Nosso Triunfo -Concluída

Capítulo 20 - Penúltimo


Oi meninas. Eu sei que demorei com o final da história. Mas é que gente, eu travei com o fim dela, que quando eu ia escrever nem saia 12 palavras direito no word o que me fazia desanimar. E por isso eu quero agradecer, primeiramente, a BruhTekilaa minha amada amiga que pegou no meu pé pra fazer esse final por amar demais essa fanfic, me ajudando até esclarecer algumas ideias que antes não saia nem com macumba kkk Obrigada amiga que se não fosse você, eu seguiria perdida no bloqueio que eu estava com essa fic. E também quero agradecer pelas que estiveram me lendo aqui também. Muito obrigada suas lindas pelo carinho!!! Agora vamos com o capítulo, que o próximo já está pronto também que se não sair a seguir pela semana sai.

Alguns dias depois...

Tantas coisas haviam acontecido depois do casamento de Heriberto e Victória.

Como um homem apaixonado, Heriberto por fim sentia o homem totalmente realizado e feliz de uma forma que há anos já não era, já que amava de novo e era amado. Dividir aquela vida de já casados e qualquer coisa com Victória, como a cama com ela, ainda que ela dormia pegando o espaço todo nela na tentativa frustrada de conseguir achar uma posição certa pra dormir, nem isso, nem todas as queixas dela de uma mulher grávida podia tirar a felicidade de Heriberto de ir dormir e acordar ao lado dela todos os dias. E Victória se sentia realizada e feliz igual, seus dias eram cada vez mais apaixonados e felizes ao lado de Heriberto, com ele estando ainda mais pendente e atencioso com ela já na reta final da gravidez. Heriberto era o homem dos sonhos de qualquer mulher, o que Victória não tinha dúvidas disso e sim mais certezas.

Estavam vivendo todos os dias devagar e neles, o triunfo do amor deles. Enquanto fora do ninho de amor dos recém casados, o preparo do próximo casamento estavam a todo vapor. Maximiliano e Maria Desamparada, iriam se casar. Finalmente iriam ser marido e mulher, ainda que já viviam na mansão Sandoval junto as crianças, que agora era o lar deles. Fernanda, seguia feliz, andava e agora queria ter um filho com Cruz, o que já estavam tentando encomenda-lo. O padre João Paulo, ainda buscava a Deus a redenção de sua mãe, que cada dia que passava os podres dela ainda eram revelados, mas também buscava a quebra do orgulho de Maria Desamparada, que ainda que não mostrasse mais tanto rancor nas palavras quando se referia a Victória como mãe, elas não eram ainda mãe e filhas como deveriam ser, e era claro que era porque Maria ainda colocava uma distância entre elas. Enquanto Victória aguardava ansiosamente Maria buscar o amor dela de mãe . Que como havia prometido, estava deixando ela livre para busca-la sem pressões e sem mais humilhações que no final, as duas saiam feridas.

E com tantos acontecimentos, o dia do grande e novo desfile internacional que a casa de moda de Victória iria participar, havia chegado. Haviam passado semanas organizando cada detalhe para que o desfile fosse épico, pois ia ser. Uma briga épica de egos ia acontecer sobre uma passarela, já que Victória teria sua grande rival da vida agora sobre elas também. Bernarda de Iturbide estaria com a casa de moda dela também no evento e competindo contra Victória . Então pra Victória não era apenas mostrar a nova coleção feita pelas mãos de sua equipe para os apreciadores da moda, mas também era uma briga de gigantes que ela já levava muito tempo com Bernarda, que agora teria palco em uma passarela. E por isso ela exigia que sua casa de moda fosse a melhor do que a de sua inimiga. Afinal, era questão de honra pra Victória vencer Bernarda também nas passarelas, já que elas foram o palco de seus maiores triunfos como a rainha da moda.

Que por isso, ainda que levasse uma gestação já de nove meses, nem com os pés inchados e chatas contrações que dizia que o grande dia cada vez se aproximava, Victória não foi vencida em ficar em casa de repouso apenas esperando sua bolsa estourar. O que fez Heriberto estar presente no desfile não só para prestigiar a casa de moda da mulher que amava, mas também para cuida-la de perto e naturalmente nervoso com a teimosia dela. Já que ele sabia que Victória estava tendo contrações na noite anterior e seguia tendo, que por isso quando falava com ela ficava atento ao seu relógio marcando os intervalos delas.

E assim as luzes se apagaram. O bonito e luxuoso desfile de moda iria começar . Muita gente ao redor da passarela, entre cadeiras vips e outras não, estavam ali para prestigiar o evento da moda que participariam as duas casas de modas.

Primeiro, vestindo um vestido vermelho e longo com uma fenda em uma de suas pernas, muito bem maquiada e o cabelo preso em um coque elegante, foi Victória que abriu o desfile de sua casa de moda falando ao microfone. Orgulhosa, linda como uma reina e o rosto mais reluzente que o sol, ela fez Heriberto soltar suspiros apaixonados esquecendo por um momento que ela estava sofrendo de contrações, que por ele, fariam uma cesariana mas ela queria o parto normal e por isso, só esperavam o desejo de Helena para nascer.

