Em um lindo imóvel, com uma corretora mostrando todos os hectares daquela casa, Heriberto e Victoria, estavam mais uma vez tentando escolher aonde iriam passar o resto de suas vidas depois de casados.

Já tinha passado uma semana. Uma semana de visitas deles a bastantes imóveis, que por Heriberto, ele ficaria com o primeiro que colocaram os pés mas por Victoria, que queria o melhor, a mais bonita casa que agradassem seus olhos, era que ainda não tinham escolhido aonde viveriam. E Heriberto, tinha esperança que aquele dia seria a última visita deles em um imóvel, porque a bela mansão que estavam, era luxuosa e enorme que tinha uma área de lazer com um imenso jardim verde de gramas bem aparadas e que vinha de regalia uma pequena lagoa de um riozinho com peixes de água doce ao meio daquele jardim cercado de lindos verdes e árvores de pinheiros . E que assim, ao sair para fora da casa poderiam sentir no quintal deles o cheiro da natureza mesmo estando perto da cidade. Mas tinha um porém que podia impedir Victória fazer finalmente sua escolha, que Heriberto desconhecia. A corretora não deixava de flertar com ele, e ela sentia que não podia mais se controlar.

A corretora de imóveis, que estava sendo muito atenciosa com Heriberto, era jovem e loira, que vestia um look impecável de social azul quase preto, de saia de cintura alta e terninho feminino com saltos altos nos pés e de cabelos preso. Além de jovem tinha bom gosto de como se vestir. O que com a má experiência, que Victoria passou com Linda, poderia justificar o que ela sentia naquele momento.

E ela ao lado de Heriberto com a corretora de sorrisos para ele. Ela sentiu ele alisar as costas dela com carinho e dizer.

— Heriberto: Meu amor, me ouviu? Ficaremos com a casa?

Victoria piscou os olhos, tinha se perdido nos tantos pensamentos que passaram na mente dela estrangulando de muitas formas a loira em sua frente. E então, ela puxou o ar e se virou para ele dando as costas para corretora e disse.

— Victoria : Não! Não gostei, Heriberto! Vamos marcar outra visita, em outro imóvel!

Heriberto a olhou confuso. Estava jurando que ela tinha gostado tanto quanto ele da casa que viam. E assim ele a respondeu, depois que soltou um suspiro frustrado.

— Heriberto: Tem certeza que não gostou? Victoria, teríamos o verde da natureza em nosso quintal. Vai dizer não, para aquela visão?

E a corretora, resolveu dizer de voz macia e sorrisos saliente.

— X : Bom, eu vou dar um momento para que vocês possam conversar sozinhos. Quando acabarem me chame, senhor rios.

A mulher tocou no braço de Heriberto depois das palavras dela e deu as costas, pegando o caminho da porta larga e sofisticada da saída da casa. Deixando assim, Heriberto e Victoria na sala principal.

E então depois de ter respirado fundo, Heriberto disse tentando conter sua impaciência em pensar que teriam que seguir vendo casas em tão pouco tempo que eles tinham .


— Heriberto : Não estou entendendo, Victoria . Essa casa é linda. Se não a quer. Não sei o que quer para morarmos, querida.

Victoria ergueu a cabeça. Tinha o rosto tenso e boca torcida de lado. Heriberto parecia não ter notado o descaradamento da mulher ou estava fingindo que não. Mas ela não estava disposta deixar passar em branco. E então ela disse.

— Victoria : Não irei dar a comissão que aquela mulher ganharia com a compra nossa dessa casa. Não depois de descaradamente ela flertar contigo e na minha frente Heriberto!

Heriberto respirou fundo outra vez e passou a mão nos cabelos . Tinha notado sim que a atenção da corretora de imóveis estava sendo mais para ele. Mas esteve todo tempo só querendo saber o que Victoria estava achando daquela casa que estavam para que só a opinião dela valesse para ficar com ela. E então, por entender o que ela tinha era ciúmes, ele disse.

— Heriberto : Então é isso, Victoria. É por ciúmes que não vai ficar com a casa? Não tem necessidade disso, meu amor. Eu só tenho olhos pra você. E aqui só vale a sua opinião para mim.

Heriberto tocou no rosto dela. E a beijou nos lábios. E ela virando o rosto em seguida saindo do toque dele. E ela o respondeu, ainda enciumada.

— Victoria : Tem, Heriberto! Sabe do que passei com Osvaldo. E ter uma mulher jovem como ela flertando com você . Não me deixou com um pingo de vontade de seguir com isso!

