Capítulo 4: Encurralado. Me tirem daqui!

-Mel! Eu estava falando com você e simplesmente sumisse!

Corei levemente, parando no lugar ainda atrás de meu primo.

-Alexander me convidou para mostrar a casa. – menti, me sentindo péssimo. O pior de tudo é que ambos meus primos sabiam que eu estava mentindo.

-Mesmo? Bem, se for isso tudo bem, mas então por que estas com Richard? E por que pareces tão assustada?

Parece que ela sabe que eu estou mentindo! Sou péssimo nisso, eu odeio mentir, parece que todos sabem. Droga... Como vou fazer para sair dessa?

-É claro que ela está assustada mãe, você também estaria se tivesse se perdido no primeiro dia em uma casa nova, não é Mel? – disse a voz linda e aveludada de Alexander, acariciando meus ouvidos...

Fitei-o confuso. Ele estava me ajudando... Mas por quê? Ah, óbvio, porque ele não quer que sua mãe fique sabendo que ele tentou seduzir a priminha inocente logo no primeiro dia. Com uma certa pontada de desapontamento, concordei com a cabeça, abaixando o olhar como uma boa menininha envergonhada.

-Isso mesmo! – afirmou Richard, também entrando na mentira. –E eu a encontrei perdida, vagando pelos corredores e ajudei-a, claro!

Um problema resolvido, ter deixado minha tia falando sozinha. Outro novo problema: agora estou como mentiroso para meus primos, bem, talvez não Richard já que ele sabe que sou um garoto, mas já Alexander... Espero que ele pense que estou apenas envergonhado demais para admitir o que realmente aconteceu.

-Oh, tudo bem então! Que tal irmos todos comer o delicioso lanche que Carolina fez para nós lá no jardim? Assim Melody o conhece também! Você quer Mel?

Eu afirmei com a cabeça, sorrindo envergonhado. Rapidamente, minha tia se aproximou de mim e, quando me dei conta já estava sendo arrastado pela mão feminina de dedos finos para o pátio. Inconscientemente eu sorri, deixando a vergonha de lado. Pela primeira vez na minha vida eu tinha uma mãe de verdade, que se preocupava comigo, não era como as madrastas que eu tive, essa era tão carinhosa...

-Hey mãe, eu tive uma grande idéia! Por que não vamos todos para a piscina? Sabe, para Mel poder relaxar depois dessa longa viajem...

-Ah, nem pensar! Com você e Alexander com os hormônios a flor da pele... Claro que não vou deixar minha filhinha inocente de biquíni na frente de vocês, seus monstros sedutores!

Sabe tia, do Richard eu não sei, mas o Alexander a senhora acertou em cheio!

-Vamos mãe, Mel está cansada e em sua antiga casa não havia piscina.

Minha tia parou de supetão e eu quase bati em suas costas. Ela voltou seu olhar para mim, fitando-me confusa.

-Verdade filha? Não havia piscina na sua outra casa?

-Não. – eu respondi, feliz por não ter de mentir já que isso era verdade.

-Por que não me disse isso antes? Venha logo, eu tenho vários biquínis de tudo quanto e cor! Acho que talvez fiquem bons em você enquanto não compramos um próprio seu.

O rumo havia sido trocado, agora estávamos voltando para a cozinha, passando pela grande e chique sala e indo na direção das escadas no canto esquerdo.

-Ah, ótima idéia mãe! Estou louco para ver Melody com um biquíni bem pequenininho... – ouvimos o comentário de tom extremamente malicioso de Richard antes de chegarmos à escada, seguido do barulho de um tapa.

-Você é um idiota mesmo. – disse Alexander, suspirando. Minha tia achou que ele estivesse me defendendo, mas depois do ocorrido no quarto tenho certeza de que foi pelo comentário de Richard ter mudado os planos de minha tia.

-Richard, você que é menor. – começou minha tia, apontando um dedo para Richard. –Consiga uma roupa sua para emprestar a Mel, assim seus hormônios ficam bem quietinhos. Será como se Mel fosse um menino. – ela disse rindo e eu teria erguido uma sobrancelha se o olhar de Alexander não estivesse em mim.

Meu primo concordou e mais uma vez eu fui puxado escada acima, na direção de meu novo quarto e ex de meu primo. Parece que ambos meus primos são mestre na mentira, manipulação e falsidade. Onde é que eu fui me meter...