A música eletrônica fazia a trilha sonora do desfile que começava correr pela noite. Até Fernanda desfilou na passarela, bela como uma princesa e sorrindo cheia de felicidade. Enquanto Heriberto apreciava o show nos melhores lugares.

E nos bastidores horas depois de já ter começado o desfile, Victoria buscou por Maria Desamparada, que já tinha desfilado na passarela, mas iria fazer a troca de roupa para finalizar o desfile da casa de moda que ela representava com orgulho de ter dito não a Bernarda, que caso contrário estaria desfilando aquela noite contra a casa de moda de sua mãe.

De roupão branco, e cabelos bem presos em um rabo de cavalo, bem maquiada, sentada a frente de uma penteadeira, Maria Desamparada recebia o retoque do blush, que o maquiador lhe dava, quando Victória apareceu de mão na barriga por trás dela e ela viu seu reflexo no espelho.

— Victória : Estava linda. Impecável sobre a passarela. Queria que soubesse disso, minha filha.

O maquiador saiu do meio das duas, e Maria se virou devagar para olhá-la... Ela havia buscado tanto a aprovação de sua mãe. Sim, da mãe que agora entendia que todo tempo não só quis agradar a rainha da moda, que sua necessidade de ser a melhor e agradá-la, era por ser também filha dela. Era o sangue falando mais alto. Que Maria Desamparada agora sabia que quem lhe falava era a mãe. E aquelas palavras valia mais do que antes quando só tinha a implacável e fria rainha da moda aprovando seu desempenho.

E ela não conseguiu não sorrir . Um riso tímido que inundou seus olhos de lágrimas. E assim ela disse baixo.

— Maria Desamparada: Obrigada, senhora.

Maria Desamparada baixou a cabeça e mexeu nos dedos nervosa e Victória suspirou. Parecia que era tão difícil ouvir mãe vindo da boca de Maria. Ouviu no casamento dela, mas não era suficiente. Não queria ter Maria Desamparada a chamando de mãe porquê era um fato que ela tinha que aceitar, e sim por ama-la e para aquela palavra sair tão natural como quando ela a chamava de filha. Mas não querendo se abater, Victoria buscou a mão de Maria e tocou, segurou as pontas de seus dedos macios e a olhou de olhos brilhantes. Teria Maria como filha por amor e não por pressão. E então ela disse, sabendo que sua maior arma era o amor.

— Victória : Eu te amo tanto, minha pequena Maria.

Maria Desamparada abriu a boca de olhos mais chorosos que antes. Sentada ainda, os olhos de Victoria cheio de amor penetrava os dela, com ela ali em pé na sua frente. Mas a boca dela se fechou e ela apenas virou o rosto por não sentir preparada para responder Victória como ela sabia que ela desejava. E Victoria soltou de leve a mão dela por entender o que acontecia, suspirou e depois deixou a filha e saiu dali.

E momentos depois.

Por trás da passarela, atrás em um cortina, Victória via o final do desfile de Bernarda, e ao lado dela estava Pepino, que disse horrorizado.

— Pepino : Meu Deus! Esse desfile é um show dos horrores!

Victória riu satisfeita em ouvir seu estilista. Bernarda não sabia nada daquele mundo da moda, e o estilista que via que ela tinha ao lado não tinha uma boa reputação para ajudá-la. A verdade era que, Victória sabia que Bernarda só estava ali naquela mais uma briga delas, por conta de um plano sujo que infelizmente Bernarda havia vencido, mas foi o que fez ela recomeçar tudo de novo com seu império para poder estar de pé ali novamente. Que sabendo de cór que caminho seguir, Victória seguia sendo a rainha da moda e não só a mais conhecida da cidade do México mas também internacionalmente, algo que ela sabia que Bernarda jamais seria.

E depois das últimas modelos de Bernarda deixarem o desfile, momentos depois foi a vez da casa Victória encerrar o desfile. Maria Desamparada o encerrou com um majestoso vestido preto com brilhos, longo e tomara que caia. Ao fim do desfile com a platéia toda em pé, aplaudiram o glamuroso evento.

Sobre a passarela, Victoria ao lado de Maria Desamparada, Pepino, Fernanda e Antonieta que foram os maiores responsáveis pelo desfile e a coleção apresentada nele, ela sorria com uma felicidade sem fim e sentindo que demoraria um pouco mais pra voltar estar aonde estava de frente de um desfile realizado por sua casa de moda, já que logo teria uma recém nascida nós braços. O que o fazia aquele momento tornanva em uma despedida dela por alguns meses.

Heriberto da onde estava, aplaudia seu amor logo na primeira fila e viu, Maximiliano chegar na passarela com dois buquês de rosas vermelhas. Um ele entregou a Victória que ainda sorria radiante e outro a Maria Desamparada. E mãe e filha, belíssimas segurando seus buquês se olharam, enquanto eram olhadas por todos.

Até por Padilha que tinha uma arma na mão em meio a platéia.

Bernarda tinha dado ordens a ele que ao final do desfile atirasse em Victória, que ao fim do serviço prestado a ela, ele teria seu pagamento, mas o que Padilha não sabia era que Bernarda já estava fugindo do local, pretendendo pegar um avião particular e sumir pra sempre. Já que tinha tantas acusações sobre ela, que sabia que não poderia mais escapar da lei dos homens. Enquanto a lei divina que ela julgava que estava em favor dela, ela cria que ela sim, ia ser justa e seria naquele momento que Victória recebesse um tiro e morresse.

