Amor acima de um Sonho/ Deixa te amar...

= Paulina narrando=

Acordei primeiro e fiquei um bom tempo olhando Carlos Daniel dormir e não pude deixar de pensar na noite passada a forma como ele estava estranho, seu olhar estava triste, sentia que ele estava me escondendo alguma coisa, mas sabia que quando ele se sentisse à-vontade diria por conta própria o que estava acontecendo...

– Bom dia meu amor! Disse a ele assim que o vi abrir os olhos. – dormiu bem? Perguntei enquanto acariciava seu rosto.

– sempre que durmo com você assim, em meus braços durmo muito bem! Disse sorrindo enquanto me puxava para ainda mais próximo dele colando nossos corpos.

Não precisei esperar que ele tomasse a iniciativa de me beijar, sentia uma necessidade enorme de demonstrar a ele o quanto necessitava dele... O beijei com calma, nossa bocas se moviam em um ritmo calmo, sem pressa alguma de ter de encerrar aquele contato... Só nos separamos quando o ar era vital.

– eu te amo! Ele disse me olhando nos olhos de forma profunda. – nunca se esqueça disso aconteça o que acontecer! Disse em tom serio.

– Nunca vou me esquecer! Disse o olhando com a testa franzida.

– Que bom! Ele disse forçando um pequeno sorriso. - Não esta atrasada para a aula? Ele me perguntou colocando mais suavidade em seu tom de voz.

– Não tem problema eu me atrasar hoje! Disse lhe sorrindo. - quero te contar uma coisa! Disse o olhando enquanto me levantava de seus braços e me sentava sobre os joelhos de frente para ele.

–O que quer me contar?Ele me perguntou seguindo meu exemplo e sentando-se encostado na cabeceira da cama.

– Lembra do Pablo Connor? Perguntei enquanto o olhava seriamente.

–O que tem esse cara? Ele perguntou em tom seco e não pude deixar de sorrir.

– bom ontem ele convidou eu e mais 4 meninas para participar de sua companhia de dança! Disse o observando seriamente.

Carlos Daniel permaneceu alguns instantes pensativo...

– isso me parece bom, afinal a companhia de dança desse Pablo é uma das maiores e mais conhecidas pelo mundo!Ele finalmente disse e pude ver o gosto amarga ao ter de reconhecer que Pablo connor eram sim um homem de sucesso.

– sim... E uma grande oportunidade! Disse pensativa. –mas a Turner será pelo mundo! Completei enquanto o olhava esperando por sua reação.

O vi desviar o olhar e ficar pensativo... Não fazia nem idéia do que se passava por sua cabeça nesse momento...

– quanto tempo? Ele finalmente perguntou quebrando o silencio.

– 1 ano ou mais! Disse o olhando apreensiva.

– quando sairá em turnê? Ele perguntou me olhando nos olhos e pude ver que estava orgulhoso por eu ter conseguido realizar meu sonho, mas não podia deixar de se sentir triste porque isso significaria que ficaríamos afastados e em 1 ano pode acontecer muita coisa.

– Eu não vou! Disse o olhando nos olhos. - Não quero me afastar de você! Completei enquanto o olhava esperando ver em seu rosto um sorriso, mas o sorriso não apareceu, ele apenas abaixou a cabeça e voltou a ficar em completo silencio. - Não vai dizer nada?Perguntei o olhando seriamente, não era bem essa a reação que esperava dele quando contasse que escolhi a ele.

– você deveria ir! Disse finalmente me olhando. - é o seu sonho! Completou seriamente.

– Sim, mas não vou colocar um sonho acima da minha felicidade ao lado do homem que amo! Disse o olhando com a testa franzida. – tenho certeza que consigo alguma coisa aqui mesmo no México! Completei lhe sorrindo.

Carlos Daniel mais uma vez ficou em silencio me olhando ele estava pensativo... E começava a me perguntar por que não estava feliz por minha decisão?

–você esta bem? Perguntei quando ele apenas ficou me olhando com um olhar distante.

– estou... só acho que você deveria pensar direito! Ele insistiu. – é seu sonho e acho que você não deveria largar tudo por um amor que pode acabar amanhã! Ele disse me olhando seriamente.

– O-o que quer dizer? Perguntei incrédula, como ele podia pensar assim. –do jeito que fala, vou pensar que esta querendo se livrar de mim! Disse seriamente enquanto sentia um nó se formar em minha garganta.

E enquanto o olhava em silencio começava a pensar que o que ele estaria me escondendo era que já tinha se cansado de mim, mas talvez estivesse sem coragem de me dizer e via nessa Turner uma oportunidade de me despachar sem me magoar... não, não pode ser isso, Carlos Daniel me ama e nunca se quer pensaria em uma coisa dessas!

