Dia seguinte...


Victoria estava ao lado de fora do quarto de Fernanda. Era bem cedo e ela estava ali, diante da porta do quarto de sua filha, apenas tomando coragem para entrar e por fim dizer que estava esperando um filho de Heriberto. Pois ele tinha razão, tinha toda razão de ter se mostrado inseguro e cobra-la. Ela não podia mais esconder que estava grávida. E assim, depois de um suspiro ela bateu e entrou.


Fernanda estava na cadeira de rodas, uma enfermeira penteava os cabelos dela. Victoria olhou pra enfermeira e no momento seguinte, ela saiu deixando a escova com ela. Victoria então sorriu e Fernanda sorriu de volta pra ela. E assim ela foi atrás da cadeira e começou pentear os cabelos de Fernanda.

Victoria, não sabia como começaria aquela conversa. Mas sabia que tinha que falar de uma vez. E assim, ela começou.


— Victoria: Dormiu bem, filha?

Fernanda assentiu sentindo Victoria escovar os cabelos dela, e depois disse.


— Fernanda: Sim mamãe. E a senhora?

— Victoria : Um pouco, meu amor.


Fernanda tocou os dedos e baixo resolveu falar, um pouco nervosa.

— Fernanda: Queria conversar contigo, mãe . Senão tiver que ir pra casa de moda, agora.

Victoria então passou a frente da cadeira de Fernanda se agachou e a respondeu.


— Victoria: Sei que fala assim, por eu ter te negligenciado tanto filha. Escolhi muitas vezes meu trabalho, do que você, do que minha família. Me perdoa?


Fernanda tocou na mão de Victoria, levou até seus lábios e beijou com carinho.

— Fernanda: Só se também me perdoar, mamãe. Eu fui tão burra, tão rebelde. Mas não quero ser mais assim.

Victoria de lado, tocou o rosto de sua filha mais nova com uma de suas mãos. E disse com amor.

— Victoria: Não tem que me pedir perdão, filha. Eu te amo tanto, meu amor.

Fernanda via os olhos de Victoria marejados de lágrimas e sentindo os dela igual, ela disse.

— Fernanda: Está emotiva . Estou com medo de dizer o que pretendo dizer.

Victoria então limpou uma lágrima que rápido desceu dos seus olhos, e disse com atenção olhando Fernanda.


— Victoria: E o que é ?

— Fernanda : É melhor se sentar.


Victoria então, ficou de pé e olhou a ponta da cama atrás dela e então ela disse.

— Victoria: Eu também quero conversar com você, filha. Mas antes diga o que tem a me dizer.

Victoria pegou a cadeira de rodas de Fernanda e levou mais próximo da cama deixando de frente pra ela e se sentou.

E assim as duas se olhando, Fernanda voltou a dizer.


— Fernanda : Estou ficando nervosa. É melhor que fale primeiro, mamãe.

Victoria então suspirou. E depois começou falar um pouco tensa.

— Victoria: Sabe que vou me casar com Heriberto, e será logo, Fer.


Fernanda buscou uma mão de Victoria e segurou. E sorrindo ela disse.


— Fernanda: Eu sei mãe e quero que seja feliz com ele. Desejo que seja feliz como vejo que está sendo.

E Victoria ainda que vibrasse com as palavras de Fernanda. Como mãe, ela sofria por saber que poderia ser feliz ainda que visse sua filha ainda infeliz como estava sobre aquela cadeira de rodas. Pois, parecia tão injusto, parecia injusto ela seguir uma vida nova ao lado de Heriberto e o filho deles sabendo que sua única filha mulher, a única que tinha perto dela, vivia infeliz. E assim, sofrida com seu amor de mãe e seu coração pequeno por ver Fernanda seguindo como estava, Victoria disse .

— Victoria: Mas eu... Eu não sei se posso ser filha. Não ainda com você como está, meu amor. Me dói o coração de ter ver ainda assim.

