Damian sentiu um estranho fogo cruzar-lhe o corpo, podia ver claramente o que há meses nunca havia visto, desde a primeira vez que ela o vira, ficara louca de desejo, assim como qualquer donzela mortal daquele lugar, ela era mais uma que caíra em sua teia de beleza e sedução.

Excitou-se ao ouvir as batidas aceleradas do coração da jovem e um ardor aquecendo aqueles finos lábios, que talvez nunca tivessem encontrado outros em toda a sua vida, até o presente momento. Ele então tocou seu semblante com uma de suas alvas mãos, a órfã fizera o mesmo e o beijo começou a se prolongar.

Enquanto uma de suas mãos tocava gentilmente o rosto de Viorica, a outra vagarosamente subia a fina camisola que ela usava, até poder acariciar suas pernas, eram finas e macias, estavam quentes, adorou a troca de calor quando encostou a ponta de seus dedos naquela superfície morena, seus dedos subiam até apertarem suas coxas e continuavam subindo, mais e mais.

A criada afastou-se como se houvesse levado um choque, olhava para o adolescente podendo ouvir as batidas de seu coração, Petrescu levantou sentando-se sobre o colchão, deixou que seus olhos, como uma traiçoeira cascavel, enfeitiçassem a bela garota. Começou a chegar mais perto tocando em sua face e dando-lhe mais um beijo.

Com desvelo, puxava aquele pequeno e magro corpo para perto do seu enquanto o que o excitava não eram os beijos, muito menos os toques, mas sim o som do sangue dela correndo ainda mais veloz por dentre tantas e tantas veias pulsando em cada milímetro de seu tenro ser.

Segurou um dos pequenos seios de Viorica em sua mão na medida em que a outra descia a alça da camisola até que caísse um pouco acima do cotovelo, gostou de acarinhar aquela pele tão jovem e tão suave, ardente como uma tarde de verão enquanto a sua era tão fria feito uma manhã de inverno.

Sua língua passeou pelo pescoço desnudo da moça, mostrando a ela novas sensações, sabia que estava nervosa, mas queria ir em frente mais do que qualquer coisa que pôde querer em sua vida, ela o desejava de modo que não podia conter os tremores quando o ferreiro a tocava, porém estava com medo, com muito medo. Damian podia sentir isso queimando dentro dele, então olhou ternamente nos negros olhos da empregada e falou:

___ Você sabe que eu não vou te machucar, não é?

A voz dele era tão frágil quanto um cristal, saía com musicalidade de seus lábios e tornavam Viorica mais plácida, era um toque de confiança, um poder de persuasão que era gostoso e cheio de mistério, até para o próprio garoto.

___ Eu sei, é que eu nunca fiz isso.

___ Não se preocupe, apenas relaxe. Temos o resto da noite só pra nós.

___ Mas...

___ Shhh!___ emitiu com o dedo indicador selando os lábios da menina.

Deitou-a sobre os lençóis, percebia que seu corpinho estava enrijecido, começou a passear por ele delicadamente, arranhava sua pele proporcionando-lhe arrepios que fizeram com que fosse relaxando, perdendo o medo, a vergonha, matando o nervosismo que havia em seu tenro peito.

Seus lábios encontraram-se novamente, logo depois sua boca fora descendo dando breves beijos no pescoço dela, percebia que a moça arrepiava-se a cada vez que tocava sua pele, desceu um pouco mais, baixou a camisola deixando expostos os pequenos seios.

Brincou com os mamilos pontudos, apertava-os delicadamente entre o polegar e o indicador e de tempos em tempos passava a ponta de sua língua sobre eles, pôde ouvi-la emanar seu primeiro e nervoso gemido.

O rapaz recuou descendo seu corpo, abaixou-se bem perto da virilha da criada, dobrou gentilmente a camisola até o umbigo, segurou cada uma de suas finas pernas bem abertas, sua boca tocou a vagina de Viorica, que retraiu-se como um animalzinho amedrontado, Petrescu então levantou a cabeça olhando para o rosto assustado da adolescente.

___ Não tenha medo, apenas relaxe.

Mais uma dose extasiante daquela jovial e persuasiva voz.

___ Tudo bem ___ respondeu a menina, trêmula.

Baixando outra vez a cabeça, seus lábios novamente tocaram a vagina da garota. Ela olhava para o teto apertando os lençóis entre seus dedos ao mesmo tempo em que mordia forçosamente o lábio inferior, começou a fechar os olhos, crispou as sobrancelhas e entreabriu sua boca, entretanto não emitiu nenhum ruído.

Abriu os olhos fixando-se novamente no teto, segurou ainda mais forte o tecido entre seus dedos, sua boca bem aberta, contorcia-se, perdia o domínio de suas ações na medida em que o prazer aumentava, sentia a língua do rapaz tocando docemente seu clitóris, imaginava a cena que estava acontecendo, imaginava como estaria seu rosto, sua língua fazendo movimentos circulares e lentos, tinha medo de dizer, mas queria tanto que fossem mais rápidos.

Cerrou os olhos mais uma vez, começou a gemer, porém não tão alto, pois temia que Ionel entrasse no quarto, sabia que não iria culpar o filho por se deitar com a criada, mas além de ser expulsa daquela casa, seria uma vergonha para todo o vilarejo. Contorceu seu corpo e percebeu as mãos de Damian apertando ainda mais forte suas pernas, mantendo-as abertas.

