— Temos que falar, filha - a minha mãe falou. Eu, a minha mãe e Andy estávamos sentados nos sofás da sala. Os meus meios-irmãos estavam nas casas dos seus amigos, o que mostrava que íamos falar de coisas sérias. Isso e a palidez da minha mãe desde que recebeu uma carta na semana passada.

— Tudo bem. O que é que se trata? - Perguntei.

— Antes de contar, tu sabes que tanto eu como Peter te amamos, certo? - Depois de eu confirmar com a cabeça, ela continuou - Tu és adoptada, Susan.

Adoptada? As pessoas que eu chamei de mãe e pai durante a minha vida não eram realmente o que diziam ser? E quem são os meus pais biológicos? E porque é que eles me abandonaram-me? Como eles são? Será que eles pensam em mim ou estão felizes por se livrar de uma aberração como eu?

A minha mente estava cheia de perguntas e cada vez apareciam mais. Mas eu acho que os fatos sempre estiveram na minha frente. Afinal Peter Simon tinha cabelo loiro com olhos castanhos e Selena Simon tem cabelos castanhos-claros e olhos azuis-claros, enquanto eu tinha cabelo preto, que pareceria ter vida própria, e olhos verdes claros. Sempre quis ignorar esse pequeno detalhe, mas agora não dava mais para ignorar.

Vendo que eu não iria falar, a minha... Selena continuou a falar:

— Na semana passada eu recebi uma carta de um amigo da tua família biológica. Eu ao início não entendia o significado desta carta, afinal de contas a logos dos últimos quinze anos ninguém tinha tentado entrar em contacto comigo antes. Depois de ler a carta, fiquei assustada com o que havia lido. Na carta dizia que eu iria ter a confirmação se eu te preguntasse uma coisa - parrou de falar para recuperar o folgo e arranjar coragem para fazer a pergunta, seja ela qual for. - Susan, tu és uma deslocadora?

Senti o meu corpo a gelar quando ela disse apalavra " deslocadora". Quem quer que seja que mandou a carta, sabe muito sobre mim, já que praticamente ninguém sabe o que eu sou. A minha vontade era de mentir e correr para onde ninguém me conseguisse encontrar, mas eu sabia, de algum modo, que se alguma vez eu teria que contar a verdade, seria agora ou nunca mais conseguiria dize-lo.

— Sim. - A minha voz não saiu tremida nem gaguejei, portanto acho que esta conversa pode ser um bocadinho melhor das vezes em que eu imagine-me a contar para ela.

— Porque é que nunca me contastes nada? - Perguntou Selena, deixando escorrer uma lágrima pelo rosto.

— Por que eu achava que tu não merecias uma filha aberração que pode falar e ver mortos, e sim uma filha normal. Além de que se eu te contasse, muito provavelmente irias-me chamar de louca e não iria acreditar em mim. - Falei calmamente.

— Susan, claro que eu nunca diria nada disso. Podes não ser minha filha biológica, mas para mim sempre forte e sempre serás a minha menina. - Disse Selena, limpando as lágrimas que estavam acumuladas nos olhos.

— Umas das coisas que precisas de entender é que existem realidades paralelas à nossa, mas contendo certas diferenças entre elas, diferenças que as tornam únicas. Acontece que numa dessas realidades paralelas, há um universo que nós aqui temos como uma saga conhecida como Harry Potter.

— Harry Potter? Porque não Percy Jackson? Ou Games of Thrones? Ou quem sabe o universo da Marvel? Que vida cruel! - Comentei para ninguém em especial, como se estivesse a falar do tempo. Vi Andy dar um pequeno sorriso diante do meu inocente comentário.

— Bom. Com a carta vinha uma história que queriam que te contássemos. E espero sinceramente que não nos interrompas. Corria o ano de 1960, quando Charlus e Dorea Potter tiveram um casal de gémeos. James Charlus Potter e Freya Dorea Potter. Dois anos depois, um senhor chamado Lord Voldemort fez um ultimato aos Potter. Ou uniam-se a ele ou ele mataria os filhos. Um dia depois da negação dos Potter, Voldemort cumpriu a o que prometeu. - Selena começou a contar a história.

