No Ritmo do Amor

Felicidades Vrs Tristezas


=== Paulina Narrando ===

Cheguei Muito tarde em casa... Depois de chegar essa manhã na escola e descobrir que Pablo Connor chegaria amanhã tinha que dar meu Maximo em meu ultimo ensaio, Nunca ficou muito claro para nos o motivo de sua visita a escola de dança... Mas algo me diz que ele vai convidar alguém para participar de sua companhia de dança e esse seria uma grande conquista poder participar de uma companhia de dança tão reconhecida no mundo...

Quando adentrei em casa notei a alguém estava vendo TV na sala e supondo que fosse Carlos Daniel fui ate lá... Bom, eu estava certa... Mas ele estava dormindo.
Ultimamente quase não temos tido tempo para passarmos juntos e me sentia culpada por isso... Mas logo tudo isso acabaria e como havia prometido sairíamos de viajem somente nos dois... Sentei-me na beirada do sofá e fiquei o olhando enquanto acariciava seu cabelo de forma delicada, minha vontade era não acordá-lo... Mas se ficasse ali dormindo todo torto ficaria com o corpo dolorido.

– Carlos Daniel! O chamei enquanto acariciava seu rosto. – Acorde meu amor! Disse sorrindo quanto ele se mexeu.
– Paulina! Ele disse abrindo os olhos um pouco alarmados. – Que horas são? Ele perguntou me olhando.
– Quase 2 da madrugada! Disse sorrindo. – Vamos para o quarto meu amor! O chamei enquanto me levantava e esperava que se levantasse também.
Enquanto o observava se levantar com calma tinha um sorriso no rosto, mesmo de pijamas e cabelos bagunçados ele conseguia me encantar... Seguimos em silencio para o quarto, Carlos Daniel estava muito sonolento.
– Você tomou algum remédio para dormir? Perguntei quando ele deitou-se. – Estava muito sonolento e achei estranho esse fato.
– Não, somente alguns analgésicos! Ele disse deitado me olhando.
– Bom, então deve estar cansado! Disse sorrindo. – vou tomar um banho e me trocar e então podemos dormir! Disse sorrindo enquanto seguia para o banho...
Não demorei muito no banho e sai já pronta para dormir... Quando sai do banho Carlos Daniel já dormia.

Deitei-me a seu lado e fechei os olhos na tentativa de dormir... Mas alguma coisa estava me incomodando, não conseguia entender o que? Mas sentia que alguma coisa estava errada então me concheguei em Carlos Daniel e o abracei... E assim, tão próximos, sentindo o seu calor eu logo adormeci.

==== Manhã seguinte ====

Acordei com Carlos Daniel me beijando e sorri ao olhar em seus olhos castanhos...
– Bom dia Minha Vida! Ele disse sorrindo animado. – Porque não me acordou quando chegou ontem à noite? Ele me perguntou com um sorriso brincando em seus lábios.
– Te Acordei! Disse franzindo a testa.
– Você me Acordou? Ele perguntou confuso. – engraçado... Não me lembro!
– Você estava dormindo La na sala quando cheguei! Expliquei o olhando seriamente. – ate conversamos!

Fiquei o observando coçar a cabeça pensativo...

– Eu estava dormindo na sala... Mas Não me lembro de nada disso! Disse sorrindo.
– Estava muito sonolento... Talvez seja por isso! Disse sorrindo.
– é... Talvez seja! Ele disse me olhando divertido. – mas sabe de uma coisa? Ele me perguntou enquanto se aproximava. – estou morrendo de saudades! Ele disse e então já estávamos muito próximo.

Senti suas mãos em minha cintura me puxando para seus braços e quando estávamos com os corpos colados senti meu corpo se arrepiar com suas mãos passeando por minhas costas de forma delicada... Nosso olhos conectados e então encurtei a pouca distancia que nos separava e o beijei com calma... Inicialmente foi apenas um tocar de lábios, deixando que se moldassem um no outro e com calma deixei que nossas bocas se movessem saboreando aquele momento... Gemi em seus lábios quando ele mordiscou meu lábio inferior e aprofundou o beijo.
Deixei que minhas mãos percorressem por seus cabelos os deixando ainda mais bagunçados enquanto explorávamos os lábios um do outro... Só encerramos aquele beijo quando precisávamos respirar.

