P.O.V. Cassie.

Dia a dia os sonhos se repetem e são sempre os mesmos. Noite após noite os mesmos sonhos e ele está presente em todos eles, até no dia do incêndio.

Parece estar tentando me salvar ou salvá-la. Minha cabeça está uma confusão danada, como pode uma coisa destas? Como eu posso ser duas pessoas ao mesmo tempo?

Sei que a garota dos meus sonhos sou eu, apesar de ele estar chamando-a de Morgana aquela sou eu sem sombra de dúvidas.

Apesar dela ser uma garota da era da renascença eu sou aquela garota.

—Cassie? Você tá legal?(Faye)

—Não. Me ajuda.(Cassie)

—Deixa eu entrar.(Faye)

Abri a porta e a Faye entrou.

—O que tá acontecendo com você? O que ele te fez?(Faye)

—Eu sou igual a ela Faye. Sou igual a Morgana, a moça dos meus sonhos.(Cassie)

—Tem certeza?(Faye)

—Tenho. Eu vi o retrato.(Cassie)

—Tem certeza que é autêntico?(Faye)

—Tenho.(Cassie)

—Tenta conversar com ele, vai que ele te explica porque você se parece com ela.(Faye)

—Ele disse que eu era ela.(Cassie)

—Tipo reencarnação?(Faye)

—Por ai.(Cassie)

—Bom, conta pra ele sobre os seus sonhos. Ás vezes não são apenas sonhos, são lembranças.(Faye)

—Nunca tinha pensado nisso, mas você pode estar certa.(Cassie)

—Sua avó não contava a história dela pra você? Não dizia que ela prometeu que voltaria para o seu amado?(Faye)

—Sim. Mas, nunca me ocorreu que fosse verdade.(Cassie)

—Isso é estranho, mas tem razão. Desce e vai falar com ele.(Faye)

—Tá. Vou dar um jeito no cabelo antes.(Cassie)

—Quer que eu vá com você?(Faye)

—Não, acho que eu dou conta.(Cassie)

—Se precisar de mim dá um grito.(Faye)

—Vou fazer isso.(Cassie)

—Deixa eu te ajudar. Eu sempre trago umas mudas de roupa na bolsa.(Faye)

Felizmente no quarto tinha um chuveiro e com a ajuda da minha melhor amiga eu fiquei apresentável para o senhor Mikaelson.

—Pronto. Tá linda, agora pega ele.(Faye)

Desci as escadas bem devagar e respirando fundo.

—Ahm, será que podemos conversar um minuto?(Cassie)

—Claro.(Elijah)

Contei pra ele sobre os meus sonhos e tudo mais e cheguei a indubitável conclusão de que eu era a minha ancestral reencarnada.

—Eu amei você em morte como amei você em vida. Trouxe você para esse lugar na esperança de que te ajudasse a se lembrar, foi aqui no salão onde dançamos pela última vez, os nossos últimos momentos juntos antes que você se matasse Morgana! Você era meu mundo! Minha vida!(Elijah)

Ele segurou os meus pulsos me sacolejando.

—Para! Tá me machucando!(Cassie)

—Me perdoe, eu me excedi.(Elijah)

—Eu não me matei.(Cassie)

—O que disse?(Elijah)

—Eu não me matei. Fui assassinada.(Cassie)

—Por quem?(Elijah)

—O mordomo Ramsley. Ele me envenenou.(Cassie)

—Porque?(Elijah)

—Ele disse que eu não era digna de você. Eu era apenas uma serva imunda.(Cassie)

—Minha pobre Morgana. Todos esses séculos eu pensei que havia cometido suicídio.(Elijah)

—E a carta? Você ainda tem a carta que eu escrevi?(Cassie)

—Claro.(Elijah)

P.O.V. Elijah.

Felizmente ela se lembrou de tudo, inclusive da própria morte. E me revelou que não havia cometido suicídio, havia sido assassinada pela pessoa em que eu mais confiei.

—Aqui a sua carta.(Elijah)

—Não é essa.(Cassie)

—Claro que é!(Elijah)

—Não é! A que escrevi estava num envelope vermelho.(Cassie)

—Mas, Ramsley entregou-me a carta.(Elijah)

—Claro que ele entregou, só que entregou a carta errada.(Cassie)

—A carta errada?(Elijah)

—Sim. Não foi isso que eu escrevi.(Cassie)

—E o que você escreveu?(Elijah)

—Que fugiria com você. Que seríamos felizes juntos.(Cassie)

—Não se preocupe, eu vou sempre proteger você Morgana.(Elijah)

—Cassie.

—O que?(Elijah)

—Eu sou a Cassie.