— Ele mandou um grupo de duzentos Devoradores da Morte, incluindo os mais poderosos, atacar a Potter Manor, que apesar de ter bons feitiços de proteção não consegui aguentar muito tempo. Os Devoradores imobilizaram os pais e foram buscar as crianças. A ordem era mata-las á frente dos pais, mas ao chegar ao quarto da menina, as ordens mudaram. Levaram a menina aos gritos, enquanto ao menino apenas o tutoraram. Durante três messes e meio, Druella e Walburga Black torturaram a manina, que apenas pedia a Merlim que a tirasse dali. No 123º dia, ela desapareceu. Quando foram vê-la na manha seguinte, a cela estava vazia. Como são sabiam explicar o desaparecimento dela, espalharam no mundo mágico que a menina estava morta. Os pais transformaram-se uns dos principais bruxos contra a ideologia de Voldemort, e o seu maior desejo era puder enterrar e despedir-se da sua filha. - Andy continuou.

— A menina desapareceu, realizando a sua primeira magia. Ela cruzou a barreira das realidades e do tempo, indo para 1999, parando à frente de um casal norte-americano, em cima do Empire State em New York, que à muito tempo que tentava engravidar. O casal decidiu educar a menina como se ela fosse filha dele.- Selena concluiu a história. Mas eu ainda não entendi uma coisa...

— O que a menina da história tem a haver comigo? - Perguntei depois de uns cinco minutos em silêncio, para dirigir a história. Por mais voltas que eu desse à minha cabeça, não via nada que me ligasse à menina.

— Tu ainda não reparaste? Tu és a Alexis Dorea Potter. E um dos fatos que provam isso foi que a primeira vez que eu e Peter te vimos estavas cheia de hematomas e ossos partidos, além do facto de seres uma deslocadora, como a filha deles era.

Muita informação para assimilar de uma vez só. Mas porque é que só agora é que os da outra realidade contactaram-se? Não fazia sentido que só depois de quinze anos é que descobriram a onde eu estava. Não. Havia algo mais. E algo dizia que eu não iria gostar nada aquilo.

— Há alo mais não há? Eles não mandaram a carta apenas para mandarem cumprimentos, não é? Por amor de Deus, se tem algo para disser digam logo! - Vi Andy e a minha mãe a trocarem olhares suspeitos e suspiraram. Selena Simon pode não ser a minha mãe biológica, mas apesar de tudo ela acolheu-me e cuidou de mim como se eu fosse filha dela. Além de que eu nunca consegui ficar muito tempo zangada com ela e talvez isso seja uma das coisas que nunca vai mudar.

— Dumbledore quer que tu vás para a realidade deles, para tentar impedir que a 1ª e a 2ª Guerra Mágica aconteçam. - Disse Andy.

— Mas poderei levar alguém comigo? - Perguntei.

Andy olhou para a minha mãe, parecendo que estavam a comunicar telepaticamente. Talvez soubessem que ninguem me poderia acompanhar e tenham medo de eu ficar sozinha sem ter um cara conhecida nas redondezas. Ou então sabiuam que eu poderia levar alguém comigo mas qeue devido às suas obreigações no trabalho e os meus meios-irmãos não haveria a possibilidade deles abandowrem este século. Mas qual fosse a resposta pareceia que não estavam felizes com nenhuma delas.

— Mãe? Andy? - Perguntei. Sentiendo a minha pouca paciência desaparecer rapidamente com o selêncio que rapidamente se tinha instalado enrre nós os três.

Podes levar contigo duas pessoas, mas antes de quem quer que vá contigo, temos que prepar uma história para elas enquadeaaram-se no século e ninguem susperitar de nada. - Disse Andy. - Além de uma boa desculpa paara essas pessoas desapareceram neste século.

Mas quem quer que escolhas para levar contigo tens que ter atenção ao facto de que essa pessoa não pode ter uma versão dela na época em que tu vais. Quer estejam vivos ou sendo fantasmas. - Disse a minha mãe, fazendo notar que ,quer quer que sejam as pessoas que eu escolhe, não podia levar comigo Jesse, que naquele momento seria um fantasma.

Nos próximos minutos discutimos os últimos minutos configura-mos os últimos aspetos sobre a minha história – a desculpa que se vá usar para mascarar o meu “desaparecimento” - e apontar as pessoas as pessoas que iram comigo.

Quando ouvi o relógio da cozinha soar as noeve horas, despedi-me da minha mãe e de Andy e dirigi-se para as casas das pessoas que esperava que aceitase a minha proposta.