- E ai como foi a reunião? - perguntei. Tom, Bill e eu estávamos na cozinha tomando café.

– Não muito boa - respondeu Tom.

– Eles querem cancelar o contrato e sem estúdio não podemos gravar - completou Bill.

– Eles não podem fazer isso falei Ou podem?

– Quebra de contrato causa multas - explicou Bill - Mais eles acham que ainda vão perder muito mais dinheiro se continuarem investindo na banda.

– Isso é ridículo - falei socando a mesa - Se o Tom tivesse ao menos me abandonado eu entenderia. Mais ele está fazendo a coisa certa e eles acham isso errado.

– Fazer a coisa certa não trás dinheiro para os bolsos deles amor - disse Tom segurando minha mão.

– Mais ... mais ... - de repente eu comecei a lagrimar, e não demorou muito eu estava chorando. Droga de hormônios.

– Não fica assim amor - disse Tom me abraçando - Nos já passamos por dificuldades maiores e sempre saímos por cima.

Não tinha como evitar o sentimento de culpa que nascia dentro de mim. Se eles estavam passando por isso, era tudo culpa minha. Se eu tivesse sido mais cuidadosa não estaríamos nessa situação.

– Nikke - disse Tom segurando meu queixo me fazendo encarar seus olhos - Não se sinta culpada. Se eu tivesse que passar por tudo isso de novo eu não mudaria nada. Você foi a melhor coisa que me aconteceu. E vai me dar o maior presente que eu poderia querer.

Sua voz estava carregada de amor e adoração. Suas mãos acariciaram meu ventre com carinho me fazendo esquecer todos os problemas ao nosso redor.

4 Meses depois

Só se ouvi meus gritos dentro daquele quarto. O doutor me mandava empurrar, mais nunca parecia ser o bastante.

– Força Nikke - dizia o doutor.


Reunindo todas as minhas fiz força, e logo depois um chorinho.
A dor, a exaustão, tudo foi esquecido no momento em que ouvi o chorinho do pequeno Thomas. Meu filho e do Tom.
A enfermeira enrolou ele num manto branco e colocou ele no meu colo. Mesmo ainda sujo de sangue já podia se ver que o cabelo seus cabelinhos era loiro escuro, a sua única semelhança comigo era os olhos azuis.
A enfermeira o levou pra limpar e eu me deixar vencer pelo cansaço.
Acordei num quarto branco, e Tom estava ao meu lado segurando minha mão.

– Oi - disse ele me dando um beijo na testa.

– Oi - minha voz era arrastada - Cadê ... cadê ...

– Tá ali - disse ele e apontou para um berço no pé da minha cama - Ele é tão lindo amor, e tem seus olhos.

– E os seus cabelos - completei sorrindo.

Ouvimos um resmungo. Tom foi até o berço e pegou um embrulho azul e o trouxe até mim.

– Ele tá fome né filhão - falou Tom.

Tom o colocou nos meus braços e ele se encaixou perfeitamente. Suas mãos gordinhas agarravam o ar, e quando ele olhou diretamente nos meus olhos e me senti tão feliz que parecia que não iria aguentar. Meu coração pareceu pequeno pra tanto amor.

– Oi meu amorzinho - falei alisando sua bochecha macia Você é tão lindo.

– Vocês dois são - disse Tom beijando minha testa e a do pequeno Thomas.