Depois que todos desceram Nikke serviu o janta e mais tarde eu a levei pra casa.

- Eu queria não ter que voltar pra cá nunca mais – disse ela olhando o edifico enorme onde ela morava.

- Você pode fugir lá pra casa quando quiser – falei sorrindo.

- Obrigada Tom – disse ela olhando nos meus olhos.

- Pelo o que¿ - perguntei vendo seus olhos se encherem de lágrimas.

- Fora os dias que eu passo com a minha avó eu não o que é sorrir de verdade – disse ela.

- Nikke – falei abraçando ela que começou a chorar no meu ombro – Não chora por favor.

Passados alguns minutos ela se acalmou e entrou. Foi difícil deixar ela voltar pra esse lugar que a faz tão infeliz, mais eu não podia fazer nada além de esperar pelo amanhã para encontra - lá de novo.

3 meses depois

Pov Nikke

Já se passou meses, mais parece que foi anos. As coisas com o Tom iam bem, parecia que nós fomos amigos a vida toda, contamos tudo um ao outro. Quer dizer quase tudo, eu não contei e ele que quando ele me toca meu coração parece que vai saltar do peito, que não gosto de ver ele tocando outras garotas, que tenho vontade de saber como é beijar sua boca e que eu gosto dele não só como amiga.

A única pessoa pra quem eu contei isso foi a minha avó, quando eu contei ela disse que eu deveria lutar por ele, contar como eu me sinto, mais eu não fiz isso.

Eu não posso arriscar perder ele, prefiro ter sua amizade a nada, não quero voltar a minha vida de antes. Eu experimentei a felicidade de ter alguém e se eu a perder vai ser muito pior do antes.

Sérgio para o carro em frente ao me ginásio de patinação e foi embora. Entrei e fui direto pro vestiário trocar de roupa.

- Muito bem garotas hoje nós vamos treinar saltos – disse a Treinadora Gomes.

Nós éramos 10 no total, mais acho que ninguém aqui queria ser uma patinadora profissional, por que para ter aula com a treinadora Gomez era muito caro e pessoas ricas não quer que suas filhas virem patinadora por que não dá futuro.

A aula passou com muitas quedas, gemidos de dor e muitas caretas.

Já estávamos no fim da aula e eu seria a ultima saltar.

Não sei se foi sorte ou azar, só sei que quando eu saltei cai de mau jeito e senti o joelho doer.

Cai no chão gritando de dor, parecia que meu joelho estava sendo moído, como se mil agulha perfurassem de todos os lados. Sai do ringue numa maca e de lá me levaram pro hospital.

Me deram alguma coisa pra dor e tiraram um raio x.

- Bom senhorita Macpherson, ouve um rompimento do ligamento no seu joelho. Mais não precisa se preocupar não foi nada grave disse ele rapidamente quando viu minha cara assustada – Você terá que passar por uma pequena cirurgia, que se não for feita pode vir a agravar a situação do seu joelho.

- Tem certeza que não é nada sério doutor¿ - perguntou a professora Gomez, ela ficou o tempo todo do meu lado me tranqüilizando.

- Sim certeza absoluta – disse ele seguro – mais como eu disse sem a cirurgia a situação pode se agravar.

- E o que o senhor tá esperando para faze - lá¿ - perguntei me sentando com dificuldade. Minha perna estava esticada e pendurada por um cabo que a mantinha um pouco acima do colchão.

- Existem cirurgiões melhores do que eu e como a senhorita tem condições de paga-los eu imagino que é eles que os seus pais vão preferir – disse ele contrariado.

- Não eu vou querer que o senhor faça – falei.

Ele arregalou os olhos e começou a de falar tudo o que eu iria precisar para fazer a cirurgia. Primeiro uma bateria de exames para ver melhor a situação do meu joelho e depois fazer outros para saber se eu não era alérgica a algum medicamento. Depois a autorização dos meus pais e por ultimo marcar a data da cirurgia para o mais rápido possível.

- Treinadora a senhora pode pegar meu celular, por favor – Ela tinha trazido as minhas coisas.

- Claro – disse ela procurando até achá-lo – Tome.

