New Age

A declaração de guerra


— Vai haver fortes feitiços que não deixaram as pessoas, sejam mágicas ou não, a ver o que se passa e a ouvir as bombas. E não se preocupe com os estragos. Irei mandar alguém restaurar a mansão e ninguém irá suspeitar de nada. Agora eu presido que me escute com muita atenção para perceber o que vai fazer daqui a meia hora.

Após dez minutos de conversa, Freya desligou o telemóvel. Tinha meia hora para poder sair daquela mansão antes que os aviões da Força Aérea Inglesa aparecessem e lançassem as bombas sobre a mansão. Tinham combinado usa o mesmo sistema usado há 33 anos, durante a 2ª Guerra Mundial, quando a cidade de Londres era bombardeada por aviões das Potencias do Eixo.

Apesar de alguns dos que estavam presentes naquela sala terem nascido antes ou durante este conflito bélico, não havia nenhum que desse importância para coisas muggles. Por tanto quando ouvissem a sirene tocar, não a iriam relacionar com a chegada dos aviões inimigos carregados de bombas incendiárias ir em direção às masmorras. Voldemort não sereia ele mesmo se não as tivesse naquela mansão e se não houvesse pelo menos duas dezenas de muggles, para o “ divertimento ” dos Devoradores das Morte.

Desceu as escadas de mármore branco, que ligavam o rés-do-chão. Ao entrar nas masmorras, deparou-se com uma atmosfera totalmente diferente da do resto da casa. Nos outros pisos, a atmosfera transbordava de riqueza e luxo, onde se podia ver algumas das melhores pinturas e esculturas. Mas ao chegar às masmorras, a atmosfera parecia a de um campo de concentração nazi. As pessoas que entravam naquele sítio e respiravam aquela atmosfera tinham a certeza que a única coisa que os aguardava era uma morte lenta de dolorosa.

A masmorra ao todo tinha vinte celas, com mais ou menos 1,50 de altura, ficando metade de cada dela. As celas tinham as grades de ferro, sem qualquer hipnose de alguma de o prisioneiro escapar por elas ou colocar o braço e fora. No fundo da masmorra, havia um pequeno cesto com duas varinhas. Provavelmente era ali que guardavam as varinhas dos bruxos que eram capturados.

Freya olhou em volte, e ao contrário do que pensou, havia apenas dois prisioneiros, que apostava que eram bruxos. Aproximou-se lentamente do primeiro. Assim que chegou lá deparou-se com um jovem da sua idade, com os cabelos pretos e ligeiramente pálido. De súbito, o estranho prisioneiro acordou e olhou para Alexis com os seus olhos negros.

— Parece que a hora da minha hora preferida chegou mais cedo.- O estranho falava baico e as suas palavras transbordavam de ironia, como se estivesse indiferente ao que Freya ou qualquer outra pessoa lhe fizesse. – E ao que parece mandaram uma nova Devoradora. Quem és tu? E o que é que ele te prometeu?

— Eu chamo-me Freya Potter e o Tom não me prometeu nada, ainda. E quem és tu ao certo?

— Uma Potter? Parece que o arrogante do Potter tem uma irmã. Que maravilha! Eu chamo-me Severus. Severus Snape. Mas o teu irmão e os seus amiguinhos tratam-me por Ranhoso ou Seboso. – Falou, exibindo um pequeno sorriso irónico.

— E o que o meu irmão faz interessa-me porque? Eu tenho duas perguntas, na verdade três. Será que me poderias responder? – Perguntou a Freya sentando-se no chão à frente da sela de Snape.

— Tudo o que sua senhoria queira.- Falou Snape.

— Porque é que estás aqui? Que é aquele que estava na noutra cela e porque é que ele está aqui? – Perguntou Freya olhando diretamente nos olhos pretos de Snape.

— Perguntas interessantes, Potter. Mas como foste educada, vou responder as essas perguntas. O porque de eu estar aqui é porque eu não me quero transformar num devorador da Morte e eles acharem que ao manterem aqui durante as férias, vão mudar as minhas ideias. Aquele ali é Regulus Black. Vamos dizer que está em pior estado do que eu. O motivo dele estra aqui? A mãe dele apanhou-o a tentar fugir. Acho que estava a ir atrás do irmão. Mas agora eu pergunto, o que é que a irmão do Potter está aqui a fazer? Não devias estar em casa?

Severus tentava, inutilmente, puxar pela memória qualquer lembrança que tivesse associada ao nome Freya Potter. Nunca a tinha visto em Hogwarts e muito menos o Potter a mencionar uma irmã. Mas agora que pensava, lembrou-se de uma vez, talvez no quinto ou sexto ano, o arrogante do Potter falar que era o aniversário da morte da irmã. Mas como podia ser aquela rapariga ser a irmã dele, se o mesmo dizia que ela estava morta?

