Never Let Me Go, Peter II

Preparado. Parte dois.


Peter Parker ponto de vista.

— Vá! - Thor berrou segurando seu martelo.
Sem pensar duas vezes lancei minha teia para o lado oposto ao qual estava indo e então cheguei ao fim do corredor onde a parede falsa estava entreaberta como uma porta. Segui por outro corredor, porém este era maior e frio, as lâmpadas piscavam e eu me sentia em um hospital daqueles de filme de terror, confesso que estava me dando calafrios.
Não me importava com nada naquele local, apenas lançava minha teia desejando estar perto o suficiente de Maya, de modo que a ajudasse e a resgatasse de quem quer que fosse. Eu faria todo o possível para vê-la bem e estava disposto a encontra-la, não sairia dali enquanto não a encontrasse não importa o custo para isso.
Enquanto me pendurava no teto, o mais rápido possível, um outro homem de preto apareceu do que pareceu ser uma porta também falsa, ele a manteve entreaberta e mirou sua arma para mim fazendo o sentido de aranha tilintar, mas eu já estava ciente do alvo e logo lancei minha teia em seus olhos onde ele urrou de ódio praguejando algo em russo, provavelmente tinha acabado de aprender alguns palavrões, mas não me importava muito já que Capitão América me mataria se falasse algum palavrão em voz alta e ainda mais em russo.
O brutamontes começou a atirar para o alto sem saber que eu já me encontrava no chão atrás de si mesmo, sussurrei um breve “olá” e segurando-o pela nuca bati seu rosto na parede, sem muita força. Pude ouvir o barulho de ossos quebrando e ele então urrou de dor e de mais ódio ainda. Ele se virou de frente para mim com a arma ainda em mãos e mirou onde ele suspeitou que eu estava, lancei teia no cano da arma e em seguida em seus braços, sua voz grossa saía de seus lábios ensaguentados devido a cachoeira de sangue que escorria de seu nariz recém fraturado onde ele me praguejava mais coisas em russo, mas ele logo parou quando lancei a teia em sua boca.
Entrei pela parede falsa a fechando logo em seguida. Estava em uma pequena sala de câmeras onde as diversas televisões pequenas mostravam algum canto da sala, uma delas mostrava Thor lutando com diversos homens no corredor apertado, outra mostrava um salão vazio com uma mesa posta, mas sem a presença de pessoas, outra mostrava os agentes da S.H.I.E.L.D com seus uniformes e armas chegando pelos fundos, abrindo a tampa do bueiro do quintal e pulando como se estivessem entrando em uma piscina e a ultima tela mostrava uma mulher ruiva, de cabelos ondulados, amarrada em grossas correntes brilhantes com os braços em pernas abertos. Maya estava desacordada com a cabeça caída enquanto uma mulher, extremamente musculosa, a fitava parada em sua frente.
Senti meu coração acelerar, precisava achar Maya o mais rápido possível, ela sofria e estava sendo torturada, não me interessava a razão, por mais que eu já tivesse certa desconfiança do que queriam com ela, mas tudo o que queria era encontrá-la e manter-me parado naquela sala de segurança não traria-a até mim.
– Pollanko onde estão precisando…
Virei-me para trás completamente assustado, mas lancei minha teia impossibilitando ao homem, de cabelos brancos e compridos, de sacar sua arma. Dando um chute em seu tórax o fiz cair ao lado das telas opostas a que estava olhando, ele resmungou fechando os olhos e, mais uma vez, o prendi totalmente com minha teia tampando as imagens de algumas telas.
– Onde ela está?
O homem manteve-se em silêncio cada vez mais tremulo.
– Você não é um deles.
– Está enganado - ele respondeu entredentes - e não lhe direi nada.
