Nunca estive tão feliz com Yuki! Estes últimos 2 anos foram maravilhosos, desde aquela vez que fui até ele no 2º mundo, as coisas nunca foram tão boas. Encontros maravilhosos, olhamos as estrelas... Brincamos... Tudo tão lindo!

Apesar disso ainda amo os meus pais do 3º mundo. A ideia do Yuki foi sensacional, ele sempre está comigo quando preciso aqui na terra e eu sempre estou com ele quando ele precisa lá na sala do espaço e tempo. Nós dois, vivendo em harmonia... Mas... mas... não contava com uma coisa.

1 semana antes...

Acabou o horário de aula. Então aproveitei o tempo livre à tarde para sair com Akise, Hinata e Mao. Yuki pediu para que eu continuasse a viver por um tempo na terra até que ele arrumasse uma intervenção temporal na qual eu pudesse ficar sempre com ele. Durante esse passeio, entramos em uma lanchonete. Sentamos em uma mesa perto de onde se faziam os pedidos, pedi somente um suco, enquanto Akise pegou um Hambúrguer e Hinata pediu um Milk-Shake. Mao fez o mesmo pedido que Hinata (Novidade...).

Buscamos nossos pedidos. Hinata foi a primeira a sentar novamente, Mao veio logo atrás dela, mas, por um acidente, ela derrubou um pouco do Milk-Shake na roupa da Hinata, perto dos... seios dela. É, talvez não foi um acidente.

“Hinata, me desculpe, me desculpe!” disse Mao um pouco desesperada enquanto Akise estava rindo logo ao fundo. Com uma rapidez, Mao pegou o celular e tirou fotos...

“Ei, Mao! PARE JÁ COM ISSO! ME DÊ O SEU CELULAR!” gritou Hinata, super raivosa. Claro, deu uma confusão que acontece sempre entre as duas em condições normais, enquanto eu e Akise não parávamos de rir.

Passou um tempo e, já com os ânimos mais calmos, e entre várias conversas, já estava entardecendo. Então Hinata parou, ficou me olhando um pouco sorridente e perguntou:

“Gasai... Você tem saído pouco ultimamente, em!?”

“É... eu ando ajudando os meus pais em alguns planejamentos e-” logo fui interrompida por ela que disse, se fazendo de experta e com aquele olhar de quem tem pensamentos “implícitos”:

“Aahh, que nada! Você por acaso está namorando escondido, Yuno Gasai?”

Fiquei um pouco sem graça pela pergunta, pois tecnicamente eu estava, mas com um deus! Depois de um momento sem resposta, respondi um pouco irritada:

“O Q-QUE? VOCÊ ESTÁ MALUCA?”

“Vamos parar com esse escândalo, afinal já estamos um pouco mais velhos do que antes para chamar atenção dentro de uma lanchonete, não acham?” Falou Akise, como sempre com o tradicional olhar de sabe-tudo dele e um sorriso no rosto.

Porém...

“Mais... velhos...” falei baixo, com um olhar de surpresa e um pouco pensativa.

Por sinal era verdade... Vivi tão bem a minha vida nestes 2 anos com o Yuki e com minha família que não me dei conta de que o tempo estava passando... Me sentindo incomodada despedi deles e fui para casa. Não notei nada ao redor logo depois disso, e eu não ficaria tão preocupada com esse fato, mas não era isso que comecei a pensar na hora.

Preocupei-me com isso, me perguntando “Como eu poderia estar envelhecendo?”. Parecia idiotice, é natural que todos envelheçam, mas lembro do dia em que Yuki e eu voltamos ao 3º mundo, onde Ex Machina nos convidou... Lembro-me de seu pedido...

“Minha proposta é simples: vocês aceitam ou não serem os regentes do tempo e o espaço deste Universo?” foi isso que ele disse.

“Vo-vocês...” falei em voz baixa. Tecnicamente eu não deveria envelhecer neste ritmo sendo uma deusa.