— Tu não devias estar morta? – Perguntou Severus.

— Devia, mas não estou. Não reparaste pelo meu sotaque onde eu estive os últimos 15 anos? É um daqueles milagres que só acontecem de mil em mil anos. Digamos que eles, vulgo os meus pais, não sabem que eu estou viva e digamos que eu tenho que falar com o Tom antes que todo o planeta saiba que estou viva. – Freya levantou-se e caminhou lentamente em direção à última cela, onde estava o Black mais novo.

— Por Morgana! Quem é esse Tom que estas sempre a falar?- gritou Severus da sua cela.

— Tá calado, que ainda nos podem ouvir. – Reprendeu Freya, virando-se para ele. – O Tom que eu estou a falar é mais conhecido por outro nome. As pessoas chamam-no de Lord das Travas, Nós Sabemos Quem, Aquele Cujo Nome Não Se Deve Pronunciar, entre outros nomes ridículos. Ou simplesmente Lord Voldemort.

— Ninguém nos vai ouvir aqui. E por Merlim, qual é a razão de queres que falar com ele? – Perguntou Severus surpreso. Ninguém em bom estado mental, iria falar com Lord das Trevas por vontade própria.

— Deixa-me perguntar-te uma coisa. Os aparelhos muggles funcionam em casa protegidas por magia? – Freya perguntou. Colocando-se em frente da cela de Black, pode finalmente ver os estragos que os bastardos dos Devoradores da Morte lhe tinham feito. O rosto estava pisado, os braços tinham cortes profundos, assim como o peito e o abdómen e a perna esquerda parecia que estava partida em mais que um sítio. Por milagre, Regulus estava inconsciente, talvez devido à dor ou por outra razão. Com o estado dele, talvez não conseguisse sair a tempo antes que a casa fosse bombardeada.

— Claro que não. Todas as pessoas sabem disso Potter. A magia interfere com os aparelhos deles. – Severus falou aquilo como se estivesse a explicar a uma criança o porque do céu ser azul e não verde.

— Então expila-me como é que eu utilizei um telemóvel muggle dentro deste edifício? Na verdade não expliques. O motivo de eu estar aqui é para entregar a minha declaração de guerra pessoalmente ao Lord das Trevas.

Ficando em silêncio, Snape observou Potter da sua cela a pegar na sua varinha e da de Regulus. Lentamente, Freya pegou na sua varinha e encaminhou-se para a cela de Snape.

Alohomora depois de falar a cela de Snape estava aberta. Depois de fazer o mesmo com a de Black, Severus saiu da sua cela, pegando na sua varinha, colocando no bolso das suas calças e indo na direção de Regulus. Antes de chegar lá virou-se para trás e falou:

— Espero que tenhas um bom plano para tirar-nos daqui, sem que nos descubram, ouviste?

— Eu se fosse a ti estaria mais preocupado com as bombas que vão ser lançadas na casa daqui a mais ou menos 15 minutos. – Freya gargalhou ao ver a cara de espanto de Snape.

— Tu só podes ser maluca, Potter. – Snape suspirou. Não conseguia acreditar que iria fazer aquilo, mas ao que pareia esta era a sua única saída. – Qual é o plano?

Tom Riddle já estava a começara a ficar impaciente com a demora de Potter. Não conseguia entender o fascínio que a rapariga tinha pela arquitetura daquela mansão. Aquela mansão poderia ser a melhor do mundo, ter as melhores esculturas e as melhores pinturas no seu interior, mas o simples facto de tudo dentro dela ter sido construído, esculpido ou pintado por simples muggles, tirava o encanto todo dela.

Tom olhou em redor da sala, olhando nos rostos dos seus mais fieis seguidores. Ninguém daquela sala sabia que ela era um mestiço, os poucos que sabiam disso foram eliminados do seu caminho. Tom não poderia correr o risco de por um acidente alguém que soubesse desse podre deitasse tudo a perder.

— Desculpa-me ter demorado muito. Não reparei no tempo a passar. – De tão concentrado que estava nos seus pensamentos, não reparou que Potter já tinha entrado na sala.

— Não tem importância querida Freya. O mais importante é que já está junto de nós. Já está na altura de saber a verdade sobre você e a sua família. – Tom começou a contar oque Potter era, o porque de toda as pessoas acharem que ela estava morte e como ela conseguiu fugir dele, há 15 anos atrás. Claro que grande parte da história de como ela veio parar até ele e de como os pais dela reagiram com a suposta morte era mentira. Se contasse a verdade seria praticamente impossível convence-la a ficar do lado dele.

