New Feelings.
18 - Meninas x Meninos.
Aeroporto, primeiro destino dos rebeldes seria Porto Alegre. A animação era incontrolável, o brilho nos olhos era visível, o sorriso de felicidade dava o ar de criança aos rebeldes. Como ainda não possuem maior idade, é óbvio que a um adulto se responsabilizando pela segurança dos jovens, nada menos que a Becky, isso só quer dizer que a diversão está garantida para os rebeldes.
- Carla, vamos dá uma volta no aeroporto? – Pergunta Alice, empolgada.
- Beleza, vocês vão?
- Eu vou! – Pedro se oferece para ir. Alice sorri alegremente, o namorado lhe devolve com o olhar.
- Eu também. – Diz Diego, mas “sua” garota não se manifesta e nem o menino ao seu lado que curte um rock no Iphone.
- Não vai, olhos lindos?
- To com sono Di, esse avião está atrasando muito e já me cansei. Pode ir!
Ele olha hesitante por uns minutos para a menina, mas cede ao pedido dela. Becky animada com a ideia, também se oferece para ir.
- Posso ir? Juro solenemente que não irei pegar no pé de vocês! – Diz a loira, agora com um novo visual: franjinha e faz um sinal de juramento.
Os quatro rebeldes se entreolham.
- É óbvio que sim! – Carla sorri de orelha a orelha e puxa a irmã, os outros gargalham. O carinho que eles tinham pela moça era gigantesco, apesar de ser meio maluquinha de vez em quando, agradava a todos com seu bom humor e carisma.
- Juízo vocês! – Murmura para os dois que ficam.
Eles coram ao mesmo tempo diante a ordem da mulher e apenas assentam com a cabeça timidamente. Mesmo fora do comando de Becky, os dois permanecem intactos em seus lugares, Roberta mirando o olhar nos passageiros apressados que por ali passavam, enquanto Tomás curtia suas músicas sem se interessar com as pessoas. A loira estava realmente cansada e sem perceber, encosta sua cabeça no ombro do amigo e fecha os olhos sentindo uma comodidade invadir seu coração. O rebelde ao ligar-se de novo para o mundo, nota algo repousando em seu ombro, ao sentir aquele perfume diferente e sensual inalar em seu nariz ele sorri apaixonadamente.
- Tá bom aí? – Ele sussurra para a loira, quando vê que ela ainda não havia dormido.
- É. Até que tá. – Replica e sente suas maçãs do rosto queimar. Bem que ela podia ter provocado o menino, mas estava muito fatigada.
- Me desculpa? – Perguntou o menino transformando sua voz em um misto de tristeza e dúvida.
- Acho que sim.
O menino sorri involuntariamente. Roberta em sã consciência entrelaça seus dedos com os do amigo.
- Você fez isso? – Ele mostra o quanto ficou assombrado com a ação da amiga.
- Isso o que? – Retruca a menina que em seguida solta um risinho pelo nariz.
- Pegou em minha mão, isso foi estranho e assustador. – Explica.
- Besteira Tomás, foi só para confirmar que não estou mais de mal com você. – Fala-lhe indiferente.
- Você sofre de distúrbio de bipolaridade? – Tinha que ser o Tomás para estragar o momento lindo e amigável em que estavam.
- Tomás não estraga.
- Ué, só é uma questão que está martelando minha cabeça. Tipo assim, até ontem você implicou com o meu cabelo, com a minha voz, derramou suco na minha camiseta favorita do AC/DC, me xingou de canela fina de sabiá e por pouco você não arrebentou o meu baixo, por pouco. – Tomás relatou às 42 horas sofridas que viveu ao lado dessa menina perversa.
A loira ri de cada momento relatado pelo menino e relembra de todos os minutos, realmente ela judiou do menino.
- Não sei, só estava revoltada.
- Bom! Eu já me desculpei.
- Aham e nada irá atrapalhar nossa amizade!
Ela desencosta a cabeça do ombro do garoto e o olha. Tímido o menino também a fita, sem nem pensar duas vezes, eles se abraçam o que gera um frio na barriga de ambos. Olhando por esse ângulo, a gente pensa que tudo está resolvido entre os dois rebeldes, mas sempre a aquelas surpresinhas armada pelo destino.
Ao saírem do abraço, os dois voltam à mesma posição em que estavam. Ele escutando suas canções e ela com a cabeça em seu ombro. Mais horas assim, os outros rebeldes voltam do passeio pelo aeroporto e o avião chega, essas férias vão ser tumultuadas.
-x-
Porto Alegre, um lugar lindo e atraente, com seus pontos históricos e o frio doce que faz. Ao pousarem em seu destino, os seis jovens só faltam dar uma festa de tanta alegria.
- Nós vamos esquentar esse lugar! – Diz Tomás entusiasmado e disfarçadamente olhando para as farturas das meninas da cidade.
