Estou seminua e deitada à cama com a barriga para cima. Meus olhos com o rímel borrado estão fechados e pelo que percebo, alguém faz um carinho viciante em meus cabelos – o que deixa-os desarrumados.


Olhei para cima e vi seu rosto. Meu coração acelerou e eu o olhei nos olhos, toquei seu rosto levemente e ele fechou os olhos.


Deixei um sorriso escapar junto a uma lagrima solitária de meu olho direito.


Aproximei nossos rostos e fechei meus olhos. Suas bochechas estavam seguras por minhas mãos enquanto eu sorria triste. Ele respirou fundo e eu mordi o lábio inferior.


— Me diga alguma coisa, eu preciso saber. – Ele sussurrou e eu abri os olhos. Assenti com a cabeça levemente, mordi o lábio e esperei pelas suas palavras. – Você se apaixonou, Dulce?


— Sim. – Eu respondi e fechei meus olhos.


Implorei mentalmente para que ele então tirasse meu fôlego, e nunca mais solte.
— Se me deixar invadir seu coração... – Sussurrei com nossos lábios próximos. – Eu ficarei honrada em cuidar dele com todo o meu ser.


Meus olhos se abriram e eu os fixei ao teto. Juntei meus cílios duas vezes numa tentativa frustrada de tentar ver se aquilo não havia sido somente mais um sonho.


Olhei o relógio no criado mudo ao meu lado e reepirei fundo. Era a hora de acordar Anahí para ir à faculdade.


Levantei-me da cama, e observei meu corpo nu de cima a baixo no espelho – meus pais acharam estranho eu dormir nua desde o princípio e tentaram de tudo para reverter isso mas foi impossível, não havia o que se fazer. Eu sempre gostei da ventilação em minha intimidade e o do modo em que me sinto livre. –, ele estava mudado e cada vez com mais curvas. Annie estava certa, eu realmente precisava começar a mostrá-lo.

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Sorri para o espelho mordendo o lábio inferior enquanto me perguntava se aquela roupa havia ficada realmente boa em mim.


Eu não era muito de usar vestidos sem detalhe algum e muito menos colados ao corpo mas pela primeira vez eles haviam caído bem em mim. Sorri de orelha a orelha e em seguida fiz bico.
— Você está linda! – Anahí comentou à porta do quarto, provavelmente surpresa com minha maquiagem escura e seu vestido em meu corpo.


De início me assustei com sua repentina chegada, ainda mais com ela toda arrumada para ir junto a mim. Estava mais que nervosa para meu primeiro jantar de negócios com Josh.


— Espero que não se importe de eu ter roubado esse vestido de dentro do seu armário. Estava com vontade de impressionar Josh e os colegas de trabalho. – Me olhei novamente no espelho e corei vendo que meu cabelo ficaria melhor ondulado teria de pedir isso a Annie. – Passa chapinha no meu cabelo para depois fazer os cachos, Annie?


Annie riu e se aproximou. Arrastei a cadeira de minha escrivaninha para a frente do enorme espelho e me sentei. Annie colocou a chapa para esquentar e enquanto isso ficamos conversando.


— Eu avisei à você aquela noite que se vestir assim lhe faria bem, e você me parece estar radiante. – Ela comentou de repente e eu sorri tímida. – Sobre o que eles irão falar nesse jantar, Candy?


Ri pelo modo com que ela embaralhou tudo, Anahí sempre com seu jeito engraçado.
— Eu acho que falarão do novo projeto que eles querem aplicar na empresa. Acho melhor lhe avisar que – Parei de falar e fiz suspense, gargalhei quando Annie me lançou um olhar mortal. –, o Uckermann estará presente.


Annie afastou a chapinha de meu cabelo por um tempo e sorriu.


— O jovem magnata? Dono da empresa? – Eu balancei a cabeça afirmativamente para ela. – Então é por isso que você está toda arrumada?


— Bem, em partes... Sim. É o chefe de meu namorado, Annie. – Respondi sorrindo. – Tenho de estar bem vestida.


Ela balançou a cabeça negativamente e sorriu voltando a passar a chapinha em mim.


— Lembra daquele livro que eu pedi pra você ler? – Ela perguntou com um sorriso malicioso nos lábios e eu corei, só pela sinopse senti vergonha em tentar lê-lo.


— Eu não consegui, deixei ele de novo no seu quarto. Pervertido demais para mim.
Annie sorriu.


— Você ao menos leu o prólogo? – Eu balancei a cabeça negativamente e ela sorriu. – Leia, você vai perceber o porque de eu ter amado aquele livro.