– Tenho que ir... Disse a ele quando nos separamos e ainda muito próximo lhe dei um ultimo beijo de menos duração e me levantei.

Segui para o banho... E enquanto me arrumava não pude deixar de esquecer o episodio de agora a pouco no quarto... “como ele não se lembrava do que conversamos ontem à noite? Ele estava sonolento e tudo mais, mas estava bem acordado!” pensava.
Quando sai do Banho Carlos Daniel estava sentado na cama com a mão na cabeça...

Tudo bem? Perguntei o olhando seriamente.
– Estou com um pouco de dor de cabeça! Ele disse me olhando. – Mas já tomei um analgésico e logo vai passar! Ele disse me dando um sorriso tranqüilizador.
– você devia procurar um medico meu amor! Aconselhei enquanto corria para terminar de me arrumar.
– é... Vou ver se tiro um tempo para isso! Ele disse pensativo.
– bom, me desculpe ter de sair quando você esta assim, mas hoje chega o Pablo connor e não posso me atrasar! Disse o olhando com preocupação.
– Tudo bem meu amor... É só uma dor de cabeça... acho que vou ficar em casa e descansar um pouco mais! Ele disse sorrindo.
– vou tentar voltar mais cedo! Disse a ele enquanto lhe depositava um beijo e me despedia.

O Caminho ate a escola foi longo... E a sensação de ontem a noite ainda martelava em meu peito, alguma coisa iria acontecer, mas o que? Será que isso estava ligado ao fato de Pablo Connor esta vindo para cá ou é apenas nervosismo meu?

Quando cheguei nos portões da escola vi uma movimentação estranha de alunos... E quando me aproximei não pude esconder o sorriso ao ver Pablo connor em minha frente, minha inspiração... Todos queriam uma foto com ele e mal conseguia vê-lo no meio de tanta gente o rodeando, mas como sempre ele muito educado estava atendendo a seus fans com carisma.
Mesmo querendo muito me aproximar não o fiz... Segui direto para minha sala e lá encontrei minha amiga Célia...

– O que será que esse Pablo veio fazer aqui amiga? Célia me perguntou enquanto me alongava.
– Não Faço a menor idéia Célia! Disse lhe sorrindo. Ela estava realmente curiosa.
– ai Paulina... Você às vezes é muito chata... Teve aulas com ele e pode muito bem ter uma idéia, o conhece! Disse sorrindo para mim.
– O conheço, mas não o suficiente para ter se quer idéia do que o traria ate aqui! Disse a olhando divertida.

Quando Célia ia me responder o professor Michel entrou na sala e quando todas vimos quem a acompanhava varias meninas s e alvoroçaram...

– Bom dia Meninas! Disse o professor Michel e todas respondemos. – creio eu, que não será necessário fazer apresentações! Disse divertido enquanto nos olhava.
– Olá meninas! Disse Pablo com seu sotaque carregado e todas responderam de forma mais controlada.
– Bom, o Pablo vai assistir a essa aula! O professor Michel disse calmamente enquanto se posicionava a nossa frente.
Enquanto começávamos com alguns exercícios começava a me sentir nervosa... Pablo connor andava pela sala observando cada menina e quando parou perto de mim me olhando...
– é muito bom vê-la novamente Paulina! Ele disse sorrindo encantador como sempre.
– é bom vê-lo também! Disse educadamente enquanto o olhava rapidamente.
Nossa conversa foi curta, ate porque estava em horário de aula e não podíamos ficar de papo, mas esse pequeno dialogo entre eu e Pablo atraiu a atenção das outras meninas...

Nunca em minha vida desejei que uma aula de balé terminasse... Todas as meninas estavam me olhando... Talvez fosse pelo fato de Pablo esta me observando descaradamente...
Quando o professor Michel deu a aula por encerrada... Pablo pediu a palavra e citou apenas 5 nomes para que ficasse na sala e eu estava entre eles.
Eu, Célia, verônica, leda e Janine... éramos as escolhidas, me senti tensa quando me sentei junto ao grupo esperando que Pablo dissesse o motivo pelo qual estávamos ali.