Mas como ela não cumpriria o trato com Padilha ele tampouco cumpriria mesmo sem ela saber, já que cada vez que ele se aproximava seu alvo mudava. Maria Desamparada era seu alvo. Frederico, seu único filho havia morrido e só Fernanda sobrevivido no trágico acidente que deixou ela paraplégica e agora ele via ali, duas filhas de Victória em cima da passarela, mas que só uma ele sabia que faria ela sofrer ainda mais por perde-la. Que era o fruto da sua lascívia com um prometido a Deus.

Parecia que o tempo tinha parado. Como fosse câmera lenta, Heriberto conseguiu ver Padilha de arma na mão já em um lado da passarela e aponta -lá em direção a Victória .

E então três tiros foram disparados em um piscar de olhos.

Gritos foram ouvidos logo em seguida. E o desespero das pessoas naquele bonito evento da moda depois dos disparos, o tornou em um caos.

Em cima da passarela, de três tiros, um saiu perdido e enquanto os outros dois Maria Desamparada tinha sido atingida, e por isso ela estava no chão com parte do seu corpo que sangrava nos braços de Victória.

Gritos do choro de Victória se ouvia. Maximiliano ao lado delas desesperado também chorava, enquanto a emergência era chamada por Antonieta, e a equipe de segurança espalhada no desfile, perseguia Padilha .

Heriberto finalmente subiu na passarela ofegante depois de enfrentar algumas barreiras humanas no caminho dele para chegar até elas. Parecia que havia passado uma eternidade de tempo até ele chegar ao lado de Victória e Maria Desamparada, mas só tinha passado alguns segundos que ele teve que brigar entre aquela multidão de pessoas apavoradas pra chegar até elas.

Maria Desamparada baleada, olhava para os olhos de Victória e chorava deixando as lágrimas lentamente descer dos seus olhos. Lembrava que momentos antes esteve com ela . E estava bem e podia abraça-la, chama-la de mãe mais uma vez mas com mais sentimentos, buscando uma verdadeira reconciliação declarando até seu amor se a respondesse. Mas nada ela fez. O te amo de Victoria pra ela ficou sem resposta a dela. E agora estava ali baleada e sangrando.

— Maria Desamparada : Mãe. Eu, vou, vou morrer...

Nos braços de Victória, ela com uma mão sobre a barriga que sangrava e com Victoria com a mão por cima da dela, disse fracamente e morrendo de medo do amanhã pra ela não existir mais.

Enquanto Victória desnorteada pelo o que acontecia, entre muitas lágrimas, com as mãos que estava suja de sangue da filha dela, ela disse, a tocando um lado do rosto dela.

— Victoria: Não, não meu amor. Não vai. Não vai minha Maria.

Victória baixou a cabeça e encostou a testa dela na testa de Maria Desamparada. Implorava a Deus, a todos os santos, a qualquer deus para que não levassem sua Maria. Que aflita, como mãe ela via nos olhos dela a vida a deixando.

E então ela ouviu a voz de Heriberto por trás dela dizer.

— Heriberto : Deixa eu ver ela, deixa eu ver Maria Desamparada, Victória.

Quando se agachou todo nervoso ao lado de Maria Desamparada, Heriberto olhou ela e Victória que não a soltava. E ele suspirou vendo o corpo de Maria ferido, e buscou os olhos de Victória sem conseguir falar nada. Dava em apenas olhar Maria Desamparada, que ela estava em um estado gravíssimo. O vestido dela tinha suas marcas de sangue, o que ele via que era duas entradas de bala em seu abdômen, mas não podia movê-la ali para ver se elas pelo menos tiveram o buraco de saída, ou se estavam alojadas dentro dela.

E Victória então chorando disse, por ver ele em silêncio.

— Victória : Ela vai morrer? Minha filha vai morrer, Heriberto?

Soluços foram ouvidos por trás de Victoria que vinha de Fernanda, e logo depois ouviram Maximiliano auxiliando a equipe de paramédicos chegarem até Maria Desamparada.

E então momentos depois, Heriberto teve que tirar Victória a força do lado de Maria Desamparada. Que chorando ela não queria larga-la quando via ela perder a consciência. E ele teve que ser forte para ampara-la nos braços dele.

Horas mais tarde no hospital.

A sala de espera estava cheia. Com roupas ainda de gala por conta do desfile. Victória, Fernanda e Antonieta aguardavam notícias de Maria Desamparada, junto a Maximiliano, Pepino, Cruz e até Osvaldo que se compadeceu em estar ali com Victória e seu filho quando soube que ele tinha a mulher que amava em perigo.

Victória estava sentada em um sofá e ainda suja de sangue de Maria em sua roupa. Os olhos dela vermelhos do choro, estavam fechados, e ofegante de cabeça encostada na parede, ela respirava discretamente pela boca, enquanto via todos ansiosos por notícias dentro daquelas quase 3 horas que já estavam de espera.

E então o padre João Paulo chegou.