– Tudo bem, eu posso fazer isso sozinho.
Empurrei o homem em cima das telas fazendo um pequrno barulho exagerado quando este bateu suas costas de encontro aos televisores. Lancei minha teia de modo que o prendesse naquela exata posição e logo caminhei em direção a porta aue ele havia aberto. Subindo pelas paredes caminhei em direção única do corredor escuro em que me encontrava.
Diferentemente dos outros este era vermelho cor de sangue o que arrepiava minha espinha dorsal, senti um cheio pútrido cada vez mais próximo enquanto mantinha meus olhos focados na porta entreaberta ao fim do local. Estava tenso, mas meu senso de aranha indicava que, pelo menos por enquanto, tudo estava sobre controle já que ele tilintava apenas um pouco devido ao perigo já instalado por aquela situação.
Segurando na parte de cima do portal da porta chutei a mesma com ambos os pés fazendo com que ela batesse violentamente contra a parede, cai no chão em posição de aranha e senti meu sentido de aranha tilintar indicando que havia perigo por perto. Saltei do chão fazendo uma acrobacia para a esquerda, o tiro passou de raspão sem me machucar, mas não arriscaria uma segunda vez. Lancei teia no homem a minha frente, o autor do disparo, puxando a carga de sua pistola, com a outra mão o prendi na parede atrás de si enquanto ele impulsionava seu corpo violentamente para frente de modo que tentasse se soltar, mas em vão. O segundo homem correu em minha direção pronto para me acertar pela direita, mais uma vez meu sentido de aranha me ajudou e pulei por trás do mesmo parando atrás de si e o chutando pelas costas de modo que ele caísse com força e pressão batendo o nariz pontudo no chão sujo de poeira. O homem não se mexeu, mas parecia respirar.
O terceiro e quarto vieram em minha direção com as armas apontadas, me abaixei esperando pelo primeiro tiro que logo veio fazendo meu sentido de aranha tilintar como uma dor de cabeça forte em minha cabeça, pulei para o teto agarrando-me ao mesmo enquanto ia na direção de ambos tão rápido que suas armas não eram capazes de me acompanharem. Pulei em cima do lorio derrubando-o de bruços e lancei a teia nas mãos do outro enquanto o loiro se debatia embaixo de meus pés. Acertei um único soco em sua nuca deixando-o desacordado.
Pulei em direção a pequena e estreita escada de cimento empurrando a porta de ferro com o peso do meu corpo. O sentido de aranha tilintou, mas antes mesmo que eu pudesse me situar de onde o perigo realmente vinha ele cessou e então pude ver o porque.
Fury vinha em minha direção segurando uma arma grossa em ambas as mãos, com a feição fechada escutava algo em seu comunicador preso na orelha. Ele segurou a arma com apenas uma mão e enquanto eu observava o local ao meu redor, o pequeno comodo cinzento e sujo, ele ordenava algo para seus homens através dos gritos em tal comunicador.
– Parker…
– Conseguiu localizá-la? - perguntei o interrompendo logo em seguida.
– Ela está abaixo deste piso - Fury respondeu tornando a segurar sua arma com ambas as mãos para recarregá-la - meus homens já estão tentando achar um meio de chegar até lá.
– Não podemos simplesmente cavar o chão? - perguntei o fitando.
– É ferro. Conseguimos localizá-la porque estamos perto o suficiente para que o broche invisível que detecta nossos agentes.
– Por que não usou esse broche pra achá-la antes?
– Ela está em uma sala com abafamento de som e envolta em ferro desconhecido. É um quarto do pânico avançado o qual não nos deixa entrar. Conseguimos rastreá-la por poucos segundos antes do sinal se perder de novo.