– Pedi que ficassem porque quero fazer um convite a vocês! Disse calmamente enquanto nos olhava.
Pude ouvir cochichos entre as meninas... E Célia ate deu um gritinho de felicidade e não pude deixar de rir de sua reação...
Todas ficamos em silencio enquanto esperávamos que ele dissesse qual seria esse convite... Acho que conseguia ate ouvir o martelar de meu coração diante do silencio que se deu.
– Bom, quero convidá-las para fazerem parte da próxima apresentação que minha companhia de dança fará em paris! Ele disse com um sorriso no rosto enquanto nos dava a chance de nossas vidas.
Por um instante todas ficaram em completo silencio e então antes mesmo que eu conseguisse assimilar o que ele tinha acabado de dizer as 4 meninas romperam em gritos e levantaram pulando e se abraçando...

– Por Favor... Acalmem-se meninas! Pediu Pablo as olhando com divertimento. – Antes de qualquer coisa preciso esclarecer algumas coisa... A turnê que faremos por Paris será de 6 meses e depois disso escolherei apenas uma de você para se juntar a minha companhia definitivamente! Dizia enquanto nos olhava seriamente.
– Mesmo assim... Já é uma grande oportunidade participar dessa Turner! Disse Célia confiante.
– Sim, claro... A minha companhia não é a única do mundo e participando dessa Turner vocês ganharam visibilidade La fora! Concordou Pablo animado. – é o que me dizem de sairmos para comemorarmos? Pablo perguntou depois de apenas alguns instantes nos olhando.
– será maravilhoso... Há tempos não saímos para comemorar! Disse Leda de forma sedutora enquanto se pendurava no braço de Pablo que a olhou com a testa franzida, não pude deixar de esconder um sorriso diante da cara que Pablo pôs.
Todas seguimos direto para o vestiário onde nos trocaríamos... Tinha que avisar ao Carlos Daniel que poderia me atrasar para chegar em casa... Tentei falar diversas vezes em seu celular, mas estava dando desligado... Liguei para seu escritório e blanca disse que ele não tinha chegado ainda, então supus que ele tinha ficado em casa para descansar como havia dito antes de eu sair essa manhã...

===== Carlos Daniel Narrando =====

Acordei já de noite com a cabeça latejando de tanto doer, não conseguia acreditar que tinha dormido o dia inteiro, esses analgésicos definitivamente não estavam me fazendo nada bem, sem contar que minha dor de cabeça não tinha diminuído em nada e parecia ate ter aumentando...

Quando acordei a mesa do jantar já estava posta... E filó nossa empregada serviu meu prato, jantei sozinho, Já imaginava que Paulina não chegaria a tempo de jantar, ela não tem estado presente nesses últimos tempos...
A comida estava maravilhosa, mas quase não comi nada, a dor em minha cabeça parecia ter aumentado e não me sentia muito bem... Quando me levantei da mesa senti meu corpo estranho... Não sei bem como explicar o que estava sentindo... Sentia-me confuso, meu corpo estava com um tremor estranho que agora a pouco não estava... Bom depois dessas sensações estranhas não me lembro de muita coisa.

Acordei no hospital com filó sentada na beirada da minha cama chorando desesperada...

– O que aconteceu Filó? Perguntei quando acordei a olhando com confusão. – onde esta a Paulina?
– Ah, senhor Bracho... Graças a virgem de Guadalupe que o senhor acordou... Fiquei tão preocupada! Ela dizia de forma exasperada me olhando com expectativa.
– O que ouve filó... Porque estou em um hospital? Perguntei me sentando e a olhando seriamente.
– O senhor desmaiou e ficou se debatendo no chão... Eu não sabia o que fazer então chamei uma ambulância e eles o trouxeram para Cá! Disse a senhora me explicando tudo.
– e a Paulina? Onde esta? Perguntei apesar de já saber a resposta.
– tente falar com ela por diversas vezes, mas seu telefone esta desligado! Explicou a senhora me olhando... E pude ver a pena refletida na forma em que me olhava.
– tudo bem! Disse respirando fundo. – pode me chamar o medico, por favor? Pedi enquanto já me sentava.

Filó saiu me deixando sozinho naquele quarto... Não pude deixar de sentir certa magoa por Paulina não esta ali comigo, quando eu mais precisava... Eu devia acordar e vê-la, e não a dona filó... Isso não estava certo.
O que ela estaria fazendo para não esta aqui? Perguntava-me enquanto olhava pela janela do quarto... Já era noite e parecia ser bem tarde também... Onde estaria? Perguntava-me quando o medico adentrou meu quarto me olhando um pouco alarmado.