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Vamos analisar a situação. Estou em meu novo quarto, dentro de um enorme e momentaneamente vazio closet, vestindo uma bermuda de Richard azul claro larga e uma blusa de minha tia justa e rosa. Problema: A blusa é justa demais e eu não tenho um busto volumoso, entendem?

Seria pedir demais que Richard surgisse mais uma vez para me salvar? Bem, ali no canto tem a minha mala com algumas roupas masculinas que eu usava normalmente antes, ali com certeza terá algo mais apropriado para que eu vista... Mas, mesmo assim, o que direi a minha tia? Vamos ensaiar em sussurros.

-Ah, sabe como é tiazinha, é que eu jogo no outro time e gosto de me vestir de garoto. – eu sussurrei o mais baixo possível, tirando aquela blusinha de menina e jogando no chão. Óbvio que não vou dizer isso. Talvez...

-Liberdade de expressão! – eu disse baixinho, mas num tom de grito. Retirei a bermuda, ficando nu apenas para mim mesmo.

Sorri e me joguei de costas no chão de carpete, fitando o teto branquinho acima de mim. Aquilo pelo menos estava servindo para aliviar um pouco a tensão dessa situação vergonhosa em que eu me encontrava. Joguei um pouco mais para trás meu rosto e vi que, atrás de mim havia um grande espelho. Sentei no chão, ajeitando-me de frente para o espelho. Fechei as pernas de leve, flexionando os joelhos e jogando-as para o lado. Posicionei meus braços na frente de meus peitos, escondendo-os. Fiz cara de garota bobinha e inocente, com meus olhos azuis brilhando levemente.

-Ah primo, não me olhe assim, me constrange... – eu sussurrei quase gemendo. –Você é tão mau! Sou apenas uma garotinha tão inocente...

Joguei-me novamente de costas no chão, mas sem sair da pose, apenas esticando um pouco as pernas. Fechei os olhos e imaginei Alexander, com seus olhos vermelhos vidrados em mim e os lábios igualmente vermelhos e finos repuxados, deixando a mostra um sorriso malicioso com suas irresistíveis presinhas brancas a mostra...

-Ah, Alex... – eu gemi de leve, lembrando de quando estávamos em seu quarto e ele beijou meu pescoço, com seu hálito fresco batendo em meu pescoço... Seus lábios úmidos indo ao encontro de minha pele sensível e quente...

“Michel, abra as pernas para mim meu amor...”

Eu soltei um suspiro, pronto para entreabrir minhas pernas, obedecendo àquela voz tão bela e tão sedutora que ecoava em minha mente...

-Mel, você está bem filha?

Despertei de meu transe, abrindo os olhos e sentando-me novamente no carpete, assustado. Meu coração se apertou quando encaixei meu sonho com a realidade. Alexander nunca diria meu nome, para ele eu era apenas Melody e ele me queria apenas para Richard não me ter. Meus olhos se encheram d’água, mas eu definitivamente não podia chorar, minha tia veria meus olhos vermelhos. Sequei-os rápido e tentei sorrir, normalizando a respiração e a voz, que estava trêmula. Girei meu corpo na direção da porta, esticando uma mão em sua direção.

-Meu primo é um predador! Salve-me titia...

-Mel, está tudo bem? Por favor, me responda! – meu coração deu um pulo ao ouvir a voz dela me respondendo e eu gelei por dentro, por um segundo eu podia jurar que ela tinha ouvido absolutamente tudo!

-Estou bem tia, só...

Eu ensaiei tanto a toa! Eu não iria dizer que jogo no outro time e gosto de garotas (o que seria uma ironia levando em consideração que sou um garoto) e nem aquele lance idiota de “liberdade de expressão”, só pioraria as coisas! Se eu fosse uma garota, inocente e frágil, por que eu não usaria uma linda blusinha cor de rosa para ir nadar na piscina, na frente de meus primos? Claro, não quero que eles me vejam!

-...Acontece que essa blusa é muito apertada, não quero que meus primos vejam muito de meu corpo mãe. – eu destaquei bem a ultima palavra, sabendo que minha tia vibraria do outro lado da porta.

