– Onde estou? – pergunta assim que abriu os olhos, a escuridão, mas escuridão do que? – Onde estou? – perguntou de novo, mas não teve resposta

Ele flutuava, pois não podia voar, não depois do que havia feito, mesmo tentando não conseguia encontrar o chão, muito menos tocá-lo, derrepente sentiu não estar mais flutuando, somente se sentiu parado no ar, mas não demorou muito para se sentir cair, bem rápido, o fundo do que quer que seja não chegava, caiu por alguns segundo que pareceram minutos e então parou, se chocou contra o chão de bruços levantando poeira, começou a tossir e sentiu um pouco de dor, se perguntou se mortos sentiam dor, mas como poderia? Se é que estava mesmo morto

Levantou e viu um garoto de aparentemente 6 anos num balanço vendo outras crianças brincando, estavam num parque, de imediato percebeu onde estava e reconheceu o menino, ele, morava numa cidadezinha do interior, se lembrou disso

– O que significa isso? – se pergunta ao lado do menino mais novo – ei – tenta tocar o menino mas sua mão o atravessa

– Gostaria de morar em outro lugar – murmura o menino, mas o mais velho ouviu – mas... se aqui ta bom para minha mãe e minha irmã... eu deveria achar também, mas não acho – continuava falando baixo, enquanto o mais velho o fitava

Do nada tudo começa a transbordar como se bolhas começassem a flutuar, era até bonito ver, a imagem que viu após, foi dele chegando no portão da escola, rapidamente um montinho de gente apareceu ao redor dele, uns o seguraram e outros começaram a lhe desferir socos, chutes, tapas e etc...

A imagem não demorando muito quebrou, parecia ver um espelho, os cacos caiam no chão inexistente e se quebravam mais e desapareciam

A outra imagem apareceu atrás dele, assim ele flutuou até ela, e começou a andar quando viu o chão

Viu a si mesmo com 12 anos, parecia voltar para casa, o céu já mostrava que a noite logo chegaria

– Esse dia... – pronunciou palavras, mas não terminou a frase

Ele olhou o chão, e o eu mais novo dele também, ambos viram rastros de sangue, o mais novo começou a seguir o rastro e Ichiro só o acompanhou, viram uma cabana no meio da mata, as luzes dessa estavam acessas e o rastro de sangue seguia até ela, ele continuou andando, mas dessa mais devagar, o mais velho continuou no ritmo de antes deixando o mais novo para trás, chegou na cabana e olhou a janela, sentiu raiva e tristeza, assim se afastou e não olhou mais, o mais novo se aproximou e cuidadosamente olhou a janela, se espantou e arregalou os olhos, começou a tremer e suas lagrimas começaram a escorrer

Sua mãe estava estirada no chão, havia levado um tiro na cabeça no meio da testa onde saia sangue, sua boca estava aberta e os olhos também, tinha marcas vermelhas no corpo, o que denunciava que havia sido agredida antes de morrer, olhou mais para o lado e viu um grupo de 5 jovens, faziam uma rodinha envolta de uma garota, um estava em cima dela e os outros quatro ao redor, rindo, pareciam ansiosos, um deles arrumava as calças, a menina estava nua e com uma fita na boca,de sua cabeça também saia sangue, o que provava que a aviam jogado no chão com muita força, seu corpo também estava marcado, vermelho e roxo, ela chorava e seus gritos eram tampados pela fita, mas seus olhos também mostravam que ia desfalecer em breve, olhou melhor e viu que era sua irmã...mais nova

Ele quebrou o vidro da casa chamando a atenção de todos, pegou um dos cacos do chão e atacou os 5 matando um por um, sentia raiva, tristeza por ter perdido as pessoas mais importantes de sua vida, seu pai havia sido morto, por um assassino, não se importou com nada naquele momento, mas depois disso, ele não ficou assustado pelo que fez, suas lagrimas já não caiam, muito pelo contrario, começou a rir, uma risada descontrolada e louca,olhava o chão banhado de sangue e os corpos no chão, a essa altura sua irmã já estava morta, o mais velho ficou observando o mais novo pela janela de agora vidro inexistente

A imagem começa a rachar, uma vez, duas, três e assim quebrou, mas revelou ter outra atrás

O menino estava na sala branca, sentando com as costas na parede, repousava a cabeça nos joelhos e em uma das mãos tinha algo pontiagudo, um dos guardas abriu a porta, Ichiro se levantou e avançou na direção dele o matando, saiu da sala, sua roupa era branca parecia um pijama, ela já tinha algumas manchas de sangue, viu mais alguns guardas, que poderiam ser chamados de incompetentes por não terem conseguido desarmar uma criança, saiu matando todos que via pela frente

– Por que estou vendo isso? Tem algum motivo? Devo me arrepender pelo que fiz? Mas não me arrependo – diz ele vendo-o matar quando mais novo

– Não estamos aqui para lhe julgar – uma voz infantil é ouvida no lugar desconhecido

– Quem está aí? – pergunta olhando para os lados, mas a única coisa que via era ele matando uma enfermeira

– Não nos pergunte – respondeu dando uma risadinha

– Quem é você? – nada, não ouviu absolutamente nada como resposta

A escuridão volta, e mais um imagem é revelada, ele estava sendo perseguido pela policia e ouvia o radio da mesma pelo celular, havia conseguido Hackear (é assim que se escreve?)

–"um dos foragidos mais procurados e perigosos do Japão, está sendo perseguido, reúnam todas as tropas" – dizia algum policial

O breu, novamente o breu voltou, aquilo já estava o irritando, mas começou a iluminar aos poucos, viu que a luz era vermelhada, começou a abrir os olhos e notou que esteve dormindo aquele tempo todo, se viu deitado no chão, e ele tinha um brasão de uma fenix

– Ola – diz Miku-Miku pelando em cima de sua barriga – Você fala dormindo sabia? – dizia ela fitando o homem que havia se curvado para frente e deitado de novo por causa da dor que sentiu

– Você é pesada sabia? – fala ainda com dor, a menina lilás ficou brava, fez bico, inflou as bochechas e se levantou, sentou com tudo na barriga dele novamente, e assim ele repetiu o gesto

– Me chamou de gorda - diz com bico, se levantando e sentando varias vezes

–Miku-Miku! Pare! – ordenou Deus Ex-Machima, olhando para os dois de seu trono flutuante

– Quem é você? – perguntou Ichiro olhando para cima