POV Austin

Acordei sentindo movimento do meu lado. Abri os olhos me ajustando com a claridade e olhei para a Ally -que tinha a cabeça sobre as mãos que estavam sobre o meu peito- e estava a olhar para mim. Sorri colocando os meus braços em volta da sua cintura a mantendo bem junta a mim.

—Bom dia! - Diz me dando um selinho.

—Me espiando enquanto durmo?

—É quando você está mais lindo. - Diz rindo.

—Fiquei ofendido sabia?

—Aww. O que posso fazer para me redimir?

—Quero um beijo decente. Aqueles que só você sabe dar!

—Se só eu sei dar então vamos lá a esse beijo! - Diz juntando os nossos lábios num beijo profundo, mas doce. Intenso, mas cheio de paixão. Urgente, mas delicado. - Agora que pensei bem, só eu sei dar? Isso quer dizer que mais alguém te beija sem ser eu? - Pergunta tentando se soltar dos meus braços a olhar para mim furiosa. Apenas ri.

—Para com isso pequena. Não foi isso que quis dizer!

—Espero bem que não!

—Isso são ciúmes?

—Talvez. Não quero mais ninguém olhando para você como eu!

—Não te preocupes. Tudo isto é só para você! - Diz apontando para o meu corpo a fazendo rir.

—Só para mim mesmo! - A beijo intensamente.

—Não podemos ficar assim para sempre?

—Poder podemos, mas eu sei que em breve você vai ficar com fome e eu ainda quero saber como correram as coisas com o Sam.

—Temos de ter uma folga no meio de toda esta confusão e todos estes problemas!

—Agora é que você falou bem!

—Eu falo sempre bem.

—Mas é raro ter razão!

—Que mentira!

—Tudo verdade!

—Mentira!

—Verdade. Você nunca tem razão.

—Não?

—Não! - Inverti as posições, usando as minhas mãos sobre o colchão -em ambos os lados da sua cintura- para sustentar o meu corpo e não colocar o meu peso sobre ela. - O que você vai fazer?

—Nada! - Ouvi vindo da porta e me afastei rapidamente da Ally.

—Oh. Oi Sam! - Diz a Ally se sentando e sorrindo para o Sam. Sou um homem morto!

—Oi Ally!

—Eu vou ao banheiro! - Diz a Ally se levantando e indo para o banheiro.

—E então?

—E então o quê? - Pergunto e ele cruza os braços!

—E então o quê nada Austin.

—Para Sam. Nós não estávamos a fazer nada.

—Mas você estava em cima dela. Os dois a dormir na mesma cama.

—E então? Nós só estivemos a dormir... E antes que fales, as tuas condições são ridículas porque você nos impediu de fazer tudo o que os namorados fazem.

—Não vos impedi de nada. Só vos pedi para não ficarem muito agarradinhos nem muito juntinhos perto de mim.

—O que é ridículo.

—O mais importante foi para não dormirem juntos!

—O quê? - Pergunta a Ally se sentando do meu lado.

—É ridículo não é?

—Um pouco. Vá lá Sam! Nós só estivemos a dormir! E não foi a primeira vez que estamos assim! - Diz e eu arregalei os olhos. Se ele está assim por saber que dormimos juntos o que vai pensar sabendo que não é a primeira vez?

—Não foi a primeira vez? Eu vou te matar Austin! - Diz vindo até mim e eu me levantei - Se você a magoar eu vou fazer você pagar por isso e não vai ser bom! Nada bom! O seu amiguinho vai ficar impossibilitado! - Arregalei mais os olhos pelo que ele disse. - E estou falando a sério!

—Para com isso Sam. Porquê tudo isto?

—Porque sim! O Austin tem de saber o que lhe espera se te magoar! Não quero saber que somos amigos! Você é minha irmã e eu sou mais velho, mesmo isso não importando nesta situação!

—Mas foi um pouco exagerado!

—Não foi não!

—Foi sim. Você sabe que o Austin não seria capaz de me magoar!

—Mesmo assim. Ele está avisado.

—Eu estou aqui está bem?

