- Venham vamos até o camarim – disse dona Victória.

Ela saiu na frente e todos íamos seguindo ela. Passávamos pelas pessoas e todos a cumprimentavam. Demoramos um pouco para chegar ao que parecia ser o camarim da Nikke onde tinha um segurança na porta impedindo algumas pessoas de passarem.

- Sem permissão não entra – dizia o segurança.

- Yuri ... Yuri – chamou dona Victória até o segurança enxerga - lá e abri caminho entre as pessoas para nós passarmos. Alguns nos olharam espantados e outros com raiva por estarmos entrando e eles não.

O camarim era bem pequeno tinha um cadeira encostada na parede, um espelho enorme que tomava conta de uma parede inteira e uma porta onde deveria ser o banheiro. De onde podíamos ouvimos soluços altos.

- Nikke – disse a senhora Macpherson desesperada entrando no banheiro deixando a porta entre aberta e nós só víamos o salto da sandália da Nikke.

- Eu não ... não consigo mais vovó – ouvimos ela dizer entre soluços e eu senti meu coração em agonia de ouvir aquele som tão ferido.

- Eu sei querida, mais você precisa agüentar – ouvimos ela responder.

- Eu estou tentando ... mais não tá dando – disse Nikke – Amanhã você vai embora e eu vou ficar sozinha ... de novo.

- Espera aqui um pouco está bem eu vou pegar um copo de água pra você – disse a senhora Macpherson a abrindo a porta e a fechando atrás de si – Desculpe eu gostaria de pedir que vocês saíssem até ela se recompor – fomos todos em direção a porta – menos você Tom. Está mais do que na hora de vocês conversarem e esse é o momento perfeito pra isso.

- O-o-ok – falei nervoso. Bill olhou pra mim dando um sorriso de incentivo e saiu junto com todos, inclusive a senhora Macpherson.

Respirei fundo tomando coragem e abri a porta do banheiro. Ela estava perto do chuveiro com a cabeça entre os joelhos e seus ombros balançavam com os seus soluços. Sentei ao lado dela e a abracei pelos ombros. Ela chorou mais ainda, coisa que me assustou mais deixei ela colocar tudo pra fora, e logo passou.

- O que você está fazendo aqui Tom¿ - perguntou ela sem levantar a cabeça dos joelhos.

- C-como você sabia que era eu¿ - perguntei surpreso.

- Eu dormi abraçada com você durante dias. Conheço seu cheiro, conheço seu toque ... – ela levantou a cabeça devagar me olhando nos olhos – Conheço você.

- Se você realmente me conhece sabe por que eu estou aqui – falei sério limpando as lágrimas da sua bochecha.

- Eu não preciso das suas desculpas – disse ele levantando e indo até a pia lavando seu rosto.

- Eu não vim pedir só desculpas – falei levantado.

- É e veio fazer mais o que¿ - disse ela com raiva se virando pra mim – Quer pedir que voltemos a ser grandes amiguinhos outra vez, que eu volte para a sua vida como se nada tivesse acontecido ou que ...

Não deixei ela continuar e calei sua boca com a minha. Ela abriu a boca surpresa e eu mergulhei minha língua aprofundando o beijo. E pra minha alegria ela correspondeu.

O mundo ao meu redor sumiu, eu só conseguia sentir ela, sua boca, seu gosto, seu cheiro. Subi uma de minhas mãos se infiltrando entre seus cabelos macios e outra segurava sua cintura com força não deixando nenhum espaço entre nossos corpos.

Quando o ar nos faltou afastamos nossas boca. Encostei minha testa contra a sua tentando recuperar o fôlego.

- Não vou mais pedir desculpa por isso e também espero que isso aconteça muitas outras vezes – falei abrindo os olhos e vendo seu sorriso torto.

- Ainda bem – disse ela voltando a me beijar.

Quanta saudade eu sentia do seu toque, do seu cheiro,de tudo nela. Eu a abraçava como se ela fosse desaparecer, eu não agüentaria mais tanto tempo longe dela. Não mais.

- Espero que não tenham se matado – ouvimos senhora Macpherson dizer do outro lado da porta.

- Não vovó não nós matamos – disse ela abrindo a porta e vendo todos sorridentes.