Fernanda sorriu levemente e com as mãos dela , ela uniu nas mãos de Victoria. E confessou, olhando nos olhos dela que estavam entre lágrimas.


— Fernanda: Mãe. Eu estou amando também. O Cruz, ele está me fazendo bem. Tão bem que estou esquecendo que ainda estou nessa cadeira e só vendo como ele pode me amar ainda nela. Me amar de verdade. Eu acho que posso ser feliz, ainda que não ande mais.

Victoria já chorava e por isso soluçou e depois tentou falar.

— Victoria: Filha...

— Fernanda: Não chore. Só me escuta.

Victoria assentiu com a cabeça e Fernanda continuou.

— Fernanda: Cruz me ama e está me fazendo feliz e então quero me casar com ele, mãe.

Victoria então olhou nos olhos de Fernanda, limpou as lágrimas dela e perguntou .


— Victoria: Casar? Casar, filha?

Fernanda sorriu e assentiu com a cabeça rapidamente.

— Fernanda: Sim, mãe. Casar. Não te agrada?

Victoria então arrumou sua postura, respirando já aceleradamente. Não esperava que Fernanda estava pensando em casar. Não era uma notícia ruim mas também não era o que ela esperava ouvir. E assim ela tentou falar.


— Victoria : Não. É que, filha . Você é jovem e ele, ele é.

Fernanda soltou o ar da boca e fechou os olhos. Conhecia a mãe que tinha, e para ela, Victoria estava vendo a diferença de status que ela e Cruz tinham. E assim, ela disse.

— Fernanda : Sei o que vai dizer. Ele é diferente de mim, não é do mesmo mundo que somos . Mas é por ele ser como é, que estou amando ele mãe. Ele é tão melhor que eu. Já encontrou alguém que acha que ele pode ser melhor do que você, e você pergunta o que ele viu em você de bom? Porque mãe, com Cruz é assim. Ele é tão bom, tão generoso. Que me faz querer ser alguém diferente.


Victoria sorriu entre lágrimas novamente . Seus pensamentos com as palavras de Fernanda foram logo em Heriberto. Ela sentia que ele era bom demais pra ela, tão bom que sentia que a vida tinha sido tão generosa em coloca-lo na vida dela um homem como ele sem ela mesma achar que merecia. E ouvindo Fernanda, ela podia sim entende-la. E como podia! Pois Heriberto era alguém que naquele campeonato de sua vida, com erros e caminhos dolorosos, ela não imaginava encontrar. Não imaginava, nem mais amar quem diria amar um homem como ele e ser amada e querer mudar por ele.

E assim ela limpando um lado do seu rosto e depois pegando na mão de Fernanda, que ela segurava . Ela disse.


— Victoria : Eu posso te entender, Fernanda. Posso te entender, filha. Porque sinto o mesmo com Heriberto. As vezes acho que ele é mais do que eu merecia.

— Fernanda: É exatamente assim que me sinto com Cruz, mãe. E não posso deixar essa oportunidade de ser feliz com ele, passar. Então por isso quero me casar.

Victoria suspirou e expressou o que estava sentindo.

— Victoria: Eu não sei que dizer. Me pegou tão desprevenida. Não esperava entrar aqui e ouvir que vai casar, Fernanda.

E Fernanda voltando a estar nervosa, pediu quase implorando na sua voz.

— Fernanda: Só diga que está feliz por mim, mãe, e aceite. Pela primeira vez estou amando. E estou feliz.

Victoria então sorriu. Sorriu olhando nos olhos de sua filha, queria ver neles o tamanho da felicidade dela. Queria ter certeza que ela poderia também ser feliz. E assim ela disse.

— Victoria: Está feliz de verdade?

Victoria tinha levado a mão no rosto de Fernanda, e ela tocando a mão da mãe aonde estava, a respondeu sorrindo como ela.

