3ª pessoa

Mirella fechou os olhos por um segundo e se levantou. Ela olhou para todos que estavam ali. Reed, Sue, Ben, Nicky, Jhonny que já estava acordando e o corpo caído de Samantha.

–Não fiquem no meu caminho. – ela disse, fria. Seu olhar era duro, mas seu coração doía.

–Mira, o que vai fazer? – perguntou Ben, ajoelhado ao lado de Jhonny com Reed. A garota nada disse, apenas o fitou com serenidade.

–Mira... – chamou Nicky. Ela apenas movimentou a mão e o prendeu contra a parede.

–Nunca mais me chame assim, Nikolas. – ela soou ríspida e maldosa. Ela o liberou o garoto e saiu caminhando da sala, indo até a sala do pai.

–Sentiu minha falta, papai? – seu tom de voz era casual, mas afiado. Victor se levantou da escrivaninha depressa e se pôs a frente da garota.

–Como você escapou? Onde está minha outra filha? Samantha! – ele gritou, mas ela sufocou sua voz, fechando todas as entradas da sala. As janelas e a porta.

–Ah, papai, você sempre me ignorou – ela fez desaparecer todos os móveis da sala – como se eu não fosse nada, mas eu sou mais do que você imagina.

–Você é só uma garota tola que nunca entendeu o sentido de poder! Sempre escondida dentro daquela maldita família que nunca lhe mostrou seu verdadeiro potencial. – ele jogou na cara dela e lhe atirou raios elétricos.

–Não ouse falar assim da minha família! – ela desviou dos raios e seus cabelos pegaram fogo, lhe dando um aspecto mortal.

–Família?! Um cientista louco, um gigante de pedra, um pegador e uma loira irritante?! É isso que você considera uma família?! Eu posso te dar o governo de um país e, quem sabe, o mundo um dia! – ele gritava. Ela fechou os olhos por alguns segundos, mas o suficiente para ele acertá-la com um soco poderoso ao lado esquerdo do corpo e fazê-la cair de joelhos.

–Ah! – ela gritou antes dele a chutar na barriga. Ele ria enquanto batia na garota, saboreando cada golpe. Um chute na barriga, um soco na clavícula.

–Você sempre foi fraca! Sempre piedosa demais para matar a sangue frio! – ele ria de forma mecânica e cruel. Com um estrondo, Ben quebrou a porta e entrou na sala, seguido de Sue, Reed e Jhonny.

–Fique longe dela! – gritou Sue, entrando atrás de Ben. Logo, todo o quarteto estava dentro da sala, encarando Victor e o corpo caído de Mira. Ele a levantou pelo pescoço, a sufocando enquanto ela se contorcia tentando se soltar.

–Me obrigue, Susan. – os lábios da menina estavam ficando roxos pela falta de oxigênio.

–Você vai matá-la! – ela gritava com ódio. Ao tentar se aproximar, Victor ameaçou atirar contra Reed, fazendo-a recuar novamente.

–Coisa que Samantha não conseguiu, pelo visto. – seu tom era amargo quando falava da filha.

–Mira! – Jhonny tentou correr até a garota, mas Victor lhe acertou uma rajada de energia que o jogou do outro lado da sala, fazendo-o cair de bruços em cima de cacos de vidro.

–Jhonny! – gritou Mira. Seus olhos ardiam em vermelho sangue – Não encoste na minha família! – ela gritou e lançou um pulso telecinético pela sala, empurrando Victor para trás e se libertando de seu aperto. Reed ficou boquiaberto com o poder da menina.

–Calada, sua idiota! – ele revidou com raiva, olhando para a família Richards – Vocês! Eu nunca devia ter confiado minha filha a vocês! – prevendo um golpe de seu pai, Mira criou um escudo em volta de seus amigos. Ele começou a atirar contra ela, que se manteve firme, mesmo com a dor dos golpes elétricos.

–Vão embora daqui! – ela gritou. Suas roupas estavam queimadas em algumas partes e seus cabelos caiam ao lado do rosto.

–Não vamos sem você! – Jhonny estava de pé ao lado da irmã. Ela o olhou com pesar e trincou os dentes.

–Vão sim! Agora! – gritou ela, quase obrigando eles a saírem em busca do Fantasticarro, mas não foi necessário. Assim que ela sentiu a energia deles longe do castelo, sorriu para o pai, que havia parado com os golpes.

–O que pretende? Não pode me matar, a menos que destrua esse castelo na minha cabeça! – ele sorriu vitorioso. Ela retribuiu e sua roupa começou a se transformar. O short e a regata queimaram e se tornaram um longo vestido vermelho fogo brilhante que a cobria toda e o cabelo ruivo queimou formando uma longa trança.

–Exatamente isso que eu vou fazer. – ela sorriu e começou a liberar raios de gelo e lava que destruíam todo o que tocavam. Por fim, ela emitiu uma onda telecinética tão potente que abalou a estrutura restante do castelo, fazendo-o desmoronar sobre os dois.