Então ele me disse:

- E o que você quer então?

- Nada...Só ficar quieta aqui.

- Amplie seus mundos.

- Eu quero a Lua.

- Ampliou de mais.

Riu:

- Ok, eu quero uma estrela.

- Mas isso é fácil! Eu compro pela internet agora mesmo.

Ri e coloquei a mão em seu peito:

- Bom, tudo é fácil de mais para você Senhor Schumacher.

- Peça algo difícil então, sem ser a Lua...É claro,rs.

- Me beija.

- Te beijo.

Fez o que pedi:

- Você é incrível Danielle.

- Sou?Rs.

- Ninguém pode me privar de achar isso.

- Excerto eu Senhor Schumacher, se eu quiser posso fazer de mim mesma a pessoa mais chata do mundo.

- Ninguém, nem mesmo você pode me privar de te achar incrível, mas e que tal me chamar de amor? Ou de Chris? Porque tem que ser clichê?

- Estamos falando de amor, Senhor Schumacher – Ri – Tem que ser clichê!

- Ah Danielle...É por isto que eu te amo, você é boba.

- Você ama meu clichê, admita.

- Eu te amo, Senhora Olivati.

Me beijou de novo:

- Não me chame assim!

Ri:

- Não gosta de seu nome? Rs, ou acha que só você pode chamar os outros pelo Sobrenome?

- Um pouco...Dos dois.

- É um nome italiano, devia se orgulhar dele.

- Oh cara! Me orgulhar de quê? Que história a minha família tem de tão importante?

- Bom...Nada, acho.

- Então porque se orgulhar?

- Do que ainda está para acontecer.

- O que ainda está para acontecer?

Tirou do bolso uma caixinha de alianças:

- Está...Brincando, certo?

- Não, eu realmente quero saber o que ainda está para acontecer, o que me diz?

Me ajeitei no pequeno sofá, saindo de seu colo e abri a caixinha:

- Sim ou não?

- Está gozando com a minha cara né Christoff Schumacher? É claro que sim! Eu...Eu te amo!

Dei um beijo nele caindo novamente em seu colo, a noite foi completa por risadas, vinho e bastante de meus clichês.

Acordei na cama dele no outro dia, levantei e olhei para a parede, tinha um bilhete pendurado:

“ Danielle,
Recebi uma ligação do trabalho e tive que sair correndo, um cachorro foi envenenado...
Fiz um café e tem pães frescos em cima da mesa, volto em algumas horas.
Eu te amo, Christoff.”

Peguei o bilhete e o coloquei na minha bolsa “Ah Chris, ainda bem que te achei” pensei um pouco alto.

Christoff Schumacher realmente era um achado, um cara que eu não ia achar em qualquer lugar, era um Alemão de vinte e nove anos, ele era loiro, tinha olhos azuis penetrantes, eu não sabia se gostava mais dele com barba ou sem barba, pois das duas formas ele ficava lindo e sério, tinha um ótimo porte atlético, forte, alto, ele era engraçado, romântico, mas só comigo, com outras pessoas ele era um pouco cabeça quente, mas o Certo é que Chris Schumacher era o meu príncipe encantado há cinco anos.

Minha história é simples moro aqui desde sempre, herdei de meu pai como filha única todos os seus imóveis e dinheiro, ele tinha um apartamento em cima de um café e uma certa quantia em um banco, então eu arranjei um emprego numa Clínica Veterinária.

Meu pai era um jovem bem sucedido, vinha de uma família rica e muito respeitada no bairro, mas meu pai cometeu o erro de se apaixonar por uma italiana com problemas emocionais, ele teve uma filha com ela, bom...No caso a filha sou eu e em homenagem a minha mãe recebi o mesmo nome que ela, Danielle Olivati...Ela se matou quando a filha nasceu, ele nunca mais amou outra mulher, morreu a três anos atropelado na faixa de pedestre enquanto atravessava a rua, a indenização ainda estava chegando no ano passado.

Fui para a cozinha tomar um café da manhã, mas antes chamei sua cadela Eika:

- Vem cá garota, quer comer? Papai lhe deixou comida?

Acariciei sua barriga e olhei para a tigela de ração vazia:

- Papai esqueceu sua comida Eika? Tudo bem, eu vou encher sua vasilha.