- Graças a deus – disse Bill teatral – O que seria da nossa banda sem o guitarrista¿

- Você deveria dizer o que seria de mim sem o meu irmão seu ingrato – falei indignado.

- Não sou não – rebateu Bill.

- É sim.

- Sou não.

- É sim.

- Já chega – falou Nikke severa – Não sei como eu agüento vocês¿

- Por que você me ama – falei no seu ouvido e ri quando ela se arrepiou.

- É mais isso não me impede de te dar uns bons supapos – disse ela ameaçadoramente mais estava tão corada que não levei a sério.

- Adoro mulher selvagem – falei mordendo o lóbulo da sua orelha.

- Vão para um quarto vocês dois – disse dona Victória e todos olhamos pra ela espantados – Que foi¿ Eu sou uma mulher moderna.

E todos riram.

Nikke trocou de roupa, retocou sua maquiagem e voltamos pra assistir o resto do show. Não foi surpresa nenhuma quando Nikke ganhou. Várias pessoas entregaram cartões a ela dizendo que queriam assinar um contrato e não sei mais quantas, mais ela jogou todos pela janela do carro dizendo que não queria ser usada.

Fomos todos para o flat dela fazer uma pequena comemoração intima e a despedida da dona Victoria que iria embora amanhã a noite. Não demorou muito todos já estavam dormindo pelo sofá ou no chão mesmo.

A senhora Macpherson foi para o seu quarto e eu e Nikke fomos para o dela. Tirei a roupa ficando só de boxer e me enfiando entre os lençóis. Ela foi a banheiro e voltou numa roupa que deveria ser um atentado ao pudor.

http://www.polyvore.com/cgi/set?id=44171824&.locale=pt-br

Senti meu corpo ficar animadinho mais me controlei. Mesmo através da neblina de desejo que envolvia minha mente percebi que Nikke tão mal quanto Bill disse que ela estava. Ela estava magra, com olheiras, pálida. Dava a aparência de uma pessoa doente.

- O que foi¿ - perguntou ela deitando ao meu lado e se aconchegando contra mim.

- Você está horrível – falei e completei rapidamente – Quer dizer você não parece bem.

- Não tem sido ... fácil – disse ela baixando a cabeça.

- Desculpe Nikke – falei enterrando o rosto no seu cabelo e sentindo o cheiro do seu xampu de pêssego – Eu não queria que isso tivesse acontecido.

- Não tem problema – disse ela – Vamos só esquecer isso.

- Não tem como eu esquecer o que eu fiz pra você – falei chateado.

- Tom – disse ela se afastando pra me olhar e segurando meu rosto entre suas mãos – Já passou, não ainda ficar lembrando de o que aconteceu e sim do que vai acontecer.

- O que vai acontecer¿ - perguntei sorrindo.

- A única coisa que eu sei e que nós próximos 5 segundos eu vou beijar você – falou ela sorrindo aproximando nossas bocas.

Coloquei minhas mãos na sua cintura puxando mais ainda seu corpo contra o meu. Quando ao ar nos faltou desci a boca pelo seu pescoço distribuindo beijos e mordidas que a faziam gemer baixinho.

Deslizei minha mão por seu braço, subindo pelo seu corpo, e se infiltrou em seus cabelos, agarrei sua nuca a inclinando para trás, olhei seus olhos brilhantes por alguns e passei a ponta da língua em seus lábios. Ela gemeu baixinho, entreabrindo os lábios, e mergulhei minha língua em sua boca.

Provando do seu sabor, querendo sentir cada canto da sua boca, dominar seus lábios, língua, tudo. Ela gemeu contra meus lábios, sua língua timidamente se enroscando com a minha. Quando o ar acabou nos afastamos sorrindo.

- Boa Noite – falei lhe dando um selinho fazendo um esforço imenso para me controlar.

- Boa Noite – disse ela se aconchegando mais contra mim, respirando fundo e seu corpo foi relaxando devagar.

Fiquei algum tempo só olhando ela dormir. Eu estava com medo de fechar os olhos e acordar amanhã e tudo não passar de um sonho.

De repente ela se remexeu um pouco, olhei seu rosto e ela estava sorrindo.

Não importa se era um sonho ou não eu estava feliz do mesmo.

Dei um selinho nos seus lábios, abraçei ela mais forte e cai no sono.