Se não soubesse a s historia toda e que ele estava a mentir, Freya iria acreditar nele. Cada palavra que saia da boca dele parecia contar a verdade absoluta e inquestionável. Uma verdade que faria a pessoa mais sensata do planeta a fazer as maiores loucuras. Mas como já

Sabia a história de cor e salteado, desligou o seu cérebro e olhou discretamente para o relógio que tinha na parede. Faltavam 9 minutos para que o alarme soasse e 5 para as bombas chegar. Se tudo corresse como tinha planeado com Snape, a esta hora ele já estaria nas portas da Potter Manor com Black, com uma carta a explicar o motivo os dois estarem ali. Claro que ninguém iria acreditar neles, mas esperava que não deixassem Regulus naquele estado sem qualquer assistência médica.

Enquanto Riddle falava, Freya pegou num pequeno microship. Lançando um pequeno feitiço, ela fez uma cópia de si mesma, tornando-a invisível aos olhos de todos. Enquanto fingia estar atenta à conversa, a sua cópia pegou no microship e colocou-o no pescoço de Riddle. Assim que a cópia cumpriu o seu dever, desapareceu. Acontece que este pequeno microship tinha umas pequenas curiosidades. Tinha GPS, permitindo a quem tivesse o controle saber exatamente onde ele estava e uma vez colocado na pele, só poderia ser retirado numa cirurgia, uma vez que o microship tornava-se parte da pele.

Ao aperceber-se que chegava o memento de Tom lhe preguntar se queria juntar-se a ele e vingar-se d que a sua família supostamente lhe tinha feito, Freya voltou a concentrar-se na conversa.

— … o mundo. E agora faço-lhe uma pregunta, que quero que responda com a máxima sinceridade possível. A Miss Potter quer juntar-se a nós para livrarmos o mundo da escória dos muggles e tornar o mundo um lugar mais seguro para nós, os puro-sangue? – Tom estava confiante que a tola da Potter iria aceitar a proposta, sem pensar duas vezes. Tinha a certeza que qualquer pessoa que não conhecesse a história verdadeira, iria acreditar em cada palavra que ele dissesse.

— Vou ser sincera contigo, porque tu me pediste e gostaria que não me interrompesse até eu terminar. – Alexis começou a andar calmamente pela sala, olhando de vez em quando para o relógio – Primeiro eu não acredito em uma única palavra que tu me destes até agora, porque ao contrário do que achas eu já sei da história toda. Segundo eu não concordo com as tuas ideias de purificação do mundo. E terceiro eu queria vir pessoalmente entregar-te uma coisa.

— E que coisa seria essa Potter? – Riddle estava furioso. Pela primeira vez na sua vida, as suas palavras não lhe deram vantagem. Tinha subestimando o inimigo e graças a isso estava a fazer figura de urso á frente dos seus Devoradores.

— Gostaria de entregar a minha declaração de guerra. Infelizmente a minha impressora ficou sem tinteiros e não pude imprimi-la, mas não faz mal, eu decorei o essencial. – Alexis gostou de ver a cara de raiva de Tom, o modo como os olhos ficaram vermelhos de raiva e a maneira como ele cerrava os punhos ara tentar acalmar a raiva e a frustração de não a ter conseguido leva-la para o lado dele. – Basicamente lá dizia que eu declarava guerra a ti, Lord das Trevas, e que não descansaria enquanto tu não fosses morto e os teus ridículos seguidores presos.

Todos os Devoradores da Morte se preparam para pegar nas suas varinhas e lançar os seus piores feitiços na pirralha. Como ela se atrevia a falar com o maior feiticeiro de todos os tempos daquela maneira? Ela pensava que era Merlim, para ter tamanha audácia. Mas o que é que se podia esperar de uma rapariga que cresceu toda a sua vida pensando que era uma imunda Muggle. Além de ela era uma Potter, portanto tinha que dar uma de herói. Mas antes de pegarem nas suas varinhas, uma sirene começou a tocar.

Todos olhavam uns para os outros a tentar descobrir o que aquele estranho som era, mas ninguém conseguia dizer o que era. Todos menos Freya. Ao reparar que Potter sabia o que era aquele maldito barulho, Lestrange pegou na sua varinha e apontou-a na direção dela.

— O que é este maldito barulho Potter?

— Isto cara Devoradora da Morte que eu não sei o nome e nem o quero saber neste momento é o inimigo a aproximar-se. Isto é o vosso inimigo. – Falou soltando uma gargalhada. James e a Força Área tinham chegado mesmo a tempo.