New Feelings.
17 - Momento e Briga.
- Você quer me enlouquecer né? Diga, pode dizer! – Roberta exclama nervosa demais.
- Bem... Essa é uma das intenções. – Ele gostava de provocá-la, ainda mais quando era desse jeito.
- Tomás, eu... – Ela para de falar ao encontrar os olhos do menino brilhando intensamente. Transe total!
O rapaz se encanta com a beleza do rosto da loira, olhos conquistadores e marcantes. Ele não resiste e colam seus rostos, eles sentem a respiração na pele, o frio na barriga devido às borboletas, o sangue esquenta e o coração? Ah, o coração não parava de gritar pedindo para que Roberta o beijasse, essa vontade coçava dentro do peito dos jovens. Sem mais delongas, Tomás roça seus lábios com os dela e vai abaixando sua mão até a sua cintura e a prende contra seu corpo. Eles então partem do selinho para o beijo. A loira vai abrindo a boca dando-lhe o início de um beijo, ele começa a explorar cuidadosamente os lábios da garota, dando mordidas de leve. Mas ele quer mais e pede passagem para língua poder participar do beijo também e ela permite rapidamente, suas línguas dançam em sintonia lenta e calma, eles não pensam na traição que estão cometendo. Ainda insatisfeito, o rebelde aprofunda mais o beijo o tornando violento e quente, as línguas agora tratam de uma batalha invencível, o garoto começa a beijar o pescoço da menina e mordendo, vai subindo mais um pouco até poder chegar à orelha e morde o lóbulo. Excitada, Roberta também se mostra feroz e mordisca a bochecha do menino e em seguida sua orelha, igualmente como ele fez.
Voltam a se beijar intensamente e o garoto, um pouco agitado e rápido, vai levantando aos poucos a camisa da menina, mas ela nem nota e desabotoa um dos botões do garoto. A chuva começa a cair, mas nem isso atrapalha, transforma o momento mais romântico. Suas vestes logo se ensopam e eles continuam lá, naquele beijão que parece não ter fim. Tomás prende ainda mais Roberta na parede e beija seu pescoço novamente, desesperado e a menina gosta, às vezes esboçando um sorriso. Suas bocas encontram-se de novo, mas agora é diferente e eles retornam ao beijo sensível e apaixonado. Só que nem tudo são rosa e suas respirações infelizmente vão dificultando e eles se desgrudam. Eles espantam-se com a ação que protagonizaram.
- Me diz que isso foi uma mentira. – Roberta treme, e não é pelo frio que fazia por causa da chuva e sim pelo medo que sentia pela confirmação.
- Ah, nosso beijo não passou de um equívoco?
Roberta leva a mão na cabeça, recuperando o ar que lhe faltava. Ajeita a blusa entre levantada e o seu cabelo meio bagunçado, Tomás copia o ato.
- É claro que sim! Ai meu Deus, eu traí o Diego e você a Carla, essa culpa vai me dominar e ainda tem a droga da chantagem do Binho! Que inferno!
- Porque não parou no primeiro toque?
Ela não responde, ao contrário disso, ela se cala e arregala os olhos.
- Porque abriu a boca? – Cruza os braços e sorri malandro.
- Eu não estava em mim.
- Não precisa estar em você para poder se entregar aos lábios de outra pessoa, admita que você gostou.
- Vai à merda Tomás!
- Não até você me dizer se gostou ou não.
Outra vez com isso? Será que esse menino não percebe a gravidade do perigo?
- Tudo culpa dessa maldita história! Tudo culpa dessa droga de livro! – Brada repetidamente.
- Não precisa se avexar por causa disso, foi um beijo e...
- BEIJO? SÓ ISSO? TOMÁS, NÓS TRAÍMOS NOSSOS NAMORADOS! – Ela grita sem paciência alguma e o menino sente medo da mudança repentina e assustadora da colega de banda.
- Poxa vida. – Tomás entende que o que fizera não era boa coisa, era péssima. Havia presenteado a cabeça da sua namorada com dois pares de chifres. – Foi fraqueza nossa.
- Argh! Eu te odeio! – Ela sai dali machucando o calçamento feito de pedra da rua, sua fúria estava a mil. Livro, sensações estranhas, as canções, o clima, os conselhos da amiga, a aposta e insistência, o sonho, ela estava mudada, selinho, a chantagem dos vilões, a conversa e o outro clima e agora esse beijo para completar. A Roberta ainda não entendera o que isso significava?