– Jamais!Ele finalmente quebrou o silencio e me olhando nos olhos se aproximou. -Não quero nunca ter de me separar de você...só não quero te prender aqui por minha causa! Ele disse seriamente. – te amo acima de qualquer coisa e só quero que seja feliz!

Enquanto dizia isso não pude deixar de sentir meus olhos marejarem, ele queria minha felicidade...

–Minha felicidade esta a seu lado! Disse sorrindo enquanto me aproximava roçando meus lábios nos dele e me afastava para olhá-lo. – o que esta acontecendo com você?Perguntei quando o olhei.

–Nada meu amor... Só tenho medo de você se arrepender dessa decisão tarde demais! Ele disse enquanto acariciava meu rosto.

– não vou me arrepender!Disse sorrindo.

Ficamos apenas em silencio, nos olhando, Carlos Daniel estava muito estranho e não compartilhava comigo o motivo para estar assim... Isso estava me deixando preocupada...

Aproximei-me acabando com o pouco de espaço que nos separava e o envolvi pela nuca entrelaçando meu dedos em seus cabelos castanhos enquanto lhe dava um beijo calmo.

Rapidamente ele tomou o controle do beijo e aprofundou me envolvendo pela cintura, nossas bocas se moviam com urgências, sua língua quente me provocando e gemi alto quando ele mordiscou meu lábio inferior, podia sentir suas mãos quentes passeando por meu corpo acendendo a Paixão que só ele conseguia despertar em mim.

Carlos Daniel me fez deitar enquanto distribuía beijos por meu rosto e pescoço acendendo uma trilha de fogo por onde seus lábios tocavam ali em seus braços não tinha duvidas que tinha tomado a decisão certa...

–AHHHHHH!!

– O que ouve? Perguntei alarmada quando Carlos Daniel interrompeu suas caricias e se afastou. – Carlos Daniel! O chamava enquanto ele permanecia sentado na beirada da cama com a cabeça entre as mãos. -O que você tem meu amor? Perguntei preocupada.

–Me perdoe meu amor... Agora não posso! Ele disse se colocando de pé e seguindo com pressa ate o closet.

Fiquei parada o olhando se afastar sem entender nada, porque ele se afastou dessa forma?Perguntava-me quando ele saiu do closet arrumado.

–Aonde você vai? Perguntei o olhando seriamente. – porque você gritou daquela forma? O questionei seriamente.

–Não foi nada meu amor... Só me lembrei que tenho uma reunião muito importante e não posso me atrasar!

Sabia que ele estava mentindo... Mas por quê? Porque me afastava dessa forma? Talvez eu esteja certa em pensar que ele já se cansou de mim e não sabe como me dizer isso...

Carlos Daniel saiu com pressa... me deixando sozinha, confusa ...

===== Carlos Daniel Narrando =====

Sai correndo, acabei me desesperando em ocultar a verdade de Paulina, ela não podia descobrir que eu estava morrendo e eu sentia que estava a ponto de desmaiar tamanha as dores que sentia em minha cabeça...

Enquanto seguia ate a mansão bracho rezava para que uma vez na vida vovó Piedade pudesse me ajudar, não tinha mais ninguém que poderia me ajudar nesse momento, não poderia contar a Paulina, não iria fazê-la sofrer...

– Vovó... Disse ofegante quando adentrei a mansão. – por favor, chame um medico! Pedi a olhando com medo.

– Medico? Mas para que? Esta doente? Ela fazia muitas perguntas.

– não faça perguntas agora e apenas chame um medico! Pedi enquanto me jogava sentado no sofá não mais suportando o peso do meu corpo.

Depois disso podia ouvir apenas sons abafados de pessoas falando e uma agitação a meu redor e em algum momento devo ter desmaiado...

Acordei em meu antigo quarto com vovó piedade sentada a meu lado em silencio...

– o que aconteceu? Perguntei a ela me colocando sentado, ainda podia sentir minha cabeça latejar, mas não tão forte como antes.

– você desmaiou e quase nos matou de preocupação! Disse me olhando com os olhos cheios de preocupação.

Pelo primeira vez na vida senti que a grande senhora bracho se preocupava comigo afinal...

– eu sinto muito! Disse a olhando. – não queria assustá-la dessa forma!

– o que esta escondendo? Perguntou me olhando seriamente. – o doutor disse que você teria me contar! Completou me olhando. – o que esta escondendo?

Fiquei em silencio sem saber como contar a ela, não existia uma forma correta de se dizer a uma pessoa que estava morrendo... Tentei começar de varia formas diferente e no final apenas enrolava sem conseguir dizer o que estava acontecendo.

– Não enrole e diga! Pediu me olhando nos olhos enquanto segurava minha mão.

Olhei para nossas mãos unidas e tentava me lembrar quando essa senhora passou a se preocupar dessa forma comigo? Talvez sempre tenha se preocupado e eu que nunca soube enxergar...

