Cheguei ao consultório e não tinha quase ninguém. Só tinham duas garotas acompanhadas pelas mães na sala de espera que nem se deram ao trabalho de levantar a cabeça quando eu entrei.

- Oi eu tenho uma hora marcada com a doutora Sullivan – falei para a moça da recepção.

- Nome – disse ela sem tirar os olhos do computador.

- Dominique Macpherson – falei. Eu sempre usava o Dominique raramente o Alexandra.

Agora assim ela tirou os olhos para me olhar como se não acreditasse no que estava vendo, assim como as duas garotas e suas mães.

- Por favor sente-se que logo será a sua vez – disse ela depois de digitar algumas teclas no computador.

Não precisei esperar muito e logo fui chamada. Doutora Sullivan era uma mulher de 50 e pouco anos, morena, olhos escuro e um pouco gordinha mais também era alta e isso disfarçava um pouco o peso.

- Queira se sentar por favor – disse ela educada – O que posso fazer pela senhorita¿

- Me chame de você por favor – falei sentando.

- Como quiser – disse ela fazendo o mesmo.

Eu estava nervosa, imagine ter 14 anos e ir ao ginecologista dizer que você já faz sexo e que precisa de remédios para não engravidar. Claro que não era só por isso que eu estava aqui, mais essa era a questão principal.

- Bom é que ... – corei e baixei a cabeça – Hoje eu tive a minha primeira vez com o meu namorado ... e bem nós não ...

- Se protegeram – completou ela compreensiva.

- É ...isso – falei evitando olhar pra ela.

- Helena pode trazer um copo de água pra mim por favor – disse ele falando com a secretária imaginei. Ela não falou nada até a secretária entrar, deixar o copo e sair – Tome esses comprimidos.

Ela colocou dois comprimidos brancos na minha mão e me deu o copo d’água. O comprimido não tinha gosto de nada.

- Isso que eu lhe dei é o que chamamos de pílula seguinte – falou ela.

- Foi o que pensei – falei levantando a cabeça olhando pra ela que estava dando um sorriso pequeno.

- Bom você falou que hoje foi a sua primeira vez – assenti – Então concerteza você não tem nenhuma doença sexualmente transmissível mais e o seu namorado¿

- Com certeza não – falei segura. Tom pode ser idiota mais não burro, ele é uma pessoa pública e deve se cuidar sempre.

- Você concerteza deve está dolorida entre as pernas – corei um pouco mais me mantive firme assentindo – Isso é normal. Senti alguma outra dor¿

- Não – falei.

Eu fiquei pelo menos uma hora conversando com a doutora que me explicou tudo sobre o uso da camisinha, fiz alguns exames para saber qual o tipo de anticoncepcional que eu poderia usar, explicou sobre doenças, mudanças no corpo e tudo mais. Por um lado foi muito bom eu ter ido lá tirar qualquer duvida sobre o assunto, mais por outro foi doloroso por que minha mãe e que deveria me ajudar nesse assunto e não uma desconhecida.

Cheguei em casa e não tinha ninguém. Eles estavam pro estúdio já que Georg e Gustav estavam aqui e só iriam embora na outra semana.

Passei tarde assistindo TV, o lance da ginecologista me deixou deprimida. Em parte a culpa é minha por ter ido sozinha, mais iria ser desconfortável ter Tom lá, não é o namorado da garota que deveria marcar a consulta, conversar sobre o assunto, lhe dar avisos sobre prevenção e doença. É obrigação das mães. Pelo menos daquelas que se importam com suas filhas e filhos.

Quando deu seis horas eu comecei a fazer o jantar, fiz uma macarronada com molho de cogumelos que estava cheirando muito bem. Geralmente os garotos chegam as oito, e quando deu sete e meia eu fui tomar banho.