Talvez precisasse de mais tempo para processar tudo. Bate a porta de casa com uma força bruta e assusta a Franco que lia um jornal calmamente e tranqüilo.
- Um dia você quebra essa porta.
- Não enche!
Ela sobe a escada igual a furacão e Franco fica intrigado com o modo em que Roberta age verbalmente. Também bate agressivamente a porta do seu quarto, dirigi-se ao banheiro e para bem em frente a pia, torce seu cabelo tirando o excesso de água e o mesmo desce pelo ralo, ela se despe da roupa molhada e toma um banho quente e demorado. Se pudesse, Roberta viveria ali debaixo da água quente aliviando o seu frio. Veste um simples pijama e se lança na cama, suspirando. Alice a encara pela fechadura da porta e acha melhor não incomodar a rebelde, pela suas feições, o ódio estava tomando conta do corpo da menina.
-x-
Salão de beleza, nada melhor que isso para relaxar. Por mais que a Carla tivesse ali, a loira conseguia esconder o desanimo e a culpa. Horas depois de toda a produção, elas estavam prontas.
Roberta havia ficado linda com seus cachos menos volumosos dando mais ar de menina.
Carla perdera também seus pequenos cachos nas pontas do cabelo e eles estavam maiores e seu estilo diferente, entraria em férias com um visual mais mulher.
Alice era a que mais sofrera mudanças, apesar de seus cabelos já serem louros, clareou-os ainda mais os tornando definitivamente louros e seu cabelo estava totalmente liso, sem nenhum cacho, parecia linha.
- Amei meu cabelo, ficou perfeito Lúcio! – Agradece a menina, se paquerando em frente ao espelho. Fazendo caras e bocas.
- Ai que nada linda! Seu cabelo é e sempre será mara! – Ele elogia a menina pela oitava vez. As outras duas pigarreiam. – E vocês também meninas!
- Valeu. – Diz Roberta.
- Obrigada Lúcio! – Carla disse gentilmente.
- E então fofas? Muito show nas férias? – Além de cabeleireiro e estilista, o Lúcio também era curioso e observador.
- Humrum, no começo das férias teremos o nosso primeiro show em Porto Alegre e depois partiremos para todo o Brasil! – A patricinha bate palmas animadamente.
- Boa sorte queridas e nem pensem em deixar a fama subir a cabeça. – Adverte o homem.
- Nunca né Lúcio? Isso é para famosos ingratos e egoístas, somos diferentes.
- Tudo bem. Acredito em vocês!
- Tchau Lúcio, foi um prazer remodelar meu cabelo contigo. – Despede-se Carla, agradecendo mais uma vez.
- É. Valeu mesmo Lucete, eu precisava dar uma geral nesse meu cabelo! – A roqueira se rende e também agradece.
- Bye Darling!
- Tchau gatinhas, boas férias para vocês! – Ele acena para as garotas, já fora do estabelecimento.
- E agora?
- Etapa: compras! – Alice exclama erguendo os braços para cima produzindo uma dança esquisita.
- Vai começar.
- Vamos Beta, sei como você vai se divertir!
A força, elas carregam a loira para o shopping e lá realizam suas compras e cada uma delas, compra o que gosta, seja Roberta e seus braceletes pontudos, Alice e seus arcos, Carla e seus shorts. Foi uma manhã maneira!
13h04min.
Alice e Roberta estão em seus quartos arrumando-se para um último dia de ensaio antes da viajem para Porto Alegre, onde realizarão seu primeiro e fantástico show. A roqueira é a primeira – como sempre – a terminar sua produção e desce as escadas para esperar a meia-irmã se aprontar para o porão.
- Roberta, cê tá bem? – Alice aparece sem informar.
- Eu e o Tomás nos beijamos. – A loira deixa sair no automático.
- O que?
- É. Ai droga! Droga, mil vezes drogas! Eu me deixei levar pela tentação, eu cometi um erro que vai destruir meu romance com Diego!
Roberta só faltava se descabelar.
- Menina, calma se não você tem um troço! Raciocina, pensa duas vezes e não vai contar isso pro Diego!
- What? Eu não sou de mentiras Alice, e a Carla?
- Isso é pro bem de vocês e a banda, age naturalmente como se nada tivesse acontecido e vocês esquecem isso, esquecem do beijo.
- Não é fácil pra mim garota, quando algo acontece comigo e é grave, isso fica pra sempre em minha memória!