- Sérgio – falei assim que ele atendeu – Quero que venha me buscar no hospital Houston e depois me leve até o escritório do meu pai.

- Já estou indo – disse ele e desligou.

- Com licença – disse o doutor entrando com um par de muletas – Você terá que usar isso até o dia da cirurgia e alguns dias depois dela.

- Obrigada doutor – disse.

Eles me ajudaram a me colocar as muletas e eu já estava liberada.

Sérgio ligou dizendo que já estava na frente do hospital, a treinadora Gomez queria ir comigo mais eu disse que não precisava.

Quando entrei no prédio enorme onde ficava o escritório do meu pai todos viraram os olhos pra mim. Vários puxa saco vieram perguntar o que aconteceu, seu eu estava bem, perguntaram até se eu não queria ser carregada. Faz favor né.

Peguei o elevador até o ultimo andar deixando eles com a sua preocupação falsa no andar de baixo.

Bonnie é secretária do meu desde antes eu nascer eu acho, ela é uma senhora um pouco esquisita, não tem filhos, marido, não fala de parentes, na verdade ela não fala nada da sua vida, só faz o trabalho dela e de mais ninguém.

- Bonnie você pode avisar o meu pai que eu estou aqui – falei pra ela que não desgrudava o olhar do computador.

- Ele está conversando com a Tânia – disse ela apontando a grade porta de vidro negra – Bata na porta antes de entrar.

- Ok! – falei indo devagar até a porta.

Bati na porta por uns 2 minutos e ninguém atendeu. Aquelas coisas já estavam doendo embaixo do braço então resolvi entrar. O escritório estava vazio, tinha um pequena bagunça encima da mesa.

Me assustei quando ouvi um gemido alto vindo do banheiro, então entendi o que estava acontecendo.

Eu podia ser virgem e nunca ter beijado alguém mais eu sabia o que aquele gemido significava. E eu não dava a mínima.

Sentei na cadeira do meu pai e virei de costa para a porta de onde eles iriam sai. Eu queria saber qual seria a reação deles.

A porta se abriu, ouvi alguns risinhos, beijinhos e outros barulhinhos de que não consegui identificar.

- O senhor deveria fechar a porta papai – falei virando a cadeira para olhar pra ele.

Tânia ficou mais branca que a parede do escritório e pela primeira vez eu vi John Macpherson assustado.

- O-o-o que faz aqui Dominique¿ - perguntou ele apavorado.

Eu não agüentei e cai na gargalhada, Tânia ficou vermelha igual um tomate e papai voltou a ser o velho John Macpherson.

- Desculpe ... eu não ... resistir – falei tentando controlar o riso. Respirei fundo algumas vezes e consegui me controlar – É que eu preciso que você assine um papel.

- Que papel¿ - perguntou ele cruzando os braços.

- Eu vou fazer uma cirurgia e ... – comecei.

- Cirurgia¿ - disse ele espantando vindo até mim – Por que¿ O que você tem¿ É grave¿

Por um momento ele foi um pai de verdade.

- Papai eu preferiria que você não tocasse em mim sabe – falei me afastando dele empurrando a cadeira pra trás. Ainda bem que ela era de rodinha – Higiene.

- O que¿ Há sim ... tudo bem – disse ele corando um pouquinho.

- Bom não sei se o senhor percebeu mais eu machuquei o joelho – falei apontando para o joelho enfaixado.

- Tânia procure o melhor cirurgião do mundo e o melhor lugar onde possa ser feito a cirurgia – disse papai rapidamente.

- Papai eu já escolhi o médico e o hospital – falei suspirando – Além disso não é uma cirurgia muito complicada e levaria muito tempo para arranjar tudo isso.

- Mais Nikke você merece o melhor – disse Tânia.

- Eu só quero acabar com isso de uma vez – falei pegando minhas muletas e levantando.

- Ligue para o hospital Houston e faça o que tiver que fazer – falei indo para a porta – A cirurgia será depois de amanhã.

- Nikke – virei assustada por que ele nunca me chamou de Nikke – Sobre o que você viu ou ouviu ...

- Já esqueci papai – falei – Além disso vocês fazem um belo casal.

E com essas palavras sai deixando eles com caras de tacho.