—Que bom que está e ouviu tudo! - Revirei os olhos e me afastei dele.

—Eu vou descer e esperar por vocês na sala!

—Está alguém em casa?

—O teu tio. O Ashton e a Mia saíram quando eu cheguei.

—Ok. Nós já descemos! - Ele olhou para nós e depois desceu.

—O que foi isto?

—Sinceramente? Não faço a mínima ideia! Acho que ele a caminho do quarto caiu nas escadas e bateu a cabeça bem forte! - Digo sério e ouvi a Ally rir. - Não tem graça nenhuma. Foi bem vergonhoso até.

—Foi engraçado isso sim! Vá lá loiro não fiques assim.

—Como não ficar? Você ainda fica do lado dele!

—Eu não estou do lado de ninguém. Mas não podes negar que não teve graça!

—Para mim não teve nenhuma, mas se você acha que teve então que bom! - Virei as costas para ela e caminhei até o banheiro.

Não. Eu não estou chateado. Quero ver o que a Ally vai fazer agora para se desculpar ou me convencer a estar bem com ela. Quero ver até onde ela vai chegar para se redimir.

Escovei os dentes pois não ia ficar fechado no banheiro para sempre e sem fazer nada. Quando terminei saí e a Ally estava na frente da porta. Assim que me viu sair se jogou para cima de mim rodeando os seus braços no meu pescoço.

—Não fiques chateado comigo! Por favor meu loiro. Eu prometo que vou te defender sempre mesmo você estando errado. Por favor! - Pede beijando todo o meu rosto. Por fim beijou os meus lábios e eu não podia não retribuir. Foi um beijo calmo, mas urgente. Quando os nossos lábios se separaram ela olhou para mim sorrindo. - Estou perdoada?

—Não sei não!

—O que posso fazer para não ficares chateado?

—Antes de mais quero outro beijo e depois quero outro e depois outro! - Ela riu se afastando.

—Você é um aproveitador! Não está chateado pois não?

—Nem por isso, mas quero os meus beijos na mesma! - Seguro a sua cintura antes que ela se possa afastar mais de mim.

—Não. Só por me fazeres pensar que estavas chateado não levas beijo nenhum! - Diz cruzando os braços e eu ri.

—Por favor morena!

—Gostei! - Diz descruzando os braços e olhou para mim.

—Do quê?

—Do morena. É bem melhor que pequena!

—Eu gosto mais de pequena, mas morena também é bom. Agora mereço pelo menos um beijo não?

—Não sei não.

—Sabes sim. Não consegues resistir aos meus beijos. Eu sei que não!

—Isso é mentira!

—Não é não e ambos sabemos disso! - Digo puxando mais o seu corpo para o meu e ela sorri.

—Talvez não seja!

—Vamos comprovar esse facto?

—Vamos sim! - Dito isto capturei os seus lábios num beijo intenso e feroz.

—Acho melhor nos despacharmos ou o Sam vai me matar de vez pela demora. - Digo depois de recuperar o fôlego pelo beijo.

—Nos vemos na cozinha. - Diz saindo do quarto. Suspirei e entrei no banheiro novamente.

Tomei banho e fiquei a pensar em como a minha vida está a ficar melhor desde que a Ally chegou, apesar de todos estes problemas com o Jason. Desde o primeiro dia, a primeira troca de olhares e o primeiro toque, senti que ela era especial e não estava errado.

Nunca pensei me sentir assim por alguém. A Ally conseguiu com que me apaixonasse tanto que não consigo pensar noutra coisa se não ela. O meu amor por ela é tão grande que nem sei explicar. Eu a amo tanto.

Deixei os pensamentos de lado e me vesti para me despachar pois não sei quanto tempo fiquei pensando. Depois de pronto desci até a cozinha e a Ally já lá estava.

—Wow. Você está linda! - Digo lhe dando um selinho e me sentando do seu lado.

—Obrigada. Você também não está nada mal.

—Não estou pois não? Fiz o meu melhor! - Digo rindo e ela também riu.

—Bom dia tio!

—Bom dia Austin! - Diz se sentando.

