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— Realmente não tem muito o que se fazer por aqui. - resmungou entediada cruzando os braços enquanto via Elijah rir discretamente, embora a postura ainda fosse séria.

— Nunca terá Natalia. - ele suspirou enquanto mexia nas folhas jogadas em cima da mesa. Os dois se encararam sem nenhuma discrição – A menos que esteja tentando morrer.

A tensão era mais do que palpável no local, volta e meia os olhares eram trocados evidenciando mais ainda a situação complicada em que se encontravam. 2 meses já haviam se passado desde que Natalia passara a morar com toda a família, 2 meses angustiantes que ela tinha que lidar com os olhares intensos de Elijah e a vigília incansável de Niklaus. 2 meses que Niklaus já havia percebido e se negava a acreditar o que estava acontecendo, queria apenas achar que era uma de suas paranoias e se esforçava para acreditar nisso.

Seu foco ainda era Valerine sumida e aprontando loucuras ao redor da cidade, ele nunca conseguia a pegar, a vampira estava se saindo bem pior do que Katherine e ele acreditava que pelas pistas que ela deixava, Valerine perseguia alguém com quem não podia lidar. Ele tinha de resolver isso, acreditava que ela se cansaria quando não conseguisse a suporta cura e que voltaria logo, mas sua demora estava o deixando extremamente angustiado.

— Não tenho nada, você fez o que eu pedi Elijah? - Klaus o questionou o forçando a desviar os olhos de Natalia.

— Sim. A procurei e não encontrei pista alguma sobre Valerine... e falei... com Elena. - Klaus o olhou com mais atenção dessa vez se questionando o motivo disso e isso chamou a atenção de Natalia - A ultima pista me levou até ela, Valerine a pegou a força para atrair Katherine e conseguiu , parece que esteve na espreita dela e de Bonnie. Algo está errado, eu acredito que Valerine tenha voltado para a Europa. Especificamente... para Veneza.

— O que ela iria querer na Veneza? - Rebekah questionou.

— Nos anos que passou comigo Valerine me disse que nasceu em Veneza, cresceu lá e se mudou para Madri pouco tempo antes de Marcel a transformar. Ela pode estar querendo um tempo. – o loiro ironizou sem realmente acreditar nisso, o que aquela maluca estaria fazendo naquele fim de mundo?

— Não. - Elijah contrariou - Ela não teria rondado tanto assim.

— Alguém pode estar com ela. A carregando. - todos olharam com ceticismo para Nikalus - Tudo bem, não está.

A campainha tocou e Klaus logo foi em direção a porta, sem esperar que ninguém tomasse sua frente ele a abriu e parou completamente surpreso com a figura que estava parada no local. O sorriso cordial e frio logo foi retribuído por outro mais frio ainda enquanto as desavenças retornavam rapidamente.

— Olá irmão.- Finn entrou sem esperar ser convidado e olhou ao redor - Rebekah tem muito bom gosto, vejo que isso não mudou.

— Finn. - a loira sorriu o cumprimentando com um aceno - Obrigada, estou surpresa em o rever depois de tantos anos.

— Fiquei sabendo das novas. - o vampiro sorriu e mostrou um pequeno bilhete - E o novo modo de Klaus escrever me chamou a atenção. "Querido irmão, soube que está em uma viagem pela Suíça. Me mande chocolates, você sabe meu endereço. Do seu adorado e amoroso irmão, Nik Kaos". Curioso.

— Eu não mandei isso. - negou com a cabeça - Foi uma amiga. De que novas se refere?- perguntou preocupado e irônico.

— Que você tem uma filha. Adotiva, cuidou dela desde criança. - os olhos se desviaram para a jovem que o encarava sem desviar os olhos - Acho que não está errado. – a olhou de cima a baixo vendo que ela não se parecia em nada do que havia imaginado, acreditava que seria alguma loira com cara de boneca e olhos doces, não uma mulher com olhos desconfiados e corpo rígido o desafiando.

Isso não fazia o tipo de Niklaus, alguém que o desafiasse? Criado por ele próprio?

— Quem contou?

— Sua fã numero um. Katherine, quem mais? - zombou se aproximando da jovem sem tirar os olhos dela- Sou Finn. - todos puderam sentir o tom ácido na voz dele.

— Natalia. - fora igualmente ácida com ele.

— Desde quando tem contato com Katherine? – Niklaus o perguntou curioso.

— Desde quando ela me presta favores. Todo mundo se ajuda, mas confesso que estou bem chateado com ela. - a expressão dele se tornou sombria - Eu não esperava que ela fosse me trair matando minha esposa. Katherine... tem planos. - ele deu um breve olhar para Elijah antes de se virar para Niklaus. - É bom estar de volta.