Ele trazia notícias que o tinha arrasado. De olhos que mostravam que o homem que era pai havia chorado também, estava decepcionado mais uma vez como filho, que acabava de saber, que sua única filha lutava pela vida por culpa da própria vó. Que baleado sobre uma calçada em meio sua fuga, Padilha confessou antes de morrer, que Bernarda que tinha encomendado a morte de Victória ao final do desfile .

Quando ele chegou, os olhos dele procurou Victória, que quando a viu, ele disse.

— Padre João Paulo: Como está nossa filha, Victória?

Victória abriu os olhos, e Osvaldo se aproximou dela vendo ela ter dificuldade pra se levantar, e então a pegou por um braço e depois rodeou a cintura dela, o que Victória agradeceu em pensamento pela ajuda sem precisar pedir .

E assim ela disse de voz triste.

— Victória: Ela está em cirurgia. Não temos notícias dela há quase três horas.

Victória chorou e o padre João Paulo a abraçou, enquanto Max passou a mão no rosto nervoso e perguntou ao padre, já que ele esteve a par das buscas por Padilha.

— Max : E Aquele infeliz que atirou nela? Pegaram?

O padre suspirou tendo Victória se afastando para olha-lo querendo também saber. E então ele disse.

— Padre João Paulo: Ele morreu. Mas antes confessou que foi minha mãe que ordenou que ele a matasse Victória, e que na hora escolheu Maria como alvo.

Fernanda quando ouviu que Victoria que poderia ter levado os tiros que Maria Desamparada levou já muito abalada, buscou os braços de Cruz chorando. Era muita maldade o que ouvia. Sua mãe estava grávida e ainda assim, aquela mulher queria feri-la. Enquanto, Victória levou a mão na boca. Não bastava no passado aquela maldita mulher ter colocado ela na rua grávida e por culpa ter perdido Maria todos aqueles anos, agora também ela havia tentado contra a vida dela e de Maria outra vez. Mas a verdade que passava doer mais no peito de Victória, era que depois de tudo que ela tinha feito Maria Desamparada passar, e por ainda esperar ser perdoada por ela, agora sua Maria também tinha levado tiros que seriam pra ela. E então ela disse sofrida e com ódio de Bernarda.

— Victória: Quando essa maldita mulher vai me deixar em paz e por fim pagar por todos seus crimes? Eu não aguento mais, não aguento mais!

Victória levou a mão abaixo em sua barriga . Ela seguia tendo contrações que cada vez mais aumentavam, mas que ela não demostrava a ninguém que sofria elas com mais intensidade que antes.

E Max vendo ela fraquejar a pegou por um braço, Osvaldo no outro e Antonieta disse, por ver ela mais ofegante que antes.

— Antonieta : Se acalme Victória, está sendo muitas emoções pra você essa noite.

E Osvaldo então disse segurando ainda Victória.

— Osvaldo : E aonde está sua mãe, padre? Ela tem que ser detida!

E o padre depois de soltar um suspiro disse, se lastimando por ver Victória sofrendo mais uma vez por culpa de sua perversa mãe.

— Padre João Paulo: Ela está foragida. Eu sinto muito.

Victória apenas chorou mais. Temia tanto pela vida de Maria Desamparada. A pouco que tinha descoberto quem ela realmente era, ainda nem tinham desfrutado do amor que as unia como mãe e filha e agora ela poderia morrer. Quando pensou que era feliz. Que podia ser feliz, mais aquele golpe acontecia. E Victoria pensou que tinha nascido para perder a todos que amava e que estava se ilusionando todo aquele tempo que poderia voltar a ser feliz. Já que de um jeito ou de outro ela sempre perdia alguém. Perdeu Osvaldo, depois Fernanda, quase perdeu Maximiliano também, sua casa de moda por um tempo e agora estava prestes a perder Maria Desamparada outra vez, e ela temia que dessa vez fosse pra sempre. E o pior é que se isso acontecesse, ela nunca saberia se foi perdoada por sua filha .

E assim Osvaldo abraçou ela com as duas mãos. Maximiliano tocou nas costas dela, Antonieta tentou acalma-la, e Pepino todo nervoso, foi o único que viu Heriberto se aproximar com uma bata azul e toca na cabeça.

E então ele disse.

— Pepino: O doutor Heriberto, minha gente.

Ele fez um sinal da cruz. E Heriberto vendo Victória nos braços de Osvaldo, suspirou . Não era um momento para ter ciúmes e por isso ele só pensou na suas mãos que esteve no corpo de Maria Desamparada que por duas vezes ela havia sofrido parada cardíaca. E assim, ele disse depois de ter respirado fundo.

— Heriberto : Victória, meu amor.

Ele olhou ela e depois todos ali que estavam a espera de notícias. Victória quando o ouviu saiu dos braços de Osvaldo, e quando o olhou perto dela foi para os braços dele. E então ela disse cheia de medo.

— Victória : Diga que minha filha está fora de perigo, Heriberto. Por favor. Diga que a salvou.

Maximiliano passou a mão na cabeça aflito e de olhos cheios de lágrimas esperando Heriberto responder, Fernanda olhava com os olhos esperançosos também ele. E ele tomando o rosto de Victoria na mão, disse depois de um respirar lento em como dizer que Maria Desamparada estava salva mas não fora de perigo ainda.

— Heriberto : Conseguimos tirar os dois projétil. Mas agora ela irá ser transferida para a unidade intensiva. E veremos o progresso que ela terá dentro de 42 horas para sabermos se sua recuperação vai ser pronta ou não Victória.