— Fernanda: Estou mãe. Com ele sei que posso ser feliz.

Victoria sorriu com amor. Não podia llutar e não queria, lutar contra o amor de sua filha por Cruz, não podia cometer mais erros. E assim ela disse.


— Victoria: Então eu aceito, filha. Aceito que o ame . E ser quer se casar, não serei contra. Não serei assim como não é contra meu amor e meu casamento com Heriberto.

Depois que ouviu Victoria, Fernanda baixou a cabeça e depois voltando olhar a mãe em sua frente, ela disse.

— Fernanda: Meu pai errou. Estava ilusionada com a volta de vocês. Mas entendi que o amor pode acabar quando ele se corrompe. E o que o meu pai fez, corrompeu o amor que sentiam. E agora a vejo tão diferente mamãe, com o doutor, Heriberto . Tão feliz . Que vi que estava sendo egoísta. Quero que seja feliz. E quero que me deixe ser também.

E Victoria como não podia segurar tanta emoção naquela conversa aberta com Fernanda, deixou de seus olhos escapar mais lágrimas. E assim, ela disse emocionada.

— Victoria : Eu vou deixar filha, já disse que vou. Tem minha benção, meu consentimento. Apenas me prometa que será feliz. E se por acaso se arrepender, não esqueça que sempre me terá aqui pra você. Sempre, meu amor.

Ela tocou o rosto de Fernanda com carinho outra vez. E Fernanda, disse também emocionada .

—Fernanda: Assim irá me fazer chorar mãe. Eu te amo.


As duas se abraçaram. E depois, Victoria voltando se sentar, disse. Tocando a barriga, pois ela tinha que contar de uma vez o que faltava dizer a sua filha.

— Victoria : Eu disse que queria falar com você também, filha. Eu queria dizer...

Fernanda sorriu olhando o gesto de Victoria, e então ela disse .

— Fernanda: Que está grávida, eu sei.

Victoria arregalou os olhos e perguntou.

— Victoria: Que, como sabe?

— Fernanda: A senhora estava estranha. As vezes pálida, parecendo doente e outras vezes comendo demais muito saudável em nossos café da manhã. Até que há uma semana entrei no seu quarto te chamando, mas não estava e vi um exame ao lado de sua cama. E bom, eu abri e li. E lá estava que eu teria uma irmã ou irmão.

Victoria tocou os cabelos nervosamente, e ainda que Fernanda sorria ela perguntou.

— Victoria : E gostou da ideia?


— Fernanda: No começo fiquei confusa. Mas depois fiquei feliz. Sempre quis ter uma irmã.

Victoria então fechou os olhos, soltou o ar da boca e sorriu aliviada. Mas o fim das palavras de Fernanda, acendeu o desejo nela de contar outra verdade. E assim, que abriu os olhos ela olhou nos olhos de sua filha, e disse.

— Victoria: E você tem uma irmã, filha. Tem uma!

Fernanda piscou nervosa sem entender nada. E disse.


— Fernanda: Como?


Victoria suspirou nervosa, não tinha mais como voltar atrás no que ela começava a dizer. E então, depois de puxar o ar do seu peito, ela disse.

— Victoria: Eu quero te contar. Te contar tudo que ainda não sabe de mim, Fernanda .

E assim, como sentia que não podia mais esconder também a perca que ela escondia de Fernanda e de todos por aqueles anos. Victoria, começou contar aquela parte dolorosa de seu passado que havia lhe tirado seu bem mais precioso, que era sua pequena Maria.

E momentos depois. Limpando os olhos das lágrimas mas com um sorriso nos lábios, uma paz na alma e um alívio no coração. Victoria deixava o quarto de Fernanda. A jovem ainda que tivesse ficado surpresa com aquele passado que Victoria escondia, se compadeceu por ver sua mãe chorar com a dor da desesperança de jamais voltar a ver sua pequena filha que já era uma mulher e que um dia se perdeu.

