Quase na hora do almoço fui embora, Tom deveria está desesperado atrás de mim, já que eu tinha esquecido o celular. E foi dito e certo.

Assim que passei pela porta ele me agarrou num abraço “esmaga costelas”.

- Onde você? Foi por que não levou o celular? Aconteceu alguma com o bebê? – essas eram as perguntas que todos disparavam pra cima de mim.

Assim que Tom me soltou vovó correu até mim me abraçando apertado.

- Desculpe não ter avisado, e não, não aconteceu nada com o bebê – falei tranquilizando a todos.

- Onde você foi?- perguntou vovó.

E eu fiquei em duvida se deveria contar a ela ou não. Não tinha ideia de qual seria a sua reação em relação à situação da minha mãe agora.

- Eu fui falar com a minha mãe – soltei logo de uma vez. Uma hora todos teria, que saber mesmo.

- O que?- disse vovó revoltada.

- Ela me ligou ontem e disse que gostaria de falar já que a senhora não a deixou falar nenhuma palavra naquele dia no hospital – falei calmamente, mais saiu mais como uma acusação.

- E o que ela tinha de tão importante pra falar pra você? – perguntou ela debochada.

- Ela só queria saber como eu estava – vovó ficou surpresa com as minhas palavras – Se estava tudo bem com o bebê? Que eu não devia dar ouvido ao idiota do meu pai?

- E por que você não me contou? – perguntou ela magoada.

- Vovó – comecei indo até ela e a abraçando – A senhora tem o sangue quente, tá sempre tentando me proteger. Mais agora eu vou ser mãe e tenho que usar tudo o que a senhora me ensinou. Não da mais pra ficar me escondendo na barra da sua saia. Eu tenho que encarar meus problemas, não sozinha, mais às vezes será necessário assim.

Ela me olhou por vários minutos e depois se deu por derrotada.

- Tudo bem ... Mais se ela magoar você eu parto ela ao meio – disse ela eu todos riram – Não me conformo de saber que você não é mais minha garotinha. Que você não vai mais precisar da sua avó e que vai ser mãe – ela estava emocionada – Não consigo acreditar que você cresceu tão rápido.

- Eu sempre vou precisar de você dona Victoria – falei sorrindo – Só não tanto quanto antes. E logo a senhora vai ter uma netinha ou um netinho pra mimar.

- Tá bom – disse ela sorrindo e me abraçou.

Depois de acalmar os nervos de todos eu fui fazer o almoço. Enquanto os garotos se matavam numa partida de vídeo game, eu vovó e Vivian fomos para a cozinha. Vivian me contou às novidades que eu andava evitando. Tasha foi quem tinha contado para a mídia sobre eu e o Tom, a coisa tava feia pro lado da banda, os patrocinadores não gostaram nada do escândalo e a banda estava em maus lenções.

- Nikke ... Nikke – vovó me sacudia chamando minha atenção. Eu estava imersa em meus pensamentos com os problemas que eu podia ter causado aos meninos – Não fique se martirizando querida. O que vocês têm que fazer é enfrentar tudo de cabeça erguida e fazer o que é melhor pra vocês e o bebê, o resto vem por ultimo.

Pensei sobre o que ela disse e vi que ela tinha razão. Tom me ama e eu o amo, vamos ter um bebê e isso é tudo que importa.

{...}

Vovó iria ficar por tempo indeterminado em LA. Minha mãe e eu estávamos cada vez mais próximas, vovó ainda não a aceitava muito bem, mais eu era mais importante do que as rinchas delas duas. Meu pai também me surpreendeu com um pedido de desculpas duas semanas depois do acorrido no hospital, acho que a separação da minha mãe e o seu namoro com Tânia fez muito bem a ele. A poeira já tinha baixado um pouco sobre o meu namoro com o Tom, mais logo essa calmaria iria acabar. Já com três meses e meio minha barriga já estava mais saliente, minhas roupas já não serviam mais. Com o inicio das aulas as coisa começaram a complicar um pouquinho, mais Anne, que sabia da minha gravidez, me ajudava. Ela e o Bill estavam meio que namorando pelos olhos, já que nenhum dos dois parecia ter coragem de se declarar um pro outro.

E calmaria acabou no dia em que eu desmaiei dentro de sala. Fui levada até a enfermaria e lá disse à enfermeira que estava gravida, Stacy que ao que parece tinha isso me bisbilhotar escutou e cinco minutos depois o mundo inteiro estava sabendo.

Papai foi me buscar imediatamente na escola e me levou para a casa do Tom.

- O que houve? – Tom perguntou correndo até mim assim que me viu passar pela porta acompanhada pelo meu pai.

- Eu desmaiei no meio da aula – o tranquilizei.

- Você se machucou? – ele me olhava procurando algum sinal de machucado.

- Não eu tô bem amor – falei sorrindo – Mais só que agora temos um problema.

- Todos sabem que a Nikke está gravida – falou papai.

Ele não estava feliz com a gravidez, mais me apoiava e aceitava o Tom, até mesmo ele e a minha mãe estava se comportando civilizadamente.

- Bom uma hora isso iria acontecer não é? – comentou ele tranquilamente.

- Bom eu tenho que voltar pro trabalho – avisou papai – A noite eu venho ver você querida.

- Tudo bem – falei o abraçando e ele meio sem jeito me abraçou de volta – Tchau pai.

- Tchau querida e cuidado – disse ele e foi embora. Assim como eu e a minha mãe, eu e papai estávamos aprendendo a cada dia a ser pai e filha.

Não demorou muito minha avó, minha mãe, Tânia, Vivian e Anne chegaram. Elas viram a noticia na TV e vieram ver se estava tudo bem.

Depois do almoço os meninos tiveram que sair para uma reunião com David, que já tinha pedido desculpa pela sua insensibilidade comigo, e pela cara que ele fez quando saiu com os meninos não podia sair nada de bom dessa reunião. Mamãe, vovó e Anne ficaram comigo a tarde inteira me distraindo.

A noite chegou, mais o Tom não. Mamãe ficou comigo para não me deixar sozinha. Já era quase meia noite quando desisti de esperar o Tom e fui dormir. Eu virava na cama de um lado pro outro, mais nunca estava confortável, faltava ele. Depois do que pareceram horas eu consegui dormir.