O tempo voou de quinta para sábado tão rapidamente que eu nem me dei conta que já era o dia do meu encontro com Christopher. Eu não sabia como tudo iria funcionar mas me arrumei, com a ajuda de Annie.

— Eu ainda não acredito que eu encontrei um vestido sexy no seu guarda-roupa! – ela entrou no quarto de repente, me assustando. – Ele delineou suas curvas e meu Deus, você está perfeita!

Me olhei novamente no espelho para checar o cabelo e a maquiagem. Realmente havíamos feito um trabalho perfeito!

— Valeu pela ajuda. – Corei gargalhando. – Olha esse decote, Annie! Céus! Eu estou até parecendo gostosa com ele.

— Na verdade, você é. – Meu corpo se arrepiou por completo ao ouvir sua voz rouca e máscula. Ele estava ali! – E está deslumbrante. – Me virei para ele de cabeça baixa, minhas bochechas quentes.

Olhei para cima quando tive certeza de que minhas pernas não falhariam. Mirei seus olhos escuros e profundos e prendi a respiração. Dei um sorriso tímido e olhei seus lábios carnudos e rosados. Senti uma grande vontade de beijá-lo e olhei Annie com uma sobrancelha levantada esperando que ela saísse para realizar meu desejo.

Christopher veio até mim assim que Annie saiu. Tocou minha mão direita delicadamente e a beijou fazendo uma reverência elegante. Mordi o lábio inferior contendo a vontade de chorar com seu romantismo.
Eu nunca fui emotiva em relação à homens, o que diabos acontecia comigo naquele momento?

Ele enlaçou as mãos em minha cintura e eu em seu pescoço. Christopher aproximou nossos rostos e quando fechei meus olhos a espera de um beijo, ele desviou o caminho para meu pescoço e arrastou seus lábios fazendo-me arrepiar. Sorri instantaneamente.

— O seu cheiro é tão doce. – Suspirei sentindo seus lábios passando por toda a extensão de meu pescoço. – Às vezes acho que perderei a cabeça por causa dele.

Christopher me olhou nos olhos e passou a observar-me atentamente, e logo depois juntou nossos lábios em um beijo extremamente carinhoso.

Minhas pernas tremeram quando ele juntou nossas línguas numa sintonia prazerosa. Quase me desiquilíbrei, tamanha a intensidade do beijo e Christopher me segurou firmemente, inclinando nossos corpos numa cena típica de filmes. Suspirei dentre o beijo e separei nossos lábios sentindo meu coração palpitando rapidamente.

— Vamos? – Perguntei ofegante olhando seus lábios vermelhos por conta do batom.

— Claro.

Saímos do apartamento com os olhares suspeitos de Anahí e entramos em seu carro. Me surpreedi com os bancos aconchegantes de couro, tanto que eu dormi no caminho para onde quer que estamos indo.

—/-

— Dulce? – Despertei com Christopher fazendo carinho no meu cabelo. – Já chegamos, linda.

Sorri para ele, bocejei espreguiçando.

— Onde estamos?

— Num restaurante a beira mar. – Dilatei minhas pupilas. – Reservado somente para Christopher Uckermann e sua acompanhante. – Ele completou com o canto de seus lábios pouco elevados. A ideia de ficar sozinha com Christopher em um restaurante de frente para o mar me fez estremecer sorrindo. Isso seria romântico.

— E então. Vamos? – Assenti com a cabeça e ele saiu do carro, abrindo minha porta em seguida. – Valeu, Chucky.

O choffer balançou a cabeça e eu e Christopher entramos no restaurante.

Vários garçons vestindo roupa preta e branca, andavam de um lado para o outro. As mulheres de coque estavam no meio da algazarra. Todos pareciam estar cada vez ocupados graças a nossa chegada. Tudo aquilo por causa de um casal.

Ouça Eversthing Has Changes feat. Ed Sheeran - Taylor Swift.


https://youtu.be/w1oM3kQpXRo

Uma introdução conhecida de apoderou de meus ouvidos.

— Essa música...

— Gosta? – Christopher segurou minha mão e me olhou nos olhos.

— Amo.

— Posso tirar a senhorita para dançar? – Sorri timidamente e peguei sua mão.

Fomos para um espaço reservado ao meio da pista e eu respirei fundo sentindo suas mãos fortes em minha cintura.

"All I knew this morning when I woke
Is I know something now, know something now
I didn`t before"

Dançamos tão lentamente que eu cheguei a deitar a cabeça em seu peito. Eu era com toda certeza uma garota sensível e Christopher estava mexendo com meus sentimentos. Isso não é legal.