Sentiu deliciosamente as contrações de seu primeiro orgasmo, o qual fizera suas pernas tremerem e apertar os olhos com uma extrema força que parecia ter trabalhado incessantemente por séculos, sentiu-se cansada, todavia relaxada e querendo mais. A sensação que acabara de ter era eufórica, confusa, simplesmente adorável, porém fora tão breve que lhe deixou uma vontade de mais.

O ferreiro ainda tocava gentilmente a vagina da menina, contudo, algo parecia excitá-lo mais do que o ato, o ruído do fluido vital correndo ansiosamente pelas veias da órfã, estava ali bem ao lado dele, tão perto que podia beijar seus ouvidos, o som vinha dali, tão perto que o deixava louco, quase impossibilitado de controlar suas ações.

Ouvia um som abafado e familiar, tão semelhante a quando se está embaixo d’água, o ruído das ondas passando, cruzando, trilhando seu caminho até o mar, era tão forte quanto isso e ao mesmo tempo podia ser comparado ao barulho de um pedaço de carne crocante entre os dentes, era forte e tentador.

Segurou então com suavidade uma das pernas de Viorica, procurou se concentrar no exato ponto onde a grossa veia estava pulsando, surpreendeu-se como podia sentir por sobre a ponta de seus dedos os saltos, imperceptíveis a qualquer outro ser humano, que a veia da criada fazia, fora aproximando os lábios da pele da jovem e assim, tão rápida e inesperadamente, seus dentes cravaram na macia carne, perfurando até atingir seu objetivo e foi o que acontecera em questão de segundos.

Não demorou muito para que o sangue invadisse sua boca, entrando por cada mínima papila de sua língua, então pôde sentir um sabor tão doce e tão quente lembrando-se do momento em que esteve com Mihaela. Assim como naquela noite, quando a primeira gota tocou seus lábios, era como se alguém o estivesse excitando, como fizera com a menina há alguns minutos.

O líquido descia fervendo por sua garganta e a cada gole pedia por mais, muito mais que a dose anterior, cada vez mais, era tão bom, tão revigorante, ouvia sua respiração ofegante como em sua primeira noite de amor com Andreea, a mulher que havia ganhado como prêmio na cerimônia de primavera, a qual lhe mostrara novas sensações e novas coisas, coisas de que gostou e que jamais viveria sem outra vez.

Ouvia os gemidos da criada e aquilo o enlouquecera ainda mais, assim como em seu sonho, suas presas beijando sensualmente a carne de uma linda e ingênua donzela que viera até sua cama e na qual estava deliciando-se com seu sangue. Não parava de se martirizar com o pensamento de que isto não era algo comum, que ninguém jamais fizera algo assim, mas não podia parar, não agora.

Tudo ao seu redor havia desaparecido, havia apenas ele e o sangue, descendo em pequenas quantidades por sua garganta, sentia como se estivesse mergulhado em um prazer incomum, um momento de êxtase que não podia sentir nem mesmo quando deitou-se com Andreea ou até mesmo com Rosalind, era maior, mais intenso e sentia que faltava pouco para chegar ao seu ápice.

De olhos fechados, concentrava-se no adocicado sabor, queria sugar rapidamente cada gota como um alcoólatra desvairado, porém queria também absorver a essência, era branda e prazerosa como a brisa que anunciava a chegada da noite, a essência predominava sobre o ato sôfrego de querer somente ingerir aquele singular líquido, era quente como o vinho, rubro como o vinho, vicioso e rutilante, entretanto tão melhor.

Sangue inocente, sangue puro, sangue virginal e oferecido de tão boa vontade misturava-se aos seus lábios também vermelhos, as cores se uniam em diferentes tons delicados de uma cor tão chamativa e sensual, o vermelho picante de sua boca com o vermelho doce do sangue de Viorica, um alimentando o outro, um tornando parte do outro.

Não via e não sentia mais nada, nem ao menos podia saber quem era, tudo era uma eterna escuridão a sua volta, existia apenas o sangue, tão luminoso e provocante, nada nem ninguém para impedi-lo, afastá-lo deste seu novo e peculiar vício que espantava-lhe todos os males, a dor, o medo, a tristeza e o vazio não mais existiam, morriam em seu interior ou apenas adormeciam enquanto a doce presença rubicunda reinava suprema em seus lábios. Estava visível que só iria parar quando não restasse nem mais uma gota, fazendo com que o fardo de existir voltasse a atormentá-lo.

Tudo voltou a ser como era antes, estava ali deitado sobre o corpo de Viorica, ela ainda se contorcia enquanto seu sangue continuava correndo, manchando de vermelho os pálidos lençóis, o motivo para que se detivesse fora uma voz, uma voz que soou no canto mais obscuro de sua mente e o fez recobrar seus sentidos e fixar seus olhos agora tão reluzentes quanto às estrelas na direção de onde o som viera.

Espantou-se ao ver que era Benjamin, ali estagnado em sua frente de braços cruzados e fitando-o de modo tedioso, como se aquela cena não o surpreendesse em nenhuma hipótese.