— Eu não direi o mesmo. Quando me falaram de você esperava que fosse alguém mais agradável, mas só de olhar a sua cara e seu comportamento percebe-se que eu estava completamente enganada. – Natalia o respondeu enquanto Niklaus desviava o rosto escondendo o sorriso discreto que surgira em seu rosto, Elijah suspirou sabendo que teriam problemas grandes pela frente, Rebekah e Kol apenas se olharam antes de conduzirem Finn para longe.

..

Valerine baixou a cabeça escapando de um galho que quase acertou-lhe o rosto, saltou sobre o tronco de madeira ainda perseguindo seu alvo. Deslizou pela terra e novamente viu os cabelos cacheados a sua frente, sem hesitar correu contra uma árvore e direcionou o corpo em direção a vampira jogando o tronco para trás e chutando as costas da cacheada que deslizou pela terra com a vampira em suas costas, segurou o cabelo dela com força e a virou de barriga para cima.

— Olá Katherine. - pressionou um galho contra o pescoço da vampira - Soube que essa sua excursão vem sendo bem apreciada, não posso dizer o mesmo de mim afinal eu estou rodando o mundo inteiro atrás de você sua vadia.

— Por que você está me perseguindo sua maluca? - as duas riram enquanto Katherine tentava a estapear e retirar a vampira de cima de si a qualquer custo.

— Ouvi dizer que você tem a cura para o vampirismo. Se eu te elogiar ajuda? Você tem mais estilo que aquela sonsa da sua duplicata. Viu? Eu sei ser gentil. - falou ofegante.

— Foi por isso que me seguiu até Veneza? Não eu não tenho a cura, mas sei quem tem. Esther. Você precisa ser rápida, todos os inimigos de Niklaus estão querendo a cura, se ele se tornar definitivamente humano a nossa conexão com ele é rompida, ele morre. E nós ficamos. – abriu um sorriso malicioso.

Apertou o pescoço da duplicata com força vendo ela ficar arroxeada.

— Não foi só por isso. Eu me lembro muito bem dessa sua cara de vadia, eu a vi. No dia que Natalia foi levada por Klaus, eu vi tudo. Eu vi você falando com a bruxa maldita, assim como vi você falando com a mãe dela antes dele chegar. O que elas tem de tão precioso pra logo você ir atrás delas?

— Eu precisava da bruxa pra achar minhas duplicatas. Pra achar Stefan e Damon. Foi por isso que fui atrás da maldita bruxa. - Katherine se retorceu enquanto se questionava como Valerine havia conseguido tamanha força sendo tão nova - Ela me dava a resposta e eu fazia um favor para ela, e ela deu esse favor a amiga.

— Que favor? – sussurrou.

— Por que você não procura? Vai saber melhor do que eu. - a chutou a fazendo bater contra um muro e desapareceu entre as ruas.

...

— Não é provável que seja tão simples assim, Esther deve nos ligar a ela e provavelmente irá usar toda nossa magia e conexão para ficar mais poderosa. Seremos sacrificados um a um. - Marcel se virou e segurou os ombros dela com força depois de receber a noticia bombástica, Niklaus tinha que saber daquilo o quanto antes, mas sabia que se contasse a ele enlouqueceria e tudo que Valerine fizera nos últimos meses estaria perdido.

— Então a vigie de perto. - pediu transtornada com a adrenalina correndo por todo o corpo - Eu preciso descobrir mais coisas, acredito que a bruxa que Niklaus procurava pode ter respostas para isso. Pode ter um meio de parar Esther.

— Que deve exigir um sacrifício para isso. Um grande sacrifício. Escute, quando Natalia foi salva eu tinha acabado de entrar para a policia, investigava o caso da família dela. Pode ter sido um sacrifício. - Marcel parou completamente.

— O que quer dizer com isso?

— Não tenho certeza Marcel, mas acredito que a mãe de Natalia matou a própria irmã. O por que disso eu não tenho ideia, acredito que tenha conexão com essa bruxa.

— Como pode chegar a essa conclusão? Você tem certeza disso Valerine?

— Não, eu não tenho. Mas seja o que foi que aconteceu ali, a melhor coisa que ocorreu na vida da Natalia foi Klaus ter surgido.

...