E assim, depois que entrou de volta no quarto dela. Sem mais lágrimas, apenas feliz . Victoria pegou sua bolsa, desejando contar a Heriberto que tinha tido coragem de revelar a sua filha a verdade que sempre escondeu além de contar sobre a gravidez. E saiu do quarto, tendo em mente de buscá-lo aonde ele estivesse pra contar a ele sem ser por telefone.


E descendo já a escada, ela viu Osvaldo, que estava na mansão pra visitar Fernanda . Ela tocava na barriga já em um gesto que começou fazer sem perceber e ele notou que aonde ela tinha a mão e que por usar um vestido de panos leve da cor rosa, marcou seu ventre redondinho. E ele suspirou enfiando as mãos no bolso, lembrando do passado deles por ter certeza do que via sem precisar perguntar.

Ele só lembrava que no passado, Victoria não quis dar mais um filho a ele.


E assim que ela desceu toda a escada, ele disse com pesar na voz.


— Osvaldo: Então está grávida...

Victoria então alisou o ventre, não ia esconder mais que estava grávida de ninguém. E assim ela respondeu, a pergunta de Osvaldo que foi mais uma afirmação por ele olhar o ventre dela com fixação.


—Victoria: Sim, Osvaldo. Heriberto e eu esperamos um filho.

E Osvaldo, sentido disse depois de rir amargo.


— Osvaldo: Quando te pedia mais um filho, sempre me negou. Por que agora com ele resolveu ter, Victoria?


Victoria respirou fundo. Osvaldo, ainda que havia deixado de insistir com ela em uma volta ele sempre voltava de algum modo falar do passado deles. Sempre achava um motivo pra tocar nele como ele fazia naquele momento. E assim, ela o respondeu ainda que ela sabia que não devia satisfação a ele.


— Victoria: Osvaldo, por favor é melhor não falarmos do passado. Além do mais, não foi planejado. Não esperava essa gravidez. Mas estou feliz, vou ser mãe novamente.

Osvaldo desceu os olhos de novo para a barriga de Victoria e depois voltando a olhar pra ela, ele disse.

— Osvaldo: Muitas felicidades a vocês então.


Victoria ficou calada, não conseguia sentir nenhuma vibra boa de Osvaldo . Mas ela o entendia. Mas não podia se compadecer. Era tarde pra ele se lamentar. Sempre seria...


E sem notar, Max que entrava na casa e por ter escutado as palavras de Osvaldo, ele disse sorrindo se aproximando dos pais.

— Max: Felicidades? Está desejando Felicidades a minha mãe, por que pai?


Victoria então olhou para Max um pouco nervosa, mas sem deixar que ela falasse, Osvaldo disse todo azedo.


— Osvaldo: Sua mãe está grávida, Max! Além de se casar de novo, ela está grávida e feliz! Feliz enquanto sua irmã está infeliz!

Victoria abriu a boca e Max coçou o queixo e depois disse.


— Max: Pai também não é assim. Minha mãe tem o direito de voltar a ser feliz. Parabéns mãe, pelo filho. Vou ter um irmão.


Max sorriu, e Victoria que nem respirava direito depois de ouvir as palavras de Osvaldo e temer o julgamento do filho. Ela sorriu. Sorriu porque não tinha os filhos que ela mais temia contra a felicidade dela com Heriberto e aquele bebê.


E assim ela disse.


— Victoria: Obrigado, Max, meu filho.


Ela tocou o rosto de Max com amor. E Osvaldo fez cara feia e disse.

— Osvaldo: Vou ver Fernanda.


Victoria quando o ouviu. Disse com raiva nos olhos e lábios torcido demonstrando assim ainda seu desagrado pelas palavras dele .

— Victoria: Ainda não vá, Osvaldo. Já que estão os dois aqui, quero contar algo muito importante que acabo de contar a Fernanda.

Osvaldo revirou os olhos e disse com ironia.