Victória deu um gemido entre um riso fraco e baixou a cabeça escondendo o rosto no peito de Heriberto. Maria Desamparada tinha se salvado na cirurgia, mas existia o depois que ela entendeu pelas palavras de Heriberto. E então ela não conseguiu emitir som algum a não ser apertar os braços dele com força e gemer de dor com os olhos fechados, enquanto ela era abraçada por ele.

E foi então que Fernanda viu uma água que descia dos sapatos de Victoria, e que fazia ao redor dos pés dela uma pequena poça.

Que então ela disse alarmada.

—Fernanda : Mãe, sua bolsa estourou!

E foi que Victória deu o grito que todo aquele tempo estava segurando para não mostrar as contrações que sentia .

E momentos depois .

Victória estava em uma sala de parto. Ela estava vestida apenas com camisola azul de hospital e em cima de um leito, enquanto sofria dilatações e dores intensas para o nascimento de Helena.

E ofegante e toda suada, ela apertava a mão de Heriberto que estava em pé o lado dela .

Nervoso pela situação, ele não conseguia ainda acreditar que Victória estava em trabalho de parto e sofrendo em silêncio todo aquele tempo. O que foi totalmente imprudente da parte dela esconder que as contrações que tinha não era mais leve como antes. Mas ele sabia que não era tempo pra reclamações, Helena estava nascendo e era o momento de alegria depois daquelas últimas horas de aflição que todos estavam passando.

O que o fazia lembrar que o coração de Maria Desamparada na segunda vez, parou por mais de 60 segundos enquanto ele a operava junto a dois médicos, e ainda assim ele não desistiu dela até ver o coração dela bater novamente, que enquanto pedia que carregassem o desfibrilador, só tinha imagens de Victoria na mente e o quanto ela sofreria se a perdesse. E agora a ouvia berrar com as dores do parto. A noite estava sendo cada vez mais longa.

Victória fazia força de pernas abertas e com a médica em sua frente. E depois de mais uma empurrada, ela buscou ofegante o fôlego pela boca.

E virando o rosto para Heriberto, ela disse nervosa e cansada.

— Victória : Heriberto, ela não quer nascer! Nossa filha não quer nascer!

Depois de falar, ela chorou nervosa e sofrendo pelas dores. Lembrava do parto normal que também teve de Maria Desamparada, mas que diferente de todo o conforto que tinha naquele quarto de hospital, ela teve sua pequena Maria em um teto que tinha estrelas e encostada em umas árvore, totalmente sozinha. E agora tinha Heriberto com ela, que valia mais que quando teve Fernanda em uma cesariana. Já que ali ao lado dela ela tinha realmente o amor de sua vida.

E Heriberto então beijou a testa suada de Victória e pediu, já aflito pelo sofrimento dela para dar a luz a Helena.

— Heriberto : Sim, meu amor, ela quer nascer. Esse é o momento dela. Siga fazendo força. Você vai conseguir, minha vida. Ela vai nascer.

Victória fechou os olhos tendo Heriberto beijando a testa dela outra vez, e quando ele se afastou, ela puxou o ar para seus pulmões, ouvindo a médica também pedir pra ela fazer força. E então ela jogou o tronco pra frente, soltou a mão dele e agarrou nas grades do leito e trincando os dentes ela fez forças. Fez forças até ficar vermelha e suas veias saltarem na testa.

Mas Helena não saiu e ela deitou novamente, encostando as costas no colchão do leito e totalmente fraca.

E a médica que via Helena coroando, disse pra não ver sua paciente desistir naquele momento.

—X : Vamos Victória, eu já vejo os cabelos de sua filha. Volte a empurrar!

Victória gemeu de dor e olhou de lado, e Heriberto tocando em parte dos cabelos molhados dela, disse, já mais nervoso e aflito, por seguir vendo ela sofrendo e Helena ainda não nascendo .

— Heriberto : Meu amor, ela já está quase nascendo. Não desista agora.

E ela então o respondeu, exausta e querendo se entregar para o sofrimento até ali para dar a luz a mais uma filha.

— Victoria : Talvez ela não me queira como mãe e não quer nascer por isso, Heriberto.

Heriberto suspirou ao ouvi-la. Olhou a médica que olhou ele . Não havia tempo para uma cesariana mais. Helena já estava no encaixe perfeito pra nascer de parto normal. E então ele disse, tendo uma ideia que poderia ajudar Victória dar a luz a filha deles.

— Heriberto : Não minha vida . Eu vou te ajudar hum. Nossa filha vai nascer.

Momentos depois, Heriberto estava em cima do leito com Victória. Por trás dela de pernas abertas e dobradas ele a abraçava, e ela encostou as costas nele depois de ter voltado a fazer forças . Que então naquela posição, ele disse firme para dar coragem a ela.

— Heriberto : Empurra, meu amor! Faça força! Faça força, Victória!

Victoria também ouviu a médica pedir pela milésima vez o que Heriberto pedia. Que então ela puxou o ar do peito buscando os braços de Heriberto ao redor dela pra segurar, e fez força, gritou alto e ela sentiu que alguma parte Helena saia dela. E a médica de sorriso no rosto, disse.