— Tudo bem – resmunguei correndo em direção a escada. Deveria ter alguma entrada, fosse por qualquer lugar, e eu a descobria não importava como. Naquele momento desejava ser como o Superman e ter visão raio lazer pra poder me situar das coisas atrás daquelas paredes já que, cada novo cômodo em que entrava havia uma porta escondida e camuflada entre as paredes estranhas e mal cuidadas daquele local.

Escutei Fury me chamar, mas o ignorei entrando no cômodo seguinte onde alguns agentes da S.H.I.E.L.D. revistavam o local com suas armas e proteções, pareciam ter “limpado” o local dali em diante enquanto eu e Thor “limpamos” a outra parte. Eles pareciam procurar algo, mas eu sabia muito bem que estavam procurando a mesma entrada que eu onde encontraríamos Maya. Antes que pudesse começar a revistar o local escutei uma voz grave chamar o nome de Fury e senti um frio em minha espinha enquanto caminhava na direção do homem.

Ele falava com Fury segurando a pesada arma com ambas as mãos, ele parecia sair de um porão cuja a escada brilhava com a intensidade da luz, ela era feita do mesmo ferro que, provavelmente, todo o local abaixo, corri em direção ao homem, mas logo senti as mãos de Fury me impedirem de prosseguir.

— Parker...

— Não ouse em me impedir, Fury.

Passei pelo homem quem me fitava confuso enquanto descia as escadas tão rápido que quase tropecei em meus próprios pés. Dois homens já revistavam o local enquanto eu observava apenas a enorme porta de madeira que parecia ser a entrada de um segundo local naquele porão. Andei em direção a porta sentindo meu coração palpitar e, obviamente, ela estava trancada. Tentei abri-la com minha força, mas logo escutei passos atrás de mim e senti a mão de Fury em meu ombro fazendo com que eu parasse, inutilmente, de tentar.

Dei alguns passos para trás quando vi Fury fazer o mesmo, a porta seria explodida e compreendi tal ação assim que vi os dois homens colocarem pequenas minas explosivas na porta de madeira maciça. Em questão de segundos a porta explodiu voando alguns pedaços de madeira em nossa direção, mas os dois homens logo ergueram o escudo com o emblema da S.H.I.E.L.D. para nos proteger. Um barulho estrondoso me assustou, mas logo percebi que a pesada porta havia caído pelo lado de dentro fazendo com que a casa e si tremesse violentamente.

Entrei correndo pela porta e meu coração acelerou no primeiro instante em que vi o local. Não estava sujo e era bem mais iluminado que os demais cômodos, o local era enorme e apenas uma pequena parte estava azulejada e assim que fitei tal local senti meu coração parar por alguns segundos. Corri em direção ao local enquanto observava um corpo caído no chão de bruços, não precisava ver o rosto para saber que era ela. Minha Maya.