- Dá pra parar de olhar pra bunda das meninas senhor Campos Salles? – Carla baixa o olhar desgostoso e reprovativo sobre o namorado, Roberta ri de canto.
- Foi mal lindinha. – O garoto se desculpa sorrindo sem graça.
- To de olho hein? – Alerta a menina e todos caçoam da situação tímida do garoto.
- Vamos nos hospedar aqui no hotel e depois ir almoçar! – Fala Becky com a voz autoritária.
- Belezura. – Concordam entristecidos, pois queriam primeiro ir se divertir.
A procura ao melhor hotel começa. A mulher responsável pelos adolescentes fica meio que perdida no meio de tantos hotéis e gente. Eles acham engraçado o jeito da Becky lidar com o mundo, quem diria que depois de muita conversa e insistência o Franco deixaria essa mulher maluquinha ficar comandando seis adolescentes rebeldes e criativos.
- Nome, por favor?! – Pede a recepcionista do hotel escolhido por Alice, já que a mesma dizia que era o melhor da cidade.
- Becky. – Ela sorri abertamente, mas a mulher a encara estranhamente e com uma sobrancelha arqueada.
- Bernarda, para ser mais clara! – Carla intromete-se.
- Por favor, registre-me aí com o meu apelido, eu odeio esse meu nome. – Há! Pura verdade, o que ela mais temia era que alguém lhe chamasse de “Bernarda”, em sua opinião é um nome sem sal e feio.
- Está tomando conta deles?
- Sim.
- Ok. Preciso que você assine aqui e eu lhe dou a chave, assim podem seguir para o quarto onde ficarão!
- É grande lá? – Interroga Diego.
- É claro.
- E tem um closet não é? – De quem mais seria essa pergunta? É mais claro que diamante que só pode ter sido ela, Alice Albuquerque.
- Claro! – A mulher acha graça na pergunta da patricinha e ri reservadamente.
Becky termina de preencher os quadros com algumas pequenas e bestas perguntas, sorri para a recepcionista e pega da mão da mulher, a chave do quarto em que se hospedarão enquanto estiverem em Porto Alegre. Quarto 23, eles chegam a um imenso corredor e logo deduzem que o quarto com a porta pintada de verde fraco é o lugar em que se instalarão.
- Nossa! É gigante! – Pedro se pronuncia de boquiaberta.
- Lindo né? É o melhor hotel daqui! – Alice rodopia e atira sua mochila cor de rosa em cima de uma grande e aparentemente confortável cama.
- Com uma vista perfeita para a cidade lá fora. – Diz a morena admirada com a paisagem que os seus olhos enxergam do lado de fora, a praia é conquistadora e o bom é que eles chegaram à época de sol quente.
- Hey gente! – A roqueira têm a atenção dos outros. – E o trabalho do Vicente?
- Sim mesmo, bem lembrado! Entramos em férias e ele nem tocou no assunto.
- Mal lembrado, isso sim. Não destrói essas férias perfeitas com o trabalho Roberta, não vamos esquentar a cabeça com isso! – Tomás diz despreocupado, o que eles não sabiam era da pegadinha do professor de literatura.
- Temos tempo de sobra para fazer isso. – Pedro também não demonstra preocupação.
- Além do mais, temos coisas mais interessantes a fazer! – Diego fala pervertidamente, lançando um olhar de segundas intenções sobre Roberta que fica extremamente envergonhada.
- Eu quero fazer o trabalho!
- Ah não Carlinha, ainda vamos fazer a passagem de som, ensaiar os passos de dança, não temos tempo para o trabalho. – Diego menospreza o trabalho e recebe um olhar chateado de sua amada.
- Pois sou contra esse movimento de não querer fazer o trabalho, to com a Carla. – A loira apoia à amiga.
- Mesmo querendo ir fazer compras, também apoio a decisão delas! O trabalho em primeiro lugar. – Seriamente, as meninas não pensavam que Alice iria concordar com elas. Sempre tão vidrada em compras, estranho de sua parte querer realizar o trabalho primeiro.
- Mas porque amor? – Questiona Pedro indignado. – Não vamos ter a responsabilidade de entregar mais esse trabalho, quando voltarmos das férias o Vicente já tem se esquecido disso!
- Se quiser ir fazer uma trilha pode ir amor, eu mesma faço nosso trabalho e recebo o crédito pelo trabalho, sozinha. – Alice é viva e manipula o namorado.
Vencido, ele se rende a obrigação e fica do lado da namorada, deixando-a satisfeita.
- E vocês?
- O Pedro concordou com isso porque foi manipulado, mas eu não sou besta de cair na ladainha de vocês.
- Ladainha?
- Isso aí! “Se fizermos ganharemos pontos pelos únicos que se lembraram do trabalho”!
- To sentindo que vai rolar guerra aqui.
- Ah, é o meu perfume. Guerra X 3! – Diego debocha da frase de Carla e o seu amigo ri divertidamente.
- Beleza, meninos x meninas!
Opa! Isso não acabará bem.
Continua...
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