— X: Isso, Victória! Faça força só mais uma vez que ela nasce!

Victória fez força outra vez, gritou alto agarrada em Heriberto, que pelo reflexo de uma luz que era como espelho na frente das pernas de Victória, ele viu Helena nascendo.

E depois um choro alto se ouviu naquele quarto, que aliava Victória de qualquer dor e a enchia de amor, não só a ela como Heriberto que chorou emocionado ao ver a filha deles nascer.

E Helena nasceu de 48cm e 3 quilos e 800 gramas. Que enquanto a médica limpava a menina e pesava com ajuda de duas enfermeira, Heriberto ainda emocionado beijava o rosto de Victória que respirava mais leve, mas ainda cansada com a cabeça entre o pescoço dele.

Heriberto naquele momento se sentia mais que antes, o homem mais completo da terra, depois do sim de Victória ouvir a filha deles chorar estava sendo uma de suas maiores alegrias na vida. Era pai de novo. A vida estava dando aquela oportunidade a ele novamente.

E ele então tocou no rosto de Victória que tinha um leve sorriso. E então ele disse .

— Heriberto : Obrigado, meu amor. Obrigado por nossa filha.

De lágrimas nos olhos como Victória que também tinha, ele deu alguns selinhos nela depois de suas palavras. E logo depois a enfermeira entregou Helena nos braços de Victória, coberta em uma manta branca.

E agora os dois olhavam para a menina que estava já calma, com olhares de amor.

O sol estava quase saindo, quando Maximiliano entrou no quarto que Maria Desamparada estava ainda descordada. Ligada a fios, naquele quarto só ouvia o som dos aparelhos nele.

Ele acabava de vir do berçário e havia conhecido Helena, e agora estava ali com Maria Desamparada.

E assim ele disse olhando seu amor na cama.

— Max : Tem que se recuperar logo, meu anjo. Helena já nasceu, tem que conhecer ela. Temos que nos casar, criar nossos filhos e sermos felizes. Existe tantas coisas para ainda fazermos juntos.

Ele tocou na mão dela de leve . A noite estava sendo tão longa que parecia que ela tinha tido 24 horas. Ele tinha visto Maria Desamparada perdendo sangue no chão e pensou que a perderia. Heriberto ainda a pouco falava com ele, como médico e teve uma conversa extensa com ele, que ele não pôde ter com Victoria ainda, que logo depois que saiu da cirurgia ela entrou em trabalho de parto. E Max sabia que ainda que Maria Desamparada havia se salvado da cirurgia tinha que esperar as 42 horas dadas por Heriberto para realmente ele dar o real estado dela para todos. Já que a cirurgia dela não tinha sido nada fácil.

E ele baixou a cabeça beijando a testa dela. Maria tinha que se salvar . Ela tinha lutado pra voltar pra eles depois de duas paradas e ele queria que ela seguisse lutando.

Ao som de um choro de um bebê. Victória despertou no leito. Havia passado algumas horas depois do parto pela madrugada que ela tinha passado, e agora já pela manhã bem cedo, era o choro de Helena que a despertava .

E ela virou o rosto e viu Heriberto com ela nos braços. Ela estava vestida de macacão rosa e manta da mesma cor. Fernanda com Cruz foi que chegaram com a bolsa com as roupinhas da bebê que nasceu em meio a todo aquele caos, trazendo sorrisos de todos naquele momento tenso .

Victória então suspirou. Olhou para seu pulso e viu uma pulseira que tinha o nome dela e depois de Helena. Ela tinha sido mãe novamente. Mãe de uma menina linda e saudável.

E então ela disse baixo com um sorriso nos lábios.

— Victória: Me dá ela Heriberto.

Heriberto não tinha visto ela acordada, então ele se virou com a menina nos braços e disse, sustentando um sorriso no rosto.

— Heriberto : Como está, meu amor? Queria deixar que dormisse mais. Mas vejo que alguém te acordou.

Ele sorriu vendo Helena de olhos fechados dormindo depois de ter resmungado. Victória antes de adormecer, tinha amamentado sua pequena, mas como sentia os seios doerem e vazarem leite, ela sabia que a filha já tinha fome.

E ela então disse, sentando e dando os braços pra pegar Helena.

— Victória : Estou bem, meu amor. E ainda que feliz por nossa filha, estou certa que essa será a última vez que passarei pelas dores de um parto.

Ela sorriu com as palavras finais mas tão cheia de certeza . E Helena abriu os olhos que parecia que iria ser tão verdes como de Heriberto. E ele quando deu ela nos braços de Victória, ele disse a respondendo, certo também do que faria .

— Heriberto : Logo providenciarei minha vasectomia, hum. Helena será nossa única filha.

Victória nada disse, olhava com amor para o rostinho ainda inchado de Helena. Ela tinha a pele rosada e cabelos bem cheios e preto . E então ela disse.

—Victoria : Ela é linda. Parece com você, Heriberto.

Quando terminou de analisar melhor cada traço do rosto de sua pequena, Victória buscou os olhos de Heriberto e com uma mão, por ele olhar de cabeça baixa as duas, ela tocou o rosto dele, certa que tinha uma cópia nos braços dela na versão menina do homem que amava.

E Heriberto então riu bobo por ter notado aquilo, e disse.