Coloquei sua cabeça em meu colo afastando o cabelo ruivo ensanguentado de seu rosto, fechei os olhos, por baixo da máscara, no instante em que vi seu rosto machucado. Ela estava com cortes na maçã direita do rosto, no supercílio esquerdo, os lábios inchados e machucados, um galo roxo na testa e com o nariz quebrado. Retirei minhas luvas para sentir sua pulsação, mas não conseguia senti-la.
- Não… Não. - sussurrei a mim mesmo enquanto puxava seu corpo para meu colo - por favor… Não você, Maya.
- Peter - Fury me puxou pelo ombro.
- Não… Não… - ignorei Fury aproximando minha orelha de seu nariz tentando escutar sua respiração ou ao menos senti-la. Puxei a máscara para cima sentindo meus olhos encherem de lágrimas enquanto tentava sentir sua respiração na minha pele.
- Parker… O médico está aqui para análise.
Ignorei Fury mais uma vez. Era minha culpa. Tudo aquilo era minha culpa. Não devia tê-la deixado ir embora sozinha, por mais que eu saiba que ela não precisa de ninguém para se defender. Mas afora ali estava ela, meu amor, no chão, tão pálida e machucada que doía por dentro. Não conseguia acreditar que ela também se fora, não podia ser, não ela também, não agora.
Senti meu estômago embrulhar e minha garganta arder, estava segurando o choro na frente dos demais e logo vi o médico abaixar do outro lado do corpo de Maya para análise. O fitei com os olhos lacrimejando e apenas recebi um olhar piedoso por baixo de seus óculos de grau.
Ela ainda estava com a roupa que havia saído de minha casa na noite anterior, seus braços estavam tão machucados quanto seu rosto, o sangue já estava seco em seus braços e sua roupa, havia coagulado o que era um bom sinal. Sua blusa estava rasgada até a metade onde sua barriga, também cortada, estava a mostra. Ela parecia Carrie a estranha devido a quantidade absurda em que estava banhada no próprio sangue. Inúmeras perguntas martelavam em minha cabeça, mas eu não era capaz de formular nenhuma corretamente para dizê-las em voz alta. Tudo o que eu queria saber era se Maya estava viva e se ficaria bem.
Dois paramédicos com roupas da S.H.I.E.L.D. pararam ao meu lado segurando kits de primeiros socorros, o primeiro abaixou-se ao meu lado fitando o médico enquanto este escutava os batimentos de Maya.
- Ela está muito mal - ele retirou o estetoscópio do pescoço levantando o olhar até Fury - respira, mas com muita dificuldade. Precisamos levá-la para a base imediatamente.
- Ela está bem? - perguntei o fitando.
- Ela está viva - o médico respondeu ficando de pé- mas longe de estar bem.
- O que… Aconteceu?
- Não sabemos - ele fez um gesto com o dedo para os dois paramédicos enquanto me explicava- ela está com costelas quebradas, talvez alguma perfuração, preciso analisá-la com o auxílio de equipamentos.
- Ela ficará bem? - perguntei olhando-a ser levantada do chão em direção a maca prateada.
- Esperamos que sim - Fury respondeu pelo médico - o responsável fugiu.
Virei-me em direção à Fury ficando de pé enquanto secava meus olhos marejados com a palma das mãos - Quem fez isso?
- Suspeitamos que seja alguém da Corporação.
- Não foi extinta? Nós vimos aquele garoto matar a líder.
- Pelo visto ela não era a única - Fury abaixou a arma colocando-a para trás logo em seguida - vamos descobrir, Parker. Eu prometo.
Assenti o fitando - Quero ajudar.
- Justo.
- Falo sério, Fury - o fitei após pegar minha máscara e luvas do chão- seja quem for que tenha feito isso com Maya tem que pagar. E não estou brincando.
- Você tem razão, Parker - ele balançou a cabeça olhando para Maya, sendo levada de maca, completamente desacordada.
- Seguirei o carro da S.H.I.E.L.D. - o comuniquei saindo logo atrás dos paramédicos que carregavam Maya.
Saímos pela porta da frente da enorme casa que por fora não aparentava ser tão imensa quanto realmente era. Passamos pela sala de jantar da casa onde diversos pratos estavam expostos, pelo visto muitas pessoas moravam naquela casa e estavam prestes a jantar enquanto Maya era torturada e quase morta. Cerrei os punhos sentindo minha fúria crescer. Coloquei a máscara e as luvas ao chegarmos perto da porta de entrada para sairmos em direção ao carro onde Maya seria levada para a base da S.H.I.E.L.D. mais próxima. Esperei o caminhão dar sua partida e lancei a teia no poste logo em seguida pronto para seguir o caminhão pelos prédios da cidade.
Meu celular chamava preso em minha roupa, mesmo que fosse Tia May não atenderia, não estava com cabeça para isso naquele momento. Estava sendo egoísta e, provavelmente a deixaria mais preocupada ainda não atendendo a sua ligação, mas depois diria que dormi ao estar lendo alguma matéria e ficaríamos bem. Ela não podia saber a verdade, nem a minha e muito menos a situação em que me encontrava. Seria demais para seu coração. Lancei a teia no prédio disfarçado da S.H.I.E.L.D. aterrissando no chão enquanto esperava o carro virar a curva e parar em frente a porta de vidro escurecido.
