Muitos afirmam que o Destino para cada pessoa está definido, não importando as atitudes ou decisões tomadas por ela, o que é para acontecer irá acontecer. Porém muitos dizem que o Destino não existe. A vida delas nunca está definida, a história quem faz e quem modifica é você, criando várias possibilidades de futuro a cada decisão. Yukiteru parece ser adepto à essa ideia, e quer contrariar o Destino ficando ao lado da Yuno até o seu último dia de vida.

A cada dia que passava, Yukiteru ficava mais tenso. A ideia de um novo jogo mortal não parecia tê-lo convencido de que era a melhor forma de se resolver a situação, mas o poderoso amor que ele sente por Yuno o guia para essa direção. E tudo ainda pode se agravar, pois, diante de todos os problemas, ele havia esquecido de um.

[Templo do Espaço-Tempo, Sábado – 12:30]

Murumuru flutuava pelo templo. Parecia estar dando uma folga do trabalho de organizar o jogo para que as mínimas interferências fossem causadas na realidade de inocentes enquanto a competição fosse realizada. Em sua mão havia uma maçã. Ela a morde, mas parece não gostar, fazendo uma careta.

“Aahhh! Essa fruta não está boa. Na próxima cultivo eu mesmo, não vale a pena comprar no mercadinho.” Pensava.

Em um instante ela parou, parecia que havia sentido algo. Então Minene chega de repente atrás dela.

“Murumuru!” disse Minene.

“Uooow! Não faça mais isso!” exclamou Murumuru, assustada.

“Não enche! Você não pode morrer desse jeito”

“Eu sei, mas ainda sou um pouco distraída, deixe que somente eu fique por conta das brincadeiras.” Disse Murumuru, jogando a maçã fora.

“Está bem...” respondeu Minene, aceitando a situação.

Depois de dizer isso, Minene leva a mão na bolsa e pega um documento impresso com várias páginas.

“O que é isso?” perguntou Murumuru, curiosa.

“É a lista de algumas pessoas que avaliei junto ao Yukiteru. Ele pediu que você fizesse uma compilação, com todas as informações pessoais e psicológicas delas, nesses seus hologramas flutuantes... e passasse para ele.” Disse Minene, que entrega o documento à Murumuru.

“Huuum...” expressou Murumuru, silenciosamente.

Rapidamente o documento começou a brilhar, várias palavras, letras e números começaram a sair dele em meio ao brilho, várias informações, todas entrando em uma espécie de janela flutuante que apareceu ali, e, com um grande brilho, o processo termina.

“São essas as pessoas que ele selecionou? Todas chatas!” Exclamou Murumuru.

“Haan? Você já verificou tudo isso? E corretamente?” retrucou Minene, com raiva.

“Relaxa, Minene. Vou deixar isso aqui bonitinho para o Yukiteru. Ainda tenho que analisar, isso só foi uma transferência. À noite eu irei requisitar sua presença, OK?”

“À noite? Mas à noite irei sair com Nishijima, as crianças já possuem uma babá contratada... Essa pirralha quer me ferrar?” pensava Minene, com mais raiva no rosto.

“Ei, não vou vir hoje, peça ao Yukiteru para adiar o encontro. Preciso voltar, não faça mais nenhuma outra alteração brusca nas regras do jogo sem nos consultar.”

Um brilho branco aparece e Minene some.

“Huum... Adoro implicar com ela, deve ser o destino.” Pensava Murumuru, com um sorriso no rosto.

Enquanto isso, Yukiteru conversava, risonho, com alguém em outra parte do templo. Os seus olhos brilhavam enquanto os risos saiam. Ele estava sentado no chão, com suas pernas esticadas, meio abertas, e seu olhar, sempre brilhando, em direção fixa à Yuno. Ela, por sua vez, estava tímida, sentada ao lado dele. Ambos sorriam, mas Yuno parecia estar um pouco insegura. Yukiteru olha nos olhos dela, e percebendo isso, indaga.

“Yuno, você ainda pensa sobre aquilo?”

Yuno rapidamente mudou de expressão.

“Sobre o que, Yuki?” disse ela, um pouco assustada com a pergunta.

“So-sobre aquela vo-voz que...” dizia ele que, no meio da pergunta, acabou pensando se realmente era preciso disso no meio daquela conversa. Os dois estavam sorridentes, ela poderia só estar momentaneamente assim.

Mas ele se viu em uma situação complicada, percebeu que seu comportamento havia mudado um pouco durante a semana. Sentiu-se obrigado a perguntar e a indagar.

“Yuki, eu estou bem por que eu tenho você ao meu lado.” Disse ela que colocou sua mão sobre a dele.

