Tudo o que sabíamos sobre a família de Viigas é que era um povo simples, seu pai trabalhava na serraria de Riverwood assim como a maioria dos homens da pequena aldeia, sua mãe cuidava dos afazeres domésticos e de seus dois filhos, uma menina que ficava o tempo todo no colo de sua mãe apesar de já saber andar e um garoto hiperativo que não dava sossego pra ninguém, assim como seu irmão mais velho. Apesar de contar histórias sobre sua família e de seus irmãos, nunca tínhamos ido visitá-los, mesmo sabendo onde eles moravam. Freeda, que conhecia Viigas a muito mais tempo que eu, dizia que ele tinha saído de casa aos 16 anos pra se unir ao exército imperial, mas nunca chegou a fazê-lo, notei que Freeda estava muito nervosa com a ideia de levar o corpo de Viigas para junto de sua família sem nem ao menos saber quem de fato o matou.

Já era dia quando chegamos à Riverwood, fomos recebidos com olhares desconfiados dos guardas e também dos aldeãos, um guarda se aproximou e ordenou que parássemos. Ele parecia nervoso e perguntou que assuntos teríamos em Riverwood, no mesmo instante que levantava o manto que cobria o corpo de Viigas, o guarda instintivamente recuou e sacou sua espada, outros guardas ficaram em guarda, Freeda disse com a voz trêmula que aquele era nosso amigo, e que ele tinha sido morto numa emboscada em nosso acampamento próximo ao Forte Neugrad, os guardas então embainharam suas espadas e desceram o corpo da garupa de Freeda, Ela estava com os olhos marejados, e achei que ia desabar em pranto a qualquer momento. Um dos guardas ordenou a outro que fosse ao encontro de uma sacerdotisa para fazer os ritos fúnebres. Até o momento não falamos que nosso amigo pertencia àquela aldeia e pelo que notamos ninguém o reconheceu, nem ao menos os anciões da aldeia, Freeda precisava dormir, então a levei ao Hotel Sleeping Giant para que ela descansasse. Enquanto eu iria procurar os pais de Viigas. Ao sair me deparei com dois homens conversando, um Nórdico de cabelos brancos e um Altmer muito bem vestido, o Nórdico parecia irritado, quando me viram se calaram e olharam diretamente pra mim, então cada um foi pra um lado. Achei aquilo tudo muito estranho, então notei um garoto que estava ao lado da porta, ele também olhava diretamente pra mim intrigado, então ele soltou uma pergunta, queria saber se fui eu que trouxe o homem morto, me abaixei e disse que sim, então ele correu.

Sem que Freeda notasse eu peguei a Adaga Daédrica que ela carregava com tanto cuidado e fui ao encontro do ferreiro da aldeia, seu nome é Chrivos, um nórdico de cabelos louros e uma grande cicatriz no rosto, apesar de parecer um bruto ele conversa com certa fineza, sua esposa Ava e seu filho Alvor ajudam na forja, o garoto olhou pra mim e sorriu, é o mesmo garoto com que falei na porta do hotel um pouco antes, apesar da pouca idade ele já maneja o martelo com habilidade superior à minha. Mostrei a Adaga para Chrivos e ele a segurou por alguns instantes, ele também ficou intrigado com algumas inscrições na lâmina e disse que seria melhor procurar alguém que fosse perito em encantamentos, também disse que a lâmina com certeza estava encantada com um tipo de encantamento que ele nunca havia visto, logo em seguida ficou nervoso me devolveu a Adaga e pediu que eu me retirasse, quando me virei havia dois guardas com armas em punho, pediram para que eu os acompanhasse até o Hotel Sleeping Giant. Tentei argumentar com eles sem sucesso, me empurraram com força porta adentro, e me levaram até o quarto onde Freeda descansava, antes de chegar à porta senti o cheiro metálico de sangue no ar, ela estava morta, a cama estava encharcada de sangue e eu era a suspeita.