E Heriberto, incomodado com a comparação de Victoria e suas últimas palavras, ele disse agora nada paciente.

— Heriberto : Eu não sou Osvaldo, Victoria! E isso que se refere, é nossa casa, é nosso futuro lar e do nosso filho! E ele logo nascerá! E eu quero que isso acontecer, que estejamos em nossa casa e já casados!

Victoria então cruzou os braços com sua bolsa entre eles e suspirou aborrecida. Sabia que ele tinha razão e não tinham todo tempo do mundo. Pois queria também já ser a esposa dele para ter o filho que esperam já sendo a senhora Rios Bernal. Mas estava nervosa, enciumada e não queria dar o braço a torcer.

E então ela o respondeu.

— Victoria : Quer ficar com a casa? Fique! Acerte tudo com aquela corretorazinha sem classe! Mas faça isso sozinho, Heriberto, porque não fico nem mais um minuto diante dela!

Victoria foi sair da frente de Heriberto, mas ele pegou no braço dela e disse calmo pra traze-lá a razão e ele manter a dele.

— Heriberto : Está mesmo fazendo isso? Victoria, já levamos tempo suficiente juntos pra ter essas crises de ciúmes!

Victoria baixou os olhos pra ver a mão dele no braço dela, e depois subindo eles pra olha-lo nos olhos ela disse certa.

— Victoria : Poderemos levar 10, 15, 20 anos juntos, mas ainda assim eu terei ciúmes, Heriberto! Acostuma-se!

Victoria então, puxou o braço dela e saiu da frente dele com a mão na barriga indo em direção da porta. E Heriberto a seguiu respirando fundo, contando até mil pra ter paciência com ela. E quando passaram pela porta, Victoria de nariz em pé nem olhou a corretora de imóveis e seguiu andando até o carro estacionado deles
.E Heriberto ficou para finalizar aquela visita com a mulher. E logo depois, ele entrava no carro com ela já dentro mas não querendo olha-lo. E ele em silêncio ligou o carro e saíram dali.

Aborrecido, era assim que Heriberto estava mas não queria brigar com Victoria por aquela bobagem. Ela estava grávida e ele gostaria de manter a calma que via que ela não tinha. E seu aborrecimento era mesmo por saber que ainda não tinham um lar para juntos poderem viver. Ele queria tê-lo antes do nascimento do filho deles e entrar nele casados, como havia deixado claro a ela. Victoria já fazia 4 meses de gravidez e o tempo passava rápido.

E então como estava, ele ouviu Victoria suspirar e ele olhou de lado e viu que ela chorava. E ouviu ela dizer chorosa.

— Victoria: Eu gostei da casa, Heriberto. Eu não sei o que deu em mim. Eu quero que moremos nela.


Heriberto então suspirou, dando um meio sorriso. Imaginou que aquilo aconteceria e que depois da sua crise de ciúmes poderia querer voltar atrás. Então ele tinhao pedido para corretora não liberar ainda a casa para a visita de outros possíveis compradores, acreditando que Victoria voltaria atrás em algum momento. Mas ele não tinha imaginado que esse momento, seria 5 minutos depois que tinham deixado a casa.

E então ele disse, paciente para consola-la, enquanto a tocava na perna levemente sem poder tirar os olhos da direção.

— Heriberto: Não chore, hum. A casa ainda pode ser nossa. E prometo que na nossa próxima visita, acertaremos tudo com um corretor e não uma corretora.

Ele então pegou agora na mão dela e a olhou com o semáforo parado. E Victoria de olhos chorosos, sorriu e disse, jogando a culpa da sua decisão impulsiva no estado que estava.

— Victoria: Esses hormônios estão me matando. Me desculpe, meu amor.

Heriberto riu sabendo que sim, o estado de Victoria poderia deixa-la como estava, mas sabia também que já tinha amostras que ela era daquele modo sem seus hormônios de grávida estar intervindo. E então, com um riso no rosto ele disse.

— Heriberto : Já é ciumenta, hum? Os hormônios a mais só está te deixando mais intensa.

Ele riu mais e roubou um beijo dela e voltando a por o carro para andar, ele voltou a dizer de bom humor.

— Heriberto: Me lembre que em nossa próxima visita, que eu garanta que o corretor seja desprovido de beleza também . Porque aí, não terei como por desculpas nos meus hormônios se me sentir ameaçado.