— Osvaldo: Mais surpresas?

— Max : O que quer nos contar, mãe?

E Victoria sem delonga soltou .

— Victoria : Eu tive uma filha, antes de Fernanda.


E Max incrédulo, disse .

— Max: Filha? Que filha?

E Osvaldo igualmente ao seu filho, disse também.

— Osvaldo: Que filha fala, Victoria?


Victoria então suspirou e ergueu a cabeça. A hora dela contar sobre sua pequena Maria, para eles tinha chegado também .


E assim momentos depois, com Osvaldo, sentado no sofá e Max também. Eles olhavam pra Victoria que tinha lágrimas nos olhos e rosto banhado delas. Ela tinha contado aquela verdade a eles também de peito aberto revelando sua dor. Revelando a verdade daquela dor que ela carregava.

Enquanto longe dali.

Na vila que, Maria Desamparada, morava. Ela estava com Nathy que estava eufórica pois o dia de seu casamento com Juanjo se aproximava.


— Nathy: Estou tão ansiosa. Tão ansiosa, Maria!

Maria Desamparada, sorriu e disse.

— Maria: Eu sei que está!

E Nathy de pé de frente pra sua amiga disse também.


— Nathy: Mas me conte, quando vai ser seu casamento com Max? Falta vocês dois. Ou está indecisa entre, Alonso?

Maria rapidamente negou com a cabeça e disse.

— Maria: Não, eu amo Max. Somente ele! Mas vamos esperar nosso casamento . Ele tem que ser depois que tudo estiver bem na família de Max. E também, a senhora Sandoval irá se casar.

E Nathy pensando no noivo da terrível sogra de Maria e ex chefe, ela disse.

— Nathy : Eu ainda não acredito que ela vai se casar com aquela doutor. Ele parece tão bom pra ela e ela tão má.


Maria suspirou. Nathy assim como ela conhecia Heriberto, mas mais ela por vê-lo nas idas e vindas do hospital quando Fernanda precisava estar nele, e saber que o médico era bom não só em sua profissão pelo que ouvia falar dele. E assim ela disse de braços cruzados, pensando em Victoria.

— Maria: As vezes tenho dúvidas se a mãe de Max é tão má, talvez ela seja só má comigo. Porque ela parece que faz Heriberto, feliz. Já os vi juntos mais de uma vez no hospital.

E Nathy não convencida a respondeu.


— Nathy: Pra mim ela é azeda demais pra aquele doutor que parece tão bom se apaixonar por ela.


Mais tarde...

Já a noite. Heriberto estava em um restaurante. Ele esperava Victoria que marcou com ele aquele jantar.


Ele havia notado que ela esteve estranha na ligação e por isso ele ficou apreensivo pra chegada daquele jantar.


E enquanto no carro, dirigindo até o restaurante, Victoria pensava na conversa que tinha tido com Osvaldo e Maximiliano. Max e até Osvaldo, tinham prometido ajuda-la achar sua Maria. Osvaldo havia prometido contratar um detetive, mas aquilo Victoria já tinha feito há anos e ele seguia no mesmo trabalho tentando encontrar a filha dela. Mas aliviada, por não esconder mais nada, incluindo sua gravidez de seus filhos que aceitaram não a Julgando. Ela sorria. Pois estava confiante ainda mais que podia ser feliz com Heriberto. Ele tinha razão, podiam ser felizes...

E chegando no restaurante, ela suspirou ansiosa. Como não havia conseguido estar pessoalmente mais cedo com Heriberto, ela deixou pra noite naquele jantar dizer a ele, que já não escondia que estava grávida e revelar a coragem que teve de expor sua história também .


E quando Heriberto a viu chegar ele se levantou da mesa e a beijou nos lábios. E com as mãos na cintura dela e os rostos próximos, ele disse .


— Heriberto : Não chegava. Estive nervoso.