— Eu tenho certeza que vocês tem algo a ver com isso. Valerine está perseguindo Katherine, e eu quero saber o por que disso. Ela não saberia nada sobre Katherine se não tivesse vindo até a fonte. - Natalia cruzou os braços e Kol olhou para os dois Salvatores que a encaravam de braços cruzados. – Sei que Klaus não responderia todas as suas dúvidas, Valerine já tinha uma ideia de quem Katherine era... o que aconteceu?

— Sua amiga Valerine e mais centenas de vampiros estão atrás da cura do vampirismo. - Damon fora direto - E Katherine sabe muito bem com quem a cura está, por isso ela a persegue. – ele não pouparia ninguém e nem se conteria, queria os ver enlouquecendo, queria que Klaus soubesse que eles procuram a cura para o deter.

— Onde Katherine está?

— Se alguém soubesse ainda não estaria viva. - Stefan a analisou rapidamente - A questão que nos preocupa é o quanto ela sabe e quem está com a cura. Teremos problemas imensos se ela cair nas mãos de caçadores, pior ainda, de bruxas.

Os dois Mikaelson's suspiraram em agonia, eles podiam sentir que quanto mais Valerine se distância, mais risco ela corria e consequentemente eles ficavam cada vez mais em perigo. Afinal, ela sabendo demais e eles sabendo de menos era um risco. Valerine poderia ser pega por qualquer um e ter a mente invadida.

— Nós precisamos a achar o quanto antes, Valerine tem muita experiência em investigações e que essas pobres almas sejam poupadas, mas em interrogatórios não existe ninguém melhor que ela para arrancar informações. Temos que estar preparados para tudo. - Natalia tentou os persuadir - Se souberem de algo precisam nos contar, se a cura cair nas mãos de bruxas será a extinção de toda a espécie vampira.

...

— Elijah? – Natalia o chamou entrando em seu quarto e o encontrando vazio, mas não se incomodou em sair do local, apenas suspirou e foi em direção a cama dele se sentando de pernas cruzadas e olhando ao redor, sabia que ele logo iria para lá, era o único lugar da casa que o vampiro tinha paz.

E então se assustou quando a porta do banheiro foi aberta de uma vez e o belo vampiro surgiu com ar despreocupado a olhando e sorrindo com malícia como se não se importasse em nada em estar com a cintura incrivelmente branca em volta da cintura enquanto algumas gotas de água escorriam de seu cabelo molhado por todo o peito.

— Natalia. O que posso fazer por você? – ele perguntou calmamente entrando no próprio closet deixando uma jovem boquiaberta e chocada, uma das portas se fechou a impedindo de o ver, mas ela ainda ouvia a toalha passando pelo corpo dele e então caindo no chão.

— Ah. É que... – pigarrou - Eu estava querendo alguém para passar o tempo. – se recompôs com dificuldade enquanto dava pequenos saltinhos discretos na cama sorrindo largamente – o Nik saiu com Rebekah, Kol e Finn... estou entediada.

— Posso entender perfeitamente. – ele a respondeu e ela pode ouvir ele fechando o zíper da calça e então ele novamente retornou ao quarto abotoando tranquilamente a camisa azul sem se preocupar em olhar na direção dela, sabia que a jovem tinha os olhos fixos nele e isso o fez abrir um discreto sorriso antes de cravas os olhos nela a forçando desviar devido a vergonha. Gostaria de sair? – ele parou mantendo os olhos nela e esquecendo completamente a “relação familiar” entre os dois.

— Não, somente de ficar em casa, na companhia de alguém. – mostrou um DVD sem interesse que havia pegado nas coisas de Niklaus – Klaus me mandou ficar na companhia de Will Smith, mas eu duvido que ele vá interagir comigo no meio de um apocalipse.

O moreno apenas deu um risada baixa enquanto ajeitava o cabelo curto, Natalia o imitou antes de se levantar e ir em direção a ele que a olhou com curiosidade. Os dois olhos escuros se conectando enquanto ambos respiravam fortemente sentindo a energia que os rodeava.

— O quanto você enfrentaria Niklaus para ter o que quer? – ela o olhou confusa e então compreendeu mais do que rapidamente, ele gostava das mensagens entrelinhas, gostava do raciocínio, gostava de não precisar expor uma ideia completa e ela decidiu lhe acompanhar... para os dois, parecia menos errado falar em códigos.

— É só fazer valer a pena. – ele sorriu e então sua expressão se tornou sombria quando o gritos de Niklaus soou por toda a casa.

Natalia foi a primeira a chegar na sala, Elijah apareceu algum tempo depois. Ambos com os olhos fixos em Niklaus que tinha os olhos avermelhados, a expressão assustada assim como Finn e Kol. Todos parecendo transtornados.

— Rebekah desapareceu.