Fury saiu da frente do carro tão apavorado quanto os homens que carregavam a maca onde Maya, naquele momento, balançava bruscamente. Apenas parei, me mantive travado naquele chão sem saber o que fazer ou o que estava acontecendo. O médico berrava com os homens enquanto apontava para a porta de entrada. Fury veio em minha direção ofegante e logo repousou sua mão sobre meu ombro enquanto me fitava suando.
- Peter…
- Não me diga…
- Ela piorou - Fury me fitava com um tom de voz penoso.
- O que houve? Para onde ela vai? Eu preciso…
No exato instante em que me virei para entrar pela mesma porta que os demais, Fury pôs-se a minha frente me fitando mais uma vez.
- Preciso que esteja calmo, Parker.
Não respondi, puxei a máscara mais uma vez o fitando com a respiração cortada.
- Ela ficará bem - mais uma vez ele repousou a mão em meu ombro direito - não posso deixá-lo entrar antes de me certificar que está tudo bem.
A primeira lágrima escorreu trazendo todas as outras de vez.
- Eu… - gaguejei o fitando- só preciso de vê-la, Nick… Ela ficará bem?
- Estamos fazendo o possível, Parker - ele andou em direção a porta - venha.
Andei lentamente segurando a máscara em minha mão direita, passamos pelo corredor estreito e escuro entrando por uma porta de vidro que já estava recém aberta, deixei a máscara em cima da primeira mesa que vi e logo parei em frente a um vidro observando o médico e os paramédicos correrem de um lado para o outro em volta da maca onde Maya parecia cada segundo mais pálida.
Senti um aperto em meu peito e não fazia questão de cessar as lágrimas que escorriam enquanto eu me mantinha ali, de pé, parado, sem poder ajudar, sem ter força para me mexer. Havia perdido Gwen há menos de um dia completo e agora se perdesse Maya não sabia o que faria da minha vida. Ela é a mulher que amo e que montei meu futuro. A que me faz cada dia mais querer ser alguém melhor, ela é uma das razões pela qual me cuido a toda saída vestido de Homem Aranha. Ela não poderia morrer. Não agora. Não naquele momento. Apenas velha, idosa, em uma cama aconchegante depois de conhecer nossos netos e bisnetos.
Levantei as mãos até meu cabelo sentindo os fios finos coçarem entre meus dedos. O médico pedia para que os homens se afastassem da maca enquanto ele levantava o desfibrilador em suas mãos.
“Vamos, Maya” pensava comigo mesmo implorando para que ela reagisse. Para que não me deixasse.
“Acorda, amor. Por favor.”
- Afastem! - escutei o médico berrar abaixando o desfibrilador.
O corpo de Maya alavancou para cima, mas ela continuava desacordada. O médico berrou uma segunda, terceira, quarta vez. Enquanto guardava o desfibrilador um dos paramédicos fazia massagem cardíaca no peito machucado de Maya revisando entre respiração boca a boca. O silêncio no corredor em que me encontrava foi interrompido por passos pesados, era Thor quem havia voltado com os demais naquele exato momento. Ele segurava seu martelo abaixado enquanto mantinha-se em silêncio observando Maya ser reanimada do outro lado do vidro.
O médico, mais uma vez, aquecia o desfibrilador enquanto eu o fitava ao lado de Thor e Nick Fury. Mais uma vez berrou para os homens se afastarem e lançou um breve olhar para nós do outro lado, o corpo de Maya novamente pulou na maca, duro como uma pedra e leve como uma pena.
“Por favor, Maya. Você não pode ir. Por favor. Eu te amo. Por favor, fica.”
Uma, duas, três tentativas. Massagem cardíaca. Lágrimas. Ela ainda se mantinha pálida. Sem vida. Ela estava morta.
Era como se tudo ao meu redor tivesse sumido, o sentido de aranha tilintava tão forte que era inútil ignorar, fechei os olhos com força enquanto apertava minhas mãos em minha cabeça, a dor estava sendo como se alguém estivesse revirando meu cérebro com um pedaço de ferro. Mordi o lábio para não gritar devido á dor forte.
Um bip.
Dois bips.
Três bips.
Quatro, cinco.
Bips.
Abri os olhos olhando para a sala onde Maya mantinha-se desacordada em cima da maca. O médico segurava o desfibrilador em mãos com um enorme sorriso nos lábios enquanto olhava a pequena tecla ao lado da cama de Maya. Mais uma vez, ele deixou o desfibrilador em seu local e mediu os batimentos de Maya através de seu pulso. Sua barriga nua em ensanguentada mexia para cima e para baixo como quem estivesse respirando. Ela estava viva. Ela voltou.
Abri um sorriso involuntário o qual só percebi ao secar as lágrimas que insistiam em correr. Olhei para Fury e ele estava com um singelo sorriso nos lábios e uma feição de alívio mesmo com os braços cruzados em posição imponente.
- Ela é uma garota forte - Ele disse virando-se para me olhar.
Apenas ri. Olhei para Thor quem estava tão feliz quanto aparentava, ele sorria e então levantou uma de suas mãos para bater em minhas costas como gesto de alivio. Voei para frente, mas consegui me manter de pé, porém mais próximo ao vidro onde via os paramédicos, ofegantes, observá-la com um pequeno sorriso no rosto. O médico me fitou fazendo um sinal de ok com os dedos e foi quando desabei de alívio.
Literalmente.
Me joguei ao chão com a felicidade de que o amor da minha vida estava viva.
E ficaria tudo bem.

Fim do ponto de vista de Peter Parker.