Os dois se olharam, e Yuno sorriu. Yukiteru ficou só olhando, pensando. O tempo passou, era hora do almoço. Yuno voltou para casa, e não disse se voltaria ainda naquele dia. A despedida, que geralmente é animada, foi fraca e curta. Um “Tchau” dos dois lados foi pronunciado. Yukiteru ficou olhando para baixo, sério, e parecia pensar mais sobre o que poderia estar agravando ainda mais a situação.

“Será que ela continua ouvindo aquela voz?” pensou.

[Cidade de Sakurami, Casa da Minene – 14:20]

Minene estava em pé ao telefone. Encostada na parede da sala, conversava com a babá que viria a cuidar das crianças. A cada fala se mostrava ainda mais inconformada e com raiva.

“Não, eu sei, mas por favor! Você havia me confirmado antes!”

“Não tem problema, é uma boa ação que você estará fazendo!”

“Como assim? MAS EU PRECISO QUE VOCÊ VENHA!”

“Isso é só um detalhe!”

“Ah... Vá se foder então!”

Ela desliga o telefone com raiva.

“Ela não devia ter vindo mais cedo... Pelo menos ninguém vai acreditar em crianças voadoras...” pensava.

“Amor, algum problema?” gritou Nishijima, da cozinha.

“Não, tranquilo-” dizia Minene quando ela sente algo. Parecia ser algo além de compreensões humanas, algo que poderia ser sentido somente por aqueles que possuem uma relação com o templo do espaço-tempo.

[Templo do Espaço-Tempo – 14:25]

“YUKITERUU!” Gritava Murumuru, desesperada.

“Eu também senti!” disse Yukiteru, que rapidamente acionou telas adicionais para verificar mais do ocorrido. A interferência foi poderosa: parte do templo caiu, o que não era possível já que o regente do universo tinha todo o seu poder no auge.

“PARECE TER A VER COM O ERRO DOS REGISTROS AKASHIC DE OUTRO DIA!” Gritou Murumuru.

“POR QUE VOCÊ ESTÁ GRITANDO?” Gritou Yukiteru.

“POR QUE EU TE FALEI PRA RESOLVER AQUILO LOGO!”

As telas foram todas liberadas, vários teclados apareceram e Yukiteru digitava rapidamente todas elas para tentar reduzir os efeitos desse erro na realidade na terra.

“Parece... Parece que foi algo desencadeado por uma ação na terra! Isso pode ter sido o motivo da instabilidade daquele erro.” disse Yukiteru.

“MAS... ISSO NÃO É POSSÍVEL! Só se for com poderes divinos ou por... IRRESPONSABILIDADE DO REGENTE!” gritava Murumuru.

“Não, eu cuidei de tudo, faço sempre as verificações diárias, quase toda hora estou aqui!” disse Yukiteru que continuou “E você sabe muito bem pois você está sempre comigo por aqui”.

“Verdade, mas a culpa tem que ser de alguém!”

[Cidade de Sakurami, Casa da Minene – 14:33]

Minene estava sentada no sofá, um pouco estressada por causa da babá.

“Se eu não encontrar alguém logo, vou estar frita. Preciso de um descanso das crianças...” pensava.

Além disso, o pensamento sobre o que poderia ter sido aquela sensação estranha veio à tona. Ela nunca havia sentido aquilo. Minene pegou o controle da televisão e pressionou o botão “power”, ligando-a. Porém o telefone de Nishijima começou a tocar.

“Nishijima, é para você!”

“Atende você, eu estou no Banho.”

“Ahhr... Folgado” pensou Minene.

Ela teve que deixar a TV no mudo para atender ao chamado. Era o tenente da polícia.

“Nishijima, Nishijima! Venha aqui logo! O Chefe, o chefe! Ele MORREU!” gritava.

“O... chefe... Kurusu?” pensou Minene. Sua expressão foi de puro terror, ela estava assustada. Como assim Keigo Kurusu havia morrido?

“Nishijima! Nishijima!” gritava o policial ao telefone. Mas Minene não o ouvia, estava tudo mudo para ela.

“Como assim?” ela pensava.

Direcionando-se para a TV, a notícia era transmitida no noticiário local. Ela aumenta o volume. Nishijima chega na hora, só com a toalha.

“Minene, quem era-” dizia ele, que fica paralisado ao ver a notícia.

O silêncio predomina no local, somente a TV falava.

“Atenção, uma notícia de última hora: O chefe de Polícia Keigo Kurusu foi encontrado morto em um beco da cidade há cerca de 30 minutos atrás. Até o momento nenhum suspeito e outras informações não foram reveladas.”

[Templo do Espaço-Tempo – 14:35]

“Yukiteru. Parece que-” dizia Murumuru quando foi interrompida.

“É... eu já sei...” disse Yukiteru.

“Seja quem for que fez isso, acabou por interferir na linha temporal, pois isso não estava planejado para acontecer.” Disse Murumuru.