– eu estou morrendo! Pronto, eu havia dito.

Vovó piedade me olhou com espanto e enquanto me olhava em silencio as lagrimas escorriam por seu rosto... Ela realmente sentia algo de bom por um bastardo que nunca quis? Era bom descobrir agora...

– C-como p-pode ser? Ela perguntou em meio a lagrimas.

– tenho um tumor no cérebro! Disse enquanto a olhava e tentava engolir o nó em minha garganta.

Dona Piedade apesar de ser dura na queda não pode ficar indiferente a essa noticia, ficamos algum tempo em completo silencio... O que ela poderia dizer afinal? Que tudo ficaria bem? Não... Nada ficaria bem, e eu faria a pessoa que mais amo nesse mundo sofrer, não conseguia deixar de pensar em paulina, a mulher que um dia me salvou e me fez tão feliz no pouco tempo em que vivemos juntos... Não estava preparado para deixá-la.

– Já contou a Paulina? Vovó piedade me perguntou quebrando o silencio.

– Não! Disse quase que como um sussurro. – Não tenho coragem de contar e ela, não suportaria vê-la sofrendo.

– tem que contar a ela meu filho! Disse vovó piedade com a voz angustiada.

–Não posso... E a senhora também não vai dizer nada! Disse em tom serio. – e meu ultimo pedido que faço! Disse a olhando seriamente enquanto o olhava acenar positivamente em meio a lagrimas.

Mais uma vez voltamos a cair em um silencio ensurdecedor...

– a Paulina desistiu de ir a Turner por minha causa! Disse olhando a vovó piedade que me olhava com surpresa.

– ela não vai? Perguntou sem poder acreditar no que ouvia.

– Não... Ela simplesmente não quer ir, mesmo eu tendo insistido que esse era seu sonho! Não pude deixar de sorrir.

– ela te ama muito meu neto, para desistir de uma oportunidade dessas! Disse vovó piedade afagando minha mão ainda unida a sua.

– sim... Eu sei! Disse sorrindo. – e por amá-la tanto vou deixá-la livre! Disse pensativo.

– o que quer dizer? Dona piedade me perguntou com um olhar confuso no rosto.

–logo saberá vovó! Disse lhe sorrindo apesar da grande tristeza em meu coração.

Quando já me sentia melhor me levantei mesmo sobre os protesto da vovó piedade que deixou de ir à escola para ficar a meu lado, e esse pequeno gesto de preocupação valeu muito para mim.

Segui para a fabrica e depois de deixar tudo em ordem fui direto para casa, o que menos tinha era cabeça para o trabalho... ao chegar em casa subi direto para o estúdio de dança, e me sentei no chão de madeira polida de frente para os enormes espelhos e ali olhando meu reflexo deixei minha mente viajar nos momentos felizes que passei ali com a minha paulina... e ali, naquele lugar especial para nos dois, o lugar onde nos amamos pela primeira vez, revivi cada momento, cada beijo ardente que trocamos, cada caricia... e não pude deixar de sorrir ao lembrar a forma tímida com que ela se entregou a mim...

– vai doer mais em mim do que em você meu amor! Disse a mim mesmo enquanto olhava o nada. – espero que um dia consiga me perdoar pelo que vou fazer!

Não faço idéia de quanto tempo passei ali... Só quando ouvi o barulho de paulina chegando em casa e que me levantei, já era noite.

– Oi! Disse ao me encontrar com ela no corredor.

– Oi! Ela disse me olhando seriamente sem se aproximar.

– me desculpe pela forma que sai hoje de manhã! Pedi a olhando nos olhos.

– Tudo bem! Ela disse dando de ombros enquanto passava por mim e seguia rumo ao nosso quarto.

Mesmo sem querer eu já estava a magoando... Segui para o quarto e enquanto a via andar de um lado a outro tantas coisas se passavam por minha cabeça... Tentava ganhar coragem para fazer o que era preciso...

– Paulina! A chamei fazendo que me olhasse. – me perdoa?!

– pelo que? Ela perguntou me olhando com a testa franzida.

– por tudo que sou obrigado a fazer... Eu quero que você vá... Quero que vá, preciso que vá... Eu te amo demais!

– porque esta me pedindo isso? Ela perguntou se aproximando e parando em minha frente me olhando nos olhos de forma questionadora. – o que esta me escondendo?

Não respondi a suas perguntas, apenas a puxei para mim a envolvendo em meus braços e enquanto a tinha ali, sentido seu calor enterrei meu rosto em seu pescoço inalando seu perfume...

–deixa eu te amar? Sussurrei em seu ouvido com a voz grave. – deixa eu te amar pela ultima vez! Completei e antes que ela pudesse questionar minhas palavras a beijei.