Respirei fundo e de repente soltei uma gargalhada alta.


— Do que está rindo? – Annie perguntou soltando de vez em quando alguns risos baixos.
Eu gargalhei ainda mais alto com sua pergunta, cada vez achando mais engraçada nossa situação.


— Por que você está indo nesse jantar? – Ela parou de rir e corou. Arregalei os olhos e um sorriso malicioso brotou em meus lábios. – Quem você conheceu, Annie?
Ela riu tímida e eu a encarei através do espelho. Seus olhos continham um brilho especial e ela deu de ombros sorrindo.


— Nos conhecemos no bosque semana retrasada enquanto eu fazia caminhada. – Ela fez uma pausa – Eu torci o tornozelo. Ele me viu sentada em baixo de uma figueira e me ajudou a chegar até aqui. –, respirei fundo e comecei a gargalhar me lembrando de como ela mancava. – O nome dele é Alfonso.


Parei de rir no mesmo momento e arregalei os olhos. Annie estava apaixonada por um parente do magnata Uckermann.


— Ele é primo do Uckermann. – Balancei a cabeça negativamente sorrindo. – Mas também é o primeiro cara que você gosta de verdade, estou certa? – Annie assentiu animadamente com a cabeça e eu deduzi que ela estava junto com ele. – Quero conhece-lo.

Annie riu.

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Caminhei nervosamente até carro de Josh e o cumprimentei com um beijo tímido no canto dos lábios, era estranho. Nós namorávamos e eu não me sentia a vontade junto a ele, como ainda estávamos juntos?


Fechei a porta do carro e ele me olhou sorrindo apaixonado. Corei e ele se aproximou com o melhor sorriso.


— Você está linda, baby. – Josh sussurrou perto de minha orelha e deu um beijinho singelo em meu pescoço. Mordi o lábio inferior e suspirei sentindo calafrios por todo o meu corpo.


Podíamos nunca ter passado daquele simples toque mas ainda assim eu me sentia desejada somente pelo olhar que ele me lança. Tenho total consciência do que ele deseja mas ainda não posso concede-lo isso, não sem a certeza de que não sinto medo.


— Josh... – Chamei enquanto ele distribuía beijos por todo o meu pescoço e colo. – Já conversamos sobre isso. – Josh respirou fundo e me encarou.


A imensidão verde de seus olhos demonstravam-me o quanto ele estava magoado com aquilo. Sorri triste fazendo carinho em seu rosto, percebi que ele esperava uma explicação lógica minha.


— Vai dizer que não sabe o motivo pelo qual não quero isso agora? – Ele sorriu e deu a partida no carro, coloquei o cinto e balancei a cabeça negativamente. Já estava me sentindo pressionada com Josh tentando me fazer perder a v/irgindade, da pra próxima vez não aguentaria mais.

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Entrei pela porta da grande mansão de braços dados com Josh. Estava nervosa mas também feliz de ele finalmente me apresentar às pessoas que trabalhavam junto a ele.
Fomos recebidos educadamente por uma senhora já de idade – a qual deduzi ser a governanta da casa – que nos ofereceu suco e champanhe. Só ao pegar o copo sofisticado cheio de suco de laranja eu percebi o quanto estava soada.


Fiquei com meu namorado durante um tempo mas logo ele foi conversas com os empresários e executivos que estavam presentes ali. Me deixara sozinha!

Olhei para os lados e passei a observar atentamente as pessoas dali. Vários homens de terno me encaravam e logo depois cochichavam rapidamente um no ouvido dos outros, senti vergonha e corri os olhos rapidamente por todo o cômodo a procura de Anahí.

Ao não encontrar sua silhueta em lugar algum respirei fundo tentando manter a calma e pisquei os olhos diversas vezes. Senti um calor impossível se apoderar de meu corpo e uma tontura forte passando por minha cabeça.

Meus olhos se fecharam instantaneamente e eu mordi o lábio inferior para me acalmar.

Fui até uma mulher já de idade que andava pela sala servindo champanhe para os convidados e lhe dirigi a palavra timidamente:

— Senhora. – Ela sorriu e eu retribui do mesmo modo com um sorriso amarelo. – Poderia me informar onde fica o toalete?

Passei rapidamente por todos os homens que me encaravam intrigados na direção do banheiro. Precisava me acalmar e pra só precisava de um pouco de descanso.

Peguei meu celular e parei na metade do corredor, vi a hora e respirei fundo á espera de Anahí.
Senti uma respiração atrás de mim e virei-me assustada.

— Olá. – Meu coração gelou e meu couro cabeludo se arrepiou, aquela voz... seria possível?