New Age

O ouro lado descobre


Terça-feira, 20 de agosto de 1977, Chiswick House

Alexandra Lestrange caminhava calmamente pela sombria mansão. Tentava entender a informação que acabara de ouvir no Ministério. De certeza que Lord da Trevas iria ficar muito feliz com esta informação e a iria recompensar por lhe dar esta boa notícia.

Naquele dia teve que ir ao Ministério tratar do seu testamento e por um mero acaso ouviu uma conversa entre Félix O’Neal e Simon Prior. Ao que parecia havia um erro no Registo Magico, nada de agravante nem de preocupante o suficiente para prender a sua atenção. Mas quando estava a sair, ouviu uma coisa que realmente interessava. O Registo Magico tinha errado na atribuição da declaração de óbito de FreyaPotter e graças a um pequeno feitiço, sabia exatamente onde Potter estava.

Ainda conseguia lembrar-se da tortura que Lord das Trevas lhes aplicara quando soube que uma rapariga de dois anos tinha conseguido sair, sem deixar rasto, de uma mansão com cerca de cinquenta bruxos das trevas. Mas agora iria conseguir que Lord das Trevas lhe perdoasse por esse pequeno erro.

Subia as escadas e depois de caminhar mais um pouco pelos corredores sombrios, bateu à porta do último quarto daquele corredor.

— Entre.- Falou Lord das Trevas. Ele rezava, internamente, para que quem fosse o imbecil que o estava a perturbar falasse alguma coisa realmente importante. Nos últimos dias, Dumbledore intensificou os ataques dirigidos a ele, mostrando à população bruxa quer não deviam ter medo de dizer o seu nome e para lutar contra ele. Pobre tolo! Da próxima vez que se encontrasse, iria fazer questão em ferir gravemente o velho.

Alexandra entrou no quarto, fechando a porta atras de si. O quarto era do estilo do Renascimento. Podia-se dizer que aquilo era uma típica mansão do Renascimento, mostrando claramente a influência da civilização greco-romana, e o seu culto aos deuses do Olimpo, em cada pintura, tendo ainda o símbolo da família real inglesa pintado sobre a cama, mostrando que a antiga família proprietária da casa teve, no seu passado, ligações com a realeza. Lestrange tentava não se distrair com a beleza daquela quarto e focar-se no que a levou ate lá. Quando por fim colocou os seus pensamentos nos devidos lugares, fez uma vénia à frente do Lord.

— Meu Lord, eu tenho ótimas notícias. – Lestrange começou a falar calmamente como se estivesse a falar do tempo que se previa para amanha. – Hoje, quando foi ao Ministério da Magia, ouvi por acaso que o Registo Magico comete um erro. Digamos que disse que uma pessoa estava morta, quando estava vivinha. E graças à generosidade do Mr. Hans sei exatamente quem é a pessoa e onde ela está.

— E quem seria essa pessoa querida Alexandra? E porque motivo achou que eu estaria interessado nesse erro? – Questionou Riddle. – É raro o Registo dar um erro dessa magnitude, mas o que nos interessa a nós?

— A rapariga é nada mais nada menos que Freya Potter e nós podemos usa-la contra os pais e o velho louco do Albus. – Lestrange deu mis um sorriso ao ver a cara de espanto do sue senhor quando pronunciou a nome da rapariga.

— E onde Potter se encontra?- perguntou Lord das Trevas. No passado a rapariguinha tinha lhe passado a perna, como ainda não sabia, e não deixaria que uma peça tão valiosa como ela fosse parar às mãos do idiota do velho.

— Palácio de Westminster, Londres.

Palácio de Westminster, Londres

Suzannah, ou agora Freya, estava encostada à parede do Parlamento Inglês. Por esta altura ambos os lados da guerra já saberiam que ela esta viva e onde ela estava. E isso queria dizer que os seus pais também o saberiam.

Freya olhava distraidamente para as ruas de Londres. Apesar de quando estava na outra realidade nunca ter ido a Londres pessoalmente, ela tinha visto imagens de como a capital inglesa era. A cidade que ela via ser retratada estava muito longe do que a Londres que ela estava a ver agora.

Primeiro lugar: menos carros nas estradas, sendo que muito deles para ela deviam era estar num museu e não nas estradas. Apesar de ter vivido em New York grande parte da vida dela, ela não gostava muito do barulho que as longas filas de carros, táxis, autocarros e mais qualquer coisas que estivesse nas ruas. Podia-se ver as pessoas a caminhar calmamente, algumas a folhear o jornal, à procura de alguma notícia interessante. Talvez pensassem que a Guerra Fira ira aquecer e os países entrassem em guerra outra vez, usando armas nucleares uns contra os outros, não ligando para as consequências de usar tal arma. Ou quem sabe a procura do resultado de algum jogo de futebol.