— Heriberto : Ela pode parecer mais comigo, mas a beleza é toda sua.

Ele riu e logo depois se deram um selinho. E depois, Victória colocou Helena em um seio . E então o silêncio se fez por alguns minutos que Helena amamentava. Até que Victória resolveu perguntar.

— Victória : Maria acordou?

Heriberto suspirou ao entrarem naquele tema delicado, e depois ele disse.

— Heriberto : Ainda não, meu amor. Eu disse antes de estarmos aqui, que estamos dando tempo para ela acordar. A cirurgia dela foi grave. É normal que sua recuperação seja um pouco lenta.

Victória suspirou aflita em voltar ouvir aquela outra realidade que vivia como mãe de Maria Desamparada. Ainda que agradecida que Maria seguia respirando e tinha agora também Helena nos braços, Victória sabia que só restava ter fé para que Maria Desamparada se recuperasse logo após a cirurgia. E pensando em quem a tinha levado em uma cama de hospital e lutando pela vida, ela disse cheia de rancor.

— Victória : Eu espero que Padilha esteja queimando no inferno! Enquanto Bernarda que pague pelo que fez em vida!

E Heriberto ao ouvi-la por saber a pouco o que houve com Bernarda, disse.

— Heriberto : O padre João Paulo nos contou, que o avião em qual ela fugia, explodiu misteriosamente, Victória . Está dando em todos os jornais essa notícia .

Victória olhou pra sua bebê e depois para o nada em sua frente depois que ouviu Heriberto. A justiça de uma forma ou de outra tinha sido feita. Bernarda havia pago por todas suas maldades.

Dois dias depois.

Victória deixaria o hospital com Helena. Uma parte da rainha da moda estava feliz, Helena era uma bebê saudável, linda e que era o fruto do seu amor com Heriberto, mas Maria Desamparada ainda não acordava. E Heriberto temia que ela entrasse em estado vegetativo e por isso, fariam exames neurológicos para testar as atividades cerebrais dela.

E assim de malas prontas, Victoria estava com Antonieta no quarto. Antonieta segurava Helena nos braços, enquanto Victória fechava uma bolsa sobre a cama.

E quando fez, ela se virou para Antonieta a vendo com Helena e disse.

— Victória : Por que eu nunca posso ser feliz completamente, Antonieta? Estou voltando pra casa com Helena mas deixo Maria Desamparada no hospital.

Antonieta suspirou olhando agora para Victória . Sabia como amiga de longa data de Victória, que desde que a conheceu sempre acontecia algo a ela quando tudo parecia estar bem, o sumiço de Maria Desamparada por exemplo, aconteceu quando estavam indo bem com os negócios.

E então ela apenas disse.

— Antonieta: Você é forte Victória. Sempre foi. Já passou por muitas coisas e olha aqui, olha para Helena. Você tem agora também ela com o homem que ama.

Victória pegou Helena dos braços de Antonieta . Era tão agradecida por ter aquela linda filha nos braços dela com um homem como Heriberto era e que todos os dias só queria fazer ela feliz. Mas faltava mais uma vez algo para ela estar completamente feliz. E por isso ela não conseguia se conformar pelo que estava passando com Maria Desamparada ainda hospitalizada.

E assim ela respondeu Antonieta.

— Victória: Sim. Eu sei que já passei por tantas coisas, que não conseguia imaginar mais um momento como esse que estou vivendo ao lado de Heriberto, Antonieta. Sabe que o amo e amo a filha que tive com ele. Mas por quê tudo não pode estar bem na minha vida? Temo que Maria Desamparada não acorde.

Uma lágrima desceu dos olhos de Victória. E Antonieta tocou um lado de um braço dela, e alisou dizendo.

— Antonieta : Não perca a fé Victória. Ela vai acordar, vamos ter fé.

Heriberto então bateu na porta antes de entrar e quando entrou, ele disse baixo vendo as duas mulheres.

— Heriberto : Maria Desamparada vai ser levada para realizar mais exames, Victória. Se quiser se despedir dela antes de irmos, tem que ser agora, hum.

Ele se aproximou de Victória, viu a lágrima dela que tinha em um lado de sua bochecha e limpou. Poderiam estar mais felizes. Mas Maria Desamparada estava a ponto de ser diagnosticada em um estado de coma. A mãe que Victoria era, estava dividida novamente.

E então depois de Victória deixar Helena com Antonieta que sentou no sofá do quarto, ela seguiu com Heriberto para o quarto que Maria Desamparada estava.

Vestida em uma bata verde e máscara, Victória entrou sozinha no quarto de que Maria Desamparada estava.

O silêncio naquele quarto doía o peito de Victória. Era para ela estar feliz, completamente feliz. Mas de novo a vida lhe dava uma rasteira e aonde mais doía nela.

E assim, ela baixou a máscara que tinha na boca e sussurrou, tocando na mão de Maria Desamparada que estava ao lado do seu corpo.

— Victória : Filha, meu amor . Acorda. Temos tanto que viver ainda.