E dessa vez, os dois riram. E logo depois. Heriberto deixava Victoria no estacionamento da casa de moda.

E na frente do carro dele, ele a beijava se despedindo. E quando os lábios se desgrudaram, ele disse com amor e cuidado.

— Heriberto : Não se esforce tanto hoje. Lembre-se, do nosso bebê.

Ele tocou na barriguinha dela alisando com amor. E Victoria sorriu. E o respondeu, com os seus braços em torno do pescoço dele ao lembrar do convite que tinha ainda aquele dia.

— Victoria : Max, me convidou para ir em um casamento hoje na vila. Até, Fernanda vai estar lá. Esqueceu meu bem?

E Heriberto suspirou. Lembrava daquele compromisso dela, que ela também o convidou mas ele não podia ir. Então ele a respondeu, a abraçado a ela.

— Heriberto : Claro que não. Queria ir com você . Mas já sabe que não poderei. Tenho plantão. Mas me prometa que ainda assim vai evitar esforço.

Victoria sorriu, e deu um beijo rápido na boca dele e disse depois.

— Victoria : Tentarei voltar cedo. Não terei meu acompanhante, não tenho porque ficar muito tempo lá.

E Heriberto, sorrindo tocou um lado dos cabelos de Victoria, passando uma mexa para trás da orelha dela e disse a olhando nos olhos.

— Heriberto : E será que posso me ilusionar de chegar em meu apartamento e te ver dormindo em minha cama? Hum?

Victoria deitou a cabeça no peito de Heriberto, e o respondeu manhosa.

— Victoria : Hum, não sei. Vai me acordar para fazermos amor, como faz?

Ela buscou os olhos de Heriberto a espera da resposta. E ele, sorriu e a respondeu.

— Heriberto : Com toda certeza irei.

Ele então cheirou um lado do pescoço de Victoria e ela suspirou, mordendo de leve seus próprios lábios .

— Victoria : Não faz isso que é covardia, Heriberto.

Heriberto riu dizendo.

— Heriberto : Fazer o que, hum?

Ele sorriu e começou dar beijinhos e cheiros no pescoço dela. E Victoria para descontar desceu a mão e apalpou a frente da calça dele. E disse.

— Victoria : Não me provoque que também sei provocar, Heriberto.

Ela esfregou a mão e ele a puxou para um beijo cheio de desejo . Que quando se desfez ele viu a boca de Victoria sem mais nenhum batom e os olhos dela dilatados de desejo. E então ele disse certo do que faria.

— Heriberto : Se eu chegar em meu apartamento e não te ver, vou até sua casa sem duvidar, para terminarmos o que começamos aqui.

Victoria riu e beijou o lábio dele pra depois dizer .

— Victoria : Já disse que vou estar lá.

E eles se beijaram mais um pouco até que se largaram e ambos foram para seus deveres.

E no fim da tarde. Victoria foi pra casa para se vestir para o casamento que ia. Ela não conhecia muito os noivos, estava indo naquele casamento, mais por seus filhos já que, Fernanda que ia estaria com Cruz e Victoria queria vê -los juntos e mostrar que seu apoio a filha era real e Max, ela queria também, tentar engolir com uma bandeira branca nas mãos ele com Maria Desamparada, e que ela sabia que estaria no casamento por morar na vila e ainda por cima veria seu neto . A rainha da moda, ainda estava vivíssima que não dava um ponto sem nó. Mas agora sem querer cometer os mesmos erros do passado.

E então, ela foi com Max e Fernanda de carro para vila e Osvaldinho, deixando o carro dela para trás. E assim, que chegaram na vila muito bem enfeitada para aquele casamento, com cadeiras e mesas no pátio, e muita comida e bebida sendo servida . Victoria sorriu, ao ver que o clima parecia de união e muita alegria.

Max empurrava a cadeira de Fernanda, Victoria segurava Osvaldinho nos braços e assim, em direção deles, Cruz veio sorrindo para sua florzinha.

Victoria observou, quando ele chegou e se ajoelhou na frente da cadeira de rodas de Fernanda, e viu ele tirar uma rosa que estava presa em uma de suas orelhas. E entregando pra Fernanda, ele disse.

— Cruz : Nunca pode faltar minhas rosas a você, meu amor.

Fernanda sorriu com os olhos iluminado, pegou a rosa e cheirou e cruz ficou de pé . E disse, olhando Victoria, e tirando da cabeça, um chapéu que usava.

— Cruz : Que bom voltar a vê-lá por aqui, senhora Sandoval.