Bom, não o culpo, tinha tirado o soro que estava em mim e estava de pé...

– Senhor Bracho! Disse o medico me olhando. – Não devia ter se levantado! Advertiu.
– Bom, eu só queria avisar que estou indo para casa... E não estou de pedindo permissão! Disse antes que ele pudesse argumentar contra minha decisão.
– Mas... O senhor não pode ir para casa antes de investigarmos a causa de sua convulsão senhor! Disse o medico em seu tom profissional.
– não posso ficar aqui! Disse o olhando seriamente. – e já estou bem!
– Me desculpe dizer assim... Mas o senhor não esta bem! Disse o medico tentando ser cauteloso em suas palavras.
– O que quer dizer? Perguntei o olhando.
– bom, quando o senhor chegou aqui... Fizemos uma Tomografia Computadorizada no senhor... E os resultados não foram nada bons! Disse o medico muito seriamente.
– e quais foram esses resultados? Perguntei o olhando com a testa franzida.
Caímos em completo silencio... O medico me olhava com um olhar que dizia o que não parecia esta confortável para me dizer... Céus... porque?
– O senhor tem um tumor cerebral! Ele disse preferindo ser direto.
– Que? Perguntei sem acreditar em meus ouvidos. – Um tumor? Caminhei ate a cama e me sentei me sentindo mal.
Perdi meu chão... Um tumor cerebral... alguma coisa estava crescendo em meu cérebro e essa coisa iria me matar... Pensava enquanto olhava o doutor parado em minha frente dizendo coisas que não entendia... E apenas uma coisa me vinha a mente...
– Paulina! Disse seu nome como em um sussurro.
– quem? Perguntou o doutor me olhando sem entender o que tinha dito.

Mas não era para ele entender... E por mais que a quisesse muito aqui comigo agora agradecia aos céus por ela esta longe, não suportaria vê-la sofrendo, mal posso suportar o olhar de compaixão nos olhos do medico.

– Hoje em dia a medicina esta muito avançada senhor... E com o tratamento certo poderíamos operá-lo! Dizia o medico me observando.
–Tenho que ir para casa! Foi a única coisa que disse, ignorando por completo suas explicações.

Não sei bem o que estava sentindo naquele momento, me sentia... Anestesiado? Não sei... A única coisa que tinha certeza naquele momento e da minha morto...
– senhor bracho? Ouvi o medico me chamar e o olhei. – o senhor esta se sentindo bem? Ele perguntou enquanto já tomava meu pulso.
– estou bem... Só quero ir para casa! Disse me colocando de pé.
– Não considero essa uma boa idéia senhor! Disse o medico de forma receosa. - Mas aconselho que comece o quanto antes um tratamento! Disse me olhando seriamente.
– Tanto faz! Disse o olhando. – a única coisa que quero nesse momento e estar em casa quando Paulina chagar! Disse ao medico mesmo ele nem tendo idéia de quem seja paulina.

Com muito custo assinei um termo de responsabilidade por ter saído do hospital contra a vontade do medico... E no caminho para casa fiz filó jurar que Paulina nunca saberia desse episodio. Foi difícil convencê-la, mas no final consegui...
Consegui respirar aliviado quando cheguei em casa e Paulina ainda não tinha chegado, já era mais de 1 da madrugada... Subi as escadas e segui pelos enormes corredores... Andava tão lentamente, meus pensamentos giravam em torno de apenas uma frase. “Eu vou Morrer!” apenas isso se passava por minha cabeça... Parece idiota, afinal todos vamos morrer um dia, mas deus estava me tirando do mundo muito antes.

Parei em frente ao estúdio de dança e sem pensar muito entrei no enorme cômodo... Não acendi a luz, a luz da lua iluminava o ambiente o suficiente... Apenas me sentei no canto mais distante e escuro daquela sala e fiquei ali encolhido no chão... Ali, sozinho... Deixei tudo vir a tona... É chorei.
Estava com medo, estava me sentindo o garotinho sozinho que fui, e queria que minha Mãe estivesse ali, que mais uma vez ela me salvasse como o fez quando eu era apenas uma criança assustada, mas ela não estava e ninguém me salvaria... As lagrimas desciam grossas por meu rosto e os soluços ecoavam pela sala, não me importava que alguém me escutasse...