—Certo. Eu vou sempre proteger você Cassie.(Elijah)

—Existe uma forma de eu ser como você?(Cassie)

—Sim.(Elijah)

—Como?(Cassie)

—Você tem que morrer com sangue de vampiro no organismo.(Elijah)

—Faça.(Cassie)

—Você é uma bruxa certo?(Elijah)

—Certo.(Cassie)

—Quando for transformada não será mais.(Elijah)

—Porque não?(Cassie)

—As bruxas são servas da natureza e os vampiros são aberrações da natureza.(Elijah)

—Tudo bem. Mas, eu não acho que você seja uma aberração.(Cassie)

—Quer que eu te transforme agora?(Elijah)

—Não. Quero fazer uma coisa antes.(Cassie)

—O que?(Elijah)

—Duas na verdade. Casar e fazer amor.(Cassie)

—Podemos fazer amor agora.(Elijah)

—Não. Eu prometi pra minha mãe que me manteria pura até o casamento.

—Bom, então é diferente. Promessa é dívida.(Elijah)

—Ainda bem que você entende.(Cassie)

—Entendo melhor que ninguém.E

—Posso perguntar porque?C

—Porque fiz uma promessa aos meus irmãos e a mantive até hoje.E

—E que promessa foi essa?C

—Que estaríamos juntos e unidos sempre e para sempre.E

—Tá bem. C

Toquei o rosto dela e ela fechou os olhos aproveitando a carícia.

—Você não faz ideia de quanto tempo eu esperei por esse momento. Senti sua falta, da sua pele macia, seu cabelo, até do seu cheiro.E

Beijei-a e ela correspondeu.

—O meu irmãozão arrasando corações.

—Rebekah!E

Cassie ficou rosa.

—Só pra avisar, se partir o coração dele de novo eu parto a sua cara!R

Rebekah mostrou os dentes pra ela fazendo-a recuar.

—Então tá.C

Disse calmamente.

—Ótimo. Estou feliz que conversamos.R

—Eu também. Eu acho.C

—Rebekah, podemos conversar um instante?E

—Claro. Manda.R

—Em particular!E

—Tá bem, estressado.R

Nós subimos e fomos para o meu quarto. Tranquei a porta e comecei a falar.

—O que pensa que está fazendo?!E

—Protegendo meu irmão mais velho.R

—Vai assustá-la.E

—E é isso o que eu quero.R

—Se ela partir eu não vou mais conseguir viver.E

—E como pretende se matar?R

—A estaca de carvalho branco está em nossa posse.E

—Você não faria isso!R

—Faria.E

—Você não pode me abandonar!R

—Você não entende?! Ela é o meu amor! Minha alma-gêmea que finalmente voltou pra mim!E

Enquanto isso lá embaixo....

—Isso é constrangedor.C

—É, dá pra ouvir tudo. Faye.

Quando descemos elas estavam coçando a cabeça e mexendo nervosamente no cabelo.

—Algum problema?E

—Não. Nenhum.F e C.

—Sério, qual o problema?R

—É que... dá pra escutar tudo daqui de baixo.C

Então as duas haviam ouvido tudo o que eu e minha irmã estávamos dizendo.

—Olha, eu lamento.E

—Não tudo bem, só que eu não quero ser motivo de discórdia entre vocês. Então, acho melhor a gente cortar o mal pela raiz né?C

—Vou voltar pro hotel Faye. Você vai ficar ai?C

—Não mesmo.F

Elas pegaram suas coisas e foram embora.

—Desculpe ai, por qualquer coisa. Tchau.C

As duas saíram correndo.

—Viu o que fez Rebekah?! Elas fugiram!E

—E desde quando isso é culpa minha?R

—Você as assustou!E

—E daí?! Tem tanta mulher no mundo!R

—Mas, eu preciso dela! Nenhuma outra vai me fazer feliz!E

—Tá! Vou dar um jeito.R

P.O.V. Cassie.

Deus me defenda! Nunca mais volto lá, nunca mesmo.

—O que foi Cassie?F

—Eu não vou voltar lá! Aquela vampira maluca quer me comer!C

—E o cara?F

—Gosto dele, ele me fez sentir uma coisa que eu nunca senti antes. Tipo, umas borboletas na barriga, mas não dá. C

—Você é uma bruxa!F

—E ela é irmã dele.C

—Nossa! Mas, que conclusão óbvia.F

—Eu estou dizendo que não vou machucar ela.C

—Tá bom Cassie! Como você é chata!F

O rapaz da recepção liga e diz que temos uma visita. Nós mandamos a pessoa subir.

Afinal, pensei que fosse o Elijah, mas errei. Era a irmã maluca dele.

—Ah, oi.C

—Olha, eu vim aqui pra pedir desculpas e pedir que não abandone o meu irmão. Sério ele esperou você durante séculos literalmente.R

—Quero que jure que não vai tentar nos assassinar.C

—Eu juro.R

—Então tá.C

—Vamos, peguem suas coisas.R

—O que? Como é?F

—Tenho que levar vocês de volta se não meu irmão vai se matar.R

—Se matar?!C

—Isso. Vamos logo. Temos até o meio-dia.R

—Tá bem.C

—Não está mesmo pensando em fazer isso né?F

—Eu não posso deixar ele morrer Faye!C

—Que se dane! Vamos nessa.F

Quando chegamos ele estava com a estaca na mão.

