Estou me saindo bem. Este ambiente que criei não deve permitir a entrada da Yuno, isso é necessário. Mas agora que reuni todos aqui, posso pensar em alguma coisa... Eles são os que mais confio. Bem... talvez nem tanto na Minene, mas...

“Ei! Yukiteru! Chamou a gente para perder tempo? Desembucha!” diz Minene, bem irritada.

“Vamos, tenha paciência. Afinal, se ele nos chamou aqui foi por algo importante, concorda, Nona?” diz Akise, expressando curiosidade.

“Finalmente, eu esperava por vo-” falava eu quando Nona me interrompe.

“Como assim esperava? Tive que aturar a Murumuru por toda a Sakurami! Essa peste enjoada!”

“Achei que seria interessante olhar mais o ambiente, apreciar o comportamento humano...” disse Murumuru.

“Ela vai mesmo participar dessa conversa?” retrucou Minene.

“Sim. Preciso de todos vocês.” Falei.

Olhei para baixo. Eu não sabia o que fazer, precisava deles.

“Yukiteru...” disse Akise, olhei e vi ele de pé, com uma expressão séria, e ele continuou “Vamos te ajudar!”

Abri um sorriso.

“Ótimo!” falei.

Imediatamente comecei a arrumar um local, para que o ambiente ficasse formidável à conversa. Uma luz azul predominava no templo, arrumei uma poltrona para eles e peguei uma cadeira para mim. Nos sentamos, menos Murumuru. Ela gosta de flutuar por aí... Depois de um breve silêncio, comecei a falar.

“Bem, é que... Vocês já sabem, a quase 2 anos a-aquilo tudo, aquele jogo mortal aconteceu e, também fazem dois anos que a Y-Yuno voltou para mim, lembrando de mim e sendo pacífica, feliz... A pessoa que mais amo nesse mundo.” Falei. Olhei para Minene e imaginei a resposta dela nesse primeiro momento...

“Ela começou a apresentar conflitos de personalidade?” disse Minene. Sinceramente, achei que ela fosse soltar alguma piadinha.

“Han?! Bem, é...” tentei falar, mas Akise me interrompe.

“Pode ter sido consequência dos atos ousados da Gasai para atravessar a barreira temporal e te encontrar. Receber de volta suas memórias, quero dizer, as memórias da Yuno Gasai do Segundo mundo, pode estar interferindo no psicológico dela. Mas os dois são deuses, não vejo motivos para isso estar acontecendo!” disse Akise, um pouco cabisbaixa.

“Este é o problema, ela não é uma deusa. Os poderes que recebeu são somente um disfarce, tudo plano de Ex Machina”. Falei.

“Então era por isso que os seios dela estavam mais avantajados, não deu para ela disfarçar a puberdade. Não acredito que você não percebeu, Yukiteru?” Disse Minene

Mas é claro que eu percebi! Fiquei calado, um pouco sem graça. Akise volta a falar.

“Yukiteru, a Gasai pode estar preocupada com o que vai acontecer depois que ela morrer, como você irá ficar sem ela, como se sentirá. Ela ama você, porém ela também tem uma família que a ama aqui. Se ela está se importando muito com você, deixando todo o resto de lado, pode significar que-”

“Eu sei.” Falei, interrompendo-o. Logo Akise olhou para mim mais sério.

A Yuno psicopata que conheci poderia estar voltando. Essa era a questão, mas se esses também foram os motivos... Eu realmente não quero viver sem Yuno, mas como posso fazer com que possamos viver juntos? Eu realmente amo ela... Não me vejo em um futuro sozinho, sem ela...

“E se eu dividir meus poderes com ela, assim como fez Ex Machina com Minene? Dividir meu tempo de vida com ela?” falei, esperando uma boa resposta da Murumuru. Abaixei minha cabeça e ouvi.

“Não existe essa possibilidade, o tempo de vida de um deus não é transferido para nenhum outro indivíduo, somente é reduzido quando o mesmo transfere parte de seus poderes.”

Droga!

“Você pode abdicar de seu trono e viver como um mortal com a Yuno.” Disse Minene.

“A não ser que seu amor pela Gasai não seja o suficiente para que isso aconteça...” disse Akise, olhando para mim, firmemente.

Murumuru olhou para mim, abriu um sorriso, como se tivesse tido uma ideia, e imediatamente voltou-se para Minene que começou a falar.

“Bem, se você quer viver até a morte com Yuno, esse é o único caminho até agora. Você viveria uma vida normal com ela na Terra, se tornaria só mais um humano comum, como ela, teriam uma família, preocupações... se é isso mesmo que você quer, tenho uma proposta...”

Akise olhou para ela curioso, assim como fiquei também. Eu até pediria a ela para se tornar a regente no meu lugar, mas ela já recusou uma vez para Ex Machina.

“Escolha um novo regente, em um jogo!” disse ela. Não, não, NÃO!

“NÃO! Pessoas inocentes poderão morrer de novo!”

“Então viva para ver a Yuno morrer, seu idiota!” disse ela, sorrindo.

“Akise?” falei.

“Desculpa, Yukiteru, mas não tenho intenções de viver para sempre. Ou você escolhe alguém no mundo que você acha que seria capaz, ou...”

Não sei mais o que fazer. A ideia da Minene é absurda... Mas poderia dar certo? Eu posso modificar, quem sabe... Droga! Onde está Murumuru? Ela sumiu do templo!

“E então, como vai ser?” disse Minene.

Voltei-me para ela, parada na minha frente, olhando em meus olhos.

“Preciso ver a Yuno.” Falei. E Saí dali.

“MAS QUE IDIOTA!” Gritou Minene furiosa, atrás de mim.

