Não estava vendo sentido em viver sem a Yuno. É verdade que, no decorrer do jogo, eu realmente não a amava, mas algo me tocou e quando fui ver já estava a amando. Por que ela fez aquilo... Yuno...

Fazem provavelmente 10 mil anos que eu virei um deus, e tudo que eu sabia fazer era olhar o meu antigo diário, rever as mensagens antes da morte dela. Murumuru estava tentando me animar novamente, mas nada me tirava a depressão na qual eu havia me enfiado por 10 mil anos...

“Ei, Yukiteru! Já li esse mangá umas 10 mil vezes!” e continuou: “Cansei. Quero brincar com outra coisa. Por que não começa a criar coisas com os seus poderes divinos?” falou ela, aparentemente entediada, mas isso não me importava.

“Criar um mundo sem a Yuno seria inútil.” Repondi.

“Ficar triste não vai te ajudar. O segundo e o terceiro mundo se separaram completamente. É só criar uma mulher aqui!” disse ela, jogando o mangá no chão, ou em sei lá o que onde estávamos...

“Você entenderá quando amar alguém, Murumuru” falei, e tornei a olhar para o celular.

“Você é o único aqui... Mas eu ainda te amo.” Disse ela se aproximando de mim e indo ao meu colo.

“Não é desse amor que estou falando...”

Voltei a ler o meu diário, a mesma mensagem...

“28 de Julho 4:38

[Escola Secundária de Sakurami – Terceiro Mundo]

A Yuno morreu.”

Fico imaginando se a Yuno da terceira repetição do mundo teve uma vida feliz... Não tenho como saber. Tudo aconteceu a muito tempo... A única coisa que me restou foi essa última anotação em meu diário. Deitado em um universo vazio, tudo que eu queria era vê-la novamente... Até que escuto um som familiar, que a muito tempo não escutava: O futuro havia mudado! Ma-mas... como?

[Mundo Vazio]

A Yuno veio me visitar.”

“Como! Não tem como o futuro mudar agora!” Exclamou Murumuru. E ela tinha razão... Não havia como... Mas a barreira temporal havia sido quebrada: Yuno caiu dos céus como um anjo...

“Yuukkiiiii!!”

“Inacreditável... Yunoo!”

Foi um desejo a ser realizado: Não havia como eu ficar mais feliz! Não preciso mais ler no diário aquele passado se posso ter novamente um futuro longo com a Yuno!

Agora eu, ao lado da Yuno, sou regente do 3° universo. O deus antecessor do 3º universo, Ex Machina, estava com os dias contados e precisava de alguém para o substituir. Vendo que não tinha opções, eu fui escolhido como o novo deus...

“Minha proposta é simples, vocês aceitam ou não serem os regentes do tempo e o espaço deste Universo?” disse Ex Machina, que apresentava um olhar fixo em mim na qual atravessava o portal por onde Yuno havia atravessado...

“Mais eu sou Deus de outro Universo, isso não dará problemas?” falei com um pouco de ansiedade e entusiasmo pela oferta feita, já que poderia ver novamente algumas pessoas e poderia viver feliz com a Yuno para sempre...

“Não, uma vez que o 2º universo está separado de qualquer outro universo e praticamente morto.” Disse Ex Machina que, mais uma vez com um olhar fixo e penetrante, me convenceu a dizer:

“Nesse caso, eu não vejo mal nisso... Mas-” fui logo interrompido pela Yuno que, com um lindo sorriso no rosto, e com seus olhos brilhando, disse:

“Yuuukki, vamos ver as estrelas!”

Assumindo logo aquele trono, pude ver as estrelas com ela... e com a Murumuru, que, causou umas confusões, derrubou o telescópio, mas mesmo assim foi... um sonho se realizando. Ainda vivi grandes momentos ao lado dela e pude rever algumas pessoas, apesar de que não são exatamente as mesmas pessoas... Mas me senti feliz...

Lógico que não fugi das obrigações de deus, se não o tempo e espaço perderiam o sentido: verificações nas linhas temporais é algo que faço frequentemente, confesso que é muito chato! Mas Yuno sempre está lá me dando alegria, conversando comigo... Evitei com que algumas guerras acontecessem no mundo, sempre que posso dou um jeito de evita-las... Umas arrumações aqui e ali, e pronto! Vendo minhas ações, uma certa pessoa acaba não aceitando muito bem...

“Ei, Yukiteru! Você está sendo muito chato como deus! Estou quase me arrependendo de não ter aceitado a proposta de Ex Machina de ser regente desse mundo!” gritou uma voz que eu já conhecia, e muito bem.

“Apesar dessas minhas ações, Nona, algumas coisas eu não posso alterar. Caso ao contrário o espaço tempo se desestabiliza.” falei do meu trono. Aparecendo na minha frente de repente, me assustando, ela disse:

“Mesmo assim, sobram poucas diversões para o meu eu alternativo. Gosto de me ver em ação!” falou, flutuando em minha frente, em tom alto, mas com um sorriso no rosto.