Victoria sorriu para ele de volta. E disse.

— Victoria : Acredito que me verá muito ainda, Cruz.


E Max procurando Maria Desamparada, com os olhos, disse.

— Max : Eu quero ver Maria, mãe.

Cruz então pegou atrás da cadeira de rodas de Fernanda e Victoria pediu, com Max pegando Osvaldinho do colo dela.

— Victoria : Será que pode, trazer o pequeno João Paulo pra mim também? Maria Desamparada, tem que entender que sou a avó dele.

Max sorriu e respondeu a mãe.

— Max: Eu trago ele, senhora Sandoval. Não precisa criar caso, hum.

Victoria revirou os olhos mas depois sorriu. E disse.

— Victoria : Bom, eu vou aguardar em algum lugar.

E Cruz, disse.

— Cruz: Vem, vou leva-las em uma mesa.

E ele levou Victoria até as mesa que estavam no pátio. E nela, Victoria permaneceu tempo bastante para ver Max demorar voltar, que quando fez, ele voltou apenas com Osvaldinho e sem Maria Desamparada e o filho deles, e com uma cara nada boa.

E sem querer criar caso como ele dizia, ela se esforçou para não questiona-lo, ficando apenas observando o movimento. Até que viu de longe Maria Desamparada, com o neto dela nos braços conversando com Alonso. E Victoria buscou os olhos do filho, e viu que ele também olhava e então ela disse nada contente.

— Victoria : Que mulher é essa que diz te amar mas não está aqui com conosco, e sim com outro, filho?

E Fernanda que estava entre eles, pegou na mão da mãe. E pediu.

— Fernanda : Mamãe, por favor.


E Victoria, não querendo se calar. Disse.

— Victoria : Filha, não está vendo o que estou vendo? Isso não é justo. Maria Desamparada devia estar aqui .

E Max, ainda que estivesse sério. Ele disse certo dos sentimentos da mulher que amava.


— Max : Mãe, eu sei que Maria, me ama e isso basta!


Victoria bufou e nada mais disse. Até que inquieta no seu lugar, depois que passou longos 5 minutos . Ela disse.


— Victoria : Eu vou falar com, Milagros.


E Fernanda, não confiando muito na saída de sua mãe na mesa. Ela disse.

— Fernanda : Mamãe .


E Victoria sorriu pra sua filha. Tocou na mão dela, e disse.


— Victoria : Meu amor, eu já volto.


Victoria então se perdeu no meio das pessoas. Conversou com Milagros, que já conhecia e os noivos, o filho dela Juanjo e Nathy. E depois a senhora, apresentou Victoria pra algumas outras pessoas. E então, depois Victoria seguiu o caminho que realmente queria desde que se levantou da mesa.


E então, na frente da porta de casa de Maria Desamparada, ela entrou sem ao menos bater na porta quando viu que ela estava encostada.


E de um cômodo, com o filho nos braços enquanto sorria, Maria desamparada saia. Que quando viu, Victoria ali, ela deixou de sorrir e disse.


— Maria desamparada : O que senhora quer aqui?


Victoria suspirou, olhando o bebê nas mãos dela. Aquele menino não podia ser neto de sangue dela, assim como Osvaldinho não era, mas que assim algo nela exigia mais seus direitos de avó do que o filho de Ximena. E assim, ela disse sedenta por passar uns minutos com aquele bebê.


— Victoria : Quero estar alguns minutos com meu neto, antes de ir . Tenho direito!


Maria Desamparada, segurou mais firme seu filho não braços. Tinha rancor guardado da mulher que via na sua frente. Ainda que tinha um nobre coração, Maria Desamparada, não sofria de amnésia, que a fazia esquecer de tudo que Victoria, já fez contra ela já grávida e depois. E então, firme, ela disse.


— Maria Desamparada: Fez tantas coisas contra mim, até ofereceu dinheiro pra mim entrega-lo a senhora . Só tem o direito que eu querer que tenha sobre meu filho.


E assim, Victoria sabendo de seus erros com a jovem mãe do seu neto e vendo o rancor nos olhos dela, ela disse .


— Victoria : Não seja tão rancorosa, Desamparada. Já vai ter tudo que queria ter.. Vai casar com o meu filho. Mesmo que eu já esteja na dúvida se ainda quer. Já que prefere estar com o fotógrafo do que com ele!


E rapidamente, Maria Desamparada, se defendeu daquele ataque de Victoria.