—Não faça isso pelo amor de Deus!C

—Cassie, você voltou.E

—Isso. Meu Deus.C

Desabei no chão, é horrível ter que correr três quarteirões.

—O que houve? Cassie?E

—Jesus!F

—O que você fez com ela Rebekah?!E

—Eu não fiz nada.R

—Pulmões em brasa, eu quase nem respiro.C

Tinha esquecido como era correr. Nossa isso é muito doloroso.

—Acho que ela só está com falta de ar. A Cassie é asmática.F

—Asmática? E deixou ela correr?!E

—Queria que eu fizesse o que meu filho?!F

—A impedisse!

—Você não sabe com quem está lidando. Se ela quer fazer alguma coisa nada no mundo a impede de fazer.

Eu estava ouvindo eles discutirem e de repente tudo ficou escuro.

Quando eu acordei estava deitada numa cama usando uma camisola de seda branca que parecia antiga.

Vi o lindo roupão pendurado no cabideiro e o vesti descendo as escadas.

Estou morrendo de sede e estou com fome também, onde será que fica a cozinha?

—Cassie?

—Nossa! Que susto Faye!

—Você está bem?

—Estou.

—Onde está indo de camisola e roupão?

—Estou tentando achar a cozinha.

—Segunda porta á direita.

—Ai! Quem é você?

—Niklaus.

—Sim, Elijah?

—Fique longe dela.

—Imaginei que diria isso. Afinal, a garota tem a cara da bruxa Blake.

—Então, você é empregado aqui?

—Não. Eu moro aqui, sou irmão do Elijah. Klaus.

—Tá bem, eu sou a Cassie.

—Venha, vou levá-la até a cozinha.

Ele me fez um sanduíche e me serviu um copo de refrigerante.

—Obrigado. Tá servido?

—Não, obrigado. Eu já comi.

—Então tá.

P.O.V. Elijah.

Nunca vou me cansar de olhar pra ela, ela é tão linda. Parece até um anjo, o meu anjo.

—Se importa de olhar pra lá um pouco? Isso é meio constrangedor e esquisito.

—Me desculpe.

—Então, o que a trás a Nova Orleans?

—Férias de verão. O plano inicial era irmos para a casa do lago, mas não deu.

—Porque não?

—As autoridades disseram que estavam tendo problemas com crocodilos.

—Crocodilos?

—Isso. Saiu até na televisão.

—E os seus pais?

—Eu só tenho a minha mãe Alexandra.

—E o seu pai?

—Morreu quando eu era criança. Acidente de carro.

—Eu lamento.

—Tudo bem. É por causa dele que eu tenho magia negra.

—Como assim?

—Para uma bruxa ter magia negra um de seus pais tem que ser um bruxo malvado.

—Eu não sabia disso.

—Mas, agora sabe.

—É. Agora eu sei.

—Fale-me sobre você?

—O que quer saber?

—Tudo.

—Bom, eu sou Cassandra Alexandra Blake, nasci 23 de julho de 1976 em Whitechapel, Londres.

—Notei o sotaque.

—Obrigado. E o seu irmão também é inglês?

—Moramos na Inglaterra durante anos.

—Isso explica o sotaque.

Vi nos seus olhos brilhantes o amor que tinha por sua terra natal.

O tom que ela usava ao descrever os vales e as casas.

—Sabe, antes de ser chamada Whitechapel a minha cidade foi batizada de Igreja Negra por causa de um tal Reverendo Black, que diziam ser um bruxo que sacrificava pessoas e por isso trancaram ele e seus seguidores dentro da igreja e tocaram fogo.

—Interessante.

—Então, me fale sobre você.

—O que quer saber?

—Tudo.

Lhe contei a minha história e ela ficou com pena de mim.

—Lamento.

—Tudo bem.

—Será que eu posso beija-la?

—Espere eu escovar os dentes?

—Claro.

Ela subiu as escadas correndo e desceu igualmente apressada.

—Pronto.

Aquele beijo foi especial. Foi um beijo de cinema.

—Uau! Você é bom nisso.

—Dizem que a prática leva a perfeição.

—Então vamos continuar praticando.

Disse ela sorrindo pra mim.

Ficamos namorando por algum tempo até Rebekah aparecer.

—Ei! Vocês estão na cozinha!

—Pô, se ta fazendo de propósito né?

—O que?

—Você sempre chega quando estamos nos beijando. Aposto que você usa a sua audição de vampira pra ouvir o que estamos fazendo e aparece pra estragar porque morre de ciúmes e de inveja.

—Inveja?

—Isso. Mas, não se preocupe algum dia você vai encontrar o seu Príncipe encantado.

Rebekah fez uma careta da qual eu tive que rir.