—Você vai trabalhar?

—Apesar de não ter de procurar mais por você ainda tenho de ir sim trabalhar. O Jason continua à solta e eu ainda tenho de tratar do assunto do segurança.

—Já descobriram algo sobre ele?

—Não. Absolutamente nada, mas eu não vou ficar parado. Continuarei a procurar!

—Eu posso ajudar. Ele está atrás de mim então quando souber onde estou virá me procurar e aí já o conseguem apanhar!

—Nem pensar! Você ficou louco foi? É claro que não o vou colocar por aí à espera que o Jason te venha procurar! Já bastou a primeira vez!

—Tudo bem. Eu tentei!

—Se quer ajudar pode me dizer onde ele te prendeu?

—Eu não sei bem dizer onde é. Não sei explicar, mas se formos de carro ou a pé será mais fácil.

—Muito bem. Irei tratar das coisas do segurança e amanhã iremos procurar e investigar esse lugar!

—Ok. - Comi as minhas panquecas, que não podiam faltar no café da manhã.

—Bom. Eu adoraria ficar aqui com vocês, mas tenho de ir trabalhar. Até mais logo!

—Até! - Dissemos e ele foi embora.

—Eu queria pedir uma coisa! - Fala o Sam e nós olhámos para ele.

—Claro. Força!

—Eu queria ir ao cemitério! - Fala e eu olhei para a Ally entendo o que ele queria dizer.

—Hoje?

—Se puder ser. Se você não quiser não precisamos ir.

—Claro. Já não vou lá faz um tempo. Seria bom fazer uma visita à nossa mãe. No mês em que ela morreu nos mudámos e só quando voltei é que tive a oportunidade de a ir visitar por isso não tem mal.

—Obrigada!

—Você também vem?

—Eu queria, mas tenho algo importante para fazer

—Posso saber o que é?

—Pode, mas não agora!

—E porque não?

—Porque é surpresa. - Ela fez biquinho e eu ri.

—Não fiques assim! Você vai adorar! Eu espero! - Sussurro a última parte.

—Se você diz eu acredito! - Lhe dei um selinho e revirei os olhos vendo o olhar do Sam para mim. - Para com isso Sam! - Diz a Ally rindo e eu cruzei os braços. - Você também Austin! ...Você parecem crianças! - Riu mais segurando a minha mão assim que descruzei os meus braços. - Você quer ir agora Sam?

—Sim. Se não te importares!

—Claro que não me importo! Vou só buscar a minha bolsa e já desço. - Falou soltando a minha mãe e saindo da cozinha.

—E então? O que você vai fazer enquanto vamos ao cemitério?

POV Ally

Depois de pegar a minha bolsa desci e tanto o Austin quanto o Sam já me esperavam na porta. Saímos e o Austin foi por um lado e nós por outro. Fomos na mota do Sam. Não é o mesmo que ir com o Austin claro, mas não foi mau. Ao chegarmos decidi perguntar sobre o pai.

—E então? Como correram as coisas?

—Estás a falar de ontem? - Apenas assenti. - Até que correram bem. Quando cheguei lá me sentei num dos brancos vazios e em minutos ele apareceu.

—Isso quer dizer que a conversa correu bem!

—Sim. Ele explicou o porquê de ter ido embora e que me procurou, mas nunca me encontrou. - Ele olhou para mim e sorriu. - Nós conversámos um pouco para nos conhecermos melhor, ele disse que vai ficar em Miami por um tempo e quer se encontrar comigo mais fazes para termos mais tempo entre pai e filho!

—Isso é tão bom. Nós dissemos que ele te ia aceitar!

—Eu sei, mas tive medo.

—Eu entendo.

—Ele também quer que você vá!

—Eu? Porquê?

—Porque apesar de tudo somos irmãos e ele quer saber mais sobre a mãe!

—Sendo assim tudo bem. Eu aceito! - Falo sorrindo e chegámos ao local. - É aqui!

