Mr. Medicine

I wanna Banana!


Pov. Taylor

- Você? Nada. Mas eu posso. – Lilo me disse, ao telefone, depois que eu lhe contei tudo que ouve mais cedo com Jensen e Jared. E depois que esgotei meu estoque de lágrimas (não de tristeza, mas de raiva).

- O que você...

- Tchau Tay. – ela não me deixou terminar, se despediu e desligou o telefone.

Pov. Lilo

Procurei um número na agenda telefonica do celular para qual não ligava fazia algum tempo.

Assim que eu o achei, liguei.

Não que fizesse muita diferença, porque, na verdade, eu já estava em frente à sua porta (e foda-se o fato de que já era bem tarde).

Ninguém havia me dito que o ele morava no 301, mas isso eu consegui deduzir.

- Alô? – a voz masculina disse, ao telefone.

- Oi, é a Lindsay. Cara... dá pra abrir a porta?

- Que porta?

- Da sua casa né.

- Ah. Ok. Claro.

Alguns segundos depois, a porta se abriu e eu pude ver um cara de regata branca, calça de malha, meias e chinelos, com uma mão na maçaneta e outra segurando um celular.

- Olá. – eu disse. – Eu posso entrar?

Não esperei ele responder, entrei e me sentei no sofá.

- Hã... claro. – ele disse, fechando a porta.

- É o seguinte. – eu disse. – Vou direto ao ponto.

- Tá bom. – ele deu de ombros e se sentou na poltrona ao lado.

- Você me deve um favor, e eu vim cobrá-lo. – disse, sem cerimônia.

Ele me olhou sem expressão por algum tempo, e então perguntou:

- É sobre ela?

- Sim, Jared, é sobre a Taylor. Você precisa ouvir.

Ele passou uma mão nos cabelos, impaciente.

- Eu não preciso ouvir nada. Eu já vi tudo que eu precisava.

- Você viu errado, cara.

- Escuta, por que você veio aqui, ao invés dela? Entenda bem, não que eu não tenha gostado de você ter vindo, é que...

- Seja sincero: se ela viesse, você deixaria ela falar.

Jared pensou por um segundo e abaixou a cabeça.

- Não.

- Entende? É por isso. Ela é minha amiga. Ela está mal. E você viu tudo errado.

- Vi errado? O que eu vi errado? Eu não vi nada errado. Eu vi um casal se beijando em frente a minha porta, e, à propósito, a garota era a minha namorada.

- Tá, você viu certo. Mas, espera, você não viu certo. Você viu certo, mas entendeu errado.

- O que? – ele pareceu confuso.

[N/A: Parte da fic dedicada à @IronicallyGirl_: mode on]

Antes que eu pudesse responder, um animalzinho chegou na sala, me encarou por um segundo e depois andou até Jared, aninhando-se no pé dele.

Era um gatinho amarelado, com listras alaranjadas e olhinhos esbugalhados, que miou pra mim e quase parecia implorar pra que eu o sequestrasse.

Era um gatinho persa.

Lindo, lindo, meu vezes lindo.

E muito muito fofíssimo.

Ele era um pouquinho maior que a minha mão.

Eu fiquei olhando pra ele, e então ele levantou dos pés de Jared e veio até os meus.

Não acredito que ele tenha achado as minhas botas muito confortáveis, então eu peguei o gatinho no colo, coloquei-o em cima das minhas pernas e comecei a acariciá-lo. O gato ronronou.

- Qual é o nome dele? – eu perguntei, enquanto brincava com aquele gatinho perfeito.

- É Banana. – ele disse, sem hesitar. Mas logo corrigiu: - Na verdade, o nome dele é Marlyn.

- Banana Marlyn? – perguntei, enquanto agarrava, apertava e abraçava o gato.

- Não... só Marlyn.

- E por que você falou Banana?

Eu já sabia que Jared tinha um gato e que Taylor o apelidara de Banana. A única coisa que eu não sabia é que aqueel gato era tããããão maravilhoso.

E eu quero ele pra mim.

Ah, eu estou falando do Marlyn. Não do Jared.

- Eu não sei, eu... bem; Taylor deu esse nome pra ele.

Abri um sorriso enorme.

- Posso ficar com ele? – perguntei a Jared, fazendo carinha pidona e abraçando Banana.

- Não. – ele riu, mas não estava brincando. – Mas eu compro um pra você. – ele ofereceu e pegou o gato dos meus braços.

