nota três:

sinopia

As pequenas sardas formavam um conglomerado interestelar e sinóptico no seu próprio rosto.

Pouco tempo depois da silenciosa nota tomada em meu subconsciente fiquei sabendo que Rose Weasley detestava cada uma delas. Por menores e mais insignificantes que fossem, ainda eram aparentes, ainda deixavam o rosto com, novamente palavras saídas da sua boca: sujo! Isso é horrível. Eu a ensinei sobre diversas coisas, em especial como amar o que ninguém mais seria capacitado o suficiente para fazer. Não importa quantas pessoas entrem na sua vida, a regra é clara e simples, às vezes dolorosa também: poucas tendem a ficar e se você não fizer o mínimo a ponto de se manter são e salvo, ao anunciarem partida, um pedaço teu irá junto, e não há nada pior no mundo do que ser incompleto.

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Em determinadas semanas só a observava; pontuava algumas coisas num caderno esfarrapado que usava de rascunho entre esporádicas anotações de aulas e vários desenhos inacabados do que quer que fossem. Tomava nota no canto das folhas amareladas e deixava que à noite minha cabeça guiasse as lembranças num flash de memórias para conseguir passar tudo que podia de Rose num rabisco pouco fiel do que ela de fato era. Rose Weasley não chegava a ser perfeita, nem interior e menos ainda exteriormente, mas era aquilo que a tornava tão fascinante; não existia medo nos seus movimentos, tampouco nas atitudes — tomadas às vezes por um impulso irrefreável. Rose não temia ser de verdade, e era aquilo o que grande parte das pessoas buscava ao se aproximar dela: a legitimidade, um pouco mais de vividez, de carne e osso.