Saí correndo pelas ruas, já escuras. Cheguei um pouco irritada em casa, fui logo ao meu quarto. Fechando a porta com força, parei diante do meu espelho e fiquei me olhando...

“Eu estava realmente ficando mais velha... claro, é óbvio! Mas... se isso continuasse iria chegar um dia na qual eu iria partir e... Yuki ia ficar sozinho novamente! Sozinho, triste! Não posso deixar isso acontecer! E se alguém mais for querer ficar com ele, eu... eu... tenho que matá-la!” pensei isso, mas...

“ESPERA! Esses não são meus pensamentos!” falei isso rapidamente e olhei para o espelho. Eu nunca pensei assim! O que estava acontecendo?! No espelho eu me via, mas não era eu... era a pessoa que falava em minha mente! Estava cheia de sangue, apenas com uns pequenos “fiapos” de roupas pelo corpo, quase nu, o fundo dela estava escuro, tudo ficou escuro, comecei a ver somente ela e mais nada.

“Eu não posso deixar o Yuki sozinho! Eu não posso partir! Quero viver com o Yuki... para sempre!” ela falava, mas esse já não era um pensamento que eu estava conseguindo controlar! Era um pensamento mais que obsessivo, já não era amor...

“SAI DA MINHA MENTE!” gritei olhando para o teto. Tudo ficou em silêncio depois disso. Meus pais não estavam em casa naquele momento. Será que... ela se foi? Mas... o que foi isso que aconteceu?

“Tenho que contar ao Yuki...” falei em voz baixa. Mas, eu estava meio zonza. Lembro-me de ter tropeçado e caído na cama, mas depois não lembro mais nada...

–----------------------- Mirai Nikki II: A Problemática Yuno ------------------------

1 semana depois...

Houve um problema nos registros Akashic, e eu consegui, por mais que muito nervoso, neutralizar o problema. Mas é uma neutralização instável. Eu estava sentado no grande assento para o deus regente, flutuando no centro do templo, com a tela de gerenciamento temporal aberta na minha frente.

“Yukiteru, acho que conseguimos neutralizar o problema do erro nos Registros Akashic, mas eu irei lá checar para ver se acho a possível causa, e acho melhor você vir junto.” Disse Murumuru que estava próximo a mim, no braço do assento.

“Ah, o-ok. Vá na frente, já chego lá.” Falei com Murumuru, mas olhando para a Yuno. Ela estava quieta e com o comportamento diferente do que ela já apresentou, e isso me preocupou... Além disso-

“YUKITERU VEM LOGO!” gritou Murumuru em meus ouvidos. Tomei um grande susto e retruquei um pouco mais furioso:

“EU JÁ VOU!” gritei, mas depois completei em tom mais baixo “Só quero tirar... uma dúvida com a Yuno.”

“Aahh... Ok!” ela exclamou com expressão de tédio, e desapareceu com um barulho (parecido com de uma gota caindo na água, algo do tipo).

Fechei todos os sistemas de gerenciamento que estavam abertos na minha frente e desci até a Yuno. Ela aparentava que queria dizer algo, que estava incomodada. Então, decidi iniciar a conversa com ela.

“Yuno... Tudo bem com você?” perguntei.

Olhando para mim como se não estivesse entendendo o motivo da pergunta, ela respondeu:

“Estou s-sim, Yuki. Mas-” Disse ela abaixando a cabeça. Interrompendo, continuei a falar:

“Yuno! Acho que algo te incomoda já faz um tempo, e eu percebi isso-” Até que fui interrompido por ela que disse:

“Não é nada, Yuki!” falou, levantando o rosto e revelando um sorriso, mas eu não acreditava que não era nada, então continuei:

“Não, Yuno! Eu sei que tem algo te incomodando, e isso também se tornou minha preocupação! Seja o que for, pode fa-falar comigo. Nós somos um ca-casal, certo? É isso que casais fazem.”

Falando isso ela abaixou sua cabeça, me deixando impossibilitado de ver completamente seu rosto, permanecendo assim por alguns segundos. Sua franja tampou seus olhos enquanto ela levantava novamente a cabeça. Vi uma lágrima escorrendo, passando pela sua bochecha.

