o momento.

—Dorme pequena. Você está cansada.

—Não quero. - Ele riu.

—Quer sim. Eu também já estou a ficar com sono, mas não vou consegui dormir enquanto você não dormir.

—Está bem. - Levantei a cabeça, beijando os seus lábios de leve e voltei a deitar a cabeça sobre o seu peito. É tão bom dormir abraçada ao Austin.

Deixo o sono me vencer, fechando os olhos, mas não antes de ouvir o Austin murmurar: "Dorme bem pequena" e depositar um beijo na minha testa.