Segundo lugar: menos prédios, e os que haviam em geral era mais pequenos do que na Londres a que esta habituada. Parecia que nos próximos anos, Londres iria sofrer muitas alterações nesse ponto.

Terceiro lugar: quando lhe disseram que ela teria que morar em Londres ela pensara que poderia andar na Roda Gigante da cidade, mas depois de uma pequena pesquiza na Wikipédia, descobriu que só em 99 é que iram construi-la, para comemorar a chegada do novo milénio. E ela ainda estava em 77, tinha uns bons 22 anos de espera pela frente.

— Miss Potter? – De tão concentrada que estava a tentar achar as diferenças entra as duas Londres nãos se apercebeu que uma rapariga estava à sua frente. Ao ouvir a desconhecida rapariga a falar o seu novo sobrenome, olhou atentamente para ela. Só poderia ser feiticeira. Faltava saber se seria da Ordem da Fénix ou uma Devoradora da Morte.

— E quem tu és? – Perguntou de forma fria. – E quem te mandou vir arás de mim?

— Eu chamo-me Belatriz Lestrange, Miss Potter. Lord da Trevas pediu-me que a acompanhasse até a sua mansão para discutir alguns assuntos. – Lestrange falou de uma maneira a convencer a outra que era apenas uma simples conversa.

— E como é que vamos para a mansão? – Perguntou Freya. Tinha que fingir não saber nada do mundo bruxo, se queria voltar a ver a luz do sol sem uma maldita marca negra tatuada no braço.

— Aparatando. – Vendo a cara de confusão que Potter fazia, Lestrange explicou o que significava. – Apartação é uma forma mágica de viajar. Basta pensar num sítio, concentrar-se nele e no minuto a seguir está no destino. Mas é preciso ter mais de 17 anos para fazer isso.

— É seguro? – Perguntou-lhe. Claro que ela sabia o que era tudo aquilo, mas se queria que o plano desse certo, tinha que parecer que não.

— Completamente seguro. Agarre a minha mão.

Depois de dar a mão a Lestrange, sentiu que o seu corpo a andar à volta, a ser sugada a partir do umbigo. A visão escureceu e tão depressa tinha escurecido como a seguir estava normal.

Freya viu-se à frente de uma mansão que aparentava ser do seculo XV, uma típica mansão do renascimento. Alexis sabia que já tinha visto aquela casa em algum lugar. A arquitetura dela é bastante parecida com a de Villa Capra em Itália. Sabia que havia uma réplica em Londres. Esforçou um pouco mais a memória e olhou com espanto para a mansão. Como é que não tinha percebido antes?

Belatriz, que estava um pouco afastada de Potter, ao perceber a cara de espanto dela, pensou que o espanto devia-se à magia. Mas quando viu que o olhar dela estava cravado ca mansão à frente dela perguntou-lhe:

— O que é que se passa Miss Potter?

Freya olhou nos olhos pretos dela e disse:

— Tu por acosso sabes o que esta mansão é? – Freyaesperou dois minutos pela reposta de Lestrange, que como uma boa puro-sangue que odiava muggles, não sabia dar-lha. – Esta mansão foi construída por Richard Boyle, 3º Conde de Burlington. E digamos que deve ter sido uma sorte das grandes a mansão ter passado imune à força área alemã. Esta mansão tem uma réplica perto da cidade de Veneza, na Itália.

Freya nunca tinha contado a ninguém mas sempre teve uma pequena queda para saber da História mundial. Quando era mais nova e a sua mãe preguntava o porque do interesse dela por Historia, ela respondia: “Imagina que eu me perco no tempo e vou parar na 2º guerra Mundial, ia dar confusão se eu não saber que internet não era daquele tempo não ia?”

Parecia, agora que reparava, que o se interesse por História devia-se a estra fora do seu tempo e que talvez o seu inconsciente sabia que algum dia ira regressar a casa. Abanou a cabeça, tirando esse pensamentos da sua cabeça. Não era lugar nem hora para pensar nisso.

Lestrange estava surpresa. Como uma bruxa-puro sangue sabia tanto da cultura dos imundos dos muggles e não sabia uma coisa básica como apartação? Claro que o seu Lord lhe tinha avisado que Potter tinha crescido como uma muggle, mas como ela consiga mostrar algum interesse pelos muggles? Belatriz concordava que já houve muggles que merecessem viver, mas mesmo assim era seres inferiores, que não mereciam nada a não ser desprezo.