“Y-Yuno?” expressei preocupado.

Seja o que for que aconteceu não fora simplesmente um mero detalhe. Nestes últimos 2 anos ela foi bem diferente da Yuno psicopata que eu havia conhecido antes. Ela mostrou seu lado mais alegre e feliz, que eu ainda não tinha visto de verdade, sem ter os conflitos emocionais, sem aquele olhar... Aquele jogo maluco... Aqueles problemas passados... Será que... Não, eles não podem estar voltando.

Meus pensamentos foram interrompidos pelo abraço forte que ela me deu, com a cabeça encostada em meu peito, sem falar nada. Suas emoções, ações, expressões... Parecia que estava pedindo... ajuda.

“Yuu..kii” disse ela, em voz baixa e trêmula, que ainda completou “Preciso... contar uma coisa.”

Levei-a até uma área do templo, com uma mesa de granito pequena, quadrada, e com duas cadeiras fofas. Sentamo-nos, fiquei em sua frente. Ela começou a falar e eu não acreditei no que ouvi em um dos acontecimentos que falou. Imediatamente ela parou de falar.

“Uma... voz?” pensei.

O que estava havendo? Estava tudo perfeito, mas agora... Ela voltou a ter conflitos emocionais. E o que desencadeou foi uma simples frase...

3 horas depois, no templo.

Bem, eu consegui acalmá-la e convencê-la de que tudo aquilo não passou de pensamentos precipitados dela, mas a verdade é que agora eu realmente estava mais do que preocupado, um pouco nervoso com a situação. Depois que voltou para a casa de seus pais, fiquei pensando no que ela havia dito.

“Tudo começou com a frase que o Akise disse...” pensei.

Com um olhar de espanto, me surgiu uma dúvida... Por que a Yuno estaria envelhecendo?

“MURUMURU!” gritei.

“OOOII” gritou ela, em pé atrás de mim, me dando um pequeno susto.

“Porque você fez isso?!” falei irritado.

“Você nunca disse para eu não fazer isso!” retrucou, e continuou com uma cara irritada: “O que você fez para não resolver um possível problema grave que pode desestabilizar o universo?”

“Tenho outro problema!” falei. Ela me olhou curiosa, então continuei: “Escuta, é... Não existe um modo de ter mais de um regente nesse universo?”

“Ahh, achei que nunca iriam descobrir!” disse ela com um sorriso no rosto.

Não entendi a situação, mas o que ela sabia e eu não? Logo ela pulou e flutuou na minha frente completando:

“Não tem como duas pessoas serem deuses de um mesmo universo. O poder ficaria dividido, o tempo de vida de ambos seria reduzido, o universo poderia se desestruturar e tem mais vários motivos que não vou citar, mas posso te passar uma lista!” Disse ela, que fez aparecer uma lixa e começou a lixar as unhas.

“Ma-mas... Ex Machina havia dito que-” dizia quando fui interrompido por ela que continuou:

“Calma! Você não me deixou terminar ainda! Esse foi o único modo que Ex Machina viu para achar seu substituto, visto que suas outras opções recusaram ou não estavam preparados. Tendo pouco tempo de vida, a solução que lhe caiu como uma luva foi trazer você para cá convencendo de que Yuno também seria a regente deste universo.”

“Droga...” pensei.

“E então, Yukiteru?!” falou ela, flutuando um pouco mais acima de mim e jogando a lixa fora.

A verdade era de que eu não tinha ideia do que fazer. Eu amo a Yuno e eu quero viver com ela para sempre, mas se isso é verdade... Não quero vê-la morrer e continuar a viver sem saber que não posso fazer muita coisa. Preciso de ajuda!

“Murumuru traga Akise e Minene até aqui, agora!” exclamei, olhando para ela um pouco nervoso.

“Pode deixar, chefe!” disse ela que, logo em seguida foi atrás deles.