Miralice e a vida após a morte

Após a morte, não houve amor


O bico do pássaro puxava a carne apodrecida da barriga do animal morto. Os olhos da ave rolaram, as penas eriçaram ao prenúncio de aproximação. O pássaro voou, gralhando pelo céu assustado.

Pés sujos arrastavam pela estrada um corpo abaulado, num vestido de velutina corroído pelo tempo. O Cabelo enovelado cobria a face apática, sem olhos. Seus ombros caídos, sustentavam dois braços rígidos ao lado do corpo.

Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no +Fiction e em seu antecessor, o Nyah, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!

Perturbada, Miralice não sabia qual caminho seguir, peregrinando em busca daquilo que faltava.

Sozinha, não havia amor em seu coração. Apenas aquela estrada vazia de pássaros famintos.

Sem amor, sem esperança ou paz.