Victória sentiu lágrimas descerem dos seus olhos. E ela suspirou. Queria tanto ouvir que foi perdoada por Maria Desamparada. Ainda que não estivessem como antes, ainda não era a mãe e filha, que Victoria sonhava que fossem. Maria Desamparada ainda tinha ressentimentos, não tão intensos como antes, mas ela sabia que ela tinha. E por isso Victória seguiu dando espaço a ela depois do casamento dela, para que Maria Desamparada tivesse a liberdade dela mesma procurá-la, sem pressões, brigas e humilhações.

E assim, Heriberto apareceu na porta. Iria levar Maria Desamparada para fazerem os testes neurológicos, e Victoria tinha que deixá-la também para irem pra casa.

E então ele disse baixinho.

— Heriberto : Vamos, meu amor.

Ele entrou mais no quarto e Victória buscou os braços dele. De frente um para o outro, Heriberto a abraçava e acariciava as costas dela. E então ele ouviu Victória falar depois de alguns segundos tê-la em silêncio no peito dele.

— Victória: O que houve com ela foi culpa minha Heriberto. Bernarda por me odiar, acabou que minha filha saiu ferida. E no final das contas, eu de um jeito ou de outro acabo ferindo quem eu amo, ou perdendo-os.

Heriberto quando a ouviu, a afastou para olha-la. Já tinha escutado tais palavras dela mais de uma vez e não só em ouvi-la se culpando por algo que acontecia as filhas dela mas também dela dizer que feria as pessoas. Ela mesma, já havia dito que poderia feri-lo e perde-lo. Mas sobre perder, ele sabia que ela tinha recuperado o que tinha por um tempo perdido, que era a boa relação com Fernanda, tinha recuperado também Maria Desamparada descobrindo que ela era sua filha, ainda que o perdão tão desejado a ela de Maria ainda não tivesse sido demonstrado, ele via que a jovem estava baixando a guarda todos aqueles dias. E então para ele, o que ela só tinha perdido e não recuperado, era o casamento que ela teve com Osvaldo.

E por isso imagens dele a confortando na larga noite que tiveram há dois dias, veio na mente dele. E então ele disse.

— Heriberto : Quando te conheci passava por momentos difíceis em sua família, Victória. Mas tudo voltou ao seu lugar, até descobriu que Maria Desamparada era sua filha perdida e agora sabe que ela não é como antes mais com você. Então ao meu ver, o que lamenta agora é algo que não conseguiu recuperar. O que me parece que fala do casamento que teve com Osvaldo.

Victória quando o ouviu se afastou dele tirando as mãos que tinha levado no peito dele. Pensava que o que acabava de ouvir era um absurdo. Tinha perdido sim o casamento que teve com Osvaldo mas não se lamentaria mais por isso como fez antes mesmo de conhecê-lo. E então ela disse em um tom de indignação.

— Victória : Então pensa que lamento o fim do meu casamento com ele?

Heriberto suspirou olhando sério pra Victória. Poderia estar falando besteiras, mas qualquer um que a ouvisse e conhecesse a história dela, que o triunfo que ela vivia dentro das percas que teve, pensaria que ela falava do fim do casamento que teve com Osvaldo . E então ele disse.

— Heriberto : Não quero ser insensível contigo, Victória mas é o que parece. E me perdoe que mesmo te compreendendo, parece esquecer que ao se lamentar como faz agora tenha muito que agradecer também. Maria Desamparada sobreviveu e ela ainda pode acordar . Está deixando a dor que sente tirar suas esperanças e te cegar.

Victória analisou as palavras de Heriberto. E ela chorou. Parecia que estava sendo egoísta. Mas só queria ter a certeza que quando começava respirar a felicidade, não teria medo de alguma desgraça acontecer que seria maior que sua felicidade. E então ela disse, em meio suas lágrimas.

— Victória : Eu sei, Heriberto. Eu estou feliz, acabo de ser mãe novamente. Helena é um milagre que me aconteceu quando já estava desacreditada com tudo. Você me deu ela, seu amor, sua presença mudou tudo e me fez acreditar que eu poderia ser feliz novamente. Mas por que não completamente feliz como desejo? Por que quando tudo está bem algo acontece?

Heriberto suspirou olhando Victória em sua frente. A vida era daquele jeito. Os dias ruins existiam assim como os felizes. E então ele a respondeu.

— Heriberto : Não tenho essas respostas que busca Victória . Mas sei que tudo faz parte da vida. A vida real não é fácil. Sabe disso, eu sei mais que ninguém também disso. Mas ela ainda continua generosa com nós dois. Não lamente e não perca a fé. Tudo pode voltar a estar bem outra vez.

Victória tinha virado de costa para Heriberto, que quando ele terminou de falar, olhando para cama de Maria Desamparada viu ela mexer a cabeça de um lado para outro . Ela acordava naquele exato momento.

E então ele passou a frente de Victória, dizendo ao chegar ao lado de Maria.

— Heriberto : Consegue me ouvir, Maria? Me vê e me ouve bem?

Ele perguntou rápido levando um aparelho que ele tirou do bolso do seu jaleco, e mirava com ele aceso os olhos de Maria Desamparada. Quando o ouviu, Victoria se virou rápido e ela olhou para cama que Maria Desamparada estava e viu as mãos dela tocando de um modo desesperado os braços de Heriberto. Maria Desamparada acordava sem noção nenhuma da onde estava. E Victória via que ali sua filha nascia de novo e por isso chorou, mas chorou dessa vez de emoção e gratidão.