- Carambolas, você pegou em bomba!
- Vai falar isso pro espelho menina, me conta uma coisa que não sei.
- Vamos pro ensaio, tenta esnobá-lo e não cai nas provocações dele.
- Beleza. Vamos nessa! – Fala ela ainda receosa.
A patricinha estende a mão para a amiga que aceita sem medo. Roberta dá um meio sorriso triste, Alice sente que sua amiga não está bem e também sente a dor da garota, ela traiu o namorado com um de seus melhores amigos, mas a menina não previa o futuro, além do mais, ela não é vidente, é apenas uma garota problemática com grandes problemas a serem resolvidos. As adolescentes chegam ao Elite Way e avistam o banco em que teria que subir para escalar o muro e pular do outro lado. Para acabar com as frescuras, Alice é a primeira a subir e por causa de seus chiliques, quase quebra uma unha e por último vai à roqueira, sem medo.
- Pronto, cinderela, podemos agora ir para o porão sem mais aqueles papinhos de unha quebrada?
- Ok. – Alice suspira e passa a mão na testa, aliviando-se.
As garotas descem as escadas que dão acesso ao porão e lá encontram apenas Carla, sozinha e compondo. Ao vê-la, o coração da rebelde se aperta, traiu também sua amiga.
- Carlinha, fazendo o que aqui sozinha? – A voz da patricinha espanta a morena, que guarda nervosamente o papel em que compusera a música.
- Estava... Err... Apenas escrevendo. – Sorri amarelo.
- Uma música?
- Não Alice, era bem uma carta para o presidente Barack Obama! – Roberta se intromete e fala toda irônica.
- Chata!
- Lenta!
Carla ri da minúscula briga das amigas, era já normal e freqüente isso, ninguém mais se importava a não ser que a briga fosse realmente grave.
- Cadê os meninos? – Indaga Roberta.
- Ainda não vi o Tomás hoje e muito menos os garotos.
De repente, passos são ouvidos da escada e lá desce primeiro o Diego, seu topete está menor, pois havia aparado as pontas, mas continuava com o topete impecável. Segundo, desce Pedro com o cabelo cortado em estilo militar e com um sorriso satisfeito em seu rosto e em terceiro desce ele e acaba prendendo a atenção da rebelde. Tomás não tinha mais aquela sua “juba”, parecido com uma lhama, sua franja agora estava para cima dando ar de que o garoto estava mais crescido.
- O que acharam meninas? – Perguntam os rebeldes.
- Vocês estão maravilhosos! – Os olhos azuis de Alice brilham ao verem o corte do namorado.
- Para mim todos estão lindos, inclusive meu Tomás! – Carla abraça o namorado, o mesmo sorri fracamente.
- O Pedro tá maneiro com esse estilo militar no cabelo, mas o Di continua um deus grego!
- E o Tomás? – Alice pergunta.
- Continua parecendo o mesmo pateta de sempre. – Provoca a loira. Alice reprova a atitude da menina com o olhar.
- Pena que algumas coisas não mudam como esse seu jeito chato de ser! – Ele retruca.
- O que fazer? Deus me fez assim!
- Olha aqui garota, vai ser irritante assim lá onde o Judas perdeu as botas.
- Não to afim. – Ela sorri debochada.
- To com uma vontade ardente aqui dentro de mim de arrancar esse sorrisinho debochado da sua boca! – A discussão começa a ficar quente.
- A é? Então vem!
Tomás pula o sofá e fica frente a frente com Roberta, ambos se encaram com fogo nos olhos.
- Ei! Chega, aqui é local da banda e não local para nós virmos brigar! – Diego separa os dois.
- A tua namoradinha perfeita que começou.
- Não posso nem criticar o corte de cabelo dele?
- Pode né Roberta, mas também não precisa provocar uma briga, quase que rola um banho de sangue aqui. – Carla diz e pega na mão do namorado, fazendo carinho.
- Sem exageros Carla.
- Vamos ensaiar? Hoje não teve aula, mas amanhã tem a última e depois disso férias. Estamos com shows agendados e temos que nos preparar para a multidão! – Pedro nunca percebeu, mas digamos que ele lidera esse grupo.
Mesmo ainda emburrados um com o outro, os dois rebeldes concordam em ensaiar sem brigar. Mas essas férias prepara mais intrigas e confusões para esses dois se meterem.
Continua...
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