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— Descobriu algo? - Valerine a olhou de lado completamente desconfortável, mas era sua única opção, já não podia mais lidar com isso sozinha, eles estavam a cercando demais e era quase impossível escapar das mãos deles.

— Sim. Vasculhei os arquivos do IML, funerária e mexi até nos dos cemitério no estado vizinho. A mãe dela deveria ter sido enterrada na capital ao lado da irmã, mas não aconteceu, aqui consta que não havia nenhum corpo no local. E que Samantha jamais morou em Veneza. Isso é impossível, eu investiguei esse caso, inclusive morava próximo as duas e as via sempre. – se referiu a Samantha e Karine.

— E a bruxa? - Rebekah a questionou.

— Algumas raras vezes, o nome dela era Sofia, ninguém interessante. Verifiquei os arquivos dos hospitais e descobri que Samantha e Karine eram irmãs gêmeas, aliás consta que Samantha fez alguns pré-natais... engravidou 2 meses antes da irmã, não realizou o parto no hospital. Karine teve um bebê logo depois. - as duas se olharam - O marido de Samantha morreu em um acidente de barco, o de Karine há abandonou, nunca quis saber dela. E então Karine foi encontrada morta dentro da casa que dividia com a irmã, sem sinais de arrombamento, sem sinais de luta. Samantha é a suspeita. Um corte no pescoço, apenas isso.

— E o outro bebê? Natalia pode ter uma prima ou primo? - Rebekah olhava as fotografias das gêmeas.

— Talvez. Não sabemos o que aconteceu com o bebê. - suspirou e Rebekah a olhou dando um sorriso com sua feição desgastada - É melhor ficar calada a respeito disso, eu não consigo trabalhar com o berro dos Niklaus no meu ouvido. – falou seriamente.

— Muito menos eu. Ele nunca me deixa matar ninguém.

....

Natalia sentiu a mão de Elijah lhe abraçar os ombros, beijou-lhe a testa antes de se afastar pousando a mão entre os cabelos escuros, a feição de todos era mais do que desagradável. Rebekah desaparecera sem pistas, sem falar nada, apenas sumira e nem mesmo uma bruxa conseguira a localizar. O mesmo com Valerine, isso agitou Niklaus mais ainda, Valerine poderia estar morta e se alguém que tivesse pego a cura suposta e estivesse com Rebekah, possivelmente ela também estaria.

— Não temos nada. Damon e Stefan vem tentado de tudo junto com aquela bruxinha irritante, nada. - Kol suspirou fechando os olhos - Estou cansado de esperar contato, é claro que Valerine não irá se comunicar. Marcel também não sabe de nada, apenas que a cura pode matar todos que tem ligação com o vampiro que os criou.

— Vai ver não querem ser encontradas. Ela pode ter se cansado de você Niklaus, já pensou por um lado que você afasta todo mundo que gosta de você? – a voz de Finn fora excessivamente fria, todos notaram o comportamento extremamente estranho de Finn nos últimos dias.

O loiro olhou para Finn que tinha um sorriso zombeteiro, Natalia apenas fechou as mãos em punhos e sem que ninguém percebesse se virou socando o rosto dele com toda a força que tinha o fazendo cuspir sangue. Elijah coçou a sobrancelha e deteu um sorriso, Kol gargalhou abertamente retirando ela de perto do irmão e Klaus apenas continuou encarando Finn com raiva contida querendo-lhe esmurrar a face. Não era de todo uma mentira, afinal Valerine saíra possessa de ódio por algo que ele achara que era besteira. Na realidade... ansiando por algo que a trouxesse de volta a vida sem saber se isso poderia a matar imediatamente ao invés de lhe dar o que tanto almejava.

O corpo fora jogado com violência para dentro da casa parando aos pés de Niklaus, Stefan passou pela porta ajeitando as mangas da camisa enquanto olhava para a figura de cabelos longos e loiros que ofegava no chão.

— Uma vampira que estava perseguindo Valerine e Katherine. - a mulher gritou quando Klaus a puxou pelo cabelo impedindo que seus pés tocassem o chão - Encontramos ela indo para o aeroporto. Se essa cura atingir sua família, seremos apenas máquinas na mão de Esther. Isso não é por você. -Stefan deu alguns passos para trás saindo da mansão.

Klaus a jogou na cadeira de aço em seu porão e a olhou intensamente antes de seus olhos se tornarem amarelos e então ele a mordeu com, força a deixando aterrorizada, a jovem sabia muito bem o que aquilo queria dizer.

— Talvez queira começar a falar.

