- Há ... Bom dia Nikke – disse Tom. Ele estava com uma bermuda preta e uma camisa que colava ao seu corpo mostrando o seu abdômen definido.

- Bom dia – falei sorrindo me forçando a olhar em seus olhos.

- Você já tomou café¿ - perguntou ele calmamente parecendo não notar minha analise corporal dele.

- Eu vim trocar de roupa – falei passando por ele.

- Hum ... Belo pijama – disse ele segurando o riso.

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- Cai fora daqui – falei empurrando ele pra fora e fechando a porta.

Vesti uma roupa qualquer e voltei pra cozinha. E não gostei nada do que encontrei.

- O que diabos você fizeram aqui¿ - perguntei num tom assassino. Tinha pão jogado pra todo lado, o bolo estava estraçalhado em cima da mesa e tinha café respigado em tudo quanto é canto.

- Bom ... é ... Hum ... Nikke ... – Gaguejava Tom olhando pro teto.

- Nikke o quê¿ - perguntei cruzando os braços e dando um olhar fulminante em sua direção.

- Cuidado com a ... – olhei pra cima e uma fatia de queijo caiu na minha cara.

- Quando eu tirar essa fatia de queijo dos meus olhos é bom eu não ver nenhum de vocês – falei essa última palavra gritando – AQUI.

Ouvi passos apressados saindo da cozinha. Tirei a fatia de queijo da minha cara e fui tentar tomar café com o que tinha sobrado.

Arrumei a cozinha e fui procurar aqueles destruidores. Encontrei na sala jogando vídeo game, Tom segurava uma guitarra e Georg a outra. Pelo o que entendi Georg estava ganhando. Bill estava sentando com um caderno na mão e Gustav assistia os dois do vídeo game.

- Perdeu Playboy – disse Georg debochado.

Tom deu a guitarra para o Gustav e sentou no sofá emburrado.

- Você é muito mal perdedor – falei sentando ao lado dele.

- Eu sou o guitarrista como é que ele pode ganhar de mim¿ - disse ele revoltado e eu ri.

- Sei lá – falei dando de ombros – Vai ver ele toca melhor do que você.

Ele me olhou como se quisesse me dar uma porrada e eu gargalhei. Fui até o quarto do Tom, peguei meu laptop na bolsa e voltei pra sala, Tom ainda continuava com cara de quem queria me bater.

- O que você vai fazer¿ - perguntou Tom.

- Dever de casa – falei ligando o computador.

- Sobre o quê¿ - falou ele bisbilhotando.

- Alemão – respondi – Você bem que podia me ajudar.

- Em que exatamente¿ - indagou ele.

- É um texto para traduzir – falei mostrando a ele na tela.

- Senta aqui – disse ele se encostando contra a ponta do sofá e me mandando sentar entre as suas pernas, assim poderia passar os braços por debaixo do meu e mexer no laptop.

Ein Junge wurde durch den Wald unterwegs, als er ein Mädchenso hässlich, dass er vorsichtig gefragt, erfüllt ... – leu ele em Alemão – Isso é uma historinha de criança¿

- Eu não sei fala de que¿ - olhei pra tela do computador vendo aquele monte de palavras que não faziam nenhum sentido pra mim.

- Perai deixa eu termina de ler – disse ele voltando o olhar pra tela.

Georg e Gustav estavam numa verdadeira batalha no vídeo game, Bill ainda continuava escrevendo no seu caderno e só levantou para abri a porta quando a campainha tocou.

Ouvi ele cumprimentar alguém e voltando pra sala acompanhado de um cara de cabelos escuros,olhos castanhos, ele não parecia ser mais velho que os gêmeos.

- Gente o David tá aqui – disse Bill se jogando no sofá.

- E ai¿ - disseram Gustav e Georg sem desgrudar os olhos do vídeo game.

- Oi – disse Tom sem tirar os olhos do computador.

David virou para olhar pra ele e arregalou os olhos quando me viu.

- Oi – falei tímida.

- David essa é a Nikke – disse Bill – Nikke esse é o David nosso empresário.

- Olá – disse ele.