"And all I`ve seen since eighteen hours ago
Is green eyes and freckles and your smile
In the back of my mind making me feel like"

Christopher apertou suas mãos em minha cintura e seus passos se tornaram firmes. O nosso balançar estava mais intenso mas não deixava de ser romântico. Aquela dança era especial!

"I just want to know you better
Know you better
Know you better now
I just want to know you better
Know you better
Know you better now
I just want to know you better
Know you better
Know you better now
I just want to know you, know you, know you"

Nossos passos estavam cada vez mais precisos e ele sabia o que fazia. Christopher era um bom dançarino e de algum modo eu acabei que me entregando inteiramente para essa dança.

"Cause all I know is we said, "Hello"
And your eyes look like coming home
All I know it`s simple ain`t it?
Everything has changed"

Christopher me olhou nos olhos e se aproximou quase juntando nossas testas. Prendi a respiração quando ele inclinou nossos corpos segurando firme minha cintura, como no nosso beijo.

"All I know is you held the door
You`ll be mine and I`ll be yours
All I know since yesterday
Is everything has changed"

O violão ao fundo suavizou nossos movimentos e eu aproveitei para enlaçar as mãos em seu pescoço e lhe dar um selinho demorado. Vontade de dançar e beijar Christopher aquela noite era o que não faltava. Com toda certeza.

— E então. O que faz da vida, Dulce? – Ele perguntou assim que nos sentamos na mesa a luz de velas para nós.

— Estou no último ano da faculdade de letras.

— Letras? – O tom de Christopher era surpreso. Ri assentindo. – E por que escolheu essa faculdade?

— Amo escrever e minha mente sempre foi muito fértil. – Sorri apertando as mãos em meu colo. – Minha mãe me incentivou a ler e eu acabei desenvolvendo paixão pelos livros e qualquer outro tipo de obra literária.

Christopher colocou um pouco de vinho em minha taça e logo depois a dele.

— Quando será sua formatura? – Ele perguntou, a taça levantada pronta para um brinde.

— Mês que vem. E você está convidado. – Levantamos nossas taças num brinde.

— À Dulce Maria Saviñón. – O clique de nossas taças me fez sorrir. Christopher era divertido, do jeito dele mas muito divertido.

Essa noite promete.


—/-


— Sabe, eu sempre gostei de caminhar assim na praia. – Murmurei com a voz alta para Christopher me ouvir. A maré estava baixa mas o barulho do mar continuava alto, como todas as noites em que vim aqui.

— Defina caminhar assim na praia. – Ele brincou descalço. Meu coração disparou com o sorriso iluminado que ele deu.

— Quando pequena, eu tinha a mania de fugir a noite para ver o mar. – Sorri tocando a água. – Sempre fui apaixonada pela lua e ela junto com o mar tornava esses sentimento mais forte, mais intenso. – Vi Christopher olhar para uma casa já próxima e sorrir, pegando minha mão. – Aquela é a sua casa?

— É. – Suspirei e apertei sua mão mais forte. – Você está bem, Dulce?

Paramos e ele me olhou os olhos. Dei um sorriso fraco.

— Acontece que, estamos a caminho de uma experiência sexual maravilhosa e, eu sei, parece loucura mas... – Suspirei corada e desviei o olhar. – Eu sou virgem, Christopher.

— Virgem? – Ele tocou meu queixo fazendo-me encará-lo. – Desde que você não se sinta insegura, isto não é problema para mim.

Sorri para ele e tornamos a caminhar novamente na direção de sua casa.

— Eu acho que você vai gostar. A parede do meu quarto, na verdade o vidro – Ele apontou e eu perdi o ar. – de frente para o mar e tem uma vista razoável do amanhecer.

— Por que está sendo romântico comigo? – Levantei uma sobrancelha olhando-o. Estávamos nos aproximando cada vez mais da casa dele e o medo que eu sentia minutos atrás já não existia.

— Você merece isso. – Ouvi ele resmungar algo e em seguida rir, uma gargalhada gostosa que me fez acompanhá-lo.

— Vou confessar. – Suspirei, ainda rindo. – Eu sinto um pouco de medo de você não gostar do que vai ver. – Christopher me olhou feio, fiz careta. – O que foi?

— Você não está dizendo que sente medo de eu não ter te/são em você, está? – Corei e balancei a cabeça afirmativamente, mordendo o lábio inferior. – Se serve de consolo, eu me excito só com o seu beijo.