Peguei a sacola de ração para cães no armário em cima da geladeira, onde ele sempre colocava:

- Ainda bem que seu pai é organizado, né?

Ri:

- Anda, vai comer.

Abri a geladeira, peguei o leite, alguns queijos e uma fruta:

- Delícia.

Misturei Café com Leite e comecei a preparar um sanduíche, comi tudo e lavei a louça, me sentei no sofá:

- Não sei o que fazer com esses dias de folga...

Eika pulou em cima de mim:

- Eika! Sind Sie schwer! Damn!

Vou dar uma tradução “Eika! Você está pesada! Droga!”, faço isto quando estou nervosa:

- Eika, saia do meu colo.

Empurrei a cadela:

- Sinto muito garota, mas você está muito pesada, tem que se lembrar que você é uma dálmata.

Liguei a Tv e deixei ela descansar a cabeça em meu colo:

- Tenho que me trocar...

Falei logo que percebi que ainda estava com o pijama de ontem a noite.

Fui para o quarto e coloquei uma calça, uma blusa e um casacão:

- Ainda está nevando né?

Olhei pela janela:

- Vem, vamos colocar umas botas e sua bota.

Para algumas pessoas é ridículo colocar roupas e calçados em cães, mas tente colocar as suas mãos no chão frio coberto de neve, ou tente sair nu em um dia de neve:

- Muito bem...Cadê?

Fui até a cozinha e olhei o armário em cima da geladeira:

- Neste armário é tudo seu, né? Vou tentar me lembrar.

Coloquei as roupinhas nela e peguei as chaves reserva do apartamento que ficam penduradas atrás da porta da cozinha:

- Vamos.

Ela veio com um brinquedo na boca:

- É, vamos brincar...Deixe-me colocar sua coleira.

Descemos as escadas e partimos para a pracinha que fica logo na frente do prédio.

Um lugar lindo, onde idosos costumavam passar o tempo jogando cartas e alimentando pássaros, as crianças passavam o tempo correndo umas das outras, rindo e brincando, alguns casais vinham para se encontrar e dar uma volta...

Me lembrei que foi aqui que eu vi Chritoff pela primeira vez, ele estava com a Eika na coleira, usando o telefone e também com um café expresso na mão, estava com pressa e passou direto por mim. Naquele dia eu descobri que ele iria trabalhar comigo lá na clínica, oh...Mas isto foi a muito tempo...Nem ao certo sei como eu me lembrei, não estava nem perto de me apaixonar por ele.

Senti Eika me puxar:

- O que foi menina?

Olhei voltando a me concentrar nela:

- O que foi?

Me agachei em frente a ela:

- Quer brincar, certo?

Peguei seu brinquedinho e soltei ela:

- Não vou me arrepender de te tirar da coleira né Eika?

Latiu como resposta, se isso for considerado uma resposta:

- Ok, vamos brincar.

Joguei o brinquedo e ela foi buscar repetidamente, me sentei no banco enquanto ela o mordia freneticamente:

- Hum...Deve ter algo interessante para fazer.

Olhei em volta e vi um garotinho que vendia jornais:

- Hey! Quanto é?

- 3,00 €

- Me dê um.

Entreguei a ele o dinheiro e ele me deu o jornal:

- Obrigada,garotinho.

Me sentei de novo no banco ao lado de Eika e comecei a ler o jornal, depois de um tempo começou a bater a fome:

- Vou comer uma torta de limão, vem comigo?

Atravessei a rua e me sentei em uma mesa do lado de fora da padaria, um garçom veio logo me atender:

- O que gostaria?

- Mal peguei no Menú...Mas, quero uma torta de limão e qualquer refrigerante que tiver aí.

- Ok senhora...Olivati, estou certo?

Ri:

- Muito em breve serei a Senhora Schumacher.

- Oh! Parabéns!

Disse sorrindo:

- Obrigada.

Ele era muito educado, só lembro de ter falado meu sobrenome neste lugar uma vez...E ele se lembrou.

Amarrei Eika ao pé da cadeira onde eu estava sentada:

- Quieta Hein?

Esperei lendo o jornal por mais alguns minutos e a torta chegou, comecei a comer e senti meu celular vibrando no bolso:

- Hallo?

- Hallo! Como vai a minha querida sobrinha?

- Tia? Quanto...Tempo.

Era a irmã de meu pai, a minha única parente viva...