“Yuki está fazendo um ótimo trabalho! E ele não precisa ouvir os seus conselhos, nona.” Disse Yuno sorrindo sarcasticamente, aparecendo na sala como de costume naquele horário, em vestimentas de Deusa.

“Sempre bom te ver também, Gasai!” exclamou sorrindo a nona. Mas por um momento ela parou e olhou fixamente para Yuno com um olhar sério. Logo depois ela completou...

“Han... Bem, eu já vou, as crianças estão meio que... voando, sabe... Não posso deixar os vizinhos perceberem esse pequeno detalhe. Tenho que controla-los!” dizendo isso ela sai da sala em um brilho branco repentinamente.

“Hann... Tchau!” falei, vendo o ato com estranheza, mas ela já tinha ido embora.

Me virei e continuei um trabalho com as gigantes telas e ajustes que eu devia fazer. Então Yuno começou a puxar assunto...

“A nona anda agindo estranha ultimamente, sempre que vem aqui, não é Yuki?”

“É... ela agiu bem diferente hoje. Foi rápida, geralmente ela gosta de me atrapalhar e implicar comigo por mais tempo...” falei, enquanto mexia naqueles grandes teclados que apareciam feito hologramas em minha frente.

Realmente aquilo me deixou coçando a cabeça. Percebi que ela encarou por uns momentos a Yuno... Ah! Deve ser mais uma das loucuras da Minene.

“Não se preocupe, ela é meio doida assim naturalmente! As crianças dela devem estar fazendo sua cabeça ‘explodir’ de preocupação e raiva, ela vem aqui para se distrair um pouco.” Disse.

Claro que isso ainda me deixou com algumas dúvidas. Durante a semana Yuno agiu um pouco diferente do normal, desviando de alguns assuntos e deixando de brincar, o que era natural dela ser brincalhona. Mas logo depois senti um cheiro muito bom... Yuno havia feito a deliciosa comida dela!!!

“Yuno! Isso é-”

“Sim Yuki! Vem comer!” disse ela, mostrando uma mesa feita, com uma deliciosa aparência!

“E os ingredientes vieram diretos da fornecedora especial Murumuru Alimentos Ltd.!” Disse Murumuru aparecendo de surpresa em cima da mesa.

Apesar de eu ser um Deus e por isso não precisar de alimentos ou até mesmo água para sobreviver, eu continuava a comer, pois eu adorava a comida da Yuno.

No banquete, eu estava sentado à frente da Yuno. Enquanto eu saboreava a deliciosa comida dela, percebi que ela estava me olhando com um rosto meio triste. Murumuru estava comendo um milho (Não sei por que ela gosta tanto deles).

“Yuno... Não vai comer?” perguntei. Eu havia ficado preocupado com ela novamente, antes ela estava animada apresentando o almoço, e puxando assunto.

“Ah... v-vou sim! Eu só estava pensando... um p-pouco.” Disse ela olhando incialmente para baixo, mas depois revelando um sorriso, enquanto pegava no garfo.

Agora eu a encarei com cara de preocupado. Então caiu um caroço de arroz na roupa dela, perto dos... dos... seus seios... Espera! Eles estão maiores?!

“Ha-han!?” me expressei silenciosamente.

Podia ser mais uma brincadeira da Murumuru, mas havia algo a mais de diferente na Yuno do que só isso... Não que havia 2 anos que eu não olhava para lá, mas havia sim um bom tempo que eu não pensava na situação dela com o passar dos anos, deixando de notar alguns detalhes que puderam passar despercebidos com o passar do tempo.

“Yuno, eu-” Estava prestes a perguntar a Yuno, mas Murumuru me interrompeu.

“Yukiteru! Acabei de sentir uma alteração sem precedentes na casualidade contínua! Você deve tomar uma providência agora!” gritou ela. Rapidamente tomei meu posto no trono e abri todo o sistema de gerenciamento universal. Mas o que poderia ter causado isso?

“Murumuru, primeiros diagnósticos!” gritei.

“Parece com um erro nos Registros Akashic, se não for resolvido logo pode desestabilizar todo o universo!” Disse ela, mas essa era uma frase frequente que ela sempre dizia quando eu decidia tomar uma atitude de intervenção em algum acontecimento no mundo.

“Isso era para acontecer?” exclamei preocupado, e logo completei “Isso já aconteceu?”

“Aconteceu, mas não era para acontecer. O 3º universo está estável...” falou ela, olhando para a central de gerenciamento na qual eu tinha aberto na minha frente, como um holograma gigante.

Na verdade foram momentos de desespero para mim, pois eu nunca havia enfrentado um problema nessa escala e, geralmente, enfrento coisas novas me expressando exageradamente. Murumuru explicou que como não sabíamos a origem do erro, era melhor tentar neutraliza-lo com algumas configurações que fiz mesmo ali dentro do centro do templo. Porém a neutralização era instável e era necessário encontrar a origem do problema rápido.

Yuno olhou tudo um pouco mais quieta do que o normal. Após ter dado uma acalmada nos ânimos, fui conversar com ela, apesar da contradição de Murumuru que queria que eu a acompanhasse na tentativa de achar a origem do problema. Mas algo me impulsionava a conversar com ela...

“Yuu...kiii.”