-Tudo bem minha filha, eu entendo tão perfeitamente! Você é uma garota em desenvolvimento que está constrangida em ter de mostrar suas curvas para seus primos, isso é completamente normal! – ela disse mais do que animada, fazendo-me suspirar aliviado. –Veja, apenas use a bermuda de Richard e qualquer uma de suas blusas, sim? Vou lhe esperar lá embaixo, mas qualquer coisa é só gritar pela janela!

Ouvi os passos dela se afastando e me levantei, tentando me acalmar, afinal, havia dado tudo certo. Recolhi a bermuda de Richard do chão e a vesti novamente, voltando-me para o espelho, encarando a mim mesmo e meu corpo. Eu sou um garoto. Meu nome é Michel. Aproximei-me mais deste e encostei minha testa, suspirei tremulamente e permiti que uma lágrima escorresse pelo canto de meu olho, queimando minha face.

-Eu sou um garoto. Meu nome é Michel. – dizer fora mais difícil do que pensar, pois assim era como se todos pudessem me ouvir. Doía mais.

Tomei uma balada de ar, junto à energia mental e fui para as minhas malas, fuçar lá, eu realmente não sei qual blusa eu deveria usar em um momento desses. Talvez... Uma camisa branca? Não, branco é sinônimo de transparência. Bem, eu tenho uma preta lisa, combina com o short azul clarinho e quando molhada se ajustaria a minhas curvas, já que cintura pelo menos eu tenho. Vesti-a e voltei-me para o espelho, para ter certeza de que meus olhos não haviam ficado vermelhos, quando vi que não fui para a porta, abrindo-a. Olhei para frente e me assustei, com meu coração disparando, fiz menção de voltar ao closet, mas a mão de Alexander fechou a porta, impedindo-me de abri-la.

-Espere, não vou fazer nada de suspeito. – ele disse prensando-me na porta, felizmente eu estava de costas para ele. –Eu apenas gostaria de me desculpar pelo meu comportamento mais cedo. Eu tratei você como se fosse apenas mais uma daquelas garotas oferecidas que se jogam em meus braços, você não é assim. Desculpe.

Minhas pernas tremiam com sua voz tão perto de mim. Encostei minha testa na porta torcendo para que ele não percebesse meu rosto vermelho.

-Vamos Mel, olhe para mim. Já disse, não vou lhe fazer nenhum mal.

Antes que ele mesmo fizesse e com certa dificuldade por ainda estar sendo pressionado contra a porta, eu me virei de frente para Alexander e suprimi toda e qualquer reação ao vê-lo apenas com uma bermuda preta com detalhes em vermelho e seu peitoral... Seu peitoral definido, com os gominhos em destaque e possuidor de uma pele tão branquinha que estava tão próxima de mim... E ele se aproximou mais ainda! Manti-me neutro por fora, mas vibrei por dentro.

Alexander é LINDOOOOOOO! Entendeu? L-I-N-D-O! Simplesmente PERFEITO! A pessoa mais linda que já vi! Como ele consegue ser assim? É por isso que sua auto-estima é tão alta e logo no primeiro dia já tentou me seduzir! Mas eu não posso ficar gritando aos céus sobre sua descomunal beleza, eu deveria fazer algo, eu fiz o acordo com Richard exatamente para dar um final diferente ao de sempre para tais momentos.

-Você mesmo disse que não faria nada, então pode se afastar um pouco de mim, por favor? – eu pedi tentando ser indiferente, mas já com certa falta de ar. Não sou uma menininha idiota, sei que estou parecendo agora tanto por fora quanto por dentro, mas Alexander nem é tão bonito assim... Ah, não posso mentir, é pecado, Alexander é perfeito!

Ele se afastou um pouco, me dando espaço para respirar. Agora que eu tinha uma visão mais ampla do corpo de Alexander, apenas pude constatar o que eu já sabia: ele é perfeito.

-Você me desculpa Melody?

Como eu não posso contra ele, vou ceder. Afirmei positivamente a baixei o olhar, já sabendo que minhas bochechas queimavam. Eu tinha de fazer o papel de uma garotinha inocente mesmo, então não havia nada de mais em deixar-lhe ver que estou em um momento frágil.

-Ótimo. Então vamos logo lá para baixo que minha mãe não gosta de esperar.