Ele se aproximou da lápide e se ajoelhou em frente a ela. Apenas o observei pensando em como a minha mãe ficaria feliz por o ver. Eu espero que fosse isso que iria acontecer se ela estivesse viva. Sei que não o deixou porque quis ou porque não o queria. Ela não faria isso!

—Ora! Ora! Ora! Vejam só quem está aqui! - Ouvi uma voz bem familiar -pela qual não queria ouvir nunca mais- e me voltei assim como o Sam.

—O que você faz aqui? - Pergunta o Sam se aproximando de mim e se colocando na minha frente.

—Aww. Vejam só. O irmão tentando proteger, inutilmente, a irmãzinha!

—Responde à minha pergunta Jason!

—Ora essa. Eu vim fazer uma visita e conversar. O que mais poderia vir aqui fazer?

—Você não vai fazer nada!

—Tadinho! Você acha que eu tenho medo?

—E você acha que eu tenho medo?

—Eu sei que não. Mas isso não é problema. Eu pouco me importo com você - Falou se aproximando de nós assim como os dois homens que estavam com ele. Pareciam mais gorilas que homens. Pelo menos comparados a mim.

—É melhor você ir embora. Nós temos segurança!

—Não têm não. Devem pensar que não vos estou a vigiar! ...Como foi o encontro com o teu verdadeiro pai? - O Austin tinha razão. O Jason estava mesmo a vigiar todos nós.

—Você não tem nada a ver com isso!

—Tenho sim. Se bem me lembro somos primos!

—Nós não somos nada! E mesmo se fossemos eu não queria ter nada relacionado com você!

—E os seus pais sabem que você se encontrou com aquele homem? Sabem que você descobriu a verdade?

—Não! Mas eu também não quero saber! Eles não são meus pais. Nunca foram nem nunca vão ser!

—Eu também não. Chega desta conversa. Só me faz perder tempo. Peguem a garota! - Fala e os gorilas se aproximam de mim.

O Sam se deixou ficar na minha frente e quando o tentaram afastar ele resistiu e começaram a brigar. Eu não sabia o que fazer. Não podia deixar o Sam lutar com eles e ficar parada sem fazer nada, mas por mais que tentasse lutar só iria gastar a minha força -que não tenho- para nada. Aqueles gorilas têm o dobro da força e do meu tamanho .

Sei que o Sam não se sabe defender tão bem e não tem tanta força quanto o Austin e não quero nem pensar no estado em que ele ficará depois de toda esta briga. Não quero que fique mal me tentando defender. De repente sinto o meu braço sendo puxado e tento me soltar percebendo que o Jason me agarrou.

—Me solta seu louco! - Falo tentando de tudo para soltar o meu braço, mas ele o segura com força.

—Fica quieta!

—Não! Me solta! - Ele me virou para si e aproveitei a oportunidade para lhe chutar entre as pernas.

—Sua... Eu vou acabar com você! - Fala se ajoelhando e gemendo de dor. Apenas me afastei e tentei aproximar do Sam, mas o Jason conseguiu me agarrar outra vez. Ele segurou os meus braços e me manteve de costas para ele. Aprendeu a lição! - É melhor você parar. Não vai conseguir escapar! - Olhei para os dois gorilas e eles seguravam o Sam com uma arma apontada à sua cabeça.

—NÃO!

—Se você não parar não hesitarei em pedir que atirem! - Falou e eu parei de me tentar soltar. Não podia deixar que magoassem o Sam. Muito menos que o matassem.

—Deixa ela ir Jason!

—Nem estando prestes a morrer você desiste hein!

—Nunca! - Ele seguravam o braço dele fortemente. O seu lábio sangrava assim como o seu nariz. - Você sabe que eu não tenho medo! Nunca tive!

—Por isso é que não terei pena nenhuma em te matar! Será até um prazer.

—Não! Por favor Jason. Não o faças! - Peço quase chorando.

—Vamos! - Diz e os gorilas empurraram o Sam para o chão e me puxaram para fora do cemitério. Este é mesmo sem dúvida o pior lugar! Quando saímos de lá me levaram até uma van. - Bons sonhos! - Diz me acertando com algo na cabeça e desde aí tudo se apagou.