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— Klaus tentou a hipnotizar, mas não conseguiu entrar na mente dela, ela não quer dizer por nada. Talvez tenha algum familiar envolvido. - Elijah cruzou os braços de frente para Natalia a encarando intensamente antes de se aproximar e sentar de frente para ela - Natalia, esse é o momento em que você deve começar a abandonar a sua humanidade e assumir o seu sobrenome. - segurou a mão dela com carinho - Lembre-se por quem foi criada, aquela mulher é a nossa única pista e ele vai mata-la. – Elijah sabia muito bem que poderia intervir e tomar a decisão certa, mas sabia que precisava a despertar, a fazer assumir o controle sobre si mesma.

Mal sabia que ela já havia começado isso sozinha assim que sua guardiã desaparecera.

— Acha que eu posso fazer alguma coisa? Algo parecido com o que Niklaus faz? Ou Kol, você.... ou Valerine? – ele a olhou intensamente.

— Eu acredito que pode fazer isso de uma maneira bem melhor, eu vejo o potencial em você.

— Potencial para ser uma torturadora?

— Klaus não teria deixado entrar em nossa família se um dia não acreditasse que você seria capaz de agir quando fosse necessário, esse é o momento em que você deve mostrar controle sobre si mesma. Mostre que merece sua confiança, eu estarei por perto. – a incentivou.

Natalia suspirou erguendo a cabeça e se dirigiu para o andar de baixo se dando conta que as ultimas circunstancias cobravam que sua humanidade fosse esquecida. Inclusive sua própria mortalidade, ela iria se tornar uma vampira, Niklaus querendo ou não.

— Deixa comigo. - a voz soara excessivamente fria e ela entrara no ambiente com a expressão neutra olhando o corpo de sua vítima com extrema cautela, Natalia na realidade fora bem mais rápida pensando nas possibilidades, sua mente trabalhara a todo instante desde que ela vira a jovem ser arremessada pelo Salvatore.

Ela tinha uma carta na manga antes mesmo que Niklaus já estivesse agindo, talvez depressa até demais, de uma forma assustadora.

Klaus a encarou em choque, o rosto e suas roupas sujas completamente de sangue assim como seus braços. Sua vitima tinha centenas de mordidas, uma barriga com um buraco aberto assim como no peito, um braço esquecido no chão e correntes que lhe enrolavam o corpo inteiro.

— Eu não irei demorar. Sou bem mais esperta do que pareço. - ela olhou para a vampira ensanguentada e sorriu de maneira sádica vendo que a loira pouco se importava com sua presença - Devo a Kol pela rapidez.

O vampiro entrou no local batendo a porta e segurando um jovem de cabelos tão loiros quanto os da irmã. O garoto fora sentado em outra cadeira e preso pelas grossas correntes, as mãos de Natalia brincavam com, uma garrafa que ela pegara no pequeno bar improvisado de Niklaus que se encostou na parede com os braços cruzados assim como Elijah que se mantinha com os olhos atentos embora não gostasse da sensação de ver algo que poderia lhe colocar em risco, ele tinha confiança de que os deteria, mas não poderia ter certeza se algum outro maldito mantinha os olhos neles.

— Seu irmão é um vampiro de 15 anos recém transformado.- ela se afastou de Kol que lhe deu a rápida resposta antes de começar a falar. - Ele falou por boa vontade, você deveria fazer o mesmo... afinal você o transformou nisso não é? É sua culpa, é por isso que está atrás da cura. Deixa eu te contar uma coisa, se você não falar... não vai ter mais irmão para curar. E adivinhe só... se isso não parecer o suficiente... eu torturo você até a morte e o deixo sozinho vivendo na maldição que você o deixou. Imagine ele matando os pais e todos os amigos por sua culpa? Ficando sozinho. - a vampira chorava descontroladamente - Esse me parece um plano melhor, você será uma alma presa do outro lado... e verá absolutamente tudo que acontece com ele. Mas talvez, como uma péssima irmã que é queira ver ele sofrer mais ainda antes - riu e apontou na direção do garoto rasgando um pedaço da blusa da irmã - Faça um buraco na barriga dele.

A vampira berrou de desespero quando viu Niklaus enfiar sua mão dentro do estômago do irmão, Natalia queimou um pedaço da camisa e a colocou na boca da garrafa, então sem nenhuma piedade a enfiou no buraco do estomago do garoto enquanto ardia em chamas, logo ele passaria a se curar e continuaria queimando por dentro.

— Eu conto! Eu conto! - ela berrou e a morena puxou a garrafa e a entregou para Kol que retirou o pano - Katherine também está atrás da cura, ninguém sabe o por que. Valerine está investigando um crime em Veneza, é tudo o que sei. A cura está sendo feita por apenas uma bruxa, Esther está de volta! Com a promessa de nos entregar a cura se prometermos ajudar destruir Niklaus, se prometermos ajudar a cortar nossa ligação com cada um de vocês. - ela berrou enquanto chorava de desespero com o irmão - Nos deixe sair. Por favor.

— Não. É nossa nova política. - Natalia falou friamente - Não vamos deixar que mais nenhum outro inimigo passe por nossa família e saia vivo.