Não percebi que tinha adormecido, até acorda e ver que não estava mais no hospital e sim no quarto do Tom. E o mesmo não estava no quarto.

Tomei um banho e desci. Do alto da escada eu ouvi vozes alteradas, e em uma atitude nada educada me escondi para escutar.

- Eu não vou fazer isso tá bom – era a voz do Tom e ele estava furioso. Não podia imaginar o que podia tê-lo deixado assim.

- Você não pode pedir isso David – esse era o Bill e ele não estava muito diferente do irmão – Se você acha que o Tom namorar a Nikke pode atrapalhar a banda. Imagine o Tom larga-la gravida, isso sim seria o nosso fim.

- É só dizer que o filho é de outro – disse David como se não fosse nada demais eu me passar por uma qualquer.

De repente ouve um barulho de coisas quebrando e quando apareci no alto da escada vi David caído no chão com o nariz sangrando. Bill e Tyler seguravam Tom que tentava a toda custo chegar até David.

- SEU DESGRAÇADO EU VOU ACABAR COM VOCÊ – gritou Tom esperneando em vão para se soltar.

- Essa foi uma das coisas mais estupidas que você já disse David – disse Gustav o ajudando a levantar – E é melhor você ir embora.

David levantou e foi embora. Bill e Tyler soltaram Tom que andava de um lado pro outro bufando com raiva.

- Oi Nikke – disse Georg chamando a atenção de todos pra mim.

- Olá – falei descendo as escadas devagar.

Tom foi até mim e me abraçou com força, que chagou a me tirar do chão.

- Amor eu não consigo respirar – falei sem ar.

- Desculpe – disse ele me afrouxando o abraço mais não me largou.

- Oi Tyler – falei por cima do ombro do Tom.

- Oi – disse ele sorrindo sacana.

- Você ouviu? – perguntou Tom.

- Sim – falei acariciando a ruga de preocupação na sua testa e sorrindo – Você vai me largar?

- Não – disse ele rindo – Nunca.

Iniciei um beijo para logo termina-lo já que tínhamos convidados. Vivian, que eu não tinha visto, veio até mim me abraçando e me dando os parabéns pelo bebê. Tyler como sempre tirou sarro do Tom, ele queria está lá pra ver Tom trocando fraldas e limpando cocô. Depois de muita bagunça eu fui preparar o jantar, vovó tinha ligado e disse que viria me ver a noite, já que a mídia estava doida com o novo escândalo da elite de LA, e isso é por que eles não sabem que eu tô gravida.

Vivian me ajudou com o jantar e não demorou muito vovó chegou. Depois do jantar ficamos conversando sobre assuntos banais. Ninguém tocava na conversa do David, todos ignoravam que lá fora estava um verdadeiro caos e que Tom estava sendo massacrado pela mídia. Mais ali no meio do nosso momento curtição isso não importava.

Meu celular e fui até a cozinha atender.

- Alô – falei indo até a geladeira beber agua.

- Ale ... quer dizer – estaquei no lugar – Nikke ... hã ... Como você está?

- E-e-eu ... tô ... bem – respondi ainda sem me mexer do lugar.

- Hum ... que bom – falou mamãe e ficou calada.

- Mamãe ... – falei me obrigando a sair do transe – Tá tudo bem?

- Quê ... Sim ... sim ... Tudo ótimo – respondeu ela rápido.

- Tem algum motivo especial por você me ligar? – perguntei me sentando na cadeira perto do armário.

Eu podia sentir meus olhos marejados. A dor do abandono ainda era muito nítida dentro de mim.

- Eu ... queria falar ... com você – ela estava receosa – De preferencia bem longe da sua avó. Na verdade eu fui até o hospital pra isso, mais não ... deu.

- Mamãe – comecei suspirando – Se a senhora vai dizer que eu sou um desgosto pra você não é preciso está cara a cara comigo e ...

- Não é isso – me interrompeu ela – Eu só quero ... quero tentar ... ser a ... ser a mãe que eu nunca fui.

- Eu ... – eu estava em choque, não conseguia raciocinar direito.

Não sei por quanto tempo desejei ouvir uma palavra de carinho dela, ou uma caricia maternal ... ou que ela fosse só minha mãe. Eu tinha a minha avó, mais não era a mesma coisa. Eu amo a minha avó, mais ela sempre vai ser isso, minha avó. Eu nunca pude chama-la de mãe, comprar um presente no dia das mães, ou fazer um cartão na sala de aula e quando eu chegasse em casa e entregasse a ela, onde ela iria dizer que era lindo, apesar de eu ser uma péssima desenhista.

- Nikke? Nikke você tá ai? – acordei com a voz da minha mãe.

- Sim eu ... eu tô aqui mamãe – respondi. As lágrimas que eu tentava segurar transbordaram pelos meus olhos.

- Isso deve ser um choque pra você não é? – disse ela e riu.

- É ... – respondi rindo junto com ela.

- Bom e ai? – disse ela.

- O quê? – perguntei. Eu ainda estava tentando digeri essa conversa.

- Você aceita se encontrar comigo para conversar? – sua voz estava mais grossa.

- Eu ... é claro mamãe – respondi.

- Bom você pode vir até o meu apartamento, eu lhe mando o endereço e esse é o meu novo numero do celular. Caso você queira falar comigo você sabe como me contatar – disse ela.

- Ok! – fiquei em silencio por não saber mais o que falar.

- Bom então até amanhã – se despediu ela.

- Tchau – e desliguei.

Não sei por quanto tempo fiquei na cozinha, mais deve ter sido muito tempo já que Tom veio me buscar.

- Tudo bem amor? Quem era no telefone? – perguntou ele se sentando ao meu lado.

- Era a minha mãe no telefone – respondi encarando a tela preta do celular.

- E o que ela queria? – Tom acariciou meu rosto limpando os rastos de lagrimas.

- Ela disse que ria ser a mãe que nunca foi – falei olhando pra ele.

Tom não falou nada só me abraçou. Depois que eu estava mais recomposta voltamos para sala, vovó me olhou atentamente mais como eu não falei nada ela deixou passar. Depois que todos foram embora fui pro quarto e cai na cama. Dormi rapidamente que nem vi Tom entrar no quarto.