“Ele precisa pensar, a final são muitas coisas que estão em jogo no momento. A verdade é que ele quer repor todo o tempo perdido, que ele desperdiçou no segundo mundo, com a Yuno. Ele quer ter mais tempo. Viver mais com ela.” Disse Akise, sério e pensativo.

Teleportei-me ao centro de Sakurami. Não estava com minhas roupas de deus, mas com uma jaqueta preta e com a bermuda verde que sempre usava. Olhei para uma vitrine, várias TV’s, notícias... Meu reflexo, na vitrine... Tantas pessoas passando por mim, todas com pressa, não tendo a intenção de perder o tempo que possuem para viver. Fiquei dez mil anos no meio de um universo destruído, sem viver. Isso mesmo, Yuno é a minha vida, e lá eu estava morto. Com ela renasci, e senti algo que já nem sabia mais o que era...

“Yuukii”

A expressão que eu amo ouvir. A voz doce... A dona dessa voz, Yuno Gasai, estava atrás de mim. Me virei, era ela. Na minha frente, provavelmente pensativa sobre o que eu estaria fazendo lá.

“Yuno! Eu te amo tanto!” falei.

E aproximei dela e a beijei. Era como se toda a pressão saísse da minha cabeça, eu estava em paz por que eu tinha a encontrado novamente. Parei, olhei nos olhos dela novamente e repeti: “Eu te amo, te amo muito!”

“Yuki...” sussurrou.

Sem explicar o porquê chamei-a para um encontro. Em meio às desculpas dos afazeres eu a convenci. Eu precisava aproveitar meu tempo com ela, eu precisava viver mais com ela... Vou viver o agora, eu preciso da Yuno agora, e olhe: Ela está tão feliz! Não está como um tempo atrás, talvez aquilo tudo não passou de imaginação ou truque da Murumuru. Levei-a até um belo lugar perto de Sakurami, em uma linda montanha para ver o pôr-do-sol. Os campos brilhavam com os últimos raios solares do dia.

“Yuki... Nunca me abandone... OK?”

“Nunca!”

A morte não irá nos separar...

[3 horas depois, no templo]

Eu já tenho uma decisão, um caminho pra tomar. Espero que seja Minene possa me ajudar nisso, não quero que Yuno descubra o que planejo...

“MAS O QUE É ISSO??” Gritei.

Gritei por que Murumuru tinha montado uma espécie de central, como um semi-círculo, três assentos de no centro, com muitas telas holográficas mostrando informações e análises, e algumas espécies de livros, cadernos e... diários?

“Você vai precisar de ajuda! Você acha que o jogo de Ex Machina começou de um dia para o outro? O desenvolvimento dele começou a quase 2 anos antes do início oficial! Temos que escolher os candidatos e-”

“Você... Murumuru, da próxima vez que quiser fazer algo, me conte!” falei, passando a mão no meu rosto, um pouco nervoso.

“Você estava ocupado naquela discussão, e depois foi derreter a Yuno nas alturas, literalmente... Não queria atrapalhar!” disse ela, um pouco triste, cabisbaixa.

Olhei para os projetos na tela, já era muita coisa desenvolvida. Murumuru é um poço de imaginação, criatividade e... de jogos mentais. Eu ia mesmo aceitar esse jogo? Essa era uma boa ideia?

Tudo levava ao sim.

“Ah, e como eu achei conveniente, pedi para Minene cuidar de alguns detalhes! Imagino que ela seja a pessoa perfeita, ela é ótima para animar as coisas.” Disse Murumuru.

Como assim “Animar”?

–--------------------- Mirai Nikki 2: A ideia de Minene ----------------------

[Cidade de Sakurami, Casa da Minene – 22:30]

“Finalmente fiz as crianças dormirem...” pensava Minene, que imediatamente sentou no sofá de sua sala de estar, pegou o controle e ligou a TV.

“Droga, as batatinhas ficaram na cozinha!” disse ela.

A campainha tocou. Ao escutar, Minene sorriu.

“Chegaram, finalmente!”

Levantou-se rapidamente e abriu a porta. Haviam 3 pessoas com o rosto tampado por um capuz. Um deles usava uma grande vestimenta preta, com detalhes em vermelho os outros dois usavam um terno.

“Entrem por favor!” disse Minene.

“Não sabemos quem é você, ou o que você quer, só peço para que não nos machuque...” disse um deles.

“Por que estamos assim?” disse uma voz feminina.

“Por que estamos aqui? Você é um gênio do crime?” disse o terceiro.

“CALEM A BOCA!” gritou Minene, que completou “Vocês não me reconhecem, mas sou bem formidável, apesar do que aparece nos noticiários... Brincadeira, aquela não sou eu. Agora, aproximem-se de mim, vou tentar machucar o menos possível...” disse ela, que estendeu as mãos sobre os três.

Uma luz azul surgiu delas e os olhos dos três indivíduos brilharam. Começaram a gritar, pois sentiram uma grande dor de cabeça. Durou 7 segundos. Minene olhou para eles novamente, estavam tirando o capuz. Um silêncio povoou o lugar por um instante.

“Os molengas estão bem?” disse Minene.

“Não pode ser!? Mas eu não vivi essas cenas! O meu filho está bem graças a-” dizia o homem, quando ele olha para Minene. Ele continuou “Nona... Obrigado por sa-salvar a vida de meu filho...”

“Só mantive minha promessa, Quarto.”

“Eu morri... mas continuou viva! Mas, essas não são minhas lembranças... Essa é outra Tsubaki!” disse a garota que revelou ser a Sexta.

“Não, realmente não são.” Pensou Minene.

“Então é daí que vem a origem do meu nome. Décimo Segundo...” disse um deles, revelando ser Yomotsu Hirasaka.

“Fiquem sabendo que eu tenho umas coisas para resolver, e preciso da ajuda de vocês...” disse Minene.