- Tá né. – forcei uma cara triste e me levantei. – E, voltando ao ponto, você vai ouví-la?

- Não. – ele riu sem humor.

- Por que?

- Por que ela me traiu, droga!

- Ela não te traiu, caramba. Jensen a agarrou. Você por acaso já viu o braço daquela garota? Até uma formiga a machucaria. Imagine um cara que é dois dela.

- Ah, é mesmo? Estranho, porque ela parecia realmente bem. – ele ironizou, colocando Banana-Fofolete chão, que andou até sair do meu campo de visão.

- Ela não estava, e deixa de ser teimoso. Ela te perdoou, aquela vez, por causa daquela louca que dizia ser sua noiva, não é mesmo?

- Sim. – ele disse, num sussurro.

- E sabe por que? Porque ela te ouviu e entendeu. – eu disse. - Ela vai te ligar, e você vai ouví-la. – ordenei. – E é isso. Tchau Banana! – gritei para gato. Não que ele tenha respondido, de qualquer jeito. – Até mais, Jared. – eu disse, abri a porta e saí.

[N/A: Parte da fic dedicada à @IronicallyGirl_: mode off]

Pov. Jared

Depois que Lindsay saiu, eu parei pra pensar no assunto.

Talvez eu devesse mesmo escutar Taylor, dar a ela mais uma chance.

Pode ser quer tudo tenha sido um terrível engano.

Um golpe do destino (wtf?).

Mas, bom... talvez não.

Pov. Lindsay

- EU NÃO SOU A SUA MELHOR AMIGA DO MUNDO, QUE VOCÊ AMA DO FUNDO MAIS FUNDO DESSE SEU MINÚSCULO CÉREBRO????

- Minúsculo? Minúsculo é...

- OOOOOOOK. TUDO BEM. EU JÁ SEI, NÃO PRECISA FALAR. VOCÊ SABE QUE ME AMA.

- Então tá. – Taylor disse, me olhando indiferente.

- Qual é, Tay. Falei com ele. Ele vai te ouvir.

- Eu não queria isso. Eu não queria ter que pedir nada. E não queria que ele achasse que fui eu que pedi pra você ir!

- Mas ele sabe que você não pediu. Além do mais, isso não importa agora. Ele vai te ouvir.

- Ele disse isso, Lindsay?

- Bom, não. Mas eu o obriguei a ouvir.

- Você não manda nele, Lilo. Ele não é um garoto, e ele sabe o que faz da vida. Você não pode obrigá-lo a nada.

- Ah, tudo bem então. Você vai falar com ele amanhã, certo?

- Não. – ela disse, e afundou no travesseiro.

Saí do quarto de Taylor e fui até a cozinha. Abri a geladeira, peguei um pote plástico grande, duas colheres e voltei.

- Adivinha quem trouxe sorvete! – eu disse, numa tentativa de animá-la.

Tentativa frustrada, devo dizer.

- É de que? – ela perguntou, ainda com a cabeça no travesseiro.

- Morango!

- Morango tem gosto de que?

- Esse cara afetou seu cérebro, amiga? Tem gosto de morango, ué.

- Se não tiver o gosto dele, eu não quero.

Soltei um longo suspiro, larguei o pote em qualquer lugar e sentei-me na cama, abraçando minha amiga.

- Tay...

- Por que sempre tem um filho da puta pra estragar tudo? – ela me perguntou.

- Porque isso aqui não é o céu, minha amiga. É Nova York.

- Ah, ok. Obrigada.

- O que você acha que uma festa do pijama? Sorvete, pipoca, comédia romântica, verdade ou consequência e...

- Sorvete não tem gosto de Jared, então eu não gosto. Pipoca também não, então eu também não gosto. Odeio comédia romântica, verdade ou consequência só com duas pessoas é chato. – ela me interrompeu.

- Até triste você consegue ser desagradável, impressionante.

Taylor soltou um risinho.

- Ó, DEUS, SERÁ VERDADE O QUE EU ACABEI DE OUVIR??? TAYLOR MOMSEN RIU, SENHOR? ELA RIU MESMO??? Ó, GLÓRIA!

Taylor gargalhou dessa vez, e, para que ela não parece, comecei a lhe fazer cócegas. Ela gritou, riu, e esperniou mais.

Afinal, eu consegui fazê-la rir, assistar romances e comer sorvete.

Eu sei, eu sei. Sou muito legal.

Obrigada.