- Nikke – disse Tom chamando minha atenção – O texto fala de um cara que se perde na floresta, onde dizem que mora um monstro em forma de mulher. Mais na verdade ela foi transformada pela madrasta que tinha inveja da beleza da moça e a transformou num bicho feio e o encanto só poderia ser quebrado com um beijo de amor verdadeiro.

- Tá mais pra história da Bela e a fera ao contrário – falei.

- Hum ... Tom o que foi isso¿ - perguntou Bill chocado.

- É só um trabalho de escola da Nikke – explicou ele.

- E você não sabe ler Nikke¿ - indagou Bill. Tentei não me senti ofendida com sua pergunta.

- Não em Alemão – respondi.

- Bom deixando o nosso professor de lado – disse David e Tom o olhou irritado – Segunda feira você já está pronto para voltar a gravar Tom¿

- Sim David – disse Tom exasperado – Estarei pronto.

- 100%¿ - perguntou ele.

- 2oo% - replicou Tom.

- Tudo bem – Disse David se largando no sofá – O que vocês tem pro almoço¿

- Bom nós tomamos café agora a pouco – disse Bill voltando a sua atenção para o caderno.

- Vai dizendo ai que eu vou escrevendo aqui – falei voltando pro meu dever.

Ele ia ditando traduzindo o que estava no texto, quando um silêncio muito estranho apareceu de repente e olhei ao redor da sala os rapazes me olhavam com cara de cachorro pidão.

- O quê¿ - perguntei desconfiada.

- Você poderia cozinha pra nós – disse Georg.

- Deus vocês acabaram de tomar café – falei espantada.

- Mais eu pelo menos já estou com fome – disse Tom atrás de mim.

- Eu não vou cozinha pra vocês de novo – falei contrariada – meu cabelo ainda está cheirando a queijo.

- Vai Nikke cozinha pra gente – disse Bill fazendo os olhinhos igual ao gato do Shrek.

- Até parece que eu vou cair nessa – falei sorrindo debochada.

- Tom faz ela cozinha pra nós – disse Georg.

- Até parece – falei rindo.

- Nikke – falou Tom manso.

- Nem vem Tom – falei concentrada no meu dever.

- Qual é Nikke cozinha lá pro seu Tomzinho – falou ele.

- Pro meu o quê¿ - perguntei rindo me virando para olhar pra ele.

- Tomzinho – disse ele.

- Eu não vou cozinha pro meu Tomzinho – falei debochada

- Tá então cozinha pro seu Tomzão – falou ele sorrindo.

- Tá bom eu vou cozinhar – falei e eles comemoraram – mais vocês vão fazer todo o meu dever de casa que envolva a língua alemã – eles gemeram reclamando – Pegar ou largar.

- O Tom faz o seu dever – disse Bill – Ele é que é seu melhor amigo.

- Então Tomzão é pegar ou largar – falei sorrindo vitoriosa.

- Aff ... você é do mal garota – disse ele pegando meu laptop.

- Ótimo – falei – O que vocês querem comer¿

- Nada que envolva carne – disse Bill.

- Ainda é exigente – falei resmungando enquanto ai para a cozinha.

Quando eu estava no meu curso de culinária aprendia algumas sobre a cozinha vegetariana. Resolvi fazer um assado que levava alguns legumes, palmito e um monte de outras coisas vegetarianas. O cheiro estava gostoso mais eu sou uma carnívora nata.

Assim que tirei a forma com o assado do forno e a coloquei sobre a bancada senti braços fortes ao um redor.

- Onde você aprendeu a cozinhar desse jeito¿ -perguntou Tom.

- Aulas de culinária – falei sentindo meu coração saltando no meu peito.

- E por que uma garota como você aprenderia a cozinhar¿ - seu hálito quente batia contra o meu pescoço e eu lutava para não estremecer.

- Eu sempre fiz de tudo pra ficar mais tempo fora de casa do que dentro dela – falei baixinho.

Tom só fez me virar de frente e me abraçou. Eu me sentia uma anã perto dele, o máximo que eu conseguia chegar era ao seu peito. Ele era quente e algumas vezes seu cheiro me fazia esquecer a minha triste vida.

- Bom é melhor você ir chamar os outros pra comer enquanto eu arrumo tudo por aqui – falei saindo do seu abraço. Ele sorriu, me deu um beijo na testa e foi para a sala.