Percebi que ele queria segurar minha mão e a tirei de perto dele, não o deixaria segurar minha mão, daí sim eu enfartaria! Ele fechou a cara e seguiu na direção da porta, acho que ser rejeitado tantas vezes pela mesma garota já estava afetando seu orgulho. Será que agora seria uma questão de orgulho conquistar a garota difícil? Acho que é exatamente isto que Richard quer. Segui atrás de Alexander, indo na direção do pátio.

-Alexander, por que fez aquilo? – as palavras simplesmente escaparam de minha boca, nunca me arrependi tanto. Queria poder caçar elas todas de volta e recolocá-las para dentro de meus lábios.

-Bem, porque você é linda e irresistível. Eu já sei que você não me entenderá, porque você é o tipo de garota mais quieta e inocente, que vai devagar. Melody, responda-me com sinceridade, você não quis porque se assustou ou porque não gostou?

Ele fitou-me com aqueles olhos vermelhos intensos e meu coração pulou. Meu trabalho é seduzi-lo, então não posso deixá-lo desistir de mim, devo fazê-lo me querer, sem que eu o queira. Ok, vou começar a tentar então, espero não me sair tão mal.

-Eu... Não sei. – boa resposta Michel (disse-me irônico)! Continuou sem seguir nenhum dos caminhos. Sou um idiota mesmo.

Mas, talvez eu não tenha me saído tão mal assim, ele sorriu, aquele sorriso que faz minhas pernas tremerem.

-Tudo bem, é apenas uma questão de tempo até descobrires o que realmente sente por mim. – ele disse tão convicto de si! Eu simplesmente revirei os olhos.

-Você é tão confiante! Quanta arrogância!

Quando me dei conta do que houvera dito levei ambas as mãos à boca, tapando-a. Acontece que as palavras simplesmente saíram! Fora inevitável! Que droga, por que tenho que ser eu mesmo logo com Alexander?

O olhar dele sob mim está me assustando. Ele parece surpreso, na verdade, muito surpreso. E se Richard descobrir esse fora que eu dei? To ferrado!

Alexander... Riu.

-Acho que você é a primeira garota que me diz isso.

Sabe, mesmo com uma vontade imensa de corrigi-lo e deixar claro que sou um garoto e descobrir que, provavelmente não sou o primeiro garoto a dizer isso, eu sorri. Aquela simples e maldosa frase vinda de mim mesmo fez-lhe sorrir e isso me faz tão bem, porque fui meu eu de verdade. Quero tentar de novo, mas tenho medo que dessa vez ele não aceite de tão bom grado.

-Você não deveria ser tão convencido. Não importa o quão bom seja, sempre pode ser melhor.

Eu estava aflito, com medo de estragar tudo tão cedo, mas o fato de Alexander continuar a sorrir me acalmou.

-A perfeição está nos olhos de quem vê.

Agora não me importo se ele ficar chateado comigo, eu tenho a grande necessidade de acabar com esse ego enorme dele! E, ainda sim, admitir que ele é simplesmente incrível.

-É verdade. Ela pode estar nos olhos de todos que o vêem, mas não pode estar nos seus. Você nunca será perfeito para todos e, talvez, a pessoa que você deseja que o olhe pode ter uma opinião contrária de todas as outras.

Ele continuava me fitando de um modo estranho e, fala sério, acabei com ele! Nossa, se Richard permitir que eu faça isso mais vezes... Seria simplesmente perfeito! Alexander está a caminho da perfeição, mas ainda não chegou lá, seria bom para ele e para as pessoas a sua volta que ele fosse um pouco mais humilde. Nossa, ele continua me encarando, mas sorrindo amigavelmente.

-Você é incrível Melody.

Para eu me sentir bem ignorei a última palavra, afinal, mesmo ele não sabendo estou sendo Michel agora, eu mesmo. Acho que Richard está certo em querer se vingar de Alexander e, melhor ainda se eu conseguir torná-lo uma pessoa melhor. Isso será extremamente difícil.

-Melody! E... Alexander.

Richard aproximou-se de nós e olhou com cara feia para Alexander, como se realmente estivesse irritado em nos ver juntos. Minha mão fora puxada com força, fazendo meu corpo bater contra o de Richard.

-Não fique tão perto de Melody, você não a terá! Ela é diferente!

Alexander também estreitou o olhar, encarando a Richard.

-É o que veremos. – ele sibilou extremamente perto de Richard, com um sorriso cruel na face. Obviamente eu fingi ser cego, surdo e mudo.

