- Ai meu deus o que aconteceu¿ - gritou Bill assim que eu passei pela porta.

Ele me ajudou a chegar até o sofá, colocou minha perna sobre a mesinha com uma almofada embaixo.

Expliquei a ele o que tinha acontecido e que teria que fazer uma cirurgia. Bill ficou um pouco assustado quando eu falei da cirurgia mais garanti que não era nada grave.

- Cadê os outros ¿ - perguntei olhando ao redor.

- Gustav e Georg saíram para não sei aonde e o Tom tá lá no quarto dele – falou ele dando de ombro.

- Você me ajuda a subir a escada¿ - perguntei.

- Claro – disse ele.

Na verdade Bill fez todo o trabalho, ele tirou as muletas da minha mão e me carregou até o quarto do Tom me colocando sobre a cama.

- Valeu Bill – falei sorrindo.

- De nada – disse ele sorrindo e saiu.

Me deitei sobre a cama, fechei os olhos e relaxei. Peguei um travesseiro e coloquei sobre o meu joelho e coloquei outro sobre a minha cabeça.

Ouvi a porta do banheiro abri, não precisei olhar pra saber quem era. Depois de alguns minutos Tom deitou ao meu lado completamente vestido.

- O que aconteceu com o seu joelho¿ - perguntou ele pegando na minha perna nua por causa do vestido que tinha subido um pouco. Meu corpo inteiro se arrepiou.

- Eu cai no ringue de patinação e agora vou ter que fazer uma cirurgia – falei abrindo os olhos olhando diretamente para a sua mão que estava um pouco acima do joelho.

- Cirurgia¿ - perguntou ele assustado. Virei de frente pra ele segurando seu rosto entre as minhas mãos. Meu coração acelerou.

- Não é nada sério – falei calma – Vai ser depois de amanhã.

- Eu vou com você – disse ele. Sua respiração bateu contra meu rosto e eu fiquei tonta por alguns segundos.

- Eu estava contando com isso – falei sorrindo.

- E você está com medo¿ – disse ele.

- Na verdade não – falei enterrando meu rosto no seu peito.

- Entra – disse Tom quando alguém bateu na porta. Na verdade eles tiveram que aprender esse costume desde que Georg me pegou só de calcinha uma vez. Tom quase mata ele.

- Eu vou pedir pizza para o jantar – falou Bill entrando – Obviamente a Nikke não vai poder cozinha pra nós.

- Eu vou querer de chocolate – falei pra ele.

- Não sei como você consegue manter esse corpo – disse ele – Comendo tanto chocolate.

- Do mesmo jeito que você – falei rindo.

- Há seu celular estava tocando – disse ele mexendo nos bolsos e vindo até a cama – Toma.

- Valeu – falei.

- De nada – disse ele se encaminhando para a porta – Quando a pizza chegar eu venho chamar vocês.

- Beleza – Respondeu Tom.

- Era a minha avó – falei olhando as chamadas perdidas – Concerteza já deve tá em algum programa de fofoca o que aconteceu comigo. Eu vou ligar pra ela.

Vovó estava uma pilha de nervos quando atendeu. Ela disse que tinha visto na TV imagens minhas saindo do hospital usando muletas e que estavam dizendo que eu provavelmente nunca mais poderia andar.

Fiquei pelo menos meia hora convencendo ela de que não era nada disso, ela só acreditou quando o Tom conversou com ela garantindo que não era nada tão grave assim.

Agora dá pra acreditar¿ Ela acredita na palavra de um cara que ela nunca viu e não acredita na palavra da própria neta.

...

Chegou o dia da cirurgia e começou a bater o nervosismo. A essa altura todo o mundo já sabia e tinha vários abutres em frente ao hospital.

Tom entraria comigo na sala de cirurgia, mais ele teve que entrar pelas portas dos fundos para ninguém o ver, lá dentro ele colocaria uma roupa de médico e ficaria comigo todo o tempo.

Nós dois decidimos não expor nossa amizade para o mundo ainda, com ele sendo tão famoso e eu também causaria muita dor de cabeça. Então sempre tínhamos o cuidado de sair para lugares onde não nos reconhecem, andávamos disfarçados algumas vezes e principalmente nunca sermos vistos juntos, era um pouco ruim mais preferíamos assim.

Papai não estaria aqui por que tinha reunião de trabalho, como se fosse alguma novidade e mamãe tinha uma festa pra ir, então passaria o dia no salão. Eles não iriam fazer a mínima falta, uma das únicas pessoas que eu precisava do meu lado estaria lá.

Vovó queria vir mais estava muito ocupada com a nova coleção da primavera, ela conversou com o doutor durante uma hora para saber de todo o procedimento e disse que assim que terminasse era pro Tom avisa - lá.

Às 3 horas da tarde eu estava deitada numa mesa de cirurgia, vestida naquele vestido que mais parecia um saco de plástico, Tom estava ao meu lado vestido naquela roupas de médico segurando minha mão.

- Está tudo bem¿ - perguntou ele.

- Não – falei depressa – Eu tó com medo.

- Não precisa ficar com medo – disse ele acariciando meu rosto e aquilo me deixou mais calma – Quando você estiver dormindo só tenta se lembrar de que eu estou aqui tá bom.

Assenti respirando fundo pra me acalmar.

- Muito bem senhorita Macpherson podemos começar¿ - perguntou o doutor Rodrigo.

- Sim – falei suspirando.

- Muito bem podem aplicar a anestesia – disse ele para uma enfermeira que estava mexendo em alguns vidrinhos pequenos – Senhor Kaulitz gostaria de pedir mais uma vez para o senhor não fazer nenhum barulho que venha a atrapalhar a cirurgia.

- Sim doutor – disse ele sério – Vou ficar só aqui segurando a mão dela e nada mais.

- Muito bem – aprovou ele – Vamos começar pessoal.

A enfermeira que estava mexendo nos vidrinho veio andando em direção ao soro segurando uma seringa com um liquido um pouco amarelado dentro dela.

- Isso aqui é anestesia para você dormir – disse ela e esvaziou a seringa no tubo que estava ligada a minha veia no braço.

Por alguns segundos não aconteceu nada, mais logo depois senti meus olhos pesados, meu corpo foi amolecendo e a ultima coisa que eu tive consciência antes de cair na escuridão foram os lábios do Tom na minha testa.