— Maria Desamparada: Alonso é só um amigo, senhora!

Victoria revirou os olhos e andou um pouco mais naquela pequena e humilde sala. E assim, ela disse descontente.


—Victoria : Percebi de longe que, o que ele menos quer é ser seu amigo, Maria . E não acredito que seja tão sonsa assim para acreditar nisso.


E Maria Desamparada, não querendo permitir em ouvir as palavras que seguia dos lábios de Victoria, em sua própria casa. Ela disse, firme.


— Maria Desamparada: É melhor que saia, se vai começar me ofender, senhora! Agora está na minha casa. Não permitirei que me ofenda!


E Victoria, negando sair sem ter o que queria, ela a respondeu também firme.


— Victoria : Só quero um pouco, João Paulo nos meus braços. já disse!


E Maria Desamparada, deitando a cabeça de seu filho em seu peito, disse.


— Maria Desamparada : Quero que ele durma, melhor em outro momento.


E Victoria aborrecida, disse.


— Victoria : Está colocando desculpas para mim não pega-lo!


Maria Desamparada, se virou, tirou da mesa uma bolsa de bebê botou nos ombros e disse.


— Maria Desamparada: Estou falando de verdade. Acabo de dar mamadeira a ele, e sei que ele vai dormir.


Nada Victoria respondeu e Maria Desamparada, entrou na porta a frente que saiu antes, com João Paulo. E quando voltou sem o bebê que tinha deixado no berço, ela não tinha mais Victoria no meio da sala dela e sim na frente de uma mesa com um crucifixo na mão, que antes estava escondido dos olhos dela pela bolsa do bebê que tampava ele. E então, sem olha-la, com os olhos cheios de lágrimas por reconhecer aquel cruz com aquela imagem de Cristo pregada nela, Victoria disse, cheia de emoção com sua voz faltando.


— Victoria : Quem, quem te deu esse, esse crucifixo?


Maria Desamparada, puxou sem delicadeza o objeto das mãos de Victoria. Aquele crucifixo, significava muito para ela pra estar na mão daquela mulher que tanto a fez mal e a humilhou por simplesmente ter amado com toda sua alma o filho dela. E então, colocando contra seu peito, ela disse rude.


— Maria Desamparada : Esse crucifixo significa muito para mim, senhora. Não toque mais nele.

Uma lágrima rápido desceu dos olhos de Victoria. O crucifixo, era muito igual o que ela tinha dado ao padre, João Paulo e por isso ele lhe lembrava seu doloroso passado com sua entrega que gerou sua pequena Maria. E assim ela disse, limpando logo aquela lágrima que desceu.


— Victoria : Só, só me diga quem te deu ele? Ele me recorda alguém.


Maria Desamparada, olhou para o crucifixo e sorriu daquela vez cheia de amor. João Paulo, tinha dado a ela, depois que havia pedido perdão por ter negado ser o pai dela, e jurou que aquele objeto de alguma forma que ela não entendeu, uniria ela e a mãe que até então desconhecia. E por mais isso, aquele crucifixo significava muito para ela que a vida toda foi órfã, e tinha nas mãos, um presente do pai dela e que de alguma forma pelas palavras dele tinha haver com a mãe dela também.


E assim, olhando o rosto todo vermelho de Victoria, ela disse.


— Maria Desamparada: Foi o meu pai que me deu. E não sei porque ficou assim .


E Victoria, sentiu que morria aos poucos. Tentou dizer.


— Victoria : Seu... Seu pai?


E Maria Desamparada, voltou a dizer.


— Maria Desamparada: Sim. O padre, João Paulo. Ele é meu pai e me deu esse crucifixo .


Victoria se afastou, levando a mão na boca. As lágrimas já descia descontroladamente e sua mão e corpo tremiam. Não podia ser real o que ela ouvia.


E assim, abalada, ela disse.


— Victoria : Não. Não . Ele não pode ser seu pai.


E Maria Desamparada, vento o estado de Victoria, disse, achando que ela estava em choque por o pai dela ser simplesmente um padre.


— Maria desamparada: Diz isso só porque ele é padre. Mas antes não foi. Antes do meu nascimento, viveu uma curta história de amor e minha mãe o presenteou com ele. E por isso, ele me disse que esse crucifixo, uniria nós duas.


