— Dulce, este é Alfonso Herrera. – Eu o olhei, como se tivesse um ponto de interrogação em minha testa.

— O namorado de Anahí. – Alfonso explicou e eu ri balançando a cabeça negativamente. – É um prazer conhecê-la, mesmo que esteja agarrada com meu primo.

Alfonso se aproximou de mim rindo e abraçou-me gentilmente.

— Também é um grande prazer conhecê-lo. – Sorri e retribui o abraço.

Christopher me olhou nos olhos com Alfonso ainda abraçado à mim e soltou um sorriso de canto colocando as mãos nos bolsos, um gesto sensual de sua parte.

Anahí diria que isso é ciúmes, e céus! Um empresário renomado no mercado está com ciúmes de Dulce Saviñón. A sensação é boa, mas pelos olhos de Christopher... Não é o que parece.

—/-

Okay! O fato de eu estar desajeitada por uma mirada maliciosa sobre mim – que não é a de Christopher mas sim a do Herrera – não significa que eu estou arrependida do que fiz porque, não estou.

Eu deveria ter pensado em Josh mas cara. Eu disse que lhe daria uma chance não que estava apaixonada, e ele concordou em me conquistar do jeito dele.

Ainda não entendo o motivo de Annie ter ficado tão surpresa quando lhe contei que o seu amado tinha me flagrado junto ao primo.

— Annie, droga! Pare de me deixar envergonhada e me ajude a sair daqui. – Estava desesperada.

Annie segurava o riso corada e com os olhos lacrimejados. Eu também via graça naquilo tudo mas não podíamos rir depois?

— Sair por que, Candy? Olhe só. Você só foi pega traindo seu namorado, nada demais. – Sua voz estava aguda, eu sorri.

— Primeiramente, Josh não é meu namorado. E segundo, é tudo, tá bom? – Ela mordeu o lábio inferior para – acredito – não rir se minha expressão.

Annie riu e eu fiz bico não querendo passar vergonha.

— Vamos para os jardins comigo? Tem algumas pessoas lá fora e eu quero muito me acalmar. – Brinquei manhosa e abaixei a cabeça com um bico discreto.

— Você vai me chantagear se não formos, não é? – Ela olhou para Alfonso do outro lado da sala e corou.

— Vamos logo! – peguei em sua mão e nós duas caminhamos lentamente até o jardim da mansão.



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Assim que saímos vi Annie encarar atentamente um banco de mármore embaixo de uma pequena estrutura de metal. Caminhos até lá e ela se sentou me olhando nos olhos, nossas mãos uma na da outra.

— Aqui é um bom lugar para você começar a me contar tudo o que aconteceu? – assento levemente com a cabeça e solto um sorriso envergonhado.

— Eu e Christopher nos conhecemos na estação de trem, na noite do meu aniversário de 16. – Vi o brilho de seus olhos sumirem e dar lugar a uma imensidão azul, ela estava sentindo a dor novamente. – Com tudo que aconteceu no dia seguinte eu acabei esquecendo de lhe dizer.

Pulei para o pescoço de Annie e lhe apertei em meus braços. Era difícil vê-la sofrer desse modo toda vez que tocávamos no assunto, eu até entendia mas ela tinha de superar.

— Essas feridas não vão cicatrizar... – Ela sussurrou durante ao abraço e percebi que estava chorando.

Não Annie, por favor. Você é forte!

— Essa dor é muito real. – Ela murmura com a voz fraca e eu suspiro abraçando-a o mais forte que posso.

— O tempo vai curá-la. – Eu a consolo. – E você vai agradecer à Deus por tudo aquilo ter ido embora de uma só vez.

— Há muita coisa que o tempo não pode apagar, Dulce. – Ela se afasta segurando meus ombros e me olha nos olhos. – Me prometa por favor que não será tão idiota como fui.

Eu desviei o olhar e mordi o lábio inferior.

— Annie...

— Estou tão cansada de estar aqui, suprimida por todos os meus medos e sonhos infantis. Dulce, não quero isso para você. Por favor me prometa! – A dor era tão visível em seu olhar que eu não aguentei. Apertei novamente Annie em meus braços, as recaídas estavam ficando cada vez mais frequentes, eu tinha de me preocupar.

— Annie, isso aconteceu há anos. Por favor não volte no tempo e sim, eu lhe prometo.

Agora foi a vez dela de me abraçar sorrindo.

— Não tem ideia de como isso me deixa feliz! – Ela sussurra presa a mim.

— Pronto, já fiz o que você queria e agora, juro que se você continuar a chorar aqui, mando Alfonso te levar pra casa... – Brinquei perto de seu ouvido e ouvi um riso baixinho. – Pra fazer algo muito interessante com alguns objetos dentro do seu armário.

— Você enlouqueceu? – Ela perguntou visivelmente surpresa por minha descoberta. – Como descobriu?

— Uma espiadinha nas sacolas em cima do sofá não faz mal. – pisquei um olho levemente para a Anahí corada. – Como alguém pode ser louco de usar isso com uma mulher, Annie?

Essa dúvida sempre esteve em minha cabeça. Por que eles machucariam as mulheres desse jeito? Para sentir prazer ao vê-las se contorcer em dor? Isso é um verdadeiro absurdo, um gesto de um doente mental. Não suportaria ter alguém que pratique isso ao e lado. Literalmente não!

