Acordei no meio da noite assustada, as luzes estavam todas apagadas – durmo de luz acessa por que não gosto do escuro -, uma chuva forte caia lá fora e os trovões eram altos.

Peguei o celular e iluminei o quarto, minha mão tremia muito. Quando mais um trovão me assustou eu pulei da cama e fui iluminado o caminho até a sala onde encontrei o Tom dormindo calmamente.

- Tom ... Tom ... Tom – eu chamava ele agoniada.

- Hum – disse ele gemendo e virando de costa pra mim.

Quando deu um trovão bem alto que parecia uma explosão dentro da casa eu pulei em cima dele choramingando.

- Nikke – disse ele assustado me segurando para não cair no chão.

- Eu não gosto de trovões – falei enterrando meu rosto no seu peito nu.

Ele se afastou ficando na ponta do sofá, me colocando entre seu corpo e o sofá. E me abraçou enquanto eu tremia mais que vara verde.

- Por que você tem medo de trovões¿ - perguntou ele próximo ao meu ouvido e o arrepio que eu senti não foi por causa do trovão.

- Eu não sei ... eu só tenho – falei respirando sentido seu cheiro. Tom tinha cheiro de cigarro e um cheiro de homem, forte e sensual.

- Tá mais calma¿- disse ele.

- Sim! Obrigada – a chuva já estava parando ao que parecia – Então eu ... vou voltar pro meu quarto.

Tom sentou no sofá pra eu poder sair e corei quando vi que ele estava só de boxer. Subi correndo pro meu quarto e me joguei na cama sentindo minhas bochechas quentes.

- Droga – falei suspirando quando a chuva engrossou de novo e veio os trovões. Mais não desci de novo ainda estava com vergonha do Tom. Puxei o travesseiro contra a minha cabeça tentando abafar o barulho mais não deu muito certo.

De repente senti braços forte me puxando em direção a um corpo quente.

- Relaxa – disse Tom. Relaxei automaticamente contra seu corpo.

- Obrigada – falei baixinho.

- Dorme – disse ele e estremeci ao sentir seu piercing gelado na minha orelha.

Fechei os olhos apreciando o calor do seu corpo quente contra o meu, a segurança que ele me dava. E adormeci.

Acordei no outro dia com o rosto apoiado no peito do Tom que subia e descia devagar. Seus braços estavam em volta da minha cintura me prendendo ao seu corpo. E eu gostei muito disso.

Levantei devagar tirando o seu braço da minha cintura, fui até a minha mala peguei minha escova e quando terminei desci para a cozinha. A casa estava silenciosa, olhei no relógio ainda era 10 hrs. Eles devem dormi muito, pensei comigo mesma.

Então comecei a fazer o café.

Eu adoro cozinhar, mais raramente cozinho papai não gosta diz que é trabalho dos empregados e é pra isso que eles são pagos. Eu sei cuidar de mim mesma por que eu sei que o dinheiro não dura pra sempre e um dia eu posso não ter essa vida boa que eu sempre tive, então é bom não ser totalmente inútil e vovó sempre concordou comigo.

- Eu morri e fui pro céu – ouvi Georg falar entrando na cozinha.

- Nossa – disse Bill sentando na cadeira e todos o acompanharam, só faltava o Tom.

- Nikke o que você faz aqui¿ - perguntou Bill – Não que eu esteja reclamando é claro.

- Eu dormi aqui – falei sorrindo.

- Então você pode morar aqui a parti de agora, só pra não termos que comer pizza requentada no café da manhã – disse Georg pegando um pedaço de bolo de cenoura – Cara isso tá demais.

- E você dormiu aonde¿ - disse Bill distraído – No sofá¿

- Não no quarto do Tom – falei calma, mais as reações deles não foram nada calma.

Gustav cuspiu o suco, Georg se engasgou com o bolo e Bill queimou a língua no café.

- Ai droga – disse ele abanando a língua com mão, até que pegou o copo de suco e deu um gole suspirando aliviado.

- Posso saber o que foi isso¿ - perguntei. Não acredito que eles ainda insistem nessa história de o Tom querer me levar pra cama.

- Nada é que ficamos surpresos – falou Bill – O Tom nunca trouxe ninguém pra dormir no quarto dele.

- Por ninguém você quer dizer garotas que ele pega pra transar¿ - falei secamente.

- Bom ... é – disse ele.

- Pensei que já tínhamos esclarecido essa história – falei suspirando.

- Olha só Nikke – disse Georg – Ainda é um pouco difícil de acreditar, mais nós estamos tentando tá bom ... Você só nós pegou de surpresa.

- Esquece – falei saindo da cozinha e subindo pro andar de cima. Quando botei a mão na maçaneta pra abrir a porta ela se escancarou.