Victoria derramou mais lágrimas enquanto ainda se tremia toda. O que acabava de ouvir tranquilamente da boca de Maria Desamparada, não podia ser verdade. Só podia ser uma terrível coincidência. Sim, terrível. Porque aquela jovem, que ela tanto maltratou e pisou cheia de ódio como vivia, não podia ser sua pequena Maria. Levando a mão nos cabelos em desespero e depois novamente na boca, Victoria soluçou. Até os nomes se condizia. Maria Desamparada, era sua pequena Maria. Mas não podia ser. Padre João Paulo, sabia quem era a filha deles ele sabia. E ela pensou que ele responderia a ela, que não podia ser Maria Desamparada.


E assim ela disse.


— Victoria : Não. Não pode ser você. Você não.


E chorando nervosa Victoria disse aquilo. Enquanto Maria se assustava por ver que o abalo dela tinha só aumentado. Maria Desamparada, sabia que Victoria estava grávida, e mesmo que não quisesse se preocupou e então, ela botou a cruz sobre a mesa de novo e disse, por ver Victoria ficando pálida.


— Maria Desamparada: A senhora, está bem?


Maria Desamparada, pegou nos braços de Victoria e sentiu como ela tremia. E Victoria então nervosa, em choque, puxou os braços. Precisava ouvir aquela história que Maria Desamparada, acabava de contar mas pela boca do único que sabia aquela verdade e podia confirmar a ela. E então ela disse.


— Victoria : Eu preciso sair daqui. Preciso ir...


Ela então apressadamente, saiu da casa de Maria Desamparada, do jeito que estava. E Maria ficou ali sem entender nada . Até que ouviu do berço o filho chorar.

Enquanto fora da vila. Passando mal, Victoria andava ao choro no meio das pessoas que pareciam não enxergar ela e seu estado. Chorando e de coração acelerado, ela sentia que de fato tinha encontrado sua Maria. Mas que diferente do que sempre sonhou quando aquele momento acontecesse, ela tinha certeza que não seria como ela imaginou. Não seria. Por que, sua filha era a mesma que ela tinha declarado guerra muitas vezes e feito do seu alvo, até por desrespeito quando foi traída por Osvaldo, e descobriu que Linda fazia parte do ciclo de amizade dela.

Entre soluços, diferente de um sonho enquanto passava um filme na mente da rainha da moda, ela sentia que estava em um pesadelo. Um pesadelo, aonde teria sem dúvidas o ódio eterno de sua pequena Maria.

Pois ela tinha certeza, que Maria desamparada, tinha mais motivos de odia-la do que de ama-la. Tinha mais motivos de querê-la longe, do que perto e chama-la de mãe.

E enquanto andava. Victoria, sem sentir o chão, lembrava de cada tapa e ofensas que fez contra, Maria Desamparada. E todos seus feitos, começavam doer no coração de mãe dela . E por isso, ela sentia ainda que morria por dentro, com o remorso que sentia e o desespero de querer voltar atrás com tudo que tinha feito contra a própria filha.

Até fazer Ximena casar com Max, para que ela não fosse a mulher dele, ela tinha feito. Na calçada, sem ver muita coisa Victoria soluçou e olhou para o céu. E só pode crer que aquilo era um castigo divino que caia sobre ela.


Mesmo passando mal, e se tremendo toda . Ela sabia que tinha que seguir adiante. Antes de voltar para trás, e ser mãe de Maria Desamparada. Ela tinha que buscar o padre João Paulo, e tirá-lo daquele silêncio que Bernarda o fez esconder dela.


E depois que andou mais um pouco, Victoria, pegou um táxi e entrou nele. E quando momentos depois chegou na igreja que João Paulo estava. Ela entrou abalada, como ainda seguia gritando por ele.


O padre João Paulo, se assustou, o sol já tinha baixado. Mas quando viu quem era a mulher que lhe chamava, só de ver nos olhos de Victoria a dor e o desespero, ele sentiu que ela tinha descoberto a verdade e que mãe e filha já estiveram agora de frente como eram.

E no meio do corredor. Victoria disse, chorando.


— Victoria : Diga que não é ela. Diga que não é Maria Desamparada, nossa filha, minha pequena Maria.


Victoria sentou, na ponta de um banco da igreja sentindo que desmaiaria. E João Paulo, respirou fundo para ampara-la e ajudar agora, Victoria a lidar com aquela verdade.


Uma verdade que doía. Uma verdade que mesmo que andou buscando, Victoria sentia que sofreria mais, por apenas ter sido quem foi com a própria filha. Não estava negando, Desamparada, estava temendo a dor da provável rejeição que receberia dela.