Noites em Toscana

Capítulo 25 - Lascia che ti baci


Momentos antes...

Henrique não pensou duas vezes, foi em direção a porta e a trancou, começando a tirar as roupas e indo para os braços de sua mulher.

Chloé: Amor, acorde, tens uma estrada para pegar! – ele se vira na cama resmungando, tinha amado sua esposa e descansava sereno.

Hen: Não, me deixa dormir, está tão bom ficar aqui na cama contigo! – se aninhou novamente nos braços dela, tentava ficar mais perto, mas a barriga de 8 meses dela não deixava muito.

Depois de muito custo, eles desceram a pequena Pietra estava correndo pela sala e atrás dela Mariana sua amiguinha da escola, estava com algumas bonecas nas mãos.

Pietra: Eu sou mais rápida que você Mulher Gato!

Mariana: Você fala isso por que tem uma capa, Batgirl. – elas riam e corriam pela sala.

Hen: Ei calminha minhas heroínas, a Mulher Maravilha chegou, e está carregando o filho do Super-Homem. Vamos com calma sim.

Pietra: Ah papa, deixa a gente brincar, a mulher gato nunca me alcança! – a menina sai correndo novamente em direção a varanda seguida por Mariana.

Chloé: Então, que horas chegará em Roma?

Hen: Devo fazer no tempo habitual, em três horas se o transito ajudar, mas sexta-feira, sabe como os colonos sempre descem para a capital.

Chloé: Vá com calma sim, temos filhos, ok.

Os dois se beijavam mais uma vez quando Gioseppe adentrou eufórico, ofegava, deveria estar correndo para chegar a tempo para pegar Henrique em casa ainda, pois tinha algo para lhe contar.

Gio: Per Dio, ainda te encontrei em casa Henrique! – falava ofegante

Hen: Homem vai morrer, respira primeiro. – falou olhando surpreso para a esposa e voltando o olhar para o amigo novamente. – O que é tão urgente assim?

Gio: Seu pai, Carmella e Sofia estão levando ele para o hospital!

Sem mais nada, os dois saíram correndo em direção ao carro de Gioseppe que estava com o morto ligado esperando sua volta, ambos entraram no carro e seguiram para lá.

Gio: Eu não sei ao certo o que aconteceu, Sofia estava com ele na varanda, quando mando Carmella me ligar avisando que tinham que ir para o hospital.

Hen: Mas ele reclamou de algo, eu falei com ele hoje pela manhã, o que foi que aconteceu?

Gio: Eu não sei, vamos saber ao certo quando chegarmos no hospital. Agora ligue para Chloé, pois saímos sem dar notícias para ela. – ele pega o telefone que começava a tocar e mostra para Gioseppe. - Vedi, sono tutti uguali donne.

Hen: Calma meu amor, ainda não sei o que aconteceu, mas logo te aviso, perdão, eu sei amor, ok prometo, até mais e se cuide. Ele ficou preocupada demais. – falou desligando o telefone.

Gio: Eu fiquei tão assustado, que me esqueci de falar separado dela, mas terei mais cuidado de agora em diante.

Hen: Acho bom, pois ela pode ter meu filho antes do tempo. – ele parou por um momento e lembrou de Marcello. – Per Dio, Marcello tenho que avisar ele, que não vou mais para Roma.

Gio: Mande que ele venha para casa!

Os dois chegaram ao hospital e logo viram Sofia e Carmella conversando com um dos médicos que era amigo da família, e foram junta a elas.

Med: Ele ficará até que a pressão estiver controlada e que a diabetes estiver baixa, eu me pergunto como você não perceberam que ele estava com a glicose alta a ponto de ter uma crise?

Carmella: eu não sabia que ele tinha diabetes, a pressão sim, eu controlo com os remédios que Don Enrico nos manda. – ela estava nervosa com tudo aquilo.

Luca: Mas Enrico é outro velho turrão, tudo bem que seja meu pai, mas Don Paolo deve ter pedido para o velho não contar nada a vocês e olha no que deu.

Hen: Buona doctore!

Luca: Olá amigo, estou aqui, pois descobrimos que Don Paolo está com a diabetes muito alta e não sairá daqui até ela estar controlada.

Sofia: Eu estava com ele na varanda, e ele comia grostoli, quando começou a passar mal, ficou com os lábios cianóticos, eu me assustei, ele estava bem, e quando percebi ele desfaleceu ali na minha frente. – Carmella abraçou a filha com amor, pois sabia do amor que ela sentia pelo padrinho.

Luca: Calma Sofi, isso é reação típica de alta da glicose, mas ainda bem que você trouxe rápido, vamos fazer tudo para que ele volte para casa rápido. Agora vou falar com meu pai, com licença.

Dr. Luca saí deixando todos ali conversando, quando uma enfermeira vem avisar que Don Paolo estava indo para o quarto, tinha saído da enfermaria emergencial e logo eles poderiam entrar.

Passados quase quatro horas, Henrique tinha falado com a esposa, e por algum tempo tentou avisar Marcello, mas não conseguiu falar com o filho e deixou recados. Henrique deixou alguns recados para ele na caixa postal e também na recepção do hotel.

Depois que recebeu o recado de Henrique, de que Paolo estava sendo levando para o hospital, Marcello pegou o carro de desceu até Toscana, no caminho pediu aos céus que não levassem seu avô antes dele chegar e falar com ele, de pedir perdão por todas as coisas que tinha feito e principalmente pelo que tinha dito ao Don Paolo quando deixou a Toscana.

Todos entraram no quarto de Paolo, um de cada vez, Henrique ficou mais tempo, depois saiu dando lugar para Sofia, e ele foi falar com Dr. Luca que era o médico geriatra que cuidava de seu pai e com Dr Enrico que era o médico clinico geral amigo de anos de Don Paolo e que tinha feito o parto de Henrique junto com Dr. Matteo, o mesmo que iria fazer o parto de Chloé junto com o novo medico obstetra da cidade.

Sofia foi a última a entrar, ela viu seu padrinho tão frágil naquela cama de hospital, sentiu seu coração se partir, de mansinho ela chegou perto dele e deu-lhe um beijo na testa e sussurrando falou.

Sofia: Eu estou aqui padrinho, vai ficar tudo bem!

Ela ficou com ele até que algo estava acontecendo, um alerta soava em um dos aparelhos que monitorava Paolo, Henrique que falava com os médicos perto da porta, eles correram para ver o que estava acontecendo, quando um dos médicos pediu que os familiares saíssem dali.

Paolo estava sendo entubado com os sons daqueles aparelhos apitando dando alerta de algo errado.

***

Marcello estacionou o carro, olhou e volta e não viu ninguém, caminhou um pouco mais para a entrada do hospital para saber de sua família quando olhou para frente, em um corredor de saída do hospital, Sofia corria chorando.

Quando ela chegou a saída deu de cara com Marcello, que a abraçou forte, sabia que Sofia amava seu avô como ninguém mais.

Marcello: Calma Sofia, Don Paolo me prometeu não partir antes de te ver feliz, ele ficará bem!

Sofia: Ele é meu herói, meu avô, não quero perder ele Marcello, não vou aguentar ficar sem você e sem ele!

Ao escutar ela dizendo aquelas palavras Marcello a apertou em seus braços mais fortes e prometeu a si mesmo que faria de tudo para fazer Sofia feliz novamente, com ou sem ele, a faria feliz a qualquer custo!

Marcello: Lascia che ti baci, amore mio.