Victoria sorriu e o respondeu com o riso ainda nos lábios.

— Victoria: Tenho que parar de me atrasar em nossos encontros.

— Heriberto: Só não se atrasa quando ele é em meu apartamento, hum.

Depois de suas palavras, discretamente Heriberto cheirou um lado do pescoço de Victoria entre os cabelos dela, e ela sorrindo de olhos fechados, disse.

— Victoria: Tenho fetiches nele.

Heriberto sorriu e deixando de fazer o que fazia pra olha-la, ele disse .

— Heriberto : Eu bem sei quais.


Eles sorriram e se beijaram novamente. E depois, Victoria já sentada com os dois na mesa. Com Heriberto lendo o menu pra fazerem os pedidos, ela disse.


— Victoria: Eu já contei a todos que estou grávida, Heriberto.


Heriberto baixou o menu a olhando e a respondeu , não contendo o sorriso que se formou nos seus lábios bonitos.


— Heriberto: Contou?


Victoria assentiu rapidamente com o mesmo sorriso que ele e disse.

— Victoria: Sim, meu amor, eu contei. Contei a Fernanda, a Max e também para Osvaldo que estava presente.

E Heriberto mesmo que estava feliz deixou de sorrir e disse ao ouvir a parte de Osvaldo.

— Heriberto : Ele não sai da sua casa.

Victoria sorriu achando graça a expressão de Heriberto mudar. E assim, ela pegou na mão dele e disse.

— Victoria : Está com ciúmes?

Heriberto então se moveu no assento vendo ela acariciar a mão dele sobre a mesa, e a respondeu.

—Heriberto: Um pouco.

Victoria então mordeu o canto dos lábios e disse, com um sorriso.

—Victoria: Podemos resolver, esse ciúme quando me levar para o seu apartamento, querido.

Heriberto então desfez a cara feia por não poder sustentar mais ela. E pegando a mão dela, ele beijou e depois disse.

— Heriberto: Nosso, hum. Nosso apartamento. Mas não me desconcentre, meu amor, mudando de assunto. Sabe que me faz feliz saber que já contou que está esperando um filho nosso. Mas quero saber como seus filhos reagiram.

Heriberto largou a mão dela, e serviu vinho pra ele da garrafa que já tinha na mesa. E sorrindo, Victoria o respondeu.

— Victoria: Reagiram, ficando felizes.

Heriberto olhou pra ela, deixando de fazer o que fazia. E então perguntou.

— Heriberto: Até Fernanda?

E mais contente, Victoria o respondeu.

— Victoria: Principalmente ela. E não contei só isso, meu amor.


— Heriberto : Ah não? O que mais contou?


— Victoria: Contei sobre, Maria. Sobre minha filha perdida.


Quando Heriberto ouviu Victoria, ele parou a olhando sem reação. Ele queria ver na expressão dela, se tudo seguia bem. E ela sorriu mais pegando a mão dele outra vez e disse por vê-lo calado.


— Victoria: Todos agora já sabem que espero um filho seu, tomei coragem e contei sobre Maria também. E tudo segue bem. Tenho mais certeza ainda que posso ser feliz com você, Heriberto . Ainda que me falte apenas uma coisa que me faça mais feliz do que já estou. Que é encontra-la, encontrar minha Maria.

Heriberto então com as mãos dele fechou elas na mão de Victoria, e a olhando nos olhos. Ele disse, esperançoso.

— Heriberto: Eu sinto que logo encontrará sua filha Victoria. Não sei o que me faz acreditar nisso. Mas eu sinto de alguma forma isso, meu amor.

Victoria então sorriu. Sentia naquele momento um vigor que lhe trazia com as palavras de Heriberto, esperança. A esperança que as vezes morria e outras que renascia das cinzas como naquele momento, que logo encontraria sua pequena Maria.


E assim ela disse com lágrimas nos olhos.


— Victoria: Deus te ouça, Heriberto.