Fui puxado para longe de Alexander, na direção do jardim, assim que nós viramos de costas eu vi Richard sorrir, contendo uma risada, apenas dei de ombros. Chegando ao jardim minha tia olhou-me com cara feia, mas foi só eu chamá-la de mãe e fingir vergonha que ela logo sorriu e me abraçou fortemente.

O jardim da casa era realmente muito lindo. A piscina era enorme, com cadeiras para tomar banho de sol a sua volta, um belo balanço de jardim ricamente decorado próximo de uma bela mesa de conjunto com o balanço. A mesa estava posta com um café da tarde de dar água na boca, com direito a sucos, chás, bolos e tortas, provavelmente tudo para alegrar Melody. Um pouco ao longe havia a casa da piscina, com a porta fechada e vários tijolos de vidro. Na extremidade contrária a da casa da piscina, havia um belo jardim incrivelmente verde e com várias flores de todos os tipos, com predominância de rosas. Eu não tinha mínima noção de que meus primos possuíam tanto dinheiro assim. Não vou dizer que não importa porque seria mentir, importa sim porque isso muda todo o estilo de vida o qual terei, mas posso garantir de que isso não afeta em nada o que sinto pela minha família.

-Mel, você quer comer antes ou nadar um pouco primeiro?

Aproximei-me lentamente da piscina e olhei para dentro, a água era límpida e muito bonita, mas isso não me impediu de temer, era parecia ser muito funda. Engoli em seco. Não sei nadar e não estou com muita fome, comi uns salgadinhos fritos durante a viajem que parecia que iam voltar agora. O que devo fazer?

Para meu alívio, Richard parou ao meu lado, fitei-o em desespero e sussurrei um “ajuda” perceptível apenas para ele. Meu primo teria de deduzir sozinho meus problemas, caso contrário eu estarei ferrado.

-Mãe, por que não fazemos uma brincadeira? Garanto que Melody deve adorar briga de galo¹.

Não, eu não adoro, mas isso é uma excelente idéia! Como Richard pensou nisso? Assim não preciso mergulhar e não preciso comer! Será que ele lê pensamentos? Brincadeirinha.

-Você quer filha?

-Quero.

-Ok! Eu fico com a Melody e você fica com o Alexander! – disse Richard animado, agarrando-me pela cintura e puxando-me para perto dele. Eu corei.

-Eu também quero a Melody. – disse Alexander em uma frase ambígua até demais.

Bem, Richard deve estar apenas fingindo que me quer no time dele para provocar Alexander, nesse caso eu devo ficar do lado de Alexander, não é? Assim ele pode se interessar mais por mim. Quando fiz menção de me soltar de Richard, ele apertou com mais força minha cintura.

-Você quer esfregar seu pau no pescoço dele? – ele sussurrou entre dentes, parecendo até ventríloquo. Eu senti meu rosto esquentar em pura vergonha, ele podia ter sido mais delicado ao me lembrar disso, imagina só se escutam isso! Nossa, o Richard é direto demais...

-Eu... – gaguejei de leve, com medo de que tivessem escutado o que meu primo mais novo dissera. –Eu quero ficar com o Richard.

Abaixei o olhar, mas não antes de ver a expressão incrédula no rosto de Alexander. Richard deve ter se divertido.

-Tudo bem Le, eu fico no seu time – consolou-lhe minha tia. Fui forçado a abafar um riso, tanto pelo apelido quanto pelo mico de Alexander estar sendo consolado. –Nós vamos acabar com Melody e Richard! – minha tia disse em um tom tão mau que eu me assustei, arregalando os olhos e erguendo o rosto.

Minha tia retirou a blusa e o short e, com todo o respeito, tenho que dizer que ela tinha um baita corpão! Bem magrinha, com uma cintura bem marcada, um busto médio e... Ok, vou parar por aqui, mas eu me pergunto como ela consegue isso depois de ter tido dois filhos?

Logo, me vi sentado nos ombros de Richard, com minha tia sorrindo de forma muito suspeita, sendo carregada por Alexander. Hora das confissões: sou fraco e não sei nadar, a piscina é funda, meu estômago está revirando e minhas partes íntimas estão forçando contra o pescoço de meu primo, ou seja, estou ‘fudido! Desculpe o palavrão, mas ele traduz perfeitamente este momento.