“Alguém conseguiu alterar o destino dele... Alguém que não deveria aparecer naquele momento, apareceu e fez aquilo... Tem algo errado.” Pensava Yukiteru.

Um brilho branco ascende no templo. Era a Minene. Ela voa até Yukiteru, que estava em seu trono. Murumuru olhou para ela, parecia que as duas queriam falar alguma coisa.

“Minene?” falou Yukiteru.

“Preciso falar uma coisa, talvez você não goste...” disse ela.

“Mas... o que?” ele pensou, com espanto.

[Cidade de Sakurami, 6 dias antes, Casa da Minene – 22:35]

Três antigos portadores de diários, do 3º mundo, haviam recebido suas memórias do 2º mundo: Keigo Kurusu, Tsubaki Kasugano e Yomotsu Hirasaka. E quem estava por trás disso...

“Fiquem sabendo que eu tenho umas coisas para resolver, e preciso da ajuda de vocês...” disse Minene.

“Eu não lhe devo nada... E essas memórias não são minhas, o que é isso que você fez?” retrucou Tsubaki.

“Foi o único modo de realmente convencer vocês. Ainda há coisas para explicar, mas preciso que vocês me façam um favor.” Disse Minene.

“E... o que poderia ser?” perguntou Kurusu.

“A Segunda, Yuno Gasai. Ela está estranha, ainda não tanto quanto vocês lembram dela. Suspeitamos que ela está tendo a memória corrompida pelos pensamentos de sua eu alternativa, o que não deveria acontecer.” Disse Minene.

“Nossa ajuda... pra espionar a Gasai?” disse Kurusu.

“Não exatamente... isso é o que eu quero que você faça por mim.” Disse Minene que, olhando mais sério, continuou “Se isso tiver acontecendo mesmo, não será agradável recomeçar o jogo dos diários agora...”

Tsubaki e Kurusu se olharam. Hirasaka sorria.

“E o que Tsubaki e eu vamos fazer?” comentou Hirasaka.

Minene sorriu com a pergunta, mas Tsubaki permaneceu séria.

[Templo do Espaço-Tempo, 6 dias depois – 14:40]

“O que você quer dizer com isso, MINENE?” Perguntou Yukiteru, frustrado com a história contada.

“Se tem alguém que está no topo das suspeitas... é a Yuno.” Respondeu ela.

“Impossível... Ela está em casa... VEJAM!” disse Yukiteru. Uma tela foi aberta, e lá estava ela, em seu quarto.

Yuno foleava um álbum de fotos. Yukiteru, olhou para Minene com raiva.

“Tá bom, posso ter me enganado, mas ela não está livre de minhas suspeitas.” Disse ela.

“Yukiteru, vamos resolver essa falha agora, pois ela pode ter sido responsável por esse erro na terra, com base nas ações da Minene.” Disse Murumuru.

“Minhas ações?” pensou Minene.

“Sim, mas outro problema é que nenhum de nós tem ideia do que pode ser isso...” disse Yukiteru.

“Eu vou pra casa. Nishijima deve ir ao velório, se for marcado.” Disse Minene, cabisbaixa.

“MINENE! Deixa, deixa eu ser A BABÁÁ! Eu adoro crianças!” disse Murumuru.

“Haan? Não é isso que ela sempre diz.” Pensou, virando-se para Murumuru.

“As suas são tão legais! Por favor!!” disse ela.

“Huum... Você não tem um problema para resolver?” disse Minene.

“Haaan? Yukiteru é o mestre do tempo por aqui!” disse Murumuru.

Porém Yukiteru não estava concentrado suficiente para resolver aquilo tudo. Estava em dúvida, não sabia se o jogo era mesmo o jeito certo de fazer isso tudo. Kurusu Keigo morreu, mesmo o jogo nem tendo começado. Poderia causar mais problemas, como foi o outro.

“Murumuru... Fique aqui mais um pouco. Vamos estabilizar o problema, e depois... Preciso rever um detalhe crucial para o jogo.” Disse ele.

“O que? Apesar disso ele ainda quer continuar? Yukiteru está realmente diferente de antes... Será... Será que fiz bem dando essa ideia do jogo para ele?” pensava Minene.

“Tchau...” disse ela, voltando para casa.

[Cidade de Sakurami, Casa da Yuno – 14:50]

O quarto da Yuno estava bagunçado. As portas abertas do Guarda-Roupa mostravam o espelho dentro dele. Yuno olhava para ele, somente com a calcinha e o sutiã. Ela se maquiava enquanto falava baixo...

“Yuki e eu seremos felizes... Muito felizes. Nada vai nos impedir... Nada vai me atrapalhar a conseguir isso... Nem que eu tenha que fazer isso novamente...”

Este é o último capítulo disponível... por enquanto! A história ainda não acabou.