— O prazer, Candy. – ela suspirou, já esquecida da tristeza de minutos atrás. Deus seja louvado! – As pessoas gostam, e... Caramba, não consigo lhe explica isso. Só alguém que já teve a experiência com sexo desse tipo saberia.

Seus ombros relaxaram e eu fiz bico.

— Geralmente, as pessoas que gostam disso são...?

— Os empresários. – ela arregalou os olhos e tapou o rosto corando. Eu ri.

— Hey, olhe sua chance. – Ironizei sorrindo.

— Se ele for um sado, aproveitarei ao máximo tudo que acontecer conosco. – suas palavras soaram tão sinceras que chegaram a me assustar. Por que diabos meu coração palpitara tão rápido?

—/-

— Seu primo não parou de me encarar até que Anahí fosse até ele. – Christopher riu.

Alfonso e ele pareciam ser próximos, durante todo o jantar eu estive observando os dois conversarem e ambos sempre continham sorrisos enormes. Muita sinceridade no olhar e na voz – uma amizade pura e verdadeira.

— Ele sabia que estávamos lá em cima e foi checa os 600 dólares dele. – Christopher gargalhou e olhou para minha boca, meu Jesus amado! – O que Josh Hutcherson é seu? – Ele sorria mas eu não via a alegria em seus olhos.

— Digamos que... Estávamos tentando. – Christopher fez uma careta estranha e eu sorri. – Acho que agora eu tenho a total certeza de que não conseguiremos.

Christopher me puxou pela mão até o famoso corredor – Que até Annie já havia visitado. – e entramos em um quarto, que pela decoração, seria para visitantes.

— O que ele está tentando fazer?

Christopher se aproximou e me jogou contra a parede, respirei fundo e olhei seus olhos famintos. A agressividade de Christopher era o que tornava seu toque especial e, meu Deus! Seus lábios me enlouquecem.

— O que você já conseguiu a tempos! – Eu sorri de canto e ele me beijou fogosamente com as mãos na minha cintura.

Enlacei meus braços ao redor de seu pescoço puxando-o mais para mim, seus lábios me faziam desejar mais do que meus princípios me permitiam e eu não queria fazer nada errado, não agora.

— Gostaria de jantar comigo sábado a noite, Srta. Saviñón? – Com nossos lábios ainda encostados eu sussurrei um imperceptível adoraria para logo depois ser beijada da forma mais intensa possível.

Que diabos Christopher Uckermann está fazendo comigo?

—/-

Josh parou o carro em frente o prédio em que eu e Annie dividíamos um apartamento. O silencio entre nós era tão assustador que eu não consegui falar com Josh sobre nosso relacionamento.

— Josh, eu preciso falar com você. – Eu suspirei e tirei o cinto. – Pode não ser o lugar mais adequado mas, eu tenho que te dizer isso.

Ele se virou para mim, e eu esperei que ele assentisse com a cabeça. Isso não aconteceu então eu continuei.

— Não podemos mais continuar com isso. – Ele sorriu de canto. – Sério, Josh. Não mais conseguindo continuar, eu não te quero desse jeito e tenho certeza de que não vou me apaixonar por você.

Vi a imensidão azul brilhante de seus olhos se transformar numa cor sem vida e sua boca numa linha reta, Jesus! Tenha piedade de sua filha ao menos nesse momento!

— Ao menos eu tentei, não é? – ele deu um risinho falso e em seguida me abraçou. – Espero que seja feliz junto ao cara que você está apaixonada.

Senti um frio inesperado na barriga e meu corpo se curvou instantaneamente e eu desci do carro.

Não sei quantos minutos se passaram, só sei que quando entrei em meu apartamento me joguei nos braços de Anahí sentada no sofá.

— Josh era realmente apaixonado, Annie. Ele me amava!

Ela se assustou e suspirou fazendo carinho no meu cabelo enquanto eu chorava em seus braços.

— Você deveria imaginar, Dulce. Estava na cara. – Annie disse quando eu já havia parado de chorar. – O jeito com que ele te trava, como um tesouro, entregava tudo.

Eu olhei para cima e sorri triste.

— Eu deveria ter prestado mais atenção nele, Annie. Só isso que eu deveria ter feito antes de terminar nosso. Ele deve estar achando que eu fui seca!

— Você avisou para ele que a qualquer momento poderia dispensá-lo. Qume foi o errado dessa história foi o Josh, ninguém mandou se iludir.

Ficamos minutos em silêncio, eu absorvendo as palavras e Annie me esperando calmamente acariciando meu cabelo. Eu sentia tanta pena dela pelo que aconteceu naquela noite de anos atrás.

— Christopher me chamou para jantar. – Sussurrei baixo, ruborizando no escuro. – Sábado a tarde iremos no shopping.

Annie ri.

— Se for dormir fora me avise. Poncho tá louco! – Eu balancei a cabeça negativamente e gargalhei alto.

Um baque na porta de entrada fez Annie se sobressaltar do sofá, eu olhei para a porta assustada e ao ver aquilo tudo tão rápido, minhas vistas se escureceram.