— Vamos entrar Miss Potter? Lord das Trevas não gosta de atrasos nem de esperar. – Falou Belatriz, controlando as suas palavras.

— Claro. Ainda tenho muito para fazer hoje.

As duas subiram as escadas que as levaram à porta principal. Freya pegou num pequeno chip e colocou, sem que Belatriz notasse, numa das colunas. Se queria que os outros soubessem onde estava era melhor coloca-lo fora da cada. Pelo sim e pelo não, nunca se sabe o que iria acontecer naquela casa.

Deixou-se ser conduzida pela mansão, enquanto observava os traços marcantes da arquitetura da mansão e as estátuas em honra dos Deuses Olimpianos. Quando se deu conta estava na sala de estar.

À sua frente estavam vários Devoradores da Morte. Lucius Malfoy e a sua esposa, que parecia que queria estar em qualquer lugar menos ali, Walburga e Oríon Black, Francis Zambini, Peter Pettigrew, Alexandra e Heitor Lestrange, mais os filhos, Rabastan e Rodolfo Lestrange, Evan Rosier, Alecto Carrow, Amico Carrow, Antonio Dolohov, entre outros. Parecia que eles vieram em peso para vê-la, mas ela reparou que apenas estava presente ali a elite dos Devoradores. Olhou atentamente para cada cara dos que estavam presentes, decorando os mininos detalhes, para que num futuro próximo, esses mesmos detalhes fossem parar às mãos do Ministério.

— Freya Potter. Não sabe o quanto estou feliz por estra na sua presença. – Lord das Trevas estava sentado numa poltrona. Olhando nos olhos verdes da rapariga, que mostravam determinação, recordou-se dos mesmos olhos verdes quinze anos atras. Desde que a viu entrar na mansão, soube, que se conseguisse torna-la sua súbdita, iria ser uma ótima forma de atingir o velho maluco e os intrometidos dos Potter, além de ser uma maravilhosa aquisição para os Devoradores da Morte.

— Então o senhor deve ser Lord das Trevas. Estou correta? – Perguntou Alexis. Lord das Trevas dava-lhe arrepios. Ele parecia exatamente como nos filmes, mas vê-lo ao vivo e a cores parecia que era ainda mais horrível e feio. Vendo Riddle a afirmar com a cabeça, continuo. – Com é que tu conseguiste esta mansão?

— Conhece-a? Acontece que o antigo proprietário emigrou para os Estados Unidos e deu-ma antes de ir embora. Parecia estar com pressa, acho que tinha o avião apanhar.

— Antes que começarmos a falar, eu podia ir dar uma pequena olhada pela mansão? – Perguntou Freya.

— Pode, mas gostaria de pedir que não entrasse no meu quarto e que não saísse de dentro da mansão. – Tom estava curiosa acerca do motivo do estranho e invulgar pedido de Potter, mas como não viu que nada iria acontecer para o prejudicar, aceirou.

Freya saiu rapidamente da sala. Subiu das escadas até ao segundo andar. Vendo que ninguém estava naquele corredor, relaxou. Procurou o seu telemóvel e ligou. Aquilo seria um duplo teste.

Por um lado iria garantir que os objetos que tinha trazido funcionava, mesmo ainda não tendo sido criados. Por outro, para verificar se eles funcionavam numa área com magia depois dos feitiços que ela tinha aplicado neles. Quando percebeu que, apesar do telemóvel ser do próximo século e estar numa zona mágica, ele funcionava. Teve vontade de dar um grito, mas conteve-se. Se o fizesse Lord das Trevas iria vir ver o que se passava e nunca mais poderia colocar o plano em acão.

Respirou fundo enquanto marcava o número. Olhando outra vez pelo corredor para garantir que ninguém estava atrás dela, ligou.

Não precisou de esperar muito quando ouviu uma voz do outro lado:

— Daqui James Scott, tenente da Força Área Inglesa. Quem fala?

— Freya Potter. Não podemos demorar muito tempo. Onde é que vocês estão?

— Em Londres. Digamos o sítio para largar as bombas e nos vamos já para ai. – Falou James.

— Chiswick House. – Falou Freya.

— Quer que eu largue as bombas em Londres? É difícil esconder isso da população…. – James iria continuar a falar de como isso era impossível passar despercebido, mas Freya cortou-o.

Vai haver fortes feitiços que não deixaram as pessoas, sejam mágicas ou não, ver o que se passa ou ouvir as bombas. E não se preocupe com os estragos. Irei mandar alguém restaurar a mansão e ninguém irá suspeitar de nada que levou bombas em cima. Agora eu preciso é que me escute com muita atenção para perceber o que vai fazer daqui a meia hora.