Não sei quanto tempo passei ali... Permitindo-me ser um fraco... Mas quando me levantei e sai do estúdio deixei para trás essa fraqueza e meus medos... Não faria minha Paulina sofrer, ela não poderia saber de nada... Apenas aproveitaria ao Maximo o pouco tempo que me restava, apenas me permitiria ser feliz ao lado da mulher que amo.

Tomei um banho demorado e me troquei para dormir... Já se passavam das 3 da madrugada... Eu tentei, mas dormir estava sendo impossível... Fiquei apenas sentado no escuro do quarto enquanto pensava na vida, pensava em tudo que passei... acho que consegui construir alguma coisa bonita afinal.

– O que faz no escuro meu amor? Perguntou Paulina ao entrar no quarto e me tirar de meus devaneios sobre meu passado.
Forcei-me a sorrir e me levantei indo em sua direção e sem dizer uma palavra apenas a envolvi em meus braços e a abracei forte engolindo o nó que se formou em minha garganta quando a senti.

– o que você tem Carlos Daniel? Ela perguntou preocupada.
– Nada... Só quero poder te sentir minha vida! Disse enquanto ainda a mantinha em meus braços. – só quero poder ter em minha memória a sensação de tê-la em meus braços! Dizia enquanto suspirava inalando seu perfume.
Paulina me abraçou de volta e fiamos assim por algum tempo, apenas abraçados em completo silencio... E então sem dizer nada Paulina se afastou me olhando nos olhos, seu olhar era pura preocupação...
– você esteve chorando? Ela perguntou franzindo a testa.
– Não! Disse rapidamente desviando o olhar do dela... - estava dormindo e acordei agora a pouco! Inventei uma desculpa qualquer enquanto me afastava seguindo ate a cama.
– Não esta mentindo? Ela perguntou ainda me observando seriamente.
– Não... Claro que não! Disse enquanto lhe dava um sorriso tranqüilizador. – porque não vai tomar um banho para irmos dormir, já esta muito tarde! Disse a ela enquanto observava o relógio no criado mudo.
Paulina não pareceu muito convencida, mas acabou entrando para o banho e só então soltei a respiração que mantinha presa sem ao menos me dar conta.
Quando Paulina saiu do banho e deitou-se ao meu lado eu mais que depressa a puxei para meus braços, queria poder senti-la o Maximo possível do pouco tempo que me restava.

E antes que ela pudesse dizer alguma coisa tomei seus lábios em um beijo lento... E esse beijo trouxe ainda mais angustia em meu coração... A beijei como nunca fiz antes, não envolvia desejo ou algo parecido, era uma coisa mais pura e cheia de emoção... Talvez um beijo de despedida, não sei, talvez nem acordasse amanhã... E não queria ir sem me despedir.
– o que você esta me escondendo meu amor? Ela me perguntou com a voz embargada assim que nos separamos.
– O que foi meu amor? Perguntei a olhando preocupado. – porque esta chorando?
– eu... Não sei! Ela disse secando as lagrimas. – só senti algo diferente nesse beijo e confesso que não gostei de sentir isso! Ela disse confusa enquanto me olhava de forma pensativa.

Eu apenas resmunguei, não poderia dizer a ela... Não poderia. Sequei suas lagrimas com delicadeza enquanto guardava em minha memória seu rosto delicado, a textura de sua pele... Tudo... De alguma forma queria tudo que envolvesse a mulher que amo, antes que o destino me roubasse a chance de ter com ela a vida que sonhei. Então ficamos em silencio enquanto a aconchegava em meu peito.
– Te amo Mais que minha vida! Disse a ela quebrando o silencio.
– Eu também te amo! Ela disse enquanto me abraçava e se aproximava ainda mais de mim.

Em poucos minutos Paulina estava dormindo profundamente... Eu fiquei a observando, e agora que dormia não conseguia mais ser forte e deixei as emoções me dominarem novamente, chorei em silencio... Chorei não por mim, mas por Paulina, que tinha somente a mim para cuidar dela... O que seria dela quando eu partisse? Perguntava-me enquanto acariciava seu rosto.

– Porque as coisas tinham